24 outubro, 2020

# @efinco # Ficção

Resenha :: Matadouro de Pecados

*recebido em parceria com o Grupo Editorial Coerência

Olá, pessoa! Hoje venho falar de um livro que entrou para os melhores do ano. Além de uma história maravilhosa, após ficar intrigada pela sinopse, nem de longe poderia imaginar que a história seria tão incrível. Foi como andar em uma montanha-russa instalada em um trem fantasma. 

Começou de uma maneira leve e com um ritmo crescente até começar a ter tantas reviravoltas e surpresas, algumas bem assustadoras, que sentia a mesma onda de adrenalina gerada pelo passeio e a mesma vontade de terminar e que não acabasse tão cedo. E, no fim, após ter deixado o estômago, coração e os gritos em algum lugar em uma das subidas ou curvas, a única frase coerente possível é: “Onde está o próximo livro??”.

OK, preciso me explicar melhor, e é o que farei nas próximas linhas. Espero estar à altura de tudo que senti, vivi e do quanto me emocionei com essa história.



Com uma trama super criativa, vamos conhecendo a história de Alexandre, que está à espera do retorno de sua esposa e filho, que o abandonaram depois de uma briga. No mais puro e absoluto silêncio noturno, dopado por remédios, sem fazer a mínima ideia de onde sua família está, ele se vê diante do fracasso de seu matrimônio e, como se isso não bastasse, precisa se esquivar de uma mãe controladora, do seu próprio pensamento punitivo e do ódio que ele acredita que a casa sente por ele.


Era um infortúnio tomar conhecimento de seus erros justo naquele momento, quando não teria mais tempo para corrigi-los, pois ele tinha certeza de que deixaria o mundo naquela noite.


Sim, a casa! Eu adorei ter a casa como um personagem secundário, quase vivo, que tem barulhos e estalos altos a ponto de acordar Alexandre, que vê esses sons ganhando vida através dos canos que, sem ele saber ou imaginar, funcionam como veias em que correm a essência do mal. Debaixo daquele teto algo vive com ele e esse algo está faminto. Assim, vamos tentando entender se Alexandre realmente tem motivos para temer ou se estamos apenas acreditando, assim como o personagem, em alucinações.

 

A história é narrada em terceira pessoa, então vamos vendo as cenas pela visão do personagem em primeiro plano, tendo em Alexandre o personagem principal até o protagonismo ser dividido com o investigador William, que, além de adicionar ainda mais ação à trama, traz novos elementos de sua própria história. Sendo ele um homem atormentado com demônios internos e que decide transformar Alexandre em um caso a ser solucionado.


A imaginação é perigosa e confusa. Por não ser algo real e palpável, não faz distinção entre bem e  mal, nem a quem irá ferir, afinal quem poderia ferir se é apenas um pensamento?


A narrativa possui um texto com leitura fluida, instigante e muito bem estruturada. Em nenhum momento é muito descritivo, mas também não é pouco descritiva a ponto de criar espaços genéricos na trama. Ao contrário. Aqui volto mais uma vez a comparação com a montanha-russa e só posso dizer que eu, realmente, ainda estou lidando com ela.



Os personagens têm uma caracterização, tanto psicológica quanto fisionômica, bem construída, características muito diferenciadas entre si, nos deixando com personagens muito reais e complexos, como todos nós somos, e que também tem seus ossos nos armários e, talvez, monstros que habitem embaixo das camas.

 

A linguagem do livro é perfeita e em nenhum momento caricata ou artificial, você fica tão preso na história que em, alguns momentos, é impossível não começar a acreditar em algumas verdades. Afinal, nós somos seres complexos com várias camadas e a que apresentamos na sociedade é apenas uma dessas muitas partes que formam o todo que é cada pessoa. E fica o questionamento de quanta coragem uma pessoa precisa para ser alguém verdadeiro, não apenas para com as outras pessoas, mas para consigo mesma.


— Me deixei ajudar. Tome. — William entregou um cartão. — A hora que precisar, me chame. Pense com calma.


Eu gostei muito dos diálogos e da percepção dos personagens de que as faltas deles podem tanto aprisionar quanto criar barreiras que impedem outras pessoas de se aproximarem.

 

Outra coisa muito legal são os capítulos mais curtos, que contribuem para a agilidade da trama, deixando o ritmo de leitura quase na mesma medida e que força tanto as pausas, quanto os momentos em que se não consegue parar de ler.

 

As reflexões e conclusões, que alguns personagens chegam a ter, fazem também quem está lendo acompanhar esses momentos e, concordando ou discordando, a simples reflexão, por mérito da história, já é algo a ser elogiado e mencionado, como faço aqui.

 

Preciso dizer também que o cartão do investigador, que veio com o livro, vai ficar a mão na minha carteira e na memória do meu celular, afinal, após ler essa história, quero ter, senão a amizade, ao menos o contato desse excelente policial por perto.



A edição da editora Plus+ merece todos os elogios. Em capa dura, com uma capa que ficou ainda mais bonita depois de conhecer a história, boa impressão em papel amarelo, com fonte e diagramação confortáveis para leitura. Uma revisão bem-feita, sem que eu tenha observado qualquer erro de digitação ou ortografia. Um trabalho muito bonito do conjunto de edição. Aproveite a dica, boa leitura e divirta-se!!



Nota :: 



Informações Técnicas do livro

Matadouro de Pecados

Marcio Zanini

Ano: 2020

Páginas: 306

Editora: Plus+ Editora

Sinopse:

Dopado por remédios, Alexandre espera o retorno de sua esposa e filho, que o abandonaram depois de uma briga. No mais puro e absoluto silêncio noturno, sem fazer a mínima ideia de onde sua família esteja, ele se vê diante do fracassado de seu matrimonio e, como se isso não bastasse, precisa se esquivar de uma mãe controladora, do seu próprio pensamento punitivo e do ódio que ele acredita que a casa sente por ele. Embora a quietude da noite reforce sua solidão, talvez Alexandre não esteja totalmente sozinho. Barulhos e estalos altos chegam a acordá-lo, ganhando vida através dos canos que, sem ele saber, funcionam como veias em que correm a essência do mal. Debaixo daquele teto algo vive com ele. Algo faminto.Com a família desaparecida e tendo que lutar por sua própria sobrevivência, os limites de sua sanidade serão testados quando o investigador William, um homem atormentado e com os próprios demônios internos, decide transformá-lo em um caso a ser solucionado.



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Dinâmica, inovadora, eclética e arrojada, a Editora Coerência já chega ao mercado revelando seu diferencial: a divulgação dos autores nacionais, que têm tanta dificuldade em se fazerem notar.
Criada não apenas para viabilizar a publicação de autores (ainda) não renomados, a Coerência conta com toda uma equipe de revisores, diagramadores, ilustradores, capistas e assessores, que preparam a obra para que esta chegue com qualidade à casa de milhares de leitores em todo o Brasil.
Foi pensando em fazer com que sonhos tivessem vida que a editora-chefe, Lilian Vaccaro, formulou a Coerência, para que se tornasse não mais do mesmo, e sim um lugar onde o autor pode, acima de tudo, se realizar e ganhar experiência no mercado editorial.


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