11 abril, 2018

Resenha :: A Vez da Minha Vida

abril 11, 2018 13 Comentários

Já pensou em encontrar a sua Vida cara a cara? Já pensou se ela fosse uma pessoa? Não do tipo meloso “Amor, você é minha vida” (pausa para vomitar ), mas uma pessoa que representa como a sua vida é, como ela está? Se você não pensou, não se preocupe, a Cecelia Ahern pensou e escreveu um livro com isso!

A vida tem um jeito de conseguir o que quer quando realmente sabe o que quer.

Para ficar mais fácil de compreender, digamos que a sua vida seja uma vida maravilhosa, então ela teria a aparência de um cara lindo, de tirar o fôlego e tal; e se fosse uma vida ruim seria um cara feinho, com acne, manchas na pele, gordura localizada... Talvez sem nenhum dente sequer se a sua Vida estiver numa fase beeeem ruinzinha .

Pensando bem, isso é um pouco preocupante, estou com medo de achar que minha vida é bela e ela aparecer na minha frente parecendo que foi atropelada por um caminhão (duas vezes ). Melhor parar de pensar nisso, né? Vamos focar na vida alheia, ou melhor, na vida da Lucy. (Só na dela, ok? Não estou incentivando a fofoca aqui ).

Amo a Vida da Lucy, não o jeito de viver da protagonista, mas o personagem Vida, deu pra entender? Para ajudar, a partir de agora vou chamar a Vida dela de Cosmo (ideia da Vida, não minha), ok? E o Cosmo é um cara (sim, é um homem, tenha a mente aberta!) bem judiado pela Lucy, por causa das mentiras, das más escolhas dela; por ela ser do tipo que empurra a vida com a barriga.

Mas ela nem sempre foi assim. Tudo começou a desandar quando o relacionamento de cinco anos que ela tinha com o seu ex, Blake, terminou e ela começou a mentir. A primeira mentira foi incentivada pelo Blake (leia o livro para entender), e para sustentar essa mentira ela foi contando outras, e para sustentar essas outras ela foi mentindo cada vez mais, e desse modo, sua vida se baseava em uma bola de neve de mentiras que estava rolando ladeira abaixo levando a sua felicidade junto.

Nessa ladeira, depois de quase três anos mentindo às pencas: ela evitava a família; fugia ou não era muito verdadeira com os amigos; não ligava muito para o seu trabalho, era só algo para ter como pagar as contas; morava em um cubículo com os seus vestidos como cortina; adotou um gato “hermafrodita” (mais gato menino que gata menina fisicamente, mas mais gata menina psicologicamente, eu acho ), o Senhor Pan; tinha um carro (Sebastian) que era uma risco para a sua vida; e ainda pensava no Blake (muito!). E não fazia nada para lidar com isso, até o Cosmo aparecer.

— Suponha que você tivesse um amigo, que sempre a apoiasse e você sempre o apoiasse, mas ele não está mais tão presente na sua vida quanto costumava estar, [...] ele se afasta de você cada vez mais, não importa o quanto você tente alcançá-lo. [...] Ele anda tão ocupado com seu trabalho, com seus amigos e com seu carro! Como você se sentiria?  
— Veja, suponho que você esteja se referindo a mim nessa hipótese, mas isso é ridículo. [...] Eu nunca trataria um amigo assim. 
— Mas você faria isso com sua vida.

O Cosmo não apareceu do nada, ele é um funcionário que trabalha na “Agência Vida”, que objetiva colocar a vida das pessoas nos eixos, as ajudando a dar mais atenção às suas vidas. E para ajudar Lucy, Cosmo marca um encontro (precisou de muita insistência), depois outro (precisou de mais insistência ainda) e por fim, vai morar com a Lucy, vai com ela para o trabalho... Enfim, vira a sombra (nada muda) dela.

Engano seu se acha que o Cosmo é todo polido para lidar com a nossa protagonista, ele implica e discute com ela, pega no pé, puxa a orelha,  a desmente na frente das pessoas... Ele vira um auditor do cotidiano da Lucy, aponta os erros e a ajuda (do seu jeito) a corrigi-los. 

— O que você está aqui para corrigir?  
— Não sei, é uma cirurgia exploratória. Eu examino todas as áreas e vejo qual é o problema.  
— Então, você é o endoscópio retal.  
Ele fez uma careta.  
— Mais uma vez estamos tendo problemas de metáforas.

Mas ele total razão em ser implicante, né? É a Lucy que toma as decisões, mas é ele quem sofre as consequências! Já pensou se tudo o que você faz de bom e de ruim fosse refletido em uma pessoa? Então, no caso da Lucy é tudo refletido no Cosmo. É quase como se, por acaso, a Lucy resolvesse jogar uma pedra para o alto e em vez de a pedra cair nela, cairia bem no olho do Cosmo. Se ela chupasse limão, ele sentiria o azedo e faria careta. Se ela resolvesse encher a cara e ficar bêbada, ele que aguentaria a ressaca. Se a Lucy desse farinha para o diabo, é a Vida dela que comeria o pão que o diabo amassou. Deu para entender? É claro que não funciona exatamente assim, mas esses foram apenas exemplos para ficar mais fácil de entender que o Cosmo é um ser sofredor. Pobrezinho. A aparência, a saúde e o humor dele são consequências das atitudes da Senhorita Silchester. E mesmo assim, ele é o melhor personagem de longe; com um humor meio sarcástico, ácido e negro, sabe? Ah! O sarcasmo! Ah! O humor negro! Eu os amo tanto! Sempre fui convicta de que os personagens sarcásticos são os melhores... Na boa, a Vida da Lucy (Cosmo) é uma pessoa apaixonante. #VidaTeAmo .

Falando em pessoa apaixonante, o Don também é. Ele é o número errado que é o certo para causar suspiros. #DonTeAmoTambem  (Mas amo mais o Cosmo, óbvio).

Enfim, você deve ter percebido que A Vez da Minha Vida é um livro divertido e reflexivo ao mesmo tempo, que nos faz dar boas risadas e refletir como estamos tratando a nossa vida. Então o leia, o ame, e pense: Como anda a minha vida? Como ela pode melhorar? Será que ela precisa mais de mim?

“Enquanto você está por aí, sua vida também está. Assim como você derrama amor, carinho e atenção sobre seu marido, sua esposa, seus pais, filhos e amigos que o cercam, tem que fazê-lo igualmente com sua vida, porque ela é sua, é você, e está sempre lá dando força para você, torcendo por você, mesmo quando você se sente fraco.”


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

A Vez da Minha Vida 
E se você tivesse a chance de mudar a sua vida?
Ano: 2012
Páginas: 384
Editora: Novo Conceito
Sinopse (Skoob): 
Certo dia, quando Lucy Silchester volta do trabalho, há um envelope de ouro no tapete. E um convite dentro dele para se encontrar com a Vida. Sua vida. Pode soar peculiar, mas Lucy leu sobre isso em uma revista. De qualquer forma, ela não pode ir ao encontro: está muito ocupada desprezando seu emprego, fugindo de seus amigos e evitando sua família. Mas a vida de Lucy não é o que parece. Algumas das escolhas que fez — e histórias que contou — também não são o que parecem. Desde o momento em que ela conhece o homem que se apresenta como sua vida, suas meias-verdades são reveladas totalmente — a não ser que ela aprenda a dizer a verdade sobre o que realmente importa. Lucy Silchester tem um compromisso com sua vida — e ela terá de cumpri-lo.

09 abril, 2018

Resenha :: O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares (Miss Peregrine's Peculiar Children)

abril 09, 2018 1 Comentários



Queria começar dizendo que “quando eu li esse livro, não era essa modinha que é hoje e blá blá blá” (risos). A verdade é...

Eu li porque estava todo mundo lendo, sim! Fiquei curiosa, sim! E não sei o motivo da crise. Você não se torna melhor e nem é um leitor melhor se leu o livro antes ou depois de ficar famoso ou se quer ler ele ou não (tem pessoas que se acham boa demais para certos livros), então espero que a luzinha da humildade do farol ilumine você e não se sinta obrigado a ler, mas não fale mal de quem está lendo . Ok, parei.

Mas vamos ao que interessa... Apesar de já te ouvido falar bastante, eu li sem olhar nem a sinopse ou ter uma ideia geral do que se tratava (obviamente só esperava ter a Srta. Peregrine e as crianças peculiares em um orfanato, se não tivesse isso, ficaria chateada ), mesmo assim eu pensei uma coisa do livro e ele me mostrou outra, tipo, a capa me fez imaginar que era um livro meio de terror e tal, o que não é o caso.

A história do livro gira em torno do protagonista Jacob, um garoto de 16 anos que depois de uma tragédia que ocorre de forma misteriosa em sua família, ele decide que quer viajar para a ilha onde era o orfanato que seu avô viveu quando jovem, de onde sempre ele lhe contava várias histórias do local e das crianças que viviam junto com ele, mostrando-lhes fotografias antigas e bizarras dessas crianças. Durante a narrativa podemos acompanhar muito mistério na ilha, sobre o que aconteceu com o orfanato, e aos poucos vamos descobrindo com Jacob sobre o seu avô, sobre se as histórias que ele contava serem verdadeiras ou não, sobre criaturas que não imaginava existirem de verdade, e sobre o que seria ser peculiar... É uma grande mistura de fantasia, só que muito mais sombria e com mais bizarrice do que costumamos encontrar.

Sim, realmente achei um grande diferencial nesse livro, por esse efeito mais sombrio, as fotografias inseridas nele aumentavam e muito esse fator, confesso que fiquei com medo de ler a noite (), justamente por causa dessas imagens que dão uma sensação de um relato real ao invés de ficção, e isso é uma das melhores sacadas da trilogia, achei bem genial. Além das crianças peculiares que fiquei curiosa por cada uma, os personagens tinham jeitos diferentes do normal, ao mesmo tempo em que eram como qualquer outro, mas com suas “peculiaridades”.

Mas eu não sei se foi por minhas altas expectativas por ter ouvido tão bem dele, ou por já te lido livros de fantasia demais e acabar sendo mais exigente, mas eu não consegui sentir aquele “UAU”, ou aquele “NOSSA QUE LIVRO MARAVILHOSO”. Na minha humilde opinião foi um livro bom, um livro que indico, mas realmente não achei tudo isso que falam. Cada um tem seu gosto, apesar de vários pontos positivos, que já listei, e que fizeram valer a pena a leitura, eu faço meu papel de chata aqui e digo que eu esperava mais.

Então leiam e tirem suas próprias conclusões e quem sabe você discorde comigo e podemos fazer uma troca de ideias legal. Ainda pretendo ler os dois outros livros, quem sabe eles me conquistem. Até mais.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares 
O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares #1
Ano: 2015
Páginas: 336 
Editora: LeYa
Sinopse (Skoob):
"O orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares", um romance que tenta misturar ficção e fotografia.
A história começa com uma tragédia familiar que lança Jacob, um rapaz de 16 anos, em uma jornada até uma ilha remota na costa do País de Gales, onde descobre as ruínas do Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares.
Enquanto Jacob explora os quartos e corredores abandonados, fica claro que as crianças do orfanato são muito mais do que simplesmente peculiares. Elas podem ter sido perigosas e confinadas na ilha deserta por um bom motivo. E, de algum modo - por mais impossível que possa parecer - ainda podem estar vivas.

“Mesmo sem as fotos, esta seria uma história emocionante, mas as imagens dão um irresistível toque de mistério. A narração em primeira pessoa é autêntica, engraçada e comovente. Estou ansioso para o próximo volume da série!”
RICK RIORDAN, autor da série Percy Jackson e Os Olimpianos.

“Um romance tenso, comovente e maravilhosamente estranho. As fotos e o texto funcionam brilhantemente juntos para criar uma história inesquecível.”
JOHN GREEN, autor de A culpa é das estrelas.

“Vocês têm certeza de que não fui eu quem escreveu esse livro? Parece algo que eu teria feito...”
TIM BURTON

03 abril, 2018

Resenha :: 3096 Dias (Natascha Kampusch)

abril 03, 2018 14 Comentários

Natascha Kampusch era apenas uma criança de dez anos de idade, e assim como qualquer outra desejava um pouco de liberdade, um dia enquanto estava a caminho da escola sua vida mudou da água para o vinho, ela foi sequestrada.

Wolfgang Priklopil, um engenheiro de telecomunicações, manteve Natascha como prisioneira em um pequeno cativeiro construído no porão de sua casa. O quartinho, com cerca de 5m², foi o lar dela por cerca de oito anos até que – finalmente – alcançou sua tão sonhada liberdade.

“Ele me olhava como um dono observa orgulhosamente seu novo gato, ou pior: como uma criança olha para um brinquedo novo, antecipando e, ao mesmo tempo, incerta sobre tudo o que pode fazer com ele.”
                            
O caso foi amplamente divulgado pela mídia, além disso, também ficou marcado como um dos mais dramáticos da história criminal da Áustria. Natascha Kampusch tornou-se uma celebridade nacional e internacional, sua história rendeu documentários, um filme, diversas entrevistas e um posterior talk-show, além de sua autobiografia (3096 Dias) que foi publicada no Brasil em 2011 pela Editora Verus.

Em 3096 Dias, Natascha relata, desde sua tenra infância, seu relacionamento com os pais, familiares e colegas de escola, sua vida no bairro em que morava, seu relacionamento com a avó, seus desejos e inseguranças, neste início o tom da narrativa é um tanto quanto nostálgico e a autora exprime todo seu carinho por cada uma dessas lembranças e o quanto elas a marcaram.

Após o sequestro, o tom da narrativa torna-se mais profundo e melancólico, Natascha passa a relatar todos os horrores e privações que vivenciou durante seu período de cativeiro, analisando cada uma de suas atitudes e também de seu algoz, além de contar o que a ajudou a manter a sanidade mesmo quando estava a ponto de enlouquecer.

“Eu era tão dependente dele quanto os bebês são de seus pais – cada gesto de afeição, cada porção de alimento, a luz, o ar, minha sobrevivência física e mental, tudo dependida do homem que me trancara em um cativeiro no porão.”

Esta é uma leitura intensa e impactante, em diversos pontos chega a dar um nó na garganta, entretanto, a força de Natascha e o seu desejo pela liberdade (mesmo ela, por vezes, parecer um sonho inalcançável) nos motivam a ir até o fim. Confesso que ao finalizar a leitura fiquei alguns dias sem conseguir tocar em outro livro, mas creio que os bons livros tenham justamente esse efeito sobre nós!

“O rádio foi meu companheiro mais importante nesses anos. Ele me dava a certeza de que, além do martírio do porão, havia um mundo que continuava a girar – um mundo ao qual valia a pena voltar um dia.”

Natascha KampuschFoto retirada do site oficial da autora
(http://natascha-kampusch.at/presse/)


Espero que gostem da indicação e até a próxima!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

3096 Dias
Natascha Kampusch
Ano: 2011
Páginas: 225
Editora: Verus
Sinopse (Skoob):
Natascha Kampusch sofreu o destino mais terrível que poderia ocorrer a uma criança: em 2 de março de 1998, aos 10 anos, foi sequestrada a caminho da escola. O sequestrador - o engenheiro de telecomunicações Wolfgang Priklopil, a manteve prisioneira em um cativeiro no porão durante 3.096 dias. Nesse período, ela foi submetida a todo tipo de abuso físico e psicológico e precisou encontrar forças dentro de si para não se entregar ao desespero.

31 março, 2018

Resenha :: Amor e Orgulho (Le Maitre de Forges)

março 31, 2018 1 Comentários

Esse livro teve um gosto de primeira vez, porque eu nunca havia lido sobre a nobreza Francesa, então estava muito acostumada com a maneira de ser a inglesa. A história, já promete muito pela sinopse e já nos primeiros capítulos você tem a certeza que vai amar ainda mais.

A trama é rica desde o início e te prende de uma forma que você nem começa a notar quando não consegue mais parar de ler. É narrada em terceira pessoa, com um narrador que fala com o leitor durante a leitura, fazendo alguns comentários pontuais, que eu simplesmente adorei! 

Já de cara a família Beaulieu te deixa com várias sensações diferentes. A mãe forte, amorosa, que mesmo viúva tenta de todas as formas evitar o desfecho trágico, que infelizmente acontece: eles perdem um processo judicial na Inglaterra e ficam com as finanças arruinadas.

O momento histórico no livro é a de uma transição entre a aristrocracia e os burgueses como novos ricos, do “futuro” retratado por uma siderúrgica e o passado representando pela vizinha, a casa de campo da nobre família Beaulieu em Pont Avesnes. E assim somos apresentados a nobreza e a da  industria na figura do Derblay, que com ares de cavalheiro, construiu sua riqueza com suor e trabalho e tem seu valor no caráter e não no título herdado. Ao mesmo tempo, em que esses fatos acontecem, temos o destino tramando suas teias na capital Francesa, onde o pai de Athenais, uma jovem burguesa, começa a desenhar o futuro de sua filha dando a ela sua vingança tão esperada sobre a nobre Claire de Beaulieu.

Assim, os dois núcleos são apresentados, te fazendo começar a torcer para o final de uns e de outros nem tanto. Nesse ponto já pode se preparar para os “crushs” e dar aquelas “reviradas” de olhos para alguns personagens... que vamos amar detestar.Logo no início o autor mostra a profundidade ou não de cada um e isso traz muita riqueza para a narrativa. O encontro desses personagens traz uma segunda fase para a história que é simplesmente apaixonante e ainda melhor que a primeira.

A partir das consequências desse encontro com o intuito de manter seu orgulho intacto, a orgulhosa Claire aceitou se casar com o rico industrial Philippe Derblay. Filha de um marquês, a jovem seria agora a esposa de um burguês em ascensão.  Philippe mal podia acreditar em sua sorte ao tomar a amada Claire por esposa. Mesmo desconfiando dos motivos que a levaram tal decisão aceitou fazer parte do jogo, confiante que seu amor seria o suficiente para ambos.  Sua alegria durou até o momento em que se dirigiu à suíte nupcial, onde foi cruelmente rejeitado.  Claire fica gravemente enferma e, quando finalmente volta a si, passa a ver o marido com outros olhos, mas o estrago estava feito: Philippe não a perdoaria com a facilidade esperada. Agora, Claire tenta reparar os estragos que suas ações causaram. Sem contar que o duque irá retornar e o casal terá que enfrentar provações ainda mais difíceis, antes que uma reconciliação seja possível.

Existe um toque de humor em alguns personagens que ganha de cara o coração dos leitores e de certo modo trazem uma leveza bem-vinda ao drama da história. Não posso mais contar sobre a história sobre o risco de estragar a surpresa, mas a trama é tão bem construída com o autor oferecendo a descrição física e também do coração dos personagens que te prendem na trama de uma forma apaixonante como a melhor das novelas escritas na página de um maravilhoso livro. Não tem como não ficar terrivelmente apaixonada pelo Philippe e ficar a seu lado nas reviravoltas dessa trama apaixonante. Com uma história rica e um enredo perfeito, esse livro, do começo ao fim, tem um apelo inegável aos corações dos leitores de qualquer época. 

Eu de todo coração espero que a Pedrazul publique esse livro, porque é um romance que merece ser lido por todos os leitores fãs de uma ótima história de personagens que se tornam tão reais durante a leitura, que nos fazem viver com eles cada emoção descrita nessas linhas.


Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Amor & Orgulho
ou, O grande Industrial
The Ironmaster, or Love and Pride
Georges Ohnet
Tradução de Silvia Caldiron
 
Sinopse (Pedrazul)
Um embate entre o amor, orgulho e dinheiro que emerge com consequências inesperadas.
Claire de Beaulieu é uma bela aristocrata francesa. Quando seu pai morreu, a mãe descobriu que a família Beaulieu estava arruinada. A única esperança era um processo judicial na Inglaterra, o qual a família perdeu e escondeu o trágico resultado da orgulhosa moça. Apaixonada pelo primo, o duque de Bligny, ela está prometida a ele, mas Bligny é superficial, um jogador, não cumpre sua palavra e ainda fica noivo de Athenais, a inimiga número um de Claire. Athenais, contudo, é uma jovem burguesa, com uma imensa fortuna, que permitirá ao duque resgatar todas as suas dívidas de jogo. A orgulhosa Claire, por despeito, ao saber que Philippe Derblay, um engenheiro e dono de uma usina siderúrgica em Pont Avesnes vizinha do castelo de sua família, está muito interessado nela, oferece a sua mão em casamento por vingança.
Amor e Orgulho, ambientado na sociedade francesa do final do século XIX (1882), conta a história de Claire e Philippe Derblay, uma complexa teia de paixão, interesses, ciúmes e vingança. 


Disponibilidade: Sob encomenda  (envie um e-mail para contato@pedrazuleditora.com.br comunicando a sua intenção em adquirir o livro na pré-venda. Terá cerca de 240 páginas, tamanho 16X23cm, papel no padrão Pedrazul).


A Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.

30 março, 2018

Resenha :: Um Caso Perdido (Too Late)

março 30, 2018 1 Comentários

 Pode conter spoiler.

Sky é uma adolescente que vive sem interação com nenhum tipo de tecnologia. Nem mesmo ia à escola. Em seu primeiro ano na escola, último ano escolar, Sky conhece Dean Holder. Um jovem com uma reputação um tanto controvérsia, capaz de em seu primeiro encontro, meio que uma perseguição em um supermercado, amedrontá-la e cativa-la.

Com a vivência na escola e corridas aleatoriamente juntos, eles vão se apaixonando aos poucos e essa paixão será capaz de libertar fantasmas tão antigos que Sky não é capaz de se quer lembrar. Sky não sabe o quanto Holder está ligado à sua vida e quando esses segredos são revelados, a vida de Sky muda para sempre.

“Por alguma razão, durante sessenta segundos, este garoto conseguiu me deixar encantada e, depois, completamente apavorada.”

Durante metade dessa leitura eu estava ficando um pouco decepcionado com a Colleen Hoover por achar o livro demasiado repetitivo. Sabendo da capacidade da autora de surpreender, graças a outros livros, continuei a leitura e acabei tombado no melhor sentido possível. Ela não decepciona!

“Minha falta de acesso ao mundo real foi totalmente substituída por livros, e não deve ser muito saudável viver na terra dos finais felizes.”

Conforme a leitura vai fluindo e os acontecimentos revelados, você é só ansiedade e caco. Uma porrada atrás da outra sem pausa de um capítulo. E isso é o que faz a Colleen ser uma bela de uma autora competente, ela tem o controle da história do início ao fim. Não fica enchendo linguiça para ser um livro de 500 páginas. Ela vai te preparando para as revelações com todo cuidado.
                      
As coisas que nos derrubam na vida são testes, e esses testes nos forçam a escolher entre desistir, ficar caída no chão ou sacudir a poeira e se levantar com ainda mais firmeza que antes. Estou escolhendo me levantar com firmeza. Provavelmente vou ser derrubada mais algumas vezes antes da vida se cansar de mim, mas garanto que nunca vou ficar caída no chão.”

Em um momento tão importante que estamos vivendo com todos esses debates e acusações e condenações por assédio e pedofilia, esse livro serve de alerta para todos. Como não podemos acreditar em alguém por ela ser criança ou adolescente? Ou só pelo motivo do adulto ter um cargo importante ou ser da família como um avô, um tio, um pai, um primo ou um irmão? Não podemos fechar os olhos para um assunto como esse. E deixo aqui a dica para que quem ainda não leu Um Caso Perdido, leia e reflita um pouco em como uma pessoa pode mudar a vida de muitas outras.

“Você não pode ficar com raiva de um final realista. Alguns são horrorosos mesmo. São os finais felizes supérfluos que deveriam irritar você.”


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Um Caso Perdido
Hopeless #1
Ano: 2014
Páginas: 384
Editora: Galera Record
Sinopse (Skoob):
Às vezes, descobrir a verdade pode te deixar com menos esperança do que acreditar em mentiras...
Em seu último ano de escola, Sky conhece Dean Holder, um rapaz com uma reputação capaz de rivalizar com a dela. Em um único encontro, ele conseguiu amedrontá-la e cativá-la. E algo nele faz com que memórias de seu passado conturbado comecem a voltar, mesmo depois de todo o trabalho que teve para enterrá-las. Mas o misterioso Holder também tem sua parcela de segredos e quando eles são revelados, a vida de Sky muda drasticamente.

28 março, 2018

Resenha :: Esposas e filhas (Wives and daughters)

março 28, 2018 1 Comentários

Olá meus queridos Faroleiros! Como estão? Hoje vamos conversar sobre um clássico da literatura romântica. Vamos lá?

Uma das coisas que me chamou atenção antes mesmo de ler a sinopse do livro, foi o fato da Editora Pedrazul usar as belíssimas ilustrações feitas por George Du Marrier. Ilustrações que foram utilizadas nas publicações seriadas e na primeira edição do livro.

Ah, já estava me esquecendo, antes de entrar na história de Esposas e Filhas, precisamos esclarecer alguma coisas sobre a autora.
               
A autora faleceu em 12 de novembro de 1865, aos 55 anos, em decorrência de um ataque cardíaco. Sendo seu último livro Esposas e Filhas, a obra estava sendo publicada de forma seriada desde o mês de agosto de 1864 pela revista Revista The Cornhill, ficando o final da obra inacabado.

“A história é interrompida aqui, e nunca será terminada. O que prometia ser a obra-prima de uma vida é um memorial da morte. (…) Mas, se a obra não foi terminada, pouco resta para ser adicionado e este pouco se reflete claramente em nossa imaginação.” (p. 533)

Confesso que nunca tinha lido nada de Elizabeth Gaskell – me julguem! E foi uma grata surpresa me deparar com a obra e gostar. Chega de blá, blá, blá e vamos à história!

Em Esposas e Filhas, somos levados a um pequeno condado ou vila chamada Hollingford, situada no interior da Inglaterra. Grande parte da trama se passa na casa do jovem viúvo e médico Mr. Gibson. Sendo um homem muito respeitado por todos, porém tem uma coisa que abala seu trabalho- sua única filha Mary, a quem ele carinhosamente chama de Molly.

“Não ensine muitas coisas a Molly. Ela deve saber costurar, ler, escrever e fazer cálculos, mas quero que continue sendo uma criança, e, se eu descobrir que ela precisa aprender mais do que o desejável, eu mesmo providenciarei. Afinal, não tenho certeza se ler e escrever sejam necessários. Muitas mulheres de boas condições casam-se usando um ‘X’ ao invés do nome. Isto é mais para uma dissolução do juízo materno. Contudo, devemos nos render aos danos da sociedade, Miss Eyre, então, você pode ensinar a menina a ler.” (ps. 30 e 31)

Quando ainda era uma criança, Molly foi a uma festa oferecida pelos Lord e Lady Cumnor. Porém, Molly acaba se sentindo mal e fica aos cuidados de Clare, governanta da família. O que elas não esperavam era o no futuro elas iriam se encontrar novamente.

O tempo passa e Molly entra na adolescência. Sendo seu pai um médico respeitado, ele recebia em sua casa jovens aprendizes. Um de seus alunos percebe que está apaixonado por Molly, quando o Mr. Gibson percebe o que esta começando a acontecer, mais do que de pressa ele envia sua bela filha para passar um tempo na casa de uma querida paciente.

Com tal acontecimento, o doutor sentiu na pele que lidar com as novidades da adolescência de uma filha não seria nada fácil.

Outra decisão que o Mr. Gibson precisou tomar foi: se casar novamente. Lembra que lá no começo eu falei que o destino iria fazer Molly e Clare se encontrarem no futuro? Pois bem, a escolhida para a vaga de madrasta foi a Clare, também viúva e mãe de uma jovem da idade de Molly. Muitas coisas mudaram na vida de Molly. O casamento trouxe não só uma madrasta, mas uma rotina nova, e uma “irmã” – Cynthia.

É muito bonito de viver com elas a amizade crescendo e de fato viando uma relação de irmãs. Até mesmo quando elas compartilham de um amor, as jovens são capazes de separar as coisas e não deixar nada atrapalhar a relação que foi construída.


Esposas e Filhas é um livro com uma história sobre o dia-a-dia. A Autora vai narrando os acontecimentos de uma maneira até mesmo despretensiosa, quando o leitor se dá por si, já está absolutamente envolvido na trama.

Os personagens? Esses são um caso a parte. Muito bem construídos, mesmo que a autora não tenha ficado presa a descrições,  são muito bem construídos, mas a autora não se perde em descrições detalhadas, ela apenas mostra magnificamente bem os atributos de cada personagem dentro do enredo.

Adorei acompanhar o crescimento das meninas, o envelhecimentos de outros personagens, os casamentos e até as mortes. Em todo o momento, tive a sensação de morar e viver tudo isso em Hollingford.

A Editora Pedrazul está de parabéns com a edição do livro. As ilustrações são lindas, pessoalmente, elas ajudaram muito a minha imaginação. A linguagem, mesmo que de séculos atrás, não é complicada de ser compreendida, de maneira que até podemos conhecer melhor fatos e costumes da sociedade da época.

Como falei no começo da resenha,  no início da resenha, Elizabeth Gaskell faleceu antes de concluir o livro. Porém, ela havia falado para o editor da revista das suas intenções para cada personagem, tal maneira que, com o falecimento da autora o editor escreveu uma coluna na revista informando aos leitores os desfechos escolhidos pela autora para seus personagens.


Tais considerações estão presentes no final do livro, sendo assim, Esposas e Filhas não fica sem um “final”. Confesso a vocês que depois de mais de 500 páginas não pude deixar de ficar triste. Pois queria muito saber pela escrita da autora o que iria acontecer com esses personagens que aprendi a gostar. 


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Esposas e Filhas
Uma História Cotidiana
Ano: 2016
Páginas: 540
Editora: Pedrazul
Sinopse (Skoob):
É o último romance escrito por Elizabeth Gaskell, em 1865, considerado sua obra-prima, narra o destino de duas famílias do século XIX na Inglaterra rural. Trata das relações familiares de pai, filha, madrasta, filhos, enteada e de seus envolvimentos românticos. A história gira em torno de Molly Gibson, filha única de um médico viúvo vivendo em uma cidade provincial inglesa em 1830. Tem início com Molly ainda criança em visita à casa do pai e a negligência da ex-governanta, Miss Clare, em relação a ela.
Sete anos depois, Molly é uma atraente jovem bastante irreal que desperta o interesse de um dos aprendizes de seu pai, o Sr. Coxe. O afeto é descoberto pelo senhor Gibson que envia a jovemMolly para ficar com as Hamleys, de Hamley Hall, uma família da pequena nobreza. Lá, ela encontra uma substituta da mãe na senhora Hamley, que a trata como filha. Molly também se torna amiga do seu filho mais novo, Roger. O filho mais velho da família Hamleys, Osborne Hamley, um jovem bonito, inteligente e mais elegante do que seu irmão, é esperado para fazer um casamento brilhante após uma excelente carreira na Universidade de Cambridge. Porém, um grande segredo envolve Osborne. Intrigas, fofocas, preconceito, traições, tragédias e amor marcam este formidável romance.
Personagens como Molly, Roger e Osborne; a empregada doméstica Aimeé; o senhor Gibson; a madrasta de Molly: a senhora Jacinto Kirkpatrick (ex-Miss Clare, a antiga governanta), uma ambiciosa e egoísta mulher; a meia-irmã mais nova de Molly, a egoísta, rebelde, Cynthia, educada na França um contraste com a ingênua Molly. Segredos do passado envolvendo mãe e filha e um empregado nas terras do senhor Gibson, o senhor Preston, fazem desse livro uma obra-prima. Foi publicado na revista Cornhill como uma série de agosto de 1864 a janeiro de 1866. Quando Gaskellmorreu subitamente, em 1865, a última parte foi escrita por Frederick Greenwood.


A Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.