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01 fevereiro, 2020

Resenha :: Minha Vida Mora ao Lado

fevereiro 01, 2020 2 Comentários

Tem livros que lemos por causa da capa. Tem livros que lemos por causa da sinopse. Tem livros que lemos porque alguém indicou (ou nos obrigou a ler). Tem livros que lemos por gostar do autor... Mas eu não li Minha Vida Mora ao Lado por nenhum desses motivos. Eu o li por causa de uma única citação dele que vi em algum lugar, nem lembro onde, porque faz tempo. Em 2015 eu vi uma citação que me deixou curiosa para saber o contexto do livro a que ela pertencia e, bom, depois disso eu quis porque quis ler esse livro e, obviamente, eu o li assim que pude em um único dia 🙈

Quando coisas importantes acontecem com você, elas não deveriam ficar estampadas no seu rosto?

18 janeiro, 2020

Resenha :: Beleza Perdida

janeiro 18, 2020 2 Comentários

Tem muita coisa que eu não entendo... mas não entender é melhor que não acreditar.

Sabe quando dizem a tão famosa frase “Não é só um livro”? Então, Beleza Perdida é muito mais que um livro, é uma lição, uma história para se levar para a vida inteira. “Às vezes são os livros que nos escolhem”, outra frase famosa que se encaixa com o que sinto por essa obra tocante 💙. Sinto que ela me escolheu e me ensinou sobre perdas, sobre amizade, sobre enxergar a beleza por trás da aparência, a ser grata por todas as coisas que muitas vezes nem percebo que deveria agradecer.

Li esse livro pela primeira vez (já li quatro vezes), no primeiro semestre de 2015, após ler uma resenha em um blog que não lembro mais o nome (mas se lembrasse, agradeceria diretamente a quem o resenhou e me convenceu a ler esse livro), e que falava dele com tanto amor que eu também queria sentir aquilo, sabe? Queria me sentir arrebatada por uma história a ponto de rever conceitos de vida.


Não se deixe levar por considerarem esse livro uma releitura de A Bela e a Fera e por puro preconceito deixar de lê-lo. Beleza Perdida é muito mais que uma simples releitura, é uma história que transborda sentimentos. Transborda tanto que quanto mais você lê mais se apaixona pelos personagens (praticamente todos), principalmente pelo Ambrose (Brosey), pela Fern e pelo Bailey.

Todo mundo é protagonista para alguém. Não existem personagens secundários.

Bailey  é o primo e melhor amigo da Fern (já falo dela), e, como tem Distrofia Muscular de Duchenne, vive com os dias contados em cima de uma cadeira de rodas. Ele nasceu com toda a força que teria para o resto da vida, então em vez de ficar mais forte, fica cada vez mais fraco e perto da morte. E mesmo vivendo em uma ladeira sem poder parar, o primo da Fern não é amargo, na verdade, é otimista; não sente pena de si mesmo e lida bem com a vida que tem. Esse serzinho lindo, não fica se lamentando ("Oh! O que eu fiz para merecer isso?", "Por que eu?"), em vez disso agradece por cada dia que Deus lhe proporcionou; é paciente, perseverante e o jeito que encara a vida é inspirador, ao ponto de que enquanto lia (e me apaixonava por ele), eu queria me dar uns tapas por reclamar tanto. Ele, junto com a Fern, dão verdadeiras lições sobre o que é ter fé e acreditar que tem alguém cuidando da gente. Eu releria esse livro só por ele (Sério!), por causa da sua coragem, do seu bom humor perante as coisas boas e ruins, pela sua celebração de cada momento e de cada dia. O Bailey é “mágico”  (Meu Herói! 💛) e se personagens literários fossem estrelas, ele seria uma das mais brilhantes.


A morte é fácil. Viver é que é a parte difícil.

Fern é uma espécie um patinho feio (daquelas nerds de filmes americanos com aparelho e óculos enormes), que é apaixonada pelo Brosey (quem não seria? 🙈) desde criança, e é considerada um “milagre” pelos pais que a tiveram quando já nem tinham muitas esperanças de ter um filho por causa da idade avançada (como os pais de João Batista, Zacarias e Isabel). Esse milagre, chamado Fern, pode não ser “uma garota bonita” por ter feições esquecíveis, mas, como quem vê cara não vê coração, ela possui uma beleza interior estonteante; seu interior é tão belo que, além de transbordar luz, ele transborda até glitter 💖. Esse serzinho brilhoso e sonhador busca conforto em Deus (como boa filha de pastor) e ama escrever e ler romances, porque eles lhe dão esperança e a deixam ser quem ela quiser (livros têm poder, viu?). O seu entusiasmo pelas coisas simples, a sua fé, a sua coragem e humor perante a vida, e o seu cuidado e carinho por aqueles que ama são tocantes. Ela é um ser tocante e impagável, é um ser iluminado inspirador.

Talvez os porquês não sejam respondidos aqui. Não por não existirem respostas, mas porque a gente não ia entender se elas fossem ditas.


Brosey é o típico garoto de ouro (que cita Shakespeare! 😍), que meio que recebeu tudo da natureza. É um cara conhecido pela sua beleza e força, e que tem uma incrível destreza atlética que o faz ser um destaque nos esportes (sem ser arrogante), principalmente em luta livre que o torna o queridinho da sua pequena cidade, pelas inúmeras vitórias, e até fica conhecido pelo apelido de Hércules (ideia do Bailey). Mas ser tão querido acaba colocando muita pressão no Ambrose, do tipo de “quanto melhor você é mais é cobrado”, entende? Ele se sente pressionado com as expectativas e as altas esperanças que colocam nas suas costas, porque se algum dia falhasse ele sentia que decepcionaria a cidade inteira 😢.

Todo mundo que é alguém se torna ninguém quando fracassa.

A pressão aumenta, em vez de ir para a faculdade para continuar lutando, ele resolve se alistar para a Guerra no Iraque. (Se lembra do famoso 11 de setembro? Então, esse é um dos motivos da decisão do Brosey). E ele não faz isso sozinho, seus quatro melhores amigos (Grant, Beans, Paul e Jesse), incentivados por ele, também se alistam e o acompanham nessa perigosa aventura. Mas nem tudo são flores de cerejeira, e uma tragédia acontece. Dos cinco garotos, apenas um volta vivo; e não volta o mesmo, volta cheio de cicatrizes no corpo e na alma. A tragédia muda o sobrevivente fisicamente, e a sensação de perda, e até mesmo de culpa, o afeta emocionalmente, tocam lá no fundo, e algo “mágico” e, principalmente, um “milagre” o ajudam na superação da tristeza e no seu reencontrar com a fé, com a esperança e com o amor 💙.

Às vezes não é possível retomar a vida. Às vezes a vida está morta e enterrada, e a única opção é fazer uma nova.


Queria poder descrever todos os personagens incríveis que Beleza Perdida tem, e tentar mostrar o quão especial ele é, mas não importa o quanto eu escreva nessa resenha, porque não há palavras suficientes para o que a Amy Harmon me fez sentir, com sua escrita tão delicada, com uma narrativa em terceira pessoa que vai e volta (com flashbacks) no tempo em momentos perfeitos; onde passado e presente se encaixam de uma maneira tão magnífica, que não me resta nada mais a dizer além de que esse é um dos livros que mais amo no mundo e que mais me sinto grata por tido a honra e o privilégio de ter lido na vida.

A verdadeira beleza, aquela que não se desvanece ou se esvai, precisa de tempo, de pressão, precisa de uma resistência incrível. É o gotejamento lento que faz a estalactite, o tremor da Terra que cria as montanhas, o constante bater das ondas que quebra as rochas e suaviza as arestas. E da violência, do furor, da ira dos ventos, do rugido das águas emerge algo melhor, algo que de outra forma nunca existiria. E assim suportamos. Temos fé na existência de um propósito. Temos esperança em coisas que não podemos ver. Acreditamos que há lições na perda e poder no amor, e que temos dentro de nós o potencial para uma beleza tão magnífica que o nosso corpo não pode contê-la.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Beleza Perdida
Ano: 2015
Páginas: 336
Editora: Verus
Sinopse:
Um livro intenso, com uma história emocionante que vai permanecer no seu coração por um longo tempo.
Ambrose Young é lindo — alto e musculoso, com cabelos que chegam aos ombros e olhos penetrantes. O tipo de beleza que poderia figurar na capa de um romance, e Fern Taylor saberia, pois devora esse tipo de livro desde os treze anos. Mas, por ele ser tão bonito, Fern nunca imaginou que poderia ter Ambrose… até tudo na vida dele mudar.
Beleza perdida é a história de uma cidadezinha onde cinco jovens vão para a guerra e apenas um retorna. É uma história sobre perdas — perda coletiva, perda individual, perda da beleza, perda de vidas, perda de identidade, mas também ganhos incalculáveis. É um conto sobre o amor inabalável de uma garota por um guerreiro ferido. Este é um livro profundo e emocionante sobre a amizade que supera a tristeza, sobre o heroísmo que desafia as definições comuns, além de uma releitura moderna de A Bela e a Fera, que nos faz descobrir que há tanto beleza quanto ferocidade em todos nós.

23 dezembro, 2019

Resenha :: Três Coisas Sobre Você

dezembro 23, 2019 1 Comentários

É possível ficar imune à esquisitice.

Apelando para uma música sertaneja, preciso dizer que o que sinto por esse livro se resume em TRÊS palavras: AMOR, AMOR, AMOR, e mais nada. Sério, eu coração esse livro, porque, caraaaa, que livro mais amorzinho do cacetóvski! Está duvidando? Pois pense em um livro amorzinho. Pensou? Agora multiplica (Ok, chega de sertanejo 😅).

Sou melhor escrevendo do que falando pessoalmente. Talvez essa seja a minha chance de mostrar quem sou de verdade, diferente da otária esquisita em que me transformo quando estou perto de gente que me deixa nervosa.


Três Coisas Sobre Você é o segundo livro que leio da autora Julie Buxbaum (amei o primeiro que li, mas esse entrou no meu coração de tão fofo e amorzinho que é), é o terceiro livro dela publicado aqui no Brasil, e, incrivelmente, é o seu primeiro Jovem Adulto (YA). E sinceramente, nem parece que ela não escrevia YA antes, porque é muito bom! É um livro viciante, com uma escrita contagiante, que flui que é uma beleza. É um livro incrível, fofo, leve, engraçado, irônico, apaixonante e, bom, muito amorzinho (essa palavra resume o livro para mim 🙈).

Uma rosa é uma rosa é uma rosa. Jessie é Jessie é Jessie.

Essa obra é protagonizada e narrada pela adolescente de dezesseis anos, Jessie (pausa para dar um efeito) Holmes, que é surpreendida quando seu pai chega em casa depois de uma viagem e anuncia que se casou novamente com uma mulher que conheceu em um grupo de apoio na internet. E como se isso já não fosse novidade o suficiente, como sua nova e rica madrasta, Rachel, mora na Califórnia, muito longe de Chicago, onde a Jessie nasceu e cresceu, adivinhe quem tem que se mudar para um lugar desconhecido, longe de seus amigos e de tudo o mais? Isso mesmo, a pobre Jessie. E essa mudança toda já seria ruim, mas para a nossa protagonista é pior, porque há cerca de dois anos, ela perdeu a mãe para o câncer.

Uma das piores coisas com relação à morte é lembrar de todas as perguntas que a gente não fez, de todas as vezes em que, idiotamente, a gente presumiu que teria todo o tempo do mundo. E isso também: como todo aquele tempo não parece tempo nenhum. O que resta parece algo fabricado. Os superexpostos fantasmas de lembranças.


Pare para imaginar: você é uma filha única (que sempre é mais protegida, mais próxima dos pais, por eles serem sua única família que está sempre por perto), e perde a mãe, que é como perder um dos seus pilares de sustentação, e o mundo acaba parecendo mais opressivo, os dias parecem mais longos e infelizes... e quando você estabelece uma espécie de rotina, apesar da tristeza e da saudade da sua mãe, seu pai se casa do nada, te faz mudar para o outro lado do país, te dando uma nova madrasta (não como a da Cinderela, ok?!) e um novo irmão de consideração que tem a mesma idade que você, e se concentrando tanto na nova mulher e em procurar um novo emprego que acaba não ligando muito para os problemas que você possa ter... E lá se vai a rotina de novo.

Quando a pior coisa que você poderia imaginar acontece, você acha que todas as outras coisas antes inconcebivelmente ruins também podem acontecer.

A nova madrasta, Rachel, é bem rica e tem uma casa enorme parecida com aquelas de revista, bem diferente da antiga casa da Senhorita Holmes, que não consegue pensar nessa nova casa como seu lar. A Rachel, o Bill (pai da Jessie) e o Theo são meio que julgados injustamente no início, mas, enquanto as páginas vão indo em frente, podemos ir aos poucos entendendo cada lado e o quanto é complicado para cada um, já que todos nós temos os nossos problemas e muitas vezes eles parecem tão grandes que nem conseguimos enxergar além deles e ajudar os outros nos problemas deles quando precisam. Mas antes de entendermos esses lados, para complicar mais um pouco, a Jessie é matriculada no colégio Wood Valley (WV), que é um colégio cheio de jovens ricos que se parecem com Barbies e Kens, ou seja, bem diferentes da nossa protagonista que acaba sofrendo bullying de uma certa “vaca” (desculpe a palavra 🙊).

Já sentiu como se a sua vida fosse um longo pesadelo e você só ficasse esperando acordar, mas não acordasse nunca?

E eis que nesse colégio, onde a Jessie sofre sem poder chamar nenhum ser de amigo, surge uma luz, ou melhor, um guia espiritual que ajuda a estudante Holmes. Mas esse guia espiritual aparece sob o “manto do anonimato”, sob a forma de e-mails, se nomeando “Alguém Ninguém” (AN), que não quer revelar sua verdadeira identidade, mas revela que também estuda em WV. Será uma pegadinha? Será um admirador secreto? Um príncipe em um cavalo branco? Ou apenas alguém querendo realmente ajudar? Bom, a última pergunta é a correta (por mais que a de admirador secreto e príncipe se encaixem um pouco também 😕).

eu fico com vontade de saber o que se passa nessa sua cabeça. vou ser sincero: não costumo me interessar pelo que há na cabeça dos outros. a minha já dá trabalho suficiente.


O AN realmente ajuda a Jessie com os seus conselhos e dicas e a situação dela melhora muito. Ela consegue:
 Novas amigas, a Dri e a Agnes;
 Manter a amizade com sua melhor amiga, Scar (amiga maravilhosa essa), mesmo com a distância;
 Um emprego na livraria “Atenção Lombadas!” (amo esse nome);
 Conviver melhor com seu irmão de consideração, Theo, que é todo cheio das suas fabulosidades e que no começo não trata a Jessie e o pai dela nada bem, mas melhora e enche o livro com seu brilho e purpurina; e
 Um amigo (o AN mesmo) com quem troca e-mails todos os dias sobre tuuudo, coisas sérias, divagações meio idiotas e engraçadas, contando três coisas um ao outro (vem disso o nome do livro), conseguindo ter duas conversas ao mesmo tempo, uma no e-mail normal e outra no “assunto/cabeçalho” dele... E mesmo assim, a Jessie não consegue descobrir quem é o AN.

ISTO é mais importante do que todo o resto. isto é real. ainda que todo o resto pareça não ser na maior parte do tempo.

E quem é o AN? Não posso dizer o nome, mas ele é um personagem incrível, que entende a Jessie, por também ter perdido alguém e se sentir solitário. Ele é engraçado, divertido, meio doidinho e, claro, apaixonante, muito apaixonante, eu realmente coração AN. E durante o decorrer do livro a autora dá pistas de que o AN pode ser um entre três caras. Sinceramente, mesmo com pistas que a autora joga para a gente, a identidade do AN não é um mistério muito misterioso. Meu coração de leitora, cheio de amores irreais, soube quem era o AN desde a primeira vez que ele apareceu, ele pessoa com nome, sobrenome e beleza, a pessoa fora da tela. E se, no final do livro, a autora escrevesse que o AN era outro ser, eu teria arrancado as últimas páginas e reescrito o final com o personagem que eu amo como o Alguém Ninguém. Depois disso, eu encheria uma mala de pedras, descobriria o endereço da autora, pegaria um avião e, quando chegasse na frente da casa dela, usaria as pedras para quebrar todas as janelas em pedacinhos, como o meu coração teria ficado se o AN não fosse o... Relaxa! Vou falar quem é não, você vai ter que ler para descobrir e ficar com sorrisinho bobo no rosto que Deus te deu como eu 😄.

Imagino, ou espero, que um dia eu seja descoberta – que eu seja vista de verdade – não como uma aliada, uma colega de estudos ou como parte da mobília, mas como alguém de quem gostem, talvez até amem.


Três Coisas Sobre Você é um ensinamento sobre aceitar mudanças inesperadas; sobre manter memórias dentro de si sem deixar de viver por causa delas; sobre a importância de amigos que entram na nossa vida de um jeito único, mas que fazem a diferença para melhor, ajudando a nos manter de pé, nos apoiando quando precisamos de um ombro amigo; e, principalmente, é sobre como lidar com recomeços que parecem que tiram sua felicidade, mas que, na verdade, te ajudam a melhorar, te ensinam, te evoluem, te ajudam a “grandecer”. Enfim, está esperando o que para começar a ler esse livro e se apaixonar por ele também? Vai logo, vai! 👋😘

Os dias perfeitos são para pessoas com sonhos pequenos, possíveis de serem realizados. Ou talvez para todos nós eles só aconteçam em retrospecto: só são perfeitos agora porque contêm alguma coisa irrevogável e irrecuperavelmente perdida.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Três Coisas Sobre Você
E se a pessoa de quem você mais precisa for alguém que você nem conhece?
Ano: 2016
Páginas: 288
Editora: Arqueiro
Sinopse:
Setecentos e trinta e três dias depois da morte da minha mãe, 45 dias após o meu pai fugir para se encontrar com uma estranha que ele conheceu pela internet, 30 dias depois de a gente se mudar para a Califórnia e apenas sete dias após começar o primeiro ano do ensino médio numa escola nova onde conheço aproximadamente ninguém, chega um e-mail. Deveria ser no mínimo esquisito, uma mensagem anônima aparecer do nada na minha caixa de entrada, assinada com o bizarro nome Alguém Ninguém. Só que nos últimos tempos a minha vida tem estado tão irreconhecível que nada mais parece chocante.

09 dezembro, 2019

Resenha :: A Menina da Neve

dezembro 09, 2019 1 Comentários

Sua cabeça estava cheia de bobagens, uma professora alertou seu pai. Você a deixa ler livros demais.

Antes de tudo preciso dizer que decidi ler esse livro pela capa que é linda (fui superficial, me julgue! 👅), e não sei se me arrependo disso ou não, porque meus sentimentos por esse livro estão indefinidos. Não sei se o considero bom ou ruim, se o amo ou gosto pouco dele. Talvez eu consiga decidir a minha opinião em uma futura releitura. Mas, por enquanto, ele é o que é e pronto, acabou. 

Por que essas histórias infantis têm sempre de ser tão assustadoras, eu não entendo. Acho que, se um dia eu a contar para meus netos, vou mudar o fim e fazer com que todos vivam felizes para sempre. Podemos fazer isso, não, Mabel? Inventar nossos finais e optar pela felicidade em vez da dor?

O livro é baseado em um conto de fadas russo, onde um casal sem filhos faz um boneco de neve, uma menininha de neve na verdade, e ela ganha vida. Esse conto possui várias versões, mas esse livro não é apenas mais uma delas; a autora se inspirou no conto, porém escreveu um livro meio singular e único, que tem um ritmo meio lento, sem momentos eletrizantes e nem nada; sendo mais focado nos sentimentos, por vezes até melancólicos, que o fazem ter um certo drama, mas não do tipo que nos faz gastar várias caixinhas de lenços (pelo menos eu não gastei nenhuma 😂😂).

A história é narrada em terceira pessoa e se passa na década de 1920, no Alasca. Uma época e um lugar sem fogão a gás, sem energia elétrica, sem água encanada, sem aquecedor elétrico e, o que é mais surpreendente, sem micro-ondas 😱. Chocante, né? 

Podemos escolher nossos destinos, a alegria em vez da dor? Ou o mundo cruel só dá e tira, dá e tira, enquanto vagamos pela natureza inóspita?

Uma coisa que eu tenho certeza que gostei (sem indecisão em relação a isso) foi como a autora mostrou o modo de vida no Alasca naquela época, com personagens imperfeitos e simples, mas que não são irreais, tirando uma exceção ou outra, é claro. Mostrou como aquelas pessoas tinham que cultivar, plantar, colher, criar e caçar para sobreviver, não tinham espaço para frescuras; como que por muitas vezes se sacrificavam para suportarem mais um inverno.

E falando em inverno, que bela descrição dele! A descrição do ambiente é apaixonante, desde as cabanas simples, dos campos para plantio, das árvores, florestas, bosques... até cada floquinho de neve. É como se o Alasca fosse um personagem vivo e a neve tivesse personalidade própria, meio louco eu sei, mas foi o que eu senti. Sério, sou do tipo de pessoa que passa frio quando a temperatura está por volta dos 20°C, e eu quis estar no Alasca ao lado dos personagens para poder sentir o vento frio no meu rosto e ver tudo, cada detalhezinho, com meus próprios olhos que os seres de debaixo da terra hão de comer.

Na minha idade, vejo que a vida geralmente é mais incrível e terrível do que as histórias nas quais acreditávamos na infância e que talvez não haja nada de mau em encontrar um pouco de mágica entre as árvores.

Os personagens desse livro são um caso a parte. Em A Menina da Neve temos: Jack e Mabel, que são um casal sofrido, dignos de compaixão, que acabam se afastando por causa dos problemas; a menina de neve, Faina, que traz um certo mistério ao livro; os “vizinhos” George e Esther (que é um belo exemplo de mulher que não se deixa abater), com seus três filhos, com atenção especial para o mais novo deles, o Garret, que evolui muito durante a narrativa e meio que me conquistou 💙.

Não era necessário entender os milagres para acreditar neles (...). Para acreditar talvez você tenha de parar de procurar explicações e segurar a coisinha em sua mão o máximo possível antes que ela escorresse feito água entre seus dedos.

Jack e Mabel se mantêm afastados, com ele trabalhando sozinho nos campos de plantio, sofrendo para garantir o seu sustento e o de sua esposa, e ela passando seus dias sozinha na cabana, pensando até em se matar.

Até que um dia, eles fazem uma menininha de neve detalhando rosto, cabelo... e com luvas e cachecol vermelhos. E na manhã seguinte percebem que a menininha sumiu e avistam uma garotinha que se parece muito com a menininha de neve que esculpiram, com cabelos loiros, pele muito branca, boca vermelha, olhos azuis e usando as luvas e o cachecol vermelhos; que parece ter uma ligação com a neve e com uma certa raposa vermelha, com quem caça lado a lado.

Será que essa garotinha é a menininha de neve que esculpiram e ganhou vida? Ou será apenas coincidência? Será que ela é apenas uma garotinha perdida? Ou é a filha que o casal tanto desejou? Será que uma menininha feita de neve pode magicamente criar vida? Ou será que existe outra explicação? Será essa menina da neve apenas sonho e fantasia? Ou ela é real? Leia esse livro e tente descobrir! 👋😚

Nunca sabemos o que vai acontecer, não é mesmo? A vida sempre nos joga para um lado e para o outro. É uma aventura não saber onde você acabará e como pagará sua passagem. É tudo um mistério e, se dissermos o contrário, estamos mentindo para nós mesmos.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Menina da Neve
Ela é a resposta das suas orações ou um pequeno e mágico sonho?
Ano: 2015
Páginas: 352
Editora: Novo Conceito
Sinopse:
Alasca, 1920: Um lugar especialmente difícil para os recém-chegados Jack e Mabel. Sem filhos, eles estão se afastando um do outro cada vez mais ele, no duro trabalho da fazenda, ela, se perdendo na solidão e no desespero. Em um dos raros momentos juntos durante a primeira nevasca da temporada, eles fazem uma criança de neve. Na manhã seguinte, ela simplesmente desaparece.
Jack e Mabel avistam uma menina loira correndo por entre as árvores, mas a criança não é comum. Ela caça com uma raposa-vermelha ao lado e, de alguma forma, consegue sobreviver sozinha no rigoroso inverno do Alasca.
Enquanto o casal se esforça para entendê-la uma criança que poderia ter saído das páginas de um conto de fadas , eles começam a amá-la como se ela fosse filha deles. No entanto, nesse lugar bonito e sombrio, as coisas raramente são como aparentam ser, e o que aprendem sobre essa misteriosa menina vai transformar a vida de todos eles.


O Grupo Editorial Novo Conceito oferece sempre os best-sellers mais aguardados e comentados do meio literário. Em anos de sucesso editorial, foram vários os autores e títulos reconhecidos na principais listas do PublishNews e Veja. O selo Novo Conceito foi desenvolvido para reunir essas grandes publicações, além das novidades e lançamentos internacionais que ainda virão.

09 abril, 2019

Resenha :: Uma Lição de Amor

abril 09, 2019 0 Comentários

O que é o amor? Um sentimento? Emoção? Uma coisa que nos faz perder metade do cérebro? É possível confundir amor com outra coisa? Paixão? Admiração? Gratidão? Amizade? Respeito? Afeição? Ou será que o amor é uma mistura de tudo isso e muito mais, formando uma coisa única? Eu sei que essas perguntas podem parecer meio sem noção ou, para algumas pessoas, sem quase nada de importância (principalmente para quem fala “eu te amo” mais do que fala “bom dia”), mas sabe, no fim das contas, todos nós precisamos de Uma Lição de Amor.


Vovó dizia que Deus havia plantado uma semente no meu coração e que quando ela germinasse eu seria capaz de fazer algo grandioso.

O livro é narrado em primeira pessoa pela protagonista Ana. Ela é órfã e depois de perder também a avó se muda do interior para o Rio de Janeiro para estudar Serviço Social. Enfrentando as dificuldades e medos da mudança de ares, ela conhece e recebe a ajuda de Otávio, que é praticamente um anjo na vida dela, e graças a sua amizade com ele, conhece também o seu irmão gêmeo, Eduardo.

Os dois não poderiam ser mais diferentes em suas personalidades. O Otávio estuda e se forma em Direito, assumindo a responsabilidade de fazer parte dos negócios da família; é mais responsável, pé no chão, é um pilar, uma rocha, é o cara que sempre está lá quando você precisa. O Eduardo, diferente do irmão, estuda e se forma em Medicina, depois de formado entra para o Médicos Sem Fronteiras e, se pensarmos já por esse lado, podemos perceber que ele é mais destemido, ousado, um espírito livre, mas também é um pouco imaturo e inconsequente. Se os dois fizessem parte do mundo distópico de Divergente, em suas facções, o Otávio seria da Abnegação e o Eduardo da Audácia.

Os dois, dentro de suas diferenças, desenvolvem uma sincera amizade com a Ana, mesmo com as diferenças de classes sociais. Mas uma coisa eles têm em comum: ambos são apaixonados pela Ana.


O Eduardo, graças ao MSF (Médicos Sem Fronteiras), passa um ano afastado da Ana, e quando volta está mais maduro e seguro pelo que sente pela sua Andorinha (apelido que ele deu para a Ana), que também começa a sentir mais do que amizade por ele. Mas nada é fácil para esses dois, e nem para o Otávio. E várias reviravoltas levam os três a caminhos não imaginados que podem afetar a vida deles para sempre.

Às vezes, a vida é injusta, não? Tanta gente boa morre enquanto assassinos, ladrões e estupradores estão vivos.

Uma Lição de Amor é dividido em três partes: a contagem regressiva para a doença; o período que abrange a doença e tratamento; e tempos depois, nos dias atuais. E desde o prólogo a gente já sabe que alguém vai ficar doente, só não sabe que doença é e como a pessoa doente vai terminar, então desde o início já dá para prever certo sofrimento, mas, pelo menos eu, não consegui imaginar que seria tanto.


Nenhuma mulher deveria agradecer a um homem por ser íntegro. Respeito é uma regra, Ana, e não uma exceção.

Eu gostei muito da escrita da Elysanna Louzada, ela é do tipo de autora que sabe mexer com as nossas emoções, sem deixar de nos ensinar algo durante a leitura, mas, algumas vezes, eu a achei muito sem coração, até comentei com a Elis (@efinco) que ela parece uma aprendiz de Nicholas Sparks, porque ohh autora que me fez sofrer (Elysanna, cadê seu coração, mulher? ). São tantas reviravoltas, que quando você para de chorar por alguma coisa, já acontece outra e você chora de novo, e de novo, de novo... É praticamente um looping feito de lágrimas. É sério!  Uma Lição de Amor foi o livro que mais me fez chorar em 2018, e olha que eu li muito ano passado e sou chorona por natureza. Então imagine o quanto de lágrimas saiu de mim! O livro físico deveria vir com uma caixinha de lenços de brinde, talvez até duas caixinhas (ou dez ).

Não se deve chorar quando se tem boas recordações, Andorinha. Guarde o choro para quando quiser lavar a alma.

Mas voltando... Eu achei a história bem construída, bem humana. Apesar de abordar diversos temas, não é um livro longo, e como ele flui bem dá para ler rapidinho, mas se você for meio sensível, eu indicaria que lesse aos poucos, dando pausas, para não sofrer e chorar tudo de uma vez.

Os personagens não são um poço de perfeição, eles têm inúmeras qualidades, porém também possuem defeitos, dúvidas, mas evoluem durante o livro. O Eduardo é um personagem que te faz suspirar, mas que também te faz querer estrangular ele. O Otávio é o meu personagem favorito, muitas vezes eu o achei um pouco inseguro (o que é compreensível), mas mesmo assim ele ganhou um quartinho só para ele no meu coração.

A Ana é uma protagonista bem fácil de identificar, gostei muito da maneira como a fé é importante na vida dela, e as dúvidas dela pareciam ser as minhas dúvidas, principalmente na parte do romance, com a espécie de triângulo amoroso que encontramos no livro. Até determinada parte do livro eu ficava meio em dúvida de qual irmão eu gostaria mais que ficasse com a Ana. Um traz um amor mais sem explicação, que só nasceu da amizade, do tipo “quando eu vi, já era amor”, um amor que é como fogo que já chega com tudo; e o outro traz aquele amor construído, conquistado aos poucos, da base ao topo, com cada atitude generosa, sem cobrança, um amor que conforta, que parece uma brisa suave, um mar de águas calmas. E no meio dessas dúvidas sobre o que sente, a Ana se pergunta se sabe o que é amor, e nós acabamos nos questionando sobre isso também.

Um me transmitia segurança, fé e esperança. Enquanto o outro trazia o calor e a alegria de volta ao meu peito. Com Otávio eu me sentia confiante e guerreira. Com Eduardo sentia-me viva.

Uma coisa que eu gostei muito nesse livro foi de como a autora abordou o Médicos Sem Fronteiras, falando um pouco sobre o sofrimento e descaso encontrado, que muitas vezes não é divulgado; ela abordou esse tema tão bem que em muitas partes chega até a dar um aperto no coração, mas também mostrou que tem pessoas que se importam, que fazem o que podem para ajudar o próximo, apesar das dificuldades.

Pouca gente quer encarar o lado negro do mundo.


Preciso confessar que eu enrolei meses para conseguir resenhar esse livro (até preciso pedir desculpas por isso ), não me entendam mal, não foi por não ter gostado dele, nem nada disso, mas pelo tanto de coisas que ele despertou em mim, o tanto que me fez chorar, por me desmontar e montar em inúmeras vezes. Quem leu sabe que é um livro que te faz chorar (muito), mas nem todo mundo que leu vai se colocar no lugar dos personagens, por ter algumas coisas que acontecem na história acontecendo na sua família, e assim, acabar chorando mais ainda, porque fica um pouquinho complicado separar ficção de realidade. Pode parecer meio confuso, ou sei lá o que, mas, nos primeiros meses depois que li, toda vez que eu pensava em algumas coisas que acontecem no livro, eu tinha vontade de chorar e aí não conseguia escrever nada sobre ele a não ser "é um livro que te faz chorar". E isso não valeria como resenha, né?

Sonhei que o amor era simples, a vida era doce e que o vento me levava para lugares maravilhosos, onde não havia dor.

Uma Lição de Amor é um livro que fala sobre perdas, superação, perdão... Mas, principalmente, é um livro sobre amor, em toda a sua complexidade e em todas as suas formas: amor à Deus; amor ao próximo; amor de amigo; amor de família, de filho, de irmão, de mãe, de pai, amor de homem, amor de mulher; amor a si próprio; amor que acalenta; amor que te transborda, amor que traz sofrimento, mas também alegria; amor que pode aparecer do nada, mas que pode ser a base de tudo.


Enfim, se eu indico a leitura desse livro? É claro que sim! Mas, só para avisar, a leitura deve ser feita com uma caixinha de lenços do lado. Até! 


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Uma Lição de Amor
Ano: 2014
Páginas: 246
Sinopse:
Depois da morte da sua avó, Ana Luísa foi para o Rio de Janeiro cursar Serviço Social, mas não imaginou que seria tão difícil adaptar-se à cidade. Quando Otávio, veterano do curso de Direito, apareceu disposto a ajudá-la, ela o viu como um porto seguro. Ele a apresentou à capital fluminense e também ao seu irmão gêmeo, Eduardo. À medida que Ana adapta-se ao Rio, a relação entre os três consolida-se em uma amizade sincera. Mas Eduardo forma-se em Medicina e entra para o Médicos Sem Fronteiras. Depois de quase um ano fora do Brasil, ele retorna amadurecido e disposto a conquistar Ana dando início a um triângulo amoroso que poderá destruir a relação com seu irmão.

Você já se perguntou o que é o amor? Pois é justamente isso que Ana Luísa se pergunta ao pensar nas reviravoltas que o destino reservou para sua vida. Disposta a viver seu grande amor, ela vai descobrir que nem sempre as coisas acontecem de acordo com o que planejamos.
Dramático, instigante e emocionante, Uma Lição de Amor vai colocá-lo diante do inesperado e do improvável apresentando a vida de uma maneira que, talvez, você nunca tenha notado. 


_____Sobre a Autora_____


Elysanna Louzada


Entreter e educar são os dois principais eixos condutores da carreira literária de Elysanna Louzada. Autora capixaba infanto-juvenil de obras adotadas em escolas e bibliotecas públicas e privadas, já esteve na lista dos 10 mais vendidos da revista Veja (categoria Ebooks) com os romances Uma lição de amor e Herdeiros do Trono, Drama e Fantasia, respectivamente, voltados ao público Jovem/Adulto.
Professora do Ensino Fundamental e Médio por 10 anos, formada em Letras-Inglês-Literatura, Elysanna Louzada iniciou sua carreira como escritora em 2011. Suas obras podem ser encontradas em diversas plataformas, como Amazon e Wattpad, e em lojas físicas.
Em julho de 2014 Elysanna Louzada foi homenageada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo com a Comenda Rubem Braga. Busca parceiros em todo o país para promover o projeto social Biblioteca escolar. 
Além da escrita, Elysanna Louzada dedica-se a realizar palestras gratuitas em escolas públicas e privadas para motivar crianças e adolescentes a lerem e escreverem. Seus livros e carreira já foram cobertos por diversos veículos de imprensa nacional.