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21 maio, 2020

Resenha :: Anne de Green Gables

maio 21, 2020 2 Comentários
*recebido em parceria com o Grupo Editorial Coerência

Oi, serzinho! Você tem um livro que cita para tudo na vida? Que mesmo quando não pode ler o livro inteiro, lê pelo menos uma citação para lembrar do que o livro te ensinou, ou simplesmente para se sentir "bem"? Eu tenho. Para quase tudo eu  tenho uma citação de Anne de Green Gables. Já li e reli, tenho citações marcadas em vários lugares, e sempre levo comigo que esse é um livro para a vida. Não é à toa que ele é um dos meus livros favoritos. Então, esteja avisado que, devido ao meu amor por ele, essa resenha será totalmente parcial, pois terá a opinião de alguém completamente apaixonada pela ruivinha tagarela e pelo universo inteiro criado pela Lucy Maud Montgomery.


Sonhos não se tornam realidade com tanta frequência, não é? Não seria interessante se eles se tornassem?

O livro é narrado em terceira pessoa e conta a história de Anne Shirley, que aos 11 anos foi adotada por engano pelos irmãos Cuthbert, Marilla e Matthew. "Como assim, adotada por engano?" Então, por causa da idade que estava ficando avançada, a Marilla e o Matthew queriam adotar um garoto de dez ou onze anos, amigável e esperto, para ajudar o Matthew nas tarefas das terras de Green Gables (em Avonlea), já que ele estava ficando velho e o coração dele dando certo trabalho. Então mandaram um recado para a Sra. Spencer pedindo um garoto de um orfanato da Nova Escócia. A Sra. Spencer realmente trouxe uma criança de onze anos para os irmãos Cuthbert, e a deixou na estação de trem, enquanto ela seguia viagem. Mas por um erro comunicação (quase pior que aquela brincadeira do telefone sem fio, que quem começa fala uma coisa, e o último escuta algo diferente), quando o Matthew chega para buscar a criança, encontra, em vez do garoto que queriam, uma menina ruiva, cheia de sardas, com uma mala velha com todos os seus pertences terrenos, a Anne (com "e" no final, nunca se esqueça!).


Eu sempre fico triste quando coisas prazerosas acabam. Algo ainda mais prazeroso pode vir depois, mas nunca temos certeza a tempo. E é tão recorrente não surgir nada melhor depois... Pelo menos essa tem sido a minha experiência.

Ahhh, Anne! Depois de ficar órfã ainda bebê, viver com duas famílias que não lhe davam nem um pingo de amor e morar em um orfanato, finalmente ela encontra um lar! Parece um sonho! Mas, infelizmente, eles não pretendiam adotar uma menina, principalmente uma tão peculiar, então o "certo" (pelo menos para a Marilla, já que o Matthew logo foi conquistado pela ruivinha) seria devolvê-la. Mas, depois de se renderem aos encantos desse serzinho cheio de imaginação, ocorre uma mudança de planos e, para a alegria da Anne (e a nossa), ela fica em Green Gables. E a sua permanência muda não apenas a sua vida, mas também a dos irmãos Cuthbert, e (por que não?) a de todos à sua volta.


Não é esplêndido que haja tantas coisas neste mundo para se gostar?

Mas isso é apenas o início. E nesse primeiro livro da série, acompanhamos a nossa querida Anne, dos 11 até seus 16 anos, passando por diversas encrencas, aventuras ao lado de sua amiga do peito, Diana, competições com o seu "rival" na escola, Gilbert, questionamentos, e inúmeros aprendizados que a ajudam a amadurecer, mas sem nunca perder a sua essência, o seu jeito "Anne" de ser.

Desde que cheguei a Green Gables, cometi erros, e cada um deles me ajudou a reconhecer e a consertar alguns defeitos.


Esse livro é tão, mas tão esplêndido! A narração é maravilhosamente fluida, tão bela e poética quanto um jardim florido. Presenteando-nos com uma lição de vida a cada capítulo. E o que dizer da descrição? É tão perfeita, que a minha imaginação me fez pensar nos cenários mais lindos, tanto que quase fiz uma mala para me mudar para a Ilha do Príncipe Eduardo (Tchau, mãe! Estou indo para o Canadá!), mas aí lembrei que não podemos viajar agora, e mesmo se pudéssemos, eu não teria dinheiro para isso. Então, é melhor continuar viajando através da imaginação apenas, mas acho que a Anne concordaria comigo que viagens assim também podem ser incríveis, se usarmos todo o alcance da nossa imaginação.

— Que dia maravilhoso! — disse Anne, inspirando fundo. — Não é bom simplesmente estar viva em um dia como este? Eu tenho pena das pessoas que ainda não nasceram por perderem isto. Elas poderão ter bons dias, claro, mas nunca poderão ter este aqui.


Os diálogos em Anne de Green Gables são um caso de amor à parte, principalmente as falas da Anne. Parece que a cada vez que ela falava, eu marcava uma citação. Mas como não amar tudo o que ela fala? Tudo o que ela é? Até porque, com a sua imaginação a máxima potência e com sua visão sonhadora, romântica, dramática e curiosa do mundo, ela pode conquistar o coração de todo leitor, o meu, com certeza, ela conquistou, cada pedacinho.

Há tantas Annes diferentes em mim. Às vezes acho que é por isso que sou uma pessoa tão problemática. Se eu fosse apenas uma Anne, seria muito mais confortável, mas não seria tão interessante assim.


Os personagens são muito bem desenvolvidos, para não dizer apaixonantes, cada um do seu jeito: o Matthew, com a sua timidez, a Marilla, com a sua postura mais rígida, e a minha amada Anne, com a sua imaginação, tagarelice, personalidade forte, inteligência e falta de sorte (porque, oh, menininha, que parece ser perseguida por problemas, viu?). Não sei se aconteceu apenas comigo ou não, mas, apesar das diferenças entre eles, eu me vi muito em cada um. Se eles existissem na vida real, eu gostaria muito que eles fossem três dos meus espíritos irmãos. Os personagens secundários também são maravilhosos, só não vou falar de cada um, para não me estender mais ainda e acabar soltando um spoiler sem querer. Eu até queria poder expressar o meu amor por certo personagem (leia-se Gilbert), mas você ainda não está pronto para essa conversa.

É melhor guardar pensamentos queridos e bonitos e mantê-los no coração, como tesouros.


Antes que eu me esqueça, preciso falar de quão linda é essa edição do Grupo Editorial Coerência. Eu poderia emoldurar essa capa e escrever um poema de amor para ela toda semana (se eu tivesse talento para isso, obviamente). A diagramação está impecável, com borboletas lindas em todo início de capítulo e bom espaçamento. As folhas são amareladas, com fonte em tamanho confortável para a leitura, até para alguém meio ceguinha como eu. Para vocês entenderem melhor a beleza desse livro, vou usar uma fala da própria Anne:

— Bonito? Oh, “bonito” não parece a palavra certa a se usar. Nem “lindo”, também. Elas não vão longe o suficiente. Oh, era maravilhoso... maravilhoso! É a primeira coisa que já vi que não pode ser melhorada pela imaginação.

Eu sou muito ansiosa, e principalmente em tempos como esse fica difícil controlar, não é? Mas ler esse livro me ajudou, me trouxe certa paz, sabe? Anne de Green Gables é um raio que luz que brilha na escuridão ao nosso redor, brilha mais que uma estrela iluminando as partes escuras da nossa vida, nos tirando das profundezas do desespero, trazendo esperança de que o amanhã pode ser melhor.

Pagamos um preço por tudo o que obtemos ou recebemos neste mundo, e, embora valha a pena ter ambições, elas não são conquistadas a um preço baixo; em verdade, exigem trabalho duro e abnegação, e muitas vezes causam ansiedade e desânimo.


Eu já li mais de mil livros na minha vida, e dentre todos eles, preciso dizer que Anne de Green Gables é um dos melhores livros já escritos no mundo. Há quem discorde? Provavelmente. Eu ligo? Nem um pouco. Porque a cada vez que leio esse livro, eu me sinto alguém melhor, e queria que todas as pessoas se sentissem assim também, lendo esse livro esplêndido pelo menos uma vez. Então, serzinho, não deixe de ler esse livro e deixar a Anne conquistar cada pedacinho de você, como conquistou cada pedacinho de mim.

Não é interessante pensar em todas as coisas que existem para serem descobertas? Isso faz eu me sentir feliz por estar viva, é um mundo tão interessante… Não seria nem metade tão interessante se soubéssemos de tudo, seria? Não haveria alcance para a imaginação, haveria?


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Anne de Green Gables
Anne #1
L. M. Montgomery
Ano: 2020
Páginas: 320
Editora: Coerência
Sinopse:
Anne Shirley é uma órfã muito peculiar. Com a notícia de sua adoção, segue animadamente para Green Gables, na Ilha do Príncipe Eduardo, mas rapidamente descobre que os irmãos Marilla e Matthew Cuthbert na verdade queriam adotar um garoto que pudesse ajudar nos afazeres da fazenda. Apesar do engano, a menininha ruiva de onze anos conquista sua nova família com suas manias imaginativas e sua dramática — ou romântica — forma de encarar a vida. Seus desafios, contudo, estão apenas começando. Guiada por pensamentos à frente de seu tempo e por uma vontade irresistível de questionar tudo ao seu redor, ela terá de encontrar seu lugar em Avonlea ao mesmo tempo em que luta para se manter longe das encrencas que parecem persegui-la. Além disso, caberá à jovem otimista conquistar também o restante da comunidade, que, composta em maioria por pessoas conservadoras, não está acostumada ao seu espírito expansivo e revolucionário.


Para comprar:

 Livro Físico
 E-book


Dinâmica, inovadora, eclética e arrojada, a Editora Coerência já chega ao mercado revelando seu diferencial: a divulgação dos autores nacionais, que têm tanta dificuldade em se fazerem notar.
Criada não apenas para viabilizar a publicação de autores (ainda) não renomados, a Coerência conta com toda uma equipe de revisores, diagramadores, ilustradores, capistas e assessores, que preparam a obra para que esta chegue com qualidade à casa de milhares de leitores em todo o Brasil.
Foi pensando em fazer com que sonhos tivessem vida que a editora-chefe, Lilian Vaccaro, formulou a Coerência, para que se tornasse não mais do mesmo, e sim um lugar onde o autor pode, acima de tudo, se realizar e ganhar experiência no mercado editorial.


Conheça mais sobre o Grupo Editorial Coerência
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01 fevereiro, 2020

Resenha :: Minha Vida Mora ao Lado

fevereiro 01, 2020 2 Comentários

Tem livros que lemos por causa da capa. Tem livros que lemos por causa da sinopse. Tem livros que lemos porque alguém indicou (ou nos obrigou a ler). Tem livros que lemos por gostar do autor... Mas eu não li Minha Vida Mora ao Lado por nenhum desses motivos. Eu o li por causa de uma única citação dele que vi em algum lugar, nem lembro onde, porque faz tempo. Em 2015 eu vi uma citação que me deixou curiosa para saber o contexto do livro a que ela pertencia e, bom, depois disso eu quis porque quis ler esse livro e, obviamente, eu o li assim que pude em um único dia 🙈

Quando coisas importantes acontecem com você, elas não deveriam ficar estampadas no seu rosto?

18 janeiro, 2020

Resenha :: Beleza Perdida

janeiro 18, 2020 2 Comentários

Tem muita coisa que eu não entendo... mas não entender é melhor que não acreditar.

Sabe quando dizem a tão famosa frase “Não é só um livro”? Então, Beleza Perdida é muito mais que um livro, é uma lição, uma história para se levar para a vida inteira. “Às vezes são os livros que nos escolhem”, outra frase famosa que se encaixa com o que sinto por essa obra tocante 💙. Sinto que ela me escolheu e me ensinou sobre perdas, sobre amizade, sobre enxergar a beleza por trás da aparência, a ser grata por todas as coisas que muitas vezes nem percebo que deveria agradecer.

Li esse livro pela primeira vez (já li quatro vezes), no primeiro semestre de 2015, após ler uma resenha em um blog que não lembro mais o nome (mas se lembrasse, agradeceria diretamente a quem o resenhou e me convenceu a ler esse livro), e que falava dele com tanto amor que eu também queria sentir aquilo, sabe? Queria me sentir arrebatada por uma história a ponto de rever conceitos de vida.


Não se deixe levar por considerarem esse livro uma releitura de A Bela e a Fera e por puro preconceito deixar de lê-lo. Beleza Perdida é muito mais que uma simples releitura, é uma história que transborda sentimentos. Transborda tanto que quanto mais você lê mais se apaixona pelos personagens (praticamente todos), principalmente pelo Ambrose (Brosey), pela Fern e pelo Bailey.

Todo mundo é protagonista para alguém. Não existem personagens secundários.

Bailey  é o primo e melhor amigo da Fern (já falo dela), e, como tem Distrofia Muscular de Duchenne, vive com os dias contados em cima de uma cadeira de rodas. Ele nasceu com toda a força que teria para o resto da vida, então em vez de ficar mais forte, fica cada vez mais fraco e perto da morte. E mesmo vivendo em uma ladeira sem poder parar, o primo da Fern não é amargo, na verdade, é otimista; não sente pena de si mesmo e lida bem com a vida que tem. Esse serzinho lindo, não fica se lamentando ("Oh! O que eu fiz para merecer isso?", "Por que eu?"), em vez disso agradece por cada dia que Deus lhe proporcionou; é paciente, perseverante e o jeito que encara a vida é inspirador, ao ponto de que enquanto lia (e me apaixonava por ele), eu queria me dar uns tapas por reclamar tanto. Ele, junto com a Fern, dão verdadeiras lições sobre o que é ter fé e acreditar que tem alguém cuidando da gente. Eu releria esse livro só por ele (Sério!), por causa da sua coragem, do seu bom humor perante as coisas boas e ruins, pela sua celebração de cada momento e de cada dia. O Bailey é “mágico”  (Meu Herói! 💛) e se personagens literários fossem estrelas, ele seria uma das mais brilhantes.


A morte é fácil. Viver é que é a parte difícil.

Fern é uma espécie um patinho feio (daquelas nerds de filmes americanos com aparelho e óculos enormes), que é apaixonada pelo Brosey (quem não seria? 🙈) desde criança, e é considerada um “milagre” pelos pais que a tiveram quando já nem tinham muitas esperanças de ter um filho por causa da idade avançada (como os pais de João Batista, Zacarias e Isabel). Esse milagre, chamado Fern, pode não ser “uma garota bonita” por ter feições esquecíveis, mas, como quem vê cara não vê coração, ela possui uma beleza interior estonteante; seu interior é tão belo que, além de transbordar luz, ele transborda até glitter 💖. Esse serzinho brilhoso e sonhador busca conforto em Deus (como boa filha de pastor) e ama escrever e ler romances, porque eles lhe dão esperança e a deixam ser quem ela quiser (livros têm poder, viu?). O seu entusiasmo pelas coisas simples, a sua fé, a sua coragem e humor perante a vida, e o seu cuidado e carinho por aqueles que ama são tocantes. Ela é um ser tocante e impagável, é um ser iluminado inspirador.

Talvez os porquês não sejam respondidos aqui. Não por não existirem respostas, mas porque a gente não ia entender se elas fossem ditas.


Brosey é o típico garoto de ouro (que cita Shakespeare! 😍), que meio que recebeu tudo da natureza. É um cara conhecido pela sua beleza e força, e que tem uma incrível destreza atlética que o faz ser um destaque nos esportes (sem ser arrogante), principalmente em luta livre que o torna o queridinho da sua pequena cidade, pelas inúmeras vitórias, e até fica conhecido pelo apelido de Hércules (ideia do Bailey). Mas ser tão querido acaba colocando muita pressão no Ambrose, do tipo de “quanto melhor você é mais é cobrado”, entende? Ele se sente pressionado com as expectativas e as altas esperanças que colocam nas suas costas, porque se algum dia falhasse ele sentia que decepcionaria a cidade inteira 😢.

Todo mundo que é alguém se torna ninguém quando fracassa.

A pressão aumenta, em vez de ir para a faculdade para continuar lutando, ele resolve se alistar para a Guerra no Iraque. (Se lembra do famoso 11 de setembro? Então, esse é um dos motivos da decisão do Brosey). E ele não faz isso sozinho, seus quatro melhores amigos (Grant, Beans, Paul e Jesse), incentivados por ele, também se alistam e o acompanham nessa perigosa aventura. Mas nem tudo são flores de cerejeira, e uma tragédia acontece. Dos cinco garotos, apenas um volta vivo; e não volta o mesmo, volta cheio de cicatrizes no corpo e na alma. A tragédia muda o sobrevivente fisicamente, e a sensação de perda, e até mesmo de culpa, o afeta emocionalmente, tocam lá no fundo, e algo “mágico” e, principalmente, um “milagre” o ajudam na superação da tristeza e no seu reencontrar com a fé, com a esperança e com o amor 💙.

Às vezes não é possível retomar a vida. Às vezes a vida está morta e enterrada, e a única opção é fazer uma nova.


Queria poder descrever todos os personagens incríveis que Beleza Perdida tem, e tentar mostrar o quão especial ele é, mas não importa o quanto eu escreva nessa resenha, porque não há palavras suficientes para o que a Amy Harmon me fez sentir, com sua escrita tão delicada, com uma narrativa em terceira pessoa que vai e volta (com flashbacks) no tempo em momentos perfeitos; onde passado e presente se encaixam de uma maneira tão magnífica, que não me resta nada mais a dizer além de que esse é um dos livros que mais amo no mundo e que mais me sinto grata por tido a honra e o privilégio de ter lido na vida.

A verdadeira beleza, aquela que não se desvanece ou se esvai, precisa de tempo, de pressão, precisa de uma resistência incrível. É o gotejamento lento que faz a estalactite, o tremor da Terra que cria as montanhas, o constante bater das ondas que quebra as rochas e suaviza as arestas. E da violência, do furor, da ira dos ventos, do rugido das águas emerge algo melhor, algo que de outra forma nunca existiria. E assim suportamos. Temos fé na existência de um propósito. Temos esperança em coisas que não podemos ver. Acreditamos que há lições na perda e poder no amor, e que temos dentro de nós o potencial para uma beleza tão magnífica que o nosso corpo não pode contê-la.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Beleza Perdida
Ano: 2015
Páginas: 336
Editora: Verus
Sinopse:
Um livro intenso, com uma história emocionante que vai permanecer no seu coração por um longo tempo.
Ambrose Young é lindo — alto e musculoso, com cabelos que chegam aos ombros e olhos penetrantes. O tipo de beleza que poderia figurar na capa de um romance, e Fern Taylor saberia, pois devora esse tipo de livro desde os treze anos. Mas, por ele ser tão bonito, Fern nunca imaginou que poderia ter Ambrose… até tudo na vida dele mudar.
Beleza perdida é a história de uma cidadezinha onde cinco jovens vão para a guerra e apenas um retorna. É uma história sobre perdas — perda coletiva, perda individual, perda da beleza, perda de vidas, perda de identidade, mas também ganhos incalculáveis. É um conto sobre o amor inabalável de uma garota por um guerreiro ferido. Este é um livro profundo e emocionante sobre a amizade que supera a tristeza, sobre o heroísmo que desafia as definições comuns, além de uma releitura moderna de A Bela e a Fera, que nos faz descobrir que há tanto beleza quanto ferocidade em todos nós.

23 dezembro, 2019

Resenha :: Três Coisas Sobre Você

dezembro 23, 2019 1 Comentários

É possível ficar imune à esquisitice.

Apelando para uma música sertaneja, preciso dizer que o que sinto por esse livro se resume em TRÊS palavras: AMOR, AMOR, AMOR, e mais nada. Sério, eu coração esse livro, porque, caraaaa, que livro mais amorzinho do cacetóvski! Está duvidando? Pois pense em um livro amorzinho. Pensou? Agora multiplica (Ok, chega de sertanejo 😅).

Sou melhor escrevendo do que falando pessoalmente. Talvez essa seja a minha chance de mostrar quem sou de verdade, diferente da otária esquisita em que me transformo quando estou perto de gente que me deixa nervosa.


Três Coisas Sobre Você é o segundo livro que leio da autora Julie Buxbaum (amei o primeiro que li, mas esse entrou no meu coração de tão fofo e amorzinho que é), é o terceiro livro dela publicado aqui no Brasil, e, incrivelmente, é o seu primeiro Jovem Adulto (YA). E sinceramente, nem parece que ela não escrevia YA antes, porque é muito bom! É um livro viciante, com uma escrita contagiante, que flui que é uma beleza. É um livro incrível, fofo, leve, engraçado, irônico, apaixonante e, bom, muito amorzinho (essa palavra resume o livro para mim 🙈).

Uma rosa é uma rosa é uma rosa. Jessie é Jessie é Jessie.

Essa obra é protagonizada e narrada pela adolescente de dezesseis anos, Jessie (pausa para dar um efeito) Holmes, que é surpreendida quando seu pai chega em casa depois de uma viagem e anuncia que se casou novamente com uma mulher que conheceu em um grupo de apoio na internet. E como se isso já não fosse novidade o suficiente, como sua nova e rica madrasta, Rachel, mora na Califórnia, muito longe de Chicago, onde a Jessie nasceu e cresceu, adivinhe quem tem que se mudar para um lugar desconhecido, longe de seus amigos e de tudo o mais? Isso mesmo, a pobre Jessie. E essa mudança toda já seria ruim, mas para a nossa protagonista é pior, porque há cerca de dois anos, ela perdeu a mãe para o câncer.

Uma das piores coisas com relação à morte é lembrar de todas as perguntas que a gente não fez, de todas as vezes em que, idiotamente, a gente presumiu que teria todo o tempo do mundo. E isso também: como todo aquele tempo não parece tempo nenhum. O que resta parece algo fabricado. Os superexpostos fantasmas de lembranças.


Pare para imaginar: você é uma filha única (que sempre é mais protegida, mais próxima dos pais, por eles serem sua única família que está sempre por perto), e perde a mãe, que é como perder um dos seus pilares de sustentação, e o mundo acaba parecendo mais opressivo, os dias parecem mais longos e infelizes... e quando você estabelece uma espécie de rotina, apesar da tristeza e da saudade da sua mãe, seu pai se casa do nada, te faz mudar para o outro lado do país, te dando uma nova madrasta (não como a da Cinderela, ok?!) e um novo irmão de consideração que tem a mesma idade que você, e se concentrando tanto na nova mulher e em procurar um novo emprego que acaba não ligando muito para os problemas que você possa ter... E lá se vai a rotina de novo.

Quando a pior coisa que você poderia imaginar acontece, você acha que todas as outras coisas antes inconcebivelmente ruins também podem acontecer.

A nova madrasta, Rachel, é bem rica e tem uma casa enorme parecida com aquelas de revista, bem diferente da antiga casa da Senhorita Holmes, que não consegue pensar nessa nova casa como seu lar. A Rachel, o Bill (pai da Jessie) e o Theo são meio que julgados injustamente no início, mas, enquanto as páginas vão indo em frente, podemos ir aos poucos entendendo cada lado e o quanto é complicado para cada um, já que todos nós temos os nossos problemas e muitas vezes eles parecem tão grandes que nem conseguimos enxergar além deles e ajudar os outros nos problemas deles quando precisam. Mas antes de entendermos esses lados, para complicar mais um pouco, a Jessie é matriculada no colégio Wood Valley (WV), que é um colégio cheio de jovens ricos que se parecem com Barbies e Kens, ou seja, bem diferentes da nossa protagonista que acaba sofrendo bullying de uma certa “vaca” (desculpe a palavra 🙊).

Já sentiu como se a sua vida fosse um longo pesadelo e você só ficasse esperando acordar, mas não acordasse nunca?

E eis que nesse colégio, onde a Jessie sofre sem poder chamar nenhum ser de amigo, surge uma luz, ou melhor, um guia espiritual que ajuda a estudante Holmes. Mas esse guia espiritual aparece sob o “manto do anonimato”, sob a forma de e-mails, se nomeando “Alguém Ninguém” (AN), que não quer revelar sua verdadeira identidade, mas revela que também estuda em WV. Será uma pegadinha? Será um admirador secreto? Um príncipe em um cavalo branco? Ou apenas alguém querendo realmente ajudar? Bom, a última pergunta é a correta (por mais que a de admirador secreto e príncipe se encaixem um pouco também 😕).

eu fico com vontade de saber o que se passa nessa sua cabeça. vou ser sincero: não costumo me interessar pelo que há na cabeça dos outros. a minha já dá trabalho suficiente.


O AN realmente ajuda a Jessie com os seus conselhos e dicas e a situação dela melhora muito. Ela consegue:
 Novas amigas, a Dri e a Agnes;
 Manter a amizade com sua melhor amiga, Scar (amiga maravilhosa essa), mesmo com a distância;
 Um emprego na livraria “Atenção Lombadas!” (amo esse nome);
 Conviver melhor com seu irmão de consideração, Theo, que é todo cheio das suas fabulosidades e que no começo não trata a Jessie e o pai dela nada bem, mas melhora e enche o livro com seu brilho e purpurina; e
 Um amigo (o AN mesmo) com quem troca e-mails todos os dias sobre tuuudo, coisas sérias, divagações meio idiotas e engraçadas, contando três coisas um ao outro (vem disso o nome do livro), conseguindo ter duas conversas ao mesmo tempo, uma no e-mail normal e outra no “assunto/cabeçalho” dele... E mesmo assim, a Jessie não consegue descobrir quem é o AN.

ISTO é mais importante do que todo o resto. isto é real. ainda que todo o resto pareça não ser na maior parte do tempo.

E quem é o AN? Não posso dizer o nome, mas ele é um personagem incrível, que entende a Jessie, por também ter perdido alguém e se sentir solitário. Ele é engraçado, divertido, meio doidinho e, claro, apaixonante, muito apaixonante, eu realmente coração AN. E durante o decorrer do livro a autora dá pistas de que o AN pode ser um entre três caras. Sinceramente, mesmo com pistas que a autora joga para a gente, a identidade do AN não é um mistério muito misterioso. Meu coração de leitora, cheio de amores irreais, soube quem era o AN desde a primeira vez que ele apareceu, ele pessoa com nome, sobrenome e beleza, a pessoa fora da tela. E se, no final do livro, a autora escrevesse que o AN era outro ser, eu teria arrancado as últimas páginas e reescrito o final com o personagem que eu amo como o Alguém Ninguém. Depois disso, eu encheria uma mala de pedras, descobriria o endereço da autora, pegaria um avião e, quando chegasse na frente da casa dela, usaria as pedras para quebrar todas as janelas em pedacinhos, como o meu coração teria ficado se o AN não fosse o... Relaxa! Vou falar quem é não, você vai ter que ler para descobrir e ficar com sorrisinho bobo no rosto que Deus te deu como eu 😄.

Imagino, ou espero, que um dia eu seja descoberta – que eu seja vista de verdade – não como uma aliada, uma colega de estudos ou como parte da mobília, mas como alguém de quem gostem, talvez até amem.


Três Coisas Sobre Você é um ensinamento sobre aceitar mudanças inesperadas; sobre manter memórias dentro de si sem deixar de viver por causa delas; sobre a importância de amigos que entram na nossa vida de um jeito único, mas que fazem a diferença para melhor, ajudando a nos manter de pé, nos apoiando quando precisamos de um ombro amigo; e, principalmente, é sobre como lidar com recomeços que parecem que tiram sua felicidade, mas que, na verdade, te ajudam a melhorar, te ensinam, te evoluem, te ajudam a “grandecer”. Enfim, está esperando o que para começar a ler esse livro e se apaixonar por ele também? Vai logo, vai! 👋😘

Os dias perfeitos são para pessoas com sonhos pequenos, possíveis de serem realizados. Ou talvez para todos nós eles só aconteçam em retrospecto: só são perfeitos agora porque contêm alguma coisa irrevogável e irrecuperavelmente perdida.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Três Coisas Sobre Você
E se a pessoa de quem você mais precisa for alguém que você nem conhece?
Ano: 2016
Páginas: 288
Editora: Arqueiro
Sinopse:
Setecentos e trinta e três dias depois da morte da minha mãe, 45 dias após o meu pai fugir para se encontrar com uma estranha que ele conheceu pela internet, 30 dias depois de a gente se mudar para a Califórnia e apenas sete dias após começar o primeiro ano do ensino médio numa escola nova onde conheço aproximadamente ninguém, chega um e-mail. Deveria ser no mínimo esquisito, uma mensagem anônima aparecer do nada na minha caixa de entrada, assinada com o bizarro nome Alguém Ninguém. Só que nos últimos tempos a minha vida tem estado tão irreconhecível que nada mais parece chocante.