28 junho, 2018

# @André Gama # David Levithan

Resenha :: Todo Dia (Every day)


Oi Faroleiros,

Hoje é o Dia do Orgulho Gay. Vocês sabem o porquê desta data? No dia 28 de junho de 1969, por volta de 1h20min da madrugada, um grupo de policiais disfarçados invadiu o bar gay Stonewall Inn em Nova York e prenderam diversos clientes alegando conduta imoral. Batidas em lugares da comunidade LGBT eram comuns na época.


Neste dia, porém, as coisas foram bem diferentes. Uma multidão de gays e simpatizantes foi se formando e os policiais tiveram que se isolar dentro do bar. Os protestos contra a homofobia dos policiais foi piorando e a Força Tática da Polícia de Nova York precisou intervir para dispersar a multidão.

Outras manifestações tomaram conta de diversos pontos da cidade americana no dia seguinte. Os eventos ocorridos em Stonewall Inn levaram às primeiras Paradas de Orgulho LGBTQ+ que logo se espalharam pelo mundo.


David Levithan deve ser o autor de livros LGBTQ+ mais conhecido dos leitores. Ele já escreveu inúmeros trabalhos, como Garoto Encontra GarotoDois Garotos de Beijando e Will e Will. Neste dia de comemoração e luta, vou falar um pouco sobre Todo Dia, livro que o autor lançou em 2013 e que chega aos cinemas brasileiros no dia 12 de julho de 2018.
Desde criança, “A” acorda todos os dias em um corpo diferente, independente de gênero, cor, ou estado de saúde. Era muito difícil para ele entender o conceito de “amanhã”, porque quando acordava no dia seguinte ninguém que ele conhecia estava lá. Um novo corpo. Um novo lugar. Uma nova vida. 

O passado não me ofusca, nem o futuro me motiva. Concentro-me no presente, porque é nele que estou destinado a viver.

Por isso ele aprendeu a viver um dia de cada vez, sem interferir na vida daqueles que está sendo por apenas um dia. Ele aprendeu a acessar o corpo e a mente para verificar as informações básicas que identificam aquela pessoa, porque, se você pensar bem, qualquer passo em falso pode destruir uma vida inteira.

Tudo ia bem até ele acordar no corpo de Justin e conhecer sua namorada, Rhiannon. “A” sente como se o universo e o próprio tempo tivessem construído esse encontro há muito tempo atrás. Mas como ele pode vivenciar algo tão grandioso se não vai estar ali no dia seguinte?

O momento em que você se apaixona parece carregar séculos, gerações atrás de si.

Para complicar, Nathan Daldry, que teve um dia de sua vida roubado por “A”, começa a ter flashes de memória desse dia e diz que foi possuído pelo demônio, atraindo uma legião de fanáticos religiosos.

David Levithan criou uma história fantástica onde consegue discutir a questão do Gênero Fluido através da fantasia. Enquanto o homossexual se sente atraído por pessoas do mesmo sexo e o transexual experimenta um desconforto com o próprio corpo, o Gênero Fluido tem outro tipo de problema com sua identidade de gênero.

Havia dias em que me sentia como uma garota e dias em que me sentia como um garoto, e esses dias nem sempre correspondiam ao corpo no qual eu estava.

“A” se considera um andarilho, estando cada dia em um lugar diferente. Nessa jornada, “A” aprende muito com cada corpo e a gente aprende junto. Já passou um dia como drogado, suicida, gay, empregada ilegal, alcoólatra, trans... É muito intrigante estar na cabeça dessas pessoas, mesmo que o autor não aprofunde muito esses temas.

David Levithan entrega uma obra cheia de sensibilidade. Todo Dia é uma história de amor genuíno. Vale muito a leitura!
                       
Nunca me apaixonei por um gênero. Apaixonei-me por indivíduos.

Com amor, André


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

     
Todo Dia
David Levithan
Ano: 2013
Páginas: 280
Editora: Galera Record
Sinopse (Skoob):
Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrarem a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.


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