02 dezembro, 2017

Resenha :: O Fim é Apenas o Começo (Trilogia Tenebris #1)

dezembro 02, 2017 12 Comentários

Trilogia Tenebris - Livro #01


O livro começa te levando para o inferno, a sala do trono de Heylel, um ser que outrora fora anjo de nome Lúcifer e agora caído recebe vários nomes. Como toda boa fantasia que evoca esse cenário te causa o desconforto de esta num lugar onde sua educação religiosa te ensinou a evitar a todo custo. Entenda isso é ótimo, esse desconforto é una indicação superpositiva para história. Outra coisa que amei de cara é o uso de um nome pouco comum pro lugar e personagens de muitos nomes. Mostra conhecimento e também inteligência de escrita por parte da autora de fugir do meio comum.

Lauren filha de Robert e Anna, é uma adolescente de 17 anos que tem sérios problemas com seu pai por não conseguir entender o discurso religioso beirando o fanatismo e uma vida antagonista ao discurso encontrando na mãe um porto seguro fonte de amor e também preocupações pelo sofrimento gerado no difícil ambiente da pequena família. A maior dificuldade nos estudos está no fato de ser uma pessoa que "funciona" melhor a noite e que encontra em seu amigo Gabriel aquele irmão de coração. Acho que me apaixonei por Gabriel quando ele disse duas palavrinhas no caminho para escola. (Se você já leu te conto quais, se não leia e tente descobrir). 

Vale destacar que a família de Lauren para mim foi a parte mais fácil e mais difícil de entender. E também foi um forte aliada para entender as nuances das críticas e das pontas de onde a trama seria puxada para dar corpo e também volume a toda trama. Em todo mundo espiritual e também da fantasia a ponta mais frágil delas é o ser humano. A ponta falha, mortal e dúbia, por ser o meio peso entre a balança do bem e do mal.

O início do livro é fundamental para não cairmos no engano de achar que este será outro livro de uma adolescente num triangulo amoroso. Tenebris é muito mais que isso a começar pela personagem Lauren, que descobre que suas estranhezas são mais que apenas peças pregadas por sua mente. Quando Lauren se descobri Naiara, ela não só tenta absorver tudo, incluindo a verdade que lhe foi negada em sua vida até o momento como também encara isso como uma resposta as suas dúvidas até aquele momento. Ela sabia que existia algo errado que não combinava com o que esteva vivendo, e não ficou de "mimimi" quanto a isso. Deixo meu elogio a autora, tudo foi tão bem escrito que ao sentar para escrever esse texto eu nem me lembrava da "Lauren" tamanha a aceitação de Naiara.

"– Não existe mais Lauren, sabe disso. Deve ser por isso, então, que estou diferente. As coisas mudaram, Gabriel, e eu precisei mudar, por mim, por meus pais, por você."

Não, não foi algo fácil para ela, mas com certeza a presença de Agare, um demônio General dos Exércitos de () foi fundamental para a conexão de Naiara com "ela mesma" foi feita de maneira irremediável. Mas como tudo num "inferno" que se prese, já aviso: Desconfie de tudo e de todos afinal no inferno não existe lealdade e sim aliados! 

Durante toda a trama temos ação, batalhas, novas descobertas e muita ação, cada descoberta que Naiara faz sobre si ela toma posse sem restrições, sem amarras incluindo a sua sexualidade e seus sentimentos. Do começo ao final da história surpresas e revelações são feitas te mantendo atento principalmente as sombras. Além da fantasia e algum romance, Erika coloca pitadas de um humor fino e irônico, perfeito para o ambiente da trama. Vale deixar o registro que ela não escreveu os seres infernais como humanos no sentido das atitudes e sentimentos, então espere encontrar em todos eles MUITO dos sete pecados e de todos os outros e possíveis variações o que dá credibilidade ao texto e aos personagens.

"- Acho engraçado esse estereótipo que vocês humanos criaram ao meu respeito, nem mesmo em meus momentos mais tenebrosos me encontrei vermelho e com rabo. Aliás, vermelho nem me cai bem."

A história não é apenas envolvente, é extremamente sedutora e difícil parar de ler até o momento. As citações a textos bíblicos feitas de forma extremamente respeitosa e durante a leitura não observei nenhuma heresia comparando aos preceitos bíblicos cristãos então leia sem esse receio. Mas já aviso eu recomendo a leitura mas já aviso, já adquira o segundo livro A Herdeira do Sheol porque a vontade de parar não existe só aquela sensação horrível que você vai ler mais uma hora chegará ao final do livro. Antes de ler o próximo livro, vou aproveitar para ler os dois contos que a autora já publicou. Heylel e Anna: A história não contada e Agares: O anjo sem asas.

Quanto a edição, vale destacar a diagramação do e-book. De longe uma das, senão a mais bonita que vi em livros digitais até o momento no kindle. As citações no início de cada capítulo são perfeitas e combinam com os capítulos. 


Nota :: 



Meu agradecimento a autora por me aceitar como parceira pelo Clube do Farol, com todo carinho e a total liberdade de dizer o que eu achei da obra. 


Informações Técnicas do livro

Tenebris
O Fim é Apenas o Começo
Trilogia Tenebris #1
Ano: 2017
Páginas: 270
Editora: Skull
Sinopse:
Lúcifer há muito não é “aquele que traz a aurora”, como seu nome sugere. Desde que liderou a rebelião contra seu Criador foi condenado a Sheol, o inferno, onde instaurou seu próprio reinado. Muitos o seguiram, porque acreditaram nele. Tornaram-se seus serviçais ou aliados.
No entanto, Lúcifer se sente sozinho e cansado de sua existência. Depois de trai-Lo, sente falta de Deus, da essência divina, de uma razão verdadeira para a sua vida. Seria possível, um dia, a Ele retornar?
Agora conhecido como Heylel, é na Terra que Lúcifer encontra alguém que mudaria seus sentimentos. Anna, uma bela mulher, ensinou-lhe o amor e presenteou-o com uma filha. Heylel amou ambas com todo o seu coração.
Mas nem sempre é possível viver o que se deseja. Heylel não é humano e sua essência desvirtuada já não é divina. Ele é o Senhor de Sheol e seus demônios não estão contentes com a passividade de seu líder. Uma guerra se aproxima e Heylel precisará envolver nela seu bem mais precioso: sua família.
Carregado de tensão, incertezas, amores, bruxas, anjos e demônios, esse romance convida o leitor a pensar que nem sempre o que sabemos é verdadeiro. Até mesmo o Diabo pode surpreender!



 _____Sobre a Autora_____


Erika Gomes


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Mãe, esposa, profissional, dona de casa, e , antes de tudo, autora.
Mãe de três filhos, casou cedo e aos 22 anos já era mãe. Uma daquelas mães que se faz mãe até daqueles que nem mesmo idade para serem seus filhos tem.
Sempre foi apaixonada por outras vidas, outros mundos, coisas sobrenaturais sempre lhe despertaram a atenção. Qual outro universo lhe permite ir além de você mesmo se não os livros?! Infelizmente, quando mais nova, a situação financeira não lhe permitia dar asas as suas vontades e compulsão por livros, mas a independência financeira enfim chegou e com ela o começo da sua coleção literária.
Aos poucos notou que uma nova Erika nascia em si. As ideias passaram a respirar e se mover, como uma criança sendo gerada. Sentia os movimentos de uma nova ideia, o crescer de um novo sonho. Em menos de um ano, assim como uma gestação, nasceu Tenebris.


01 dezembro, 2017

Leitura Conjunta :: Regresso à Terra-Média

dezembro 01, 2017 0 Comentários

J.R.R. Tolkien é um escritor extremamente influente, seus livros cativaram diversos leitores ao redor do Mundo e irão continuar encantando por muitos e muitos anos. Como sempre, nós leitores sentimos saudades dos livros que tanto nos marcaram e tem seu lugar de honra em nossos corações, então o Clube do Farol, em parceria com o Instagram Corvos de Odin, traz a vocês o projeto Regresso à Terra-Média!

Durante os próximos meses, ingressaremos na leitura coletiva de “O Hobbit”, “A Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” e “O Retorno do Rei”. Porém, como não queríamos fazer apenas mais uma leitura coletiva, resolvemos convidar alguns amigos queridos e fazer a abordagem de diversas vertentes que foram inspiradas pela Terra-Média, sejam as adaptações cinematográficas, os jogos ou as canções.



O projeto “Regresso à Terra-Média” está sendo planejado com muito amor e carinho, para todos os tipos de leitores e/ou apreciadores da obra de Tolkien, sejam os iniciantes ou os veteranos. 

Caso tenha interesse em participar de nossa comitiva e entrar nessa aventura memorável pela nossa amada Terra-Média, basta entrar em nosso grupo de Whatsapp clicando aqui


Será ótimo contar com a companhia de todos nos próximos meses!

30 novembro, 2017

Resenha :: Corte de Asas e Ruína (Court of Wings and Ruin)

novembro 30, 2017 2 Comentários

 Pode conter spoiler dos livros anteriores.

Confira as resenhas dos primeiros livros dessa saga!

"Lembre-se de que você é uma loba. E não pode ser enjaulada."

Primeiramente eu gostaria de dizer (ou escrever, no caso ) que se eu fosse cardíaca eu não estaria aqui hoje. Provavelmente, estaria a sete palmos debaixo da terra ou na UTI de algum hospital, porque, pelo amor de Afrodite, é muita coisa nesse livro para um coraçãozinho qualquer aguentar, principalmente um cheio de buraquinhos como o meu 

Eu realmente acho que meu coração parou de bater por alguns segundos ao ler certas palavrinhas que nunca, NUNCA, deveriam estar juntas em uma frase. Sarah J. Maas, eu sei que, às vezes, você tem um lado um pouquinho maquiavélico (não no nível do George R. R. Martin, ainda bem), mas por misericórdia, mulher, tenha pena dos meus nervos. Enfim, vamos ao que interessa.

"Lutaremos pela vida, por sobrevivência, por nossos futuros."

No livro anterior muita coisa aconteceu e como consequência uma guerra é inevitável e a nossa “Feyre, querida”, depois de uma mentira que contou para conseguir salvar a todos que amava, está infiltrada na Corte Primaveril, fingindo ser a mesma Feyre vulnerável de antes, para tentar descobrir informações úteis sobre seus inimigos e promover um conflito interno dentro da Corte do Tamlin (E o Oscar de melhor atriz vai para... Feyre! A toda poderosa Grã-Senhora da Corte Noturna! ), enquanto o nosso amado Rhysand e o restante da Corte dos Sonhos buscam formas de vencer a luta contra Hybern, que conta com todo o poder do Caldeirão a seu favor, um poder destruidor e imenso (as irmãs da Feyre, Nestha e Elain, que o digam ). E para ter chances de vencer essa guerra sacrifícios e alianças poucos prováveis são feitas, mas será que mesmo com tudo isso, todos, humanos e feéricos, conseguirão sair vivos?

"Sempre considerei a morte como um tipo de boas-vindas pacífico; uma cantiga doce e triste que me atrairia para o que quer que esperasse depois."

Esse resumo ficou bem ruinzinho, eu sei, principalmente por ser de um livro de quase 700 páginas, mas imagina o tanto de coisas que acontecem e o tanto de spoiler que eu poderia soltar se me empolgasse. O que posso dizer é que ainda quero ir para Velaris e morar lá enquanto viver; que a escrita da Sarah J. Maas continua maravilhosa, assim como o enredo, narração, cenário e tudo mais continuam muito bons também; que, mesmo com uma guerra iminente, os personagens desse livro ainda estão cheio de hormônios e as descrições de certas cenas completamente desnecessárias ainda existem, infelizmente, por mais que eu torcesse para que não existissem (mas quem sou eu na fila do pão, não é mesmo? ), e que eu fico impressionada com o quanto os personagens desse livro parecem querer morrer. É como se alguém perguntasse “Quem quer morrer?” eles sairiam pulando e gritando “Eu, eu, eu!”. Oh, povinho que gosta de um sacrifício .

"Mas isso é guerra. Não temos o luxo de ter boas ideias, apenas de escolher entre ideias ruins."

E falando de personagens, vamos falar um pouquinho deles. Cassian, Azriel, Mor e Amren continuam maravilhosos e guerreiros incríveis. As irmãs da Feyre, Nestha e Elain tiveram um papel (e poder) beeeeem maior dessa vez (principalmente, a Nestha), e podemos esperar muito delas nos próximos livros. O Lucien voltou a ter meu respeito. O Tamlin, ahn, é o Tamlin e prefiro me preservar e não falar sobre ele. E a Feyre... Bom... Sabe o começo do livro anterior em que a Feyre estava super para baixo? Esqueça! Ela evoluiu muito e agora é a Grã-Senhora da Corte Noturna, meu bem, abraçou todo o poder que tem e ao lado do nosso amado Rhys, ela escolheu ser uma guerreira lutando pela liberdade e paz tanto de feéricos quanto de humanos. E o que dizer do Grão-Senhor mais poderoso, lindo, maravilhoso, “tudibom” que existe? É bem difícil encontrar palavras para expressar o quanto amo o Rhys , o quanto tenho vontade de colocar ele em potinho, o quanto ele me fez sofrer com tudo o que faz para proteger e sua família e o seu povo. “Rhys me leve para Velaris! Faça de mim sua Grã-Senhora! Seja o meu céu e me deixe ser as suas estrelas! Vamos dançar sobre o céu estrelado ouvindo Perfect do Ed Sheeran!” (Estou viciada nessa música)... Tudo bem, parei . Mas é muito amor envolvido, sabe?

"Não tinha certeza se nascera com a habilidade de perdoar. Não por terrores infligidos àqueles que eu amava. De minha parte, não importava — não tanto. Mas havia um pilar fundamental de aço dentro de mim que não podia se dobrar ou quebrar. Não podia suportar a ideia de deixar aquelas pessoas saírem impunes pelo que tinham feito."

A relação da Feyre e do Rhys é tão linda e invejável. Não só é amor, é companheirismo, apoio, parceria, confiança, respeito, força... O Rhys não trata a Feyre como se ela fosse feita de vidro, ou banca um cara do tipo "Fique aqui presa e segura na torre do castelo, princesa, eu te protejo" . Não! Ele a incentiva a encontrar e aprimorar o poder dela. É claro que ele quer a proteger, afinal ele a ama, mas ele sabe que a sua "parceira" é poderosa e pode muito bem resolver muitas coisas sozinha, sem a interferência dele. Ele confia na capacidade dela, e caso a Feyre precise dele, o Grã-Senhor da Corte Noturna sempre a ampara e a apoia, como ela também sempre o ampara e o apoia, porque eles são parceiros, são iguais, se respeitam, se protegem, se apoiam, se suportam, se entendem, se amam . Eles tem um relacionamento que todos deveriam ter como meta. Não tem um achando que é melhor que o outro, não tem desrespeito e nem desconfiança e ciúme. Eles são poderosos separados e ainda mais poderosos juntos, compartilhando a vida, seus espíritos, seus pensamentos, seus corações. Se não for para ter um parceiro/namorado/marido como o Rhys eu nem quero. Vou criar gatos . Obrigada .

"Eu teria esperado quinhentos anos mais por você. Mil anos. E, se esse foi todo o tempo que nos foi permitido... a espera valeu a pena."

Esse terceiro livro tem de tudo: mortes para todo lado; personagens que reaparecem só para morrer (ou não ); OTP que cruzamos os dedinhos desde o livro anterior para acontecer, mas que pelo jeito fomos iludidos (pelo menos, eu fui ); indícios de um futuro novo triângulo amoroso; segredos revelados; alianças e acordos que pessoas normais com certeza evitariam... 

Só como aviso, as reações esperadas ao ler Corte de Asas e Ruína podem ser: "Eita", "Espera aí, o que eu perdi?", “Misericórdia”, “Nãoooooooooooooo”, “Que triste”, “Que tenso”, “Que lindo”, “Owwwnnnt, que fofo”, “De novo, não”, “Caraca”, “Que #@&$#&@#”, “Deu ruim”, “Mayday, Mayday”, “Não creio!”, “Prevejo coisas ruins”, “Sério isso?”, “Cadê o chão?”, “Como é que se respira mesmo?”... Na verdade, o melhor a se fazer a jogar as mãos para o alto e seja o que a Sarah J. Maas quiser. Sério, vai por mim, é o melhor que você pode fazer.

"... A luz pode ser encontrada até mesmo no mais escuro inferno. (...) Bondade pode prevalecer mesmo em meio à crueldade."

Corte de Asas e Ruína pode parecer um fim, mas também é um começo, pois muitas pontas ainda estão soltas e muita história ainda está por vir. Esse é um livro sobre guerra, sacrifício e medo, mas também sobre coragem, amizade, respeito, companheirismo, amor e esperança, e tudo isso, bebê, gera uma força descomunal . Até! 

"O que achamos ser nossa maior fraqueza pode ser, às vezes, nossa maior força. E que a pessoa mais improvável pode mudar o curso da história."

Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Corte de Asas e Ruína
Em meio à guerra, é seu coração que enfrentará a mais árdua das batalhas...
Corte de Espinhos e Rosas #3
Ano: 2017
Páginas: 687
Editora: Galera Record
Sinopse (Skoob):
O terceiro volume da série best-seller Corte de Espinhos e Rosas, da mesma autora da saga Trono de Vidro em “Corte de Asas e Ruína" a guerra se aproxima, um conflito que promete devastar Prythian. Em meio à Corte Primaveril, num perigoso jogo de intrigas e mentiras, a Grã-Senhora da Corte Noturna esconde seu laço de parceria e sua verdadeira lealdade. Tamlin está fazendo acordos com o invasor, Jurian recuperou suas forças e as rainhas humanas prometem se alinhar aos desejos de Hybern em troca de imortalidade. Enquanto isso Feyre e seus amigos precisam aprender em quais Grãos-Senhores confiar, e procurar aliados nos mais improváveis lugares. Porém, a Quebradora da Maldição ainda tem uma ou duas cartas na manga antes que sua ilha queime.

28 novembro, 2017

Resenha :: Dumplin

novembro 28, 2017 0 Comentários

Quando vi o lançamento deste livro, publicado pela Editora Valentina, a sinopse chamou a atenção, assim como a capa. A linda Elisabete Finco, gentilmente me emprestou seu exemplar para que eu realizasse a leitura, já deixo meu agradecimento aqui, por além disso, ter me tirado da zona de conforto (de novo)!

Em Dumplin’ conhecemos Willowdean, ou Will para os mais chegados, ela é uma adolescente de 16 anos, apaixonada por Dolly Parton e gorda assumida. A melhor amiga de Will, Ellen, é seu oposto, alta e magra, mas isso nunca ditou a amizade delas que vem desde a infância.

Dumplin’ é o apelido que Will recebeu de sua mãe ainda na infância (que ela não gosta muito, principalmente se for chamada assim em público), se trata de um bolinho frito. A mãe de Will é louca pelo peso, é uma ex-Miss do Concurso Miss Jovem Flor do Texas e, também, diretora deste. Lucy, a falecida tia de Will, era um porto-seguro para ela e também uma segunda mãe, o amor que Will nutria por ela era imensurável.
                            
Will, levava uma vida normal em Clover City (uma pequena cidade do Texas), mas quando começou a trabalhar numa lanchonete de Fast-food e conheceu - e ficou perdidamente atraída por – Bo, sua cabeça fica de pernas para o ar, e ainda mais quando descobre que o sentimento é correspondido.

“– Não podemos ter coisas maravilhosas o tempo todo. Esqueceríamos o quão são maravilhosas.”

Como a sinopse entrega, Will decide participar do Concurso Miss Jovem Flor do Texas e com ela, vão algumas meninas totalmente fora do padrão de um concurso de misses, o que achei sensacional. Esse concurso é um evento enorme na cidade, todos querem prestigiar, a mãe de Will fica realmente ensandecida nesse período, e aqui vemos essa relação entre mãe e filha, as trocas de farpas, o amor, as divergências, etc.

Ao longo dessa jornada, as personagens vão evoluindo e se redescobrindo, passando por diversos altos e baixos, e resolvendo os conflitos internos que tem, a forma que a autora foi conduzindo o livro me agradou porque ela conseguiu captar bem todas as inseguranças que temos nesse período conturbado de nossas vidas que é a adolescência.

Gostei muito da narrativa de Julie Murphy, bem leve e divertida, existem diversas passagens repletas de bom humor no livro que me fizeram gargalhar bem alto, e terminei essa leitura querendo ser amiga da Will! Acho que a autora conseguiu transmitir muito bem todos os dramas da adolescência, como: o primeiro beijo, o primeiro amor, insegurança com a aparência, novas amizades e intrigas, além da dor da perda. É um livro que vai muito além do peso.

“Há algo no bíquini que faz com que as mulheres achem que precisam que conquistar o direito de usá-lo. E isso é um absurdo. Na verdade, o critério é muito simples: você tem um corpo, não tem? Então veste um e manda ver!”

A capa do livro transmite muito bem do que a história se trata, os marcadores que a Editora Valentina fez são simplesmente encantadores e um mimo a parte, a diagramação está muito bem feita também (a única coisa que me incomodou um pouco foi que a primeira página de cada capítulo tem uma fonte maior do que o restante) e o livro possui capítulos curtos, o que me agrada muito.

Concluindo, recomendo a leitura, espero que gostem de Dumplin’ e que seja uma leitura bem divertida e leve, mas que também faça refletir. Novamente agradeço a Elisabete Finco por me tirar da zona de conforto e me apresentar, despretenciosamente, uma história tão divertida!

Até a próxima!

"O que vale é esse lembrete de que, seja você quem for, sempre haverá alguém mais bonito, mais esbelto ou mais inteligente. A perfeição não é nada mais do que um fantasma que perseguimos."

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Dumplin'
Cresça e apareça. Faça e aconteça!
Dumplin' #1
Ano: 2017
Páginas: 336
Editora: Valentina
Sinopse (Skoob):
Especialmente para os fãs de John Green e Rainbow Rowell, apresentamos uma destemida heroína e sua inesquecível história sobre empoderamento feminino, bullying, relação mãe e filha, e a busca da autoaceitação. Sob um céu estrelado e ao som de Dolly Parton, questões como o primeiro beijo, a melhor amiga, a perda de alguém que amamos demais e “estou acima do peso e ninguém tem nada com isso” fazem de Dumplin’ um sucesso que mexerá com o seu coração. Para sempre. Gorda assumida, Willowdean Dickson (apelidada de Dumplin’ pela mãe, uma ex-miss) convive bem com o próprio corpo. Na companhia da melhor amiga, Ellen, uma beldade tipicamente americana, as coisas sempre deram certo... até Will arrumar um emprego numa lanchonete de fast-food. Lá, ela conhece Bo, o Garoto da Escola Particular... e ele é tudo de bom. Will não fica surpresa quando se sente atraída por Bo. Mas leva um tremendo susto quando descobre que a atração é recíproca. Ao contrário do que se imaginava – a relação com Bo aumentaria ainda mais a sua autoestima –, Will começa a duvidar de si mesma e temer a reação dos colegas da escola. É então que decide recuperar a autoconfiança fazendo a coisa mais surreal que consegue imaginar: inscreve-se no Concurso Miss Jovem Flor do Texas – junto com três amigas totalmente fora do padrão –, para mostrar ao mundo que merece pisar naquele palco tanto quanto qualquer magricela.


24 novembro, 2017

Resenha :: Morte e Vida de Charlie St. Cloud (The Death and Life of Charlie St. Cloud)

novembro 24, 2017 3 Comentários


Criados sozinhos por sua mãe, Charlie e Sam St. Cloud são inseparáveis. Como bons seguidores dos Red Sox que são eles não deixam de acompanhar um único jogo do time na liga beisebol.

Certo dia, Charlie resolve levar seu irmão mais novo ao estádio para que ele possa assistir de perto. Sendo os dois menores de idade, o irmão mais velho de Sam resolve pegar o carro da vizinha, que está viajando, para poder chegar ao estádio. Acompanhados de seu cachorro Beagle, os irmão têm uma noite e tanto. O que eles nunca imaginaram é que na volta para casa, eles bateriam de frente com um caminhoneiro bêbado e sofreriam um grave acidente.

"Quando você é jovem tudo parece o fim do mundo… Mas não é. É apenas o começo."

Após 13 anos, Charlie nunca deixou de cumprir a promessa feita ao seu falecido irmão. Todos os dias, depois de acabar seu expediente no cemitério onde trabalha, ele vai ao encontro de Sam para jogar Beisebol. É que Charlie ganhou um dom um tanto interessante: ele podia ver, tocar e até conversar com qualquer espírito. E era isso que ele fazia com seu irmão mais novo.

"Eles poderiam estar em qualquer lugar ou em lugar nenhum. Não importava. Eles estavam juntos."

Charlie se encontra preso entre dois mundos. E é nessa prisão particular que ele conhece Tess Caroll. Uma cativante velejadora/empreendedora local que mudaria completamente sua vida. Agora Charlie teria que escolher entre viver sua vida plenamente ou sobreviver dia após dia com o espírito de seu irmão. “E descobrir que milagres podem acontecer se nós simplesmente abrirmos nossos corações”.

"...Algum dia nós vamos nos encontrar. Eu acredito nisso com todo o meu coração. Até que esse momento chegue, eu quero que você mergunlhe em busca dos seus sonhos. Quero que você confie no seu coração. Quero que você viva por amor. E quando estiver pronto, venha me encontrar. Eu estarei esperando." 

Certo, eu não pensei que esse livro fosse tão profundo quanto é. Eu na verdade nunca consegui entender plenamente sua sinopse. Entretanto sempre consegui achar interessante. Quando comecei sua leitura, tive uma sensação de mistério que logo foi substituído pela dor que senti após a separação dos irmãos St. Cloud. Mesmo contendo essa informação na sinopse, a forma crua como isso aconteceu me deixou completamente abalado. E essa dor se estende até o final.

“Confia no teu coração se os mares pegarem fogo. E viva pelo amor, mesmo que as estrelas caminhem em direção oposta.”

Morte e Vida de Charlie St. Cloud é rico amor, amizade, bravura, compaixão. Tento imaginar como seu autor, Ben Sherwood, lidou transferindo tanta informação para o papel. Informações sensíveis. Ele conseguiu transmitir a dor do Charlie para o leitor do início ao fim. Um rapaz que se culpa pela morte de seu irmão, visto que ele não podia dirigir, abdicar 13 anos da sua vida para tentar recompensar de alguma forma a morte trágica de Sam. Confesso que foi uma grata surpresa toda essa sensibilidade em um livro de 296 páginas. É verdade que um ótimo livro não precisa ter 679 páginas. Então não me resta obrigar todos vocês a lerem essa obra. Rico em todos os sentidos, aposto que Bem Sherwood também irá conquistá-lo. 

"Obrigado pela graça da respiração. Pela graça da vida. Pela graça de todos os momentos." 

Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Morte e Vida de Charlie St. Cloud
Ano: 2010
Páginas: 296
Editora: Novo Conceito
 
Sinopse (Skoob):
Um coração dividido entre dois mundos. Em uma pacata vila de pescadores da Nova Inglaterra, Charlie St. Cloud cuida dos gramados e monumentos de um antigo cemitério onde seu irmão mais jovem, Sam, está enterrado.
Após sobreviver ao acidente de carro que tirou a vida de seu irmão, Charlie recebe um dom extraordinário: ele consegue enxergar, conversar e até mesmo brincar com o espírito de Sam.
É neste mundo místico que entra Tess Carroll, uma cativante mulher treinando para navegar sozinha ao redor do mundo em um veleiro. O destino faz com que seu barco seja apanhado por uma violenta tempestade, trazendo-a assim para a vida de Charlie. Sua bela e incomum ligação os leva a uma corrida contra o tempo e a uma escolha entre a vida e a morte, entre o passado e o futuro, entre apegar-se ou deixar o passado para trás – e a descoberta que milagres podem acontecer se nós simplesmente abrirmos nossos corações.