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23 fevereiro, 2017

Resenha :: Os Filhos de Anansi (Anansi Boys)

fevereiro 23, 2017 22 Comentários

“Histórias são teias conectadas fio a fio. E você deve seguir cada história até o centro, porque o centro é o final. Cada pessoa é um fio da história.”

Conheci as obras do Neil Gaiman primeiramente pelas HQs (mais precisamente "Sandman") e depois decidi ir para os livros. Descobri que Neil Gaiman é um abusador da imaginação quando comecei por Deuses Americanos (quem sabe um dia eu tenho coragem e faço resenha dele), mas acho que a melhor opção para começar é Os Filhos de Anansi, que é algo que já te prepara para os próximos livros dele mostrando a magia, as descrições, a fantasia moderna e o poder da música.

“Essa história começa, assim como a maioria das coisas, com uma música. Afinal de contas, no começo havia as palavras, e elas vinham acompanhadas de uma melodia. Foi assim que o mundo foi feito, que o vazio foi dividido e que a terra, as estrelas, os sonhos, os pequenos deuses e os animais vieram ao mundo. Eles foram cantados.”

Nas primeiras páginas conhecemos Charles Nancy, um homem inseguro, reservado e o mais discreto possível, também conhecido como Fat Charlie ("Charlie gordo" em tradução livre) apelido dado por seu próprio pai; Sr. Nancy um velhinho de chapéu fedora verde e luvas de cor limão, simpático, alegre, mulherengo e sacana que adora pegadinhas; e Rosie a noiva de Fat Charlie.

Notamos, no começo do livro, que Charles tem uma relação conturbada com seu pai, já que o mesmo vivia pregando peças nele quando era criança.

O livro é cheio de misticismo, magia africana e caribenha, mostra o poder das músicas e das palavras. A História se inicia com Charles recebendo a notícia da morte de seu pai e depois desse acontecimento, Charles, é mergulhado forçadamente nesse mundo místico da cultura africana.

A História mostra bem como em certos momentos nossos pais nos envergonham, e todo mundo que já passou vergonha por causa de qualquer parente vai sentir a agonia de Charles em vários momentos do livro.

“Depois de crescer, as dúvidas infantis se solidificaram em uma certeza sólida de que a Vida, do nascimento ao túmulo, era tudo o que havia, e todo o resto era imaginação. Tinha sido uma coisa boa de acreditar, pois lhe permitira lidar com a dor da vida...”

Esse foi um livro um tanto difícil de resenhar, já que para quem pretende ler existem algumas surpresas no começo do livro que eu não gostaria de estragar numerando-as. É uma história bem humorada e bem construída, e uma coisa que o Neil Gaiman faz que é genial nos livros dele é: pegar uma pessoa comum e expor a loucura que é a fantasia.

Os Filhos de Anansi é um excelente livro para quem quer começar a literatura do Neil Gaiman e se acostumar com os abusos que ele faz com a sua imaginação.

"Coisas impossíveis acontecem. E quando acontecem, a maioria das pessoas apenas lida com elas. No dia de hoje, como em todos os dias, cerca de cinco mil pessoas na face da Terra vão experimentar coisas que acontecem uma vez em um milhão, e nenhuma delas vai recusar a acreditar nas provas que seus sentidos lhe oferecem. A maioria vai dizer, em sua própria língua, o equivalente a: Que mundo estranho, não é? E depois vai seguir em frente."

Nota :: 

História do Clube

Conheça a primeira resenha do Vini aqui no Clube!
Clique e leia Guerra do Velho ― John Scalzi

Informações Técnicas do livro

Os Filhos de Anansi
Ano: 2015
Páginas: 328
Editora: Intrínseca
 
Sinopse (Skoob): 
Charlie Nancy tem uma vida pacata e um emprego entediante em Londres. A pedido da noiva, ele concorda em convidar o pai para seu casamento e fazer uma tentativa de reaproximação, já que há vinte anos os dois não se falam. Enquanto isso, no palco de um karaokê na Flórida, o pai de Charlie tem um ataque cardíaco fulminante. A viagem de Charlie até os Estados Unidos para o funeral acaba se tornando a jornada de uma nova vida. Charlie não tinha ideia de que o pai era um deus. Menos ainda de que ele próprio tinha um irmão. Agora sua vida vai ficar mais interessante... e bem mais perigosa. Embrenhando-se no território de lendas e deuses pagãos, a poderosa narrativa de Neil Gaiman leva o leitor a mergulhar nessa história fantástica e bem-humorada sobre relações familiares, profecias terríveis, divindades vingativas e aves muito malignas.

09 fevereiro, 2017

Resenha :: Eu Sou a Lenda (I am legend)

fevereiro 09, 2017 5 Comentários

"O mundo ficou louco, pensou. Os mortos andam por aí e eu acho isso normal."

Infelizmente, tenho o desprazer de ter tido minha primeira experiência com a obra através da adaptação em filme com o Will Smith, sem saber da existência do livro, descobrindo-o após alguns anos, e me recordo de ter realmente gostado. Porém Will Smith não merece o título de “Eu sou a lenda” por estar praticamente de férias no apocalipse. Alguns pequenos detalhes me incomodaram ao longo do filme, um deles foi a apresentação do cachorro, na qual o conceito de solidão que deveria ser construído ao decorrer do filme foi totalmente destruído. Não estou aqui para falar do filme, e sim da obra prima das histórias de terror do autor Richard Matheson. 

Este havia sido meu primeiro contato com um apocalipse vampírico, solidão, sobrevivência e desejos humanos sendo explorados de forma tão extrema. Onde posso afirmar que Robert Neville (a personagem principal) é para mim uma das personagens mais humanas da ficção, não que eu tenha me identificado com a personagem, mas sim pela frustração das situações em que Neville é exposto, e como ele reage a elas, se entregando compulsivamente aos vícios, como bebidas e cigarros, tentando se distrair de todas as formas possíveis com músicas, livros e filmes e tentando não pensar no passado, nunca.

Logo no início do livro vemos uma pequena rotina na manhã de Neville: ele passa todas as manhãs fazendo manutenção e proteção de sua casa, já que todas as noites os vampiros se reúnem ao redor da mesma e ficam jogando pedras, fazendo barulhos e até mesmo se insinuando para Neville, desafiando-o a sair de sua casa. Na parte da tarde Neville se permite gastar seu tempo com outros afazeres, como procurar suprimentos, pesquisar livros úteis e se livrar de corpos que ficam em seu quintal e afins.

Não existem personagens a serem analisados a não ser o próprio Neville, seu passado é um mistério e só o descobrimos com pequenos flashbacks, que aparecem durante o livro. Neville, precisa lutar contra suas "necessidades humanas", que por sua vez são seus maiores inimigos, como, por exemplo, a abstinência sexual, que se torna terrível quando ele olha para as vampiras de sua casa a noite, elas ficam se mostrando e tentando seduzi-lo para que ele saia da casa; sua memória, que o atormenta quando não está se distraindo com suas pesquisas e seus vícios; e, sem dúvida alguma, lutar contra sua solidão, que o atormenta mais do que qualquer outra coisa, fazendo com que aja impulsivamente em vários momentos e transformando-o em uma pessoa ranzinza, estressada e amarga.

Ele se obriga a aceitar esse mundo em que é imposto. Apesar de demorar muito tempo e duvidar dos próprios princípios, Neville se transforma ao decorrer do livro em um sobrevivente, se importando pouco com a organização ou saúde, desejando morrer em vários momentos, mas sempre seguindo em frente. 

“Eu sou a lenda” é um livro que não se pode ler rapidamente, é preciso entrar no clima e sentir as angústias de Neville. É um livro que mostra como as pessoas podem se transformar com a solidão e confinamento, sendo obrigadas a se adaptarem e melhorarem sempre. Sem dúvida está no meu top cinco de livros favoritos.

Reflita: E se você fosse o último humano do planeta?

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Eu Sou a Lenda
Ano: 2015
Páginas: 384
Editora: Aleph
 
Sinopse (Skoob):
Uma impiedosa praga assola o mundo, transformando cada homem, mulher e criança do planeta em algo digno dos pesadelos mais sombrios. Nesse cenário pós-apocalíptico, tomado por criaturas da noite sedentas de sangue, Robert Neville pode ser o último homem na Terra. Ele passa seus dias em busca de comida e suprimentos, lutando para manter-se vivo (e são). Mas os infectados espreitam pelas sombras, observando até o menor de seus movimentos, à espera de qualquer passo em falso... Eu sou a lenda, é considerado um dos maiores clássicos do horror e da ficção científica, tendo sido adaptado para o cinema três vezes.

26 janeiro, 2017

Resenha :: A Guerra do Velho (Old Man's War)

janeiro 26, 2017 8 Comentários

Uma das coisas que eu acho que um livro deve possuir é uma frase que seja capaz de prender seu leitor, e a frase de “Guerra do Velho” é:

"No meu aniversário de 75 anos fiz duas coisas: visitei o túmulo da minha esposa, depois entrei para o exército".

Essa é uma frase que me deixou extremamente curioso, eu só conseguia pensar: "Quem aceitaria um senhor de 75 anos no exército?". E não é nenhum grande mistério.

A humanidade chegou em seu momento de colonização planetária, então existem várias empresas em conjunto para que isso ocorra, uma delas é a FCD (Forças Coloniais de Defesa) e ela aceita pessoas somente acima de 75 anos.

Existem espécies infinitas de alienígenas, os mais bonitinhos podem ser os mais terríveis que acham a carne humana é algo exótico e delicioso, enquanto os mais horrorosos podem ter um acordo de paz com a humanidade, e mais uma infinidade de alienígenas que não sabemos da existência podem aparecem em um planeta pré-colonizado ou que está sendo preparado para a colonização.

A História é narrada por John Perry, um homem correto, bem humorado e muito cativante que tem alguns problemas com o filho.John faz amizades com várias pessoas durante sua viagem para treinamento, eles são: Jesse Gonzalez, Harry Wilson, Thomas Jane, Susan Reardon, Alan Rosenthal e Maggie, eles são chamados de “Os Velharias”, como se realmente fossem uma gangue.

Durante o livro John tem várias crises éticas com o que eles fazem e é exposto a muito estresse durante o campo de batalha, lembrando bem os soldados que ficam realmente traumatizados com os acontecimentos durante as guerras.

O livro possui vários momentos nos quais você se sente alegre e quer ser amigo dos personagens, eles são todos incrivelmente simpáticos. Assim como também existem vários momentos em que você se sente mal por estar lendo e pelos personagens que inclusive são uns dos melhores momentos e mais memoráveis. “Guerra do Velho” é um livro excelente e indispensável na estante de quem gosta de ficção científica e histórias de guerra.


Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Guerra do Velho
Ano: 2016
Páginas: 368
Editora: Aleph
Sinopse (Skoob):
A humanidade finalmente chegou à era das viagens interestelares. A má notícia é que há poucos planetas habitáveis disponíveis – e muitos alienígenas lutando por eles. Para proteger a Terra e também conquistar novos territórios, a raça humana conta com tecnologias inovadoras e com a habilidade e a disposição das FCD - Forças Coloniais de Defesa. Mas, para se alistar, é necessário ter mais de 75 anos.
John Perry vai aceitar esse desafio, e ele tem apenas uma vaga ideia do que pode esperar. "Guerra do Velho" é frequentemente comparado a um dos maiores clássicos da ficção científica: Tropas Estrelares, de Robert Heinlein. O próprio Scalzi já confirmou que Heinlein é uma das suas maiores influências e que a obra foi escrita seguindo os princípios que ele acredita serem próprios da escrita do autor que tanto admira.
Scalzi é um dos principais nomes da ficção científica contemporânea. Ganhador dos prêmios Hugo e Locus, o autor conquistou público, crítica e mercado. Em fevereiro de 2015, fechou um contrato com a editora Tor Books de cerca de $3,4 milhões, para publicar 13 livros nos próximos 10 anos. O canal SyFy está produzindo uma série de TV – chamada Ghost Brigades – como adaptação do livro, e a Paramount já comprou os direitos para levar a história para as telas do cinema.