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20 junho, 2019

Resenha :: O Véu Entre Mundos

junho 20, 2019 8 Comentários

Queridos faroleiros, já li Graham: O Continente Lumúria  (resenha aqui) e Lazaro: A Maldição dos Mortos (resenha aqui) do autor paulista Vinicius Fernandes, mais conhecido pelo pseudônimo A. Wood. Só faltava O Véu Entre Mundos dele para ler.

Stephen King disse, em A Torre Negra, que há outros mundos além deste. E se o véu que divide esses mundos começasse a se rasgar? A partir dessa premissa, o autor desenvolve a história de Alice Limberger.


Alice está cansada de sua vida estressante. Ela estuda letras à noite e durante o dia trabalha em uma escola onde ensina inglês para crianças. Alice ainda tem que dividir sua atenção com o namorado Marco e a mãe que trabalha na lanchonete da família.

Alice e Marco se conheceram no colegial e já namoram há uns 3 anos. Os dois estavam fazendo piquenique no parque do Ibirapuera quando viram surgir um portal em pleno ar.

O frio aumentou de supetão e, por um momento, a moça não soube distinguir se o que via era real ou se ela estava tonta e prestes a desmaiar. A área que a separava do namorado parecia estar borrada [...]. Mas, na fração de segundos após isso, o barrão sumiu e houve um barulho de implosão, como se o próprio ar tivesse se consumido.

Esses portais sobrenaturais começam a aparecer aleatoriamente em diversos lugares do planeta, provocando o desaparecimento de várias pessoas e o aparecimento de fadas, seres que até então só existiam em livros de fantasia.

Gosto muito da forma como o autor conduz suas histórias. Ele começa devagar e aos poucos você vai se envolvendo com a narrativa e se afeiçoando aos personagens. Em Graham e Lázaro há personagens gays, mas o foco da história não é a sexualidade deles. É apenas uma de suas características. Acho isso bem inovador. Não temos um personagem gay em O Véu Entre Mundos, mas Alice precisa conhecer a sua história, saber quem realmente é, para poder se aventurar entre os mundos. (Não é exatamente isso que os gays precisam fazer?)

Comprei a obra direto com o autor. A edição tem boa diagramação, páginas amarelas e um mapa do Reino de Fäerie. No início de cada capítulo há uma ilustração de dois belos unicórnios. O livro que recebi, devidamente autografado <3 , não tem orelhas, mas sei que a editora Selo Jovem lançou alguns títulos nas duas versões: com e sem orelhas.

Mais uma vez o autor A. Wood entrega uma fantasia bem construída que se passa em plena São Paulo, com personagens imperfeitos e uma boa dose de ação.

Fiquei sabendo que o autor vai relançar Graham: O Continente Lumúria em uma edição ilustrada e com final alternativo pela editora Pandragon. Além disso, temos uma nova história saindo do forno para a Bienal do Rio deste ano.

Com amor, André


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

O Véu Entre Mundos
Ano: 2016
Páginas: 208
Editora: Selo Jovem
Sinopse:
"O andarilho sorriu satisfeito mais uma vez. Aquele não era o seu mundo. Tudo ali era muito diferente do que aquilo com que estava acostumado. Mas isso não significava que já não tivesse visto aquelas coisas antes. Ele estudara por muito, muito tempo.
E agora finalmente conseguira.
Havia cruzado a barreira entre dois mundos."

Nós não estamos sozinhos no Universo.
Quando Alice Limberger e seu namorado, Marco, têm um estranho encontro com uma fada no parque do Ibirapuera, suas vidas e a de todos os moradores da cidade de São Paulo começam a mudar da noite para o dia. Portais sobrenaturais se abrem misteriosa e aleatoriamente em diversas regiões, ocasionando no sumiço de pessoas e no aparecimento de seres que até então só existiam em livros infantis. Como e por que esses portais estão aparecendo, Alice não consegue explicar, mas descobrirá que é apenas o começo de uma reação em cadeia na qual ela está envolvida no centro de tudo.


A editora Selo Jovem é uma empresa independente, que atua no mercado do livro desde 2013. É uma editora com base sólida e confiável, pois o objetivo da Selo jovem é publicar obras com 100% de qualidade literária, sem pressa e trabalhando duro na revisão dos textos; sem jamais desistir, para ganhar experiência e amadurecer a cada dia.

23 maio, 2019

Resenha :: O Medo de Virgília

maio 23, 2019 0 Comentários

Queridos faroleiros, comecei a ler O Medo de Virgília sem nenhuma informação sobre o livro lançado pela editora parceira Selo Jovem. Também não conhecia o trabalho da autora gaúcha Rosa Mattos, mas fiquei intrigado com a sinopse.

Cercada por pessoas desajustadas (psicopatas, neuróticas, depressivas, insanas, obsessivas, fóbicas e inescrupulosas), Virgília luta para manter sua sanidade mental.

Virgília é uma personagem forte que se mudou da pequena Cristal para a grande Porto Alegre. Ela vive em um apartamento herdado pela mãe para poder ficar perto da irmã mais nova que está internada em uma clínica psiquiátrica na cidade.

Ela consegue arrumar trabalho como gerente de uma joalheria, onde conhece Alex, o entregador de joias da empresa de segurança. Os dois se envolvem, mas Alex tem um dom incomum. Ele é capaz de entrar na mente das pessoas e obriga-las a fazerem o que ele quiser, inclusive se matar.

A história é narrada em primeira pessoa e os capítulos são alternados com outros personagens, à medida em que eles surgem na vida da nossa protagonista. Pessoalmente ou em forma de lembranças. São personagens estranhos com histórias tão bizarras que conseguem prender a nossa atenção.

Durante a leitura, fiquei imaginando como esses personagens afetariam a história da nossa protagonista, mas, ao chegar no final do livro, percebi que Virgília funciona como um fio condutor para diversos contos.

A autora Rosa Mattos é gaúcha e encantou-se pelas letras desde pequena. Ela sempre escreveu minicontos, contos e prosas, e talvez isso tenha ficado marcado em seu DNA. 

A nossa imaginação é capaz de criar e aumentar os fatos, nos tornamos reféns de nossos próprios pensamentos.

O Medo de Virgília não funcionou como romance único para mim. Somente as histórias de Marília, a irmã mais nova, e de Alex, o namorado, é que se conectam diretamente com a história principal. As demais histórias acontecem meio que paralelamente. Por isso disse que o livro funciona melhor como uma seleção de contos interligados.

A edição da Editora Selo Jovem é muito boa. O livro tem orelhas, páginas amarelas e diagramação adequada para uma leitura agradável.

Com amor, André.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

O Medo de Virgília
Ano: 2014
Páginas: 200
Editora: Selo Jovem
Sinopse:
Cercada por pessoas desajustadas (psicopatas, neuróticas, depressivas, insanas, obsessivas, fóbicas e inescrupulosas), Virgília luta para manter sua sanidade mental.
Dividida entre cuidar da própria vida e ajudar seus familiares que precisam dela financeiramente, muda-se de Cristal (pequena cidade gaúcha) e vai morar sozinha em Porto Alegre, num apartamento herdado pela mãe. Assim, poderá ficar mais perto de Marília, sua irmã mais nova, internada numa clínica depois de tentar matá-la, após sofrer um surto psicótico.
Virgília começa a trabalhar como gerente de uma joalheria. Lá, conhece Alex, o entregador de joias. Os dois se apaixonam. E em pouco tempo, serão envolvidos por um laço de amor que os manterá unidos contra todas as adversidades.
Além de ser um homem apaixonante, Alex possui um dom incomum que o torna capaz de tirar vidas, ou salvá-las. E este seu dom, terá um papel importante para os rumos desta história.
Uma trama onde o grande mistério é descobrir como Virgília conseguirá lidar com tantas situações difíceis que a cercam, sem enlouquecer.


A editora Selo Jovem é uma empresa independente, que atua no mercado do livro desde 2013. É uma editora com base sólida e confiável, pois o objetivo da Selo jovem é publicar obras com 100% de qualidade literária, sem pressa e trabalhando duro na revisão dos textos; sem jamais desistir, para ganhar experiência e amadurecer a cada dia.

22 março, 2019

Resenha :: Pense 2x

março 22, 2019 0 Comentários

Eu sou o dono do meu destino: eu sou o capitão da minha alma. (William Ernest Henley)

Olá faroleiros.

Hoje trago para vocês um romance e que é uma dica de leitura notável: Pense 2x, do autor Sérgio Pereira. Essa história fará o leitor mergulhar numa realidade triste e, infelizmente, comum a alguns jovens. Também vai induzi-lo a pensar no quanto suas atitudes podem atingir as pessoas ao seu redor. 


João Vitor, Pedro e Milla são jovens comuns moradores da cidade do Rio de Janeiro. Enquanto João e Pedro gozam de uma vida confortável, Milla é uma garota de classe média baixa. Todos eles estudam na mesma escola, porém Milla é a novata que, graças a uma bolsa de estudos, teve a oportunidade de estudar ali.

Acabei de completar dezoito anos, sou surfista nas horas vagas, tenho brothers fantásticos e a namorada mais gata do colégio e, apesar de ter a péssima fama de pegador, juro que sou fiel. Ou é essa a imagem que eu quero passar adiante. Mas que culpa eu tenho de ser bonito, atraente, olhos verdes, rico e no auge dos meus dezoito anos? Nenhuma!

Recém-chegada, a garota está totalmente perdida entre os colegas. Então, na porta da biblioteca, um acidente leva Milla a se esbarrar em João e, de quebra, conhecer Pedro. O que Milla não esperava era a atitude grossa e preconceituosa de João, que logo foi xingando a garota e humilhando ela na frente de Pedro mesmo depois de ter pedido desculpas por derramar café em sua blusa.

— Vejo que entra ano e sai ano, e você continua o mesmo, cara. Sinto pena por você ser desse jeito — Pedro continuou a andar. O segui, com raiva. — Você tem noção do quanto faz as pessoas sofrerem? Ela não fez por mal... É só uma camisa!

Milla tinha um problema com sua aparência e fazia tratamento psicológico para superar o bullying sofrido no colégio anterior. Ela não esperava que fosse encontrar ali mais intolerância e preconceito.

Eu não quero ser mais fraca. Eu quero ser forte. E para isso eu não vou me esconder atrás de tratamentos desnecessário e remédios que nunca me fizeram bem.

Estudando na mesma sala, os encontros eram constantes. Para piorar a situação do relacionamento deles, João tinha uma namorada tão fútil e preconceituosa quanto ele: Carol. A menina magra e esnobe fazia de tudo para ofender e humilhar Milla.

— Eu acho que todo mundo tem uma segunda chance para melhorar, mas vejo que a sua hora ainda não chegou. Você acha que dinheiro compra tudo, mas está profundamente enganado quanto a isso. Do que adianta ter do bom e do melhor, mas ver que as pessoas só gostam de você pelo que você têm, e não pelo que você é.
— Quanto a Carol, eu não sei. Eu ainda estou procurando alguma qualidade nela, mas sabe quando você busca, busca, busca, mas não encontra nada?

Ao mesmo tempo Pedro, um cara do bem e amigo, tentava apaziguar e orientar João. Eles cresceram juntos e tinham uma proximidade grande. Proximidade essa questionada por Carol que acabou por expor sua orientação sexual na frente de todos os amigos deles, somente porque João começou a ver o quanto Carol era ruim e que ele não a amava, terminando o relacionamento do casal.

Pedro estava levando aquilo tudo muito a sério e, para piorar, ele tinha como uma ajudante pessoal, a tal da Milla. Ambos tinham tantas coisas em comum que me dava até certo medo. Mas o que mais eu notava em comum entre os dois era a velhice precoce. Porra, os dois eram certinhos demais e isso me dava ódio!

Nessa altura Milla e Pedro haviam cultivado uma amizade sincera, o que incomodou demais João. Perturbado pelo constrangimento passado, e a ignorância do seu amigo João, que alegou sentir repulsa pelo fato dele ser gay, Pedro leva seu sofrimento as últimas consequências.

O Pedro sentiu quando você não quis escutá-lo, mas sentiu mais ainda quando todos riram dele na piscina. A Carol não mediu a consequência desastrosa do que ela falou poderia trazer à vida do Pedro.
Será que a gente tem que perder quem ama para acordar na vida e pensar duas vezes antes de fazer alguém sofrer mais uma vez?

É aí que João, no momento de desespero, encontra em Milla toda ajuda, carinho e sinceridade que ele nunca encontrou em casa ou com Carol. E desse relacionamento dos dois nasce o amor verdadeiro. João tem a oportunidade de apreciar com Milla outra realidade, uma que ele ignorava e repudiava. O garoto terá todos os motivos para mudar, e “pensar duas vezes” antes de agir, ferindo as pessoas ao seu redor.



Sei que pequenas ações podem mudar a vida de alguém. E era o que estava acontecendo comigo: a Milla entrou em minha vida para me fazer cair na real e me ensinar a olhar o mundo de uma forma diferente.

É incrível como podemos encontrar lições de vida muito importantes numa história. A gente sente que ganhou ali um aprendizado para a vida. Foi assim que me senti ao terminar de ler Pense 2x, de Sérgio Pereira.  Até determinado capítulo da história, a leitura me incomodou um pouco, pois ela contém cenas marcantes de bullying e agressão verbal. Isso, porque sou uma leitora sensível e muito emotiva.

Por isso, ao perceber qual a mensagem abordada pelo autor fiquei completamente rendida à história e aos personagens. João é um protagonista forte e que mais sofre transformações ao longo da história, mas Pedro é o mais sensível deles. Já de início percebemos seu amor por João, porém Pedro nunca cogitou contar ao amigo o que de fato sentia. E Milla é marcante. Quando acompanhamos tudo que ela passa na vida, vemos que tinha tudo para sequer estudar e ser responsável. Mas a garota optou por dar a volta por cima e ser alguém na vida.

É por isso meu ensejo em dizer que este livro traz diversas lições que, na verdade, são advertências para o que muitos jovens passam hoje em dia. Algumas são sobre: bulimia e anorexia, bullying, intolerância, preconceito e uso de drogas.

Acho que quando você tem certa maturidade somada a ter a pessoa certa que você ama e confia ao seu lado, tudo se torna maravilhoso. Por mais que o João não tivesse prática, e muito menos eu, foi lindo, foi certo, foi com amor.

Pense 2x é emocionante e envolvente. Indico essa história para adolescentes e adultos também por ser uma leitura fluida e instrutiva. Mas que não deixa de ser um romance super fofo, afinal.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Pense 2x
Sérgio Pereira
Ano: 2019
Páginas: 180
Editora: Selo Jovem
Sinopse:
Mila descobre que se adaptar a recente mudança de colégio e fazer novos amigos continua sendo uma árdua tarefa em sua vida. Lidar com novas pessoas nunca foi o seu forte, ainda mais se tratando de pessoas como o João Vitor, um modelo de ser humano que ela sempre detestou: insuportável, esnobe e intragável.


A editora Selo Jovem é uma empresa independente, que atua no mercado do livro desde 2013. É uma editora com base sólida e confiável, pois o objetivo da Selo jovem é publicar obras com 100% de qualidade literária, sem pressa e trabalhando duro na revisão dos textos; sem jamais desistir, para ganhar experiência e amadurecer a cada dia.

04 fevereiro, 2019

Resenha :: A Fuga do Lugar das Sombras

fevereiro 04, 2019 7 Comentários

Olá, quero dividir com vocês um pouco da minha leitura desse livro. Gente, sério eu comecei a trilogia pelo livro dois sem nem me dar conta. Como as histórias são individuais não atrapalhou a leitura, você pode conferir a resenha de: Horas de Amor e Tensão, mas acho legal começar pelo primeiro livro, para não ficar como eu, morrendo de vontade de entender algumas coisas.

Então vamos lá, mais uma vez nesse romance policial adulto, recheado de mistério, o autor brinca com as passagens do tempo, explicando e prendendo a atenção do leitor aos detalhes, porque sabemos que pessoas e acontecimentos do passado, não estão sendo contados sem um propósito.

Sentaram-se na poltrona sob um silêncio desolador. Coisas de aparências.

Outra característica do autor é mostrar o perfil psicológico do personagem e as características físicas, sem nos "contar o que ele está pensando", nos deixando assim como detetives que tem que lidar com a descrição dos acontecimentos e fatos, para montar o  complexo quebra-cabeça, tanto dos mistérios, quanto das motivações, antes do desfecho onde tudo será, finalmente, revelado. A partir do momento dessa revelação, a história dá "voz" a alguns pensamentos que nos mostram as peças faltantes do quebra-cabeça.


O livro começa nos apresentando 4 amigos, adolescentes, que decidem aproveitar a viagem dos pais de um deles e curtir os prazeres de serem jovens. E assim, eles pegam o carro da mãe do dono da casa e partem para uma festa na cidade de Nova Esperança. Ali, guiados pela imprudência da idade misturada ao álcool e as drogas, a emoção do proibido e perigoso, cometem um crime. E para encobri-lo e deixar na impunidade, selam um pacto: decidem esquecer que aquilo aconteceu e seguir com suas vidas. Porém Oscar, diferente dos outros três amigos, não conseguiu esquecer e seguir adiante.

Ela não podia deixar aquilo acontecer com aquele rapaz simpático e bonito que havia conhecido tempos atrás. Fechou a porta, tremeu de medo, decidiu apostar sua vida.

E assim vamos, sendo levados a descobrir como foi a vida após "esquecer e seguir em frente", ou no caso de Oscar a penitência e o sofrimento com a culpa e as lembranças daquele dia, sem conseguir ter uma vida ou uma morte que alivie as dores dessa prisão. Assim, descobrimos que o passado tão presente para ele, volta a ser algo também na vida de seus amigos, afinal a dívida do ato naquela noite, começa a ser cobrada.

Com essa narrativa intercalada entre passado e dias atuais somos levados a redobrar a atenção a cada detalhe ou pessoa revelada na trama, porque cada informação poderá ser decisiva na hora de desvendar o mistério do que houve de tão terrível naquela noite.


Não era igual, parecia bem pior ... aquele rapaz já estava morto, encarcerado em alguma terra sombria.

Junto a esse mistério, vamos descobrindo que outros pequenos e grandes mistérios precisam ser desvendados antes do principal. A começar pelo título, que nos leva a indagar que alguns monstros no escuro são reais e outros não são nem de longe o que aparentam ser, que o mistério criado pela luz projetada num objeto pode enganar e criar algo que não está verdadeiramente lá. Afinal de contas, será que a prisão da culpa não é a pior prisão? Que nos prende dentro de nós mesmos, que nos impede de viver. Ou o desejo de vingança? Que aprisiona e torna-se uma obsessão que dá sentido a vida de quem luta por esse objetivo. A grande questão é: o que existiria depois de cumprido o desejo de vingar-se, liberdade ou um grande vazio?

E assim, em poucas páginas é impossível parar de ler e deixar de descobrir tudo sobre os eventos que estão acontecendo. Afinal o que é a verdade, senão a zona cinza entre as várias versões de um fato? E como podemos voltar a encontrar a luz que dá sentido a nossa vida,  quando estamos presos pela culpa, dor, remorso e desejos sombrios de vingança e punição, seja para com outro ou para com nós mesmos?


— O prazer foi todo meu. Obrigada por tudo. Sentirei sua falta. — Vomita o mundo de faz de contas que vive e recomece.

Deixo aqui meus parabéns ao autor por criar um livro que me surpreendeu várias vezes e de várias maneiras positivas, que criou com tanta sagacidade pontos de tensão e mistério e também momentos de uma delicadeza ímpar.  Aguardo ansiosa pelo desfecho da série.


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do livro

A Fuga do Lugar das Sombras
Adriano Cipreste
Ano: 2016
Páginas: 200
Editora: Selo Jovem
Sinopse:
Nas margens do famoso e belo Rio Italiano, que era vital a cidade de Nova Esperança, numa noite triste, fria e sem brilho das estrelas, um grito de desespero cortou o silêncio da madrugada. Algo hediondo aconteceria naquela noite macabra...
Quatro amigos bêbados e possuídos pelo desejo carnal cometem um terrível infame. Após o trágico acontecimento, as horas viraram dias, semanas se tornaram anos.
Apenas mais um crime que não passaria de estatísticas, outra vez tudo seria esquecido. No entanto, não há segredo que o tempo não revele. O espectro retornou em busca de sua vingança.

Recomendado para maiores de 16 anos.


 _____Sobre o Autor_____

Adriano Cipreste


É capixaba, nasceu na capital do Espírito Santo, mas viveu a maior parte de sua vida na cidade de Pancas - ES, interior. Possui graduações em Ciências Contábeis, Matemática, Docência do Ensino Superior e Logística. É contador e Professor de Matemática da rede pública estadual. Ocupando atualmente a direção de uma escola.
É idealizador do projeto: O Círculo do Livro Rasgado. Pelo seu gosto por leitura resolveu escrever o seu primeiro livro: A fuga do lugar das sombras. Atualmente está escrevendo a sua segunda obra, um romance inspirado nas estrelas.

03 janeiro, 2019

Resenha :: Lázaro: Maldição dos Mortos

janeiro 03, 2019 0 Comentários


Oi faroleiros, o Clube é parceiro da Editora Selo Jovem e a fantasia Graham: O Continente Lemúria, escrita por A. Wood, pseudônimo do paulista Vinícius Fernandes, foi meu primeiro contato com a editora. Gostei muito e pedi para resenhar outra obra do autor — Lázaro: A Maldição dos Mortos

Quando comecei a ler Lázaro, me lembrei de Augustus Waters, personagem de A Culpa é das Estrelas, que adora livros de zumbis. Ele ia adorar Lázaro: A Maldição dos Mortos. Três carretas param em plena Avenida Paulista e, de dentro delas, mortos-vivos são liberados, espalhando o caos pela cidade de São Paulo. Luca e Pietro são amigos do trabalho e eles fogem do escritório na tentativa de sobreviverem aos ataques e reencontrarem suas famílias. Durante esse pesadelo, eles ajudam velhos amigos e conhecem novas pessoas. 

Dizem que os zumbis representam a decadência da sociedade, então, lutar contra eles é como lutar contra tudo o que há de mal na humanidade.

Afinal qual era o sentido da vida? Quantas vezes vive-se pensando nisso? Por que nascemos? Para que estamos nesse mundo? Qual o propósito disso tudo?

O livro é dividido em duas partes. A partir da segunda parte, chamada de Regeneração, o que era um bom livro de zumbi se tornou em uma ótima fantasia. Esse plot twist podia ter acontecido antes. Teria gostado ainda mais do livro. Na verdade, não sou como o Augustus Waters. Não gosto tanto da mitologia dos zumbis. 

Uma das grandes qualidades de A. Wood é que ele sempre aborda a diversidade sexual em seus livros, sem que isso seja o foco da narrativa. É apenas mais uma característica de seus personagens, como na vida real. 

A capa feita por Ademir Alves é irada! O livro que recebi não tem orelhas, mas a editora informou que está fazendo as duas versões: com e sem orelha. Acho legal a editora dar opções para o leitor, mas eu vou preferir sempre a versão com orelhas. Não há muito espaço entre as linhas, o que faz com que a leitura não flua como deveria, mas a narrativa do autor nos deixa curioso para saber o que vai acontecer em seguida. Quem será o próximo a morrer? 

Lázaro: A Maldição dos Mortos é bom! Tem um ritmo frenético, com muita ação, sangue, tripas e mortes, mas a mitologia de vampiros e lobisomens de Graham me agradou mais. 

Com amor, André.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

     
Lázaro: A Maldição dos Mortos
A. Wood 
Ano: 2017
Páginas: 212
Editora: Selo Jovem
Sinopse:
Avenida Paulista - 18h00min
Três carretas.
De dentro delas, mortos-vivos são liberados, espalhando o caos pela cidade de São Paulo. Do dia para a noite, a sociedade tem suas estruturas abaladas e entra em colapso. Ao mesmo tempo, Luca, seu tio e amigos tentam a todo custo escapar do pesadelo. Mas sair da cidade não é o fim, e sim apenas o começo da era dos mortos-vivos. De onde eles vêm? Será que a maior cidade da América Latina resistirá?
Do autor de “Graham - O Continente Lemúria”, “Lázaro - A Maldição dos Mortos” tem um ritmo frenético que prende o leitor da primeira à última página.


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 _____Sobre o Autor_____

Vinícius Fernandes (A. Wodd)

Nasceu em São Paulo no dia 25 de fevereiro de 1992. Conheceu o mundo literário com 7 anos, depois de aprender a ler. Então, aos 12, criou sua primeira história, que se estendeu por uma trilogia não publicada. Também escreve contos que publica em seu blog pessoal (brenooficial.wordpress.com). Escrever desde os 12 anos de idade permitiu-lhe aprimorar suas habilidades até chegar a seu primeiro romance sólido, Graham – O Continente Lemúria, que assina sob o pseudônimo de A. Wood.
Formado pela Universidade São Judas Tadeu em Tradução e Interpretação, o autor atualmente mora em São Paulo, onde atua como professor de inglês, tradutor e intérprete.