08 agosto, 2018

Resenha :: Codinome Lady V (Falling into Bed with a Duke)

agosto 08, 2018 2 Comentários

Olá faroleiros!

Vale resenha de livro lançado em 2017? Espero que sim, afinal só li Lady V este ano e não poderia deixar de falar sobre ele com vocês.

Antes que eu esqueça, Codinome Lady V entrou para a lista dos favoritos da minha vida (por que não li ele antes mesmo?).


Nesse livro temos a oportunidade de conhecer Minerva. Ela é uma verdadeira lady, e já recebeu VÁRIAS propostas de casamento. Porém, nenhuma foi pelo motivo certo — AMOR. Claro que a nossa lady recusou TODOS os pedidos!

Minerva é uma daquelas mocinhas fantásticas! Certamente seria BBF da Calpúrnia (Nove regras a ignorar antes de se apaixonar). Tá, voltando a Lady V, ela é muitíssimo inteligente, sagaz e incrível! Ela sabe tudo do que fala, que em inúmeras situações seu irmão a consulta.

Podemos dizer que a beleza de nossa protagonista é do "nível comum". Por muitas vezes Minerva se refere a ela mesma como sendo mediana.


Por não aceitar se casar sem amor, que ela resolve ir até ao Clube Nightingal  local onde homens e MULHERES podem viver seus amores, paixões e/ou desejos sem qualquer tipo de julgamento.

Ao ir ao Clube sua única intenção é se sentir desejada e, até mesmo, amada pelo menos uma vez na vida.

Justamente nessa parte da história que a jovem Minerva dá vida à Lady V.


No clube, Lady V (mascarada) encontra e desperta o interesse de um belo homem.

Sabe o tal homem encantador, belo e tudo mais? Ele é nada mais, nada menos que o Duque de Ashebury (Ashe). Ele é um dos solteiros mais cobiçados de Londres.

A partir desse ponto, temos uma evolução incrível na história. Os protagonistas passam a se envolver cada vez mais. É algo que no começo era "carnal", começa a ter um novo sentido.

Entretanto, um acontecimento pode colocar o romance ainda em fase inicial abaixo. Tudo dependerá única e exclusivamente de Ashe e Minerva.



~ Considerações:

Como mencionei no começo do texto de hoje, Codinome Lady V entrou facilmente para a lista de livros favoritos. Não só pela história bem escrita e desenvolvida, mas também por levantar questões sociais relacionadas ao tempo da história.

Com personagens bem desenvolvidos, fiquei com vontade de conhecer mais dos outros personagens.


Codinome Lady V faz parte da série Os Sedutores de Havisham. A série conta com três volumes, sendo dois já publicados (volume 1 em 2017 e volume 2 em 2018) pela editora Gutemberg.

Cada história é de um casal, o que as ligam é o fato dos protagonistas masculinos serem grandes amigos.

Bem, por hoje isso é tudo! Vou me despedindo de vocês... Até a próxima!


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Codinome Lady V
Os Sedutores de Havisham #1
Ano: 2017
Páginas: 256
Editora: Gutenberg
Sinopse (Skoob):
Cansada de rejeitar pretendentes interessados apenas em seu dote escandalosamente vultoso, Minerva Dodger decide que é melhor ser uma solteirona do que se tornar a esposa de alguém que só quer seu dinheiro. No entanto, ela não está disposta a morrer sem conhecer os prazeres de uma noite de núpcias e, assim, decide ir ao Clube Nightingale, um misterioso lugar que permite que as mulheres tenham um amante sem manchar sua reputação.
Protegida por uma máscara e pelo codinome Lady V, Minerva mal consegue acreditar que despertou o desejo de um dos mais cobiçados cavalheiros da sociedade londrina, o Duque de Ashebury. E acredita menos ainda quando ele começa a cortejá-la fora do clube. Por mais que ele seja tudo o que ela sempre sonhou, Minerva não pode correr o risco de ele descobrir sua identidade, e não vai tolerar outro caçador de fortunas.
Depois de uma noite de amor com Lady V, Ashe não consegue tirar da cabeça aquela mulher de máscara branca, belas pernas e língua afiada. Mesmo sem saber quem ela é, o duque nunca tinha ficado tão fascinado por nenhuma outra mulher antes.
Mas agora, à beira da falência, ele precisa arranjar muito dinheiro, e rápido. Sua única saída é se casar com alguma jovem que tenha um belo dote, e sua aposta mais certeira é a Srta. Dodger, a megera solteirona que tem fama de espantar todos os seus pretendentes.

04 agosto, 2018

Resenha :: Anne da Ilha (Anne de Green Gables #3)

agosto 04, 2018 2 Comentários

  Pode conter spoiler dos livros anteriores.

Confira as resenhas dos primeiros livros da série!


Oi, faroleiros, é com grande expectativa que comecei a leitura deste terceiro livro da série Anne de Green Gables, e a leitura fluiu de maneira tão fantástica como as anteriores. A escrita da Lucy permanece no mesmo ritmo e com a mesma sensibilidade. Neste livro a Anne já está com 18 anos e se preparando para ir à faculdade com sua amiga Priscilla com quem irá morar, o Gilbert e mais um amigo de Avonlea. A vida deu prosseguimento e ela espera conseguir se sustentar durante todo o curso sem precisar gastar as economias Marilla.

“— Vou me sentir tão solitária quando você se for! – Lamentou Diana, pela centésima vez. – (...) – Mas ainda estamos juntas! – respondeu Anne, com animação. – Não devemos permitir que a próxima semana roube a alegria desta. Eu mesma detesto a ideia de partir... meu lar e eu somos tão bons amigos!”

As mudanças são inevitáveis, mas nossa Anne é teimosa, e ela espera que pelo menos uma coisa não mude, sua amizade com o Gilbert, mas será que isso é possível? Confesso-lhes que esta foi minha maior preocupação na história. Que vontade de matar a Anne em alguns momentos. Acho muito bacana que por mais que a história gire em torno da Anne, os outros personagens têm suas vidas levadas à diante também. As crianças, por exemplo, é uma alegria a parte na história. Temos novos personagens que só acrescentam emoção à história. Mas, o que mais gostei, é que a personalidade e essência da Anne e da história permanece a mesma.

“— Parece-me muito tedioso – ela respondeu, com uma careta. – Oh, mas ainda não citei o que transforma tudo – prosseguiu Anne, suavemente. – Haverá amor ali, Phil. Amor leal e terno, tal como nunca vou encontrar em outro lugar do mundo.... amor que está esperando por mim. Isso não faz da minha pintura uma obra de arte, mesmo que as cores não sejam assim tão brilhantes?”

A autora continua a nos trazer lições e reflexões para nossa vida. Lemos esta história pensando no real significado de família, amizade, respeito aos outros. Vemos o quão é especial respeitar e viver bons valores. A história tem também o amadurecimento que a idade dos personagens pede. Os conflitos e expectativas do relacionamento amoroso, mas das amizades também. Nos mostra que não devemos viver nosso presente, fixado em sonhos e desejos infantis, tudo em nossa vida deve amadurecer e nunca devemos nos fechar para algo novo, só porque não era o que desejávamos. É bem difícil não citar o livro todo... Há trechos realmente maravilhosos, divertidos ou bem verdadeiros.

“— Não creio que o capeta seja tão feio — responde tia Jamesina, meditativa. — Ele não conseguiria fazer tanto mal se fosse. Sempre o imagino como um elegante cavalheiro.”

O livro está com uma tradução excelente, de leitura rápida pelo seu tamanho, e a capa continua uma arte. Está maravilhoso em todos os sentidos e o final me deixou muito feliz e emocionada. Não entrarei em mais detalhes, pois a emoção deste livro está no virar de cada página. Leia-o que vale muito a pena, mesmo que não seja seu gênero literário habitual, tenho certeza que você irá gostar também. Continuou sendo uma história 5 estrelas para mim. Amei a trilogia completamente.

“O humor é o mais picante condimento no banquete da existência. Ria de seus erros, mas aprenda com eles; alegre-se em suas aflições, mas fortaleça-se com elas; zombe das dificuldades, mas supere-as.”

Boa leitura,

Carol Finco


 Nota ::  



Informações Técnicas do livro

Anne da Ilha
Anne de Green Gables #3
Ano: 2018
Páginas: 236
Editora: Pedrazul
Sinopse (Skoob):
O terceiro livro da série Anne de Green Gables! Anne Shirley decide deixar Green Gables e seu trabalho para ir atrás de seu sonho original: completar os estudos em Redmond College. Apesar de sentir-se dividida entre partir rumo ao desconhecido ou permanecer no ambiente familiar, Anne faz as malas e vai morar em Kingsport com Priscilla Grant. Gilbert Blythe também está indo para Kingsport para estudar e se tornar médico, e nada o tornaria mais feliz do que se Anne revelasse que sente mais do que amizade por ele. Novas aventuras descortinam-se além da curva do caminho, enquanto Anne guarda as lembranças da rotina rural de Avonlea, uma vida repleta de surpresas aguarda por ela, incluindo um pedido de casamento e a perda de algumas de suas preciosas ilusões juvenis.


Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.

02 agosto, 2018

Tag Literária :: Deuses do Olimpo

agosto 02, 2018 1 Comentários

Oi, seres humanos e extraterrestres! Como estão?

Desde quando eu era criança, desenvolvi um certo interesse por mitologia grega, e, quando me rendi aos encantos da minha amada saga Percy Jackson e os Olimpianos, esse interesse virou amor. Por isso quando vi essa TAG “Deuses do Olimpo” no blog Balaio de Babados, que foi criada em uma parceria dos blogs Encontro com Livros e Diálogo Literário, resolvi responder. Então, vamos às minhas respostas?


 1- Zeus: Rei dos Deuses – Qual livro é o rei da sua estante?
Acho que muita gente responderia essa pergunta mencionando edições de luxo, de colecionador... de algum livro que ama, maaaas o rei, ou melhor reis da minha estante são os três livros da distopia Red Rising, vulgo melhor distopia do universo, do autor Pierce Brown, são de brochura mesmo, mas se alguém respirar muito perto deles, corre o risco de deixar de respirar.


 2- Hera: Deusa do Casamento – Um casal que você shippa?
São tantos... Mas, hoje, nesse clima de mitologia, shippo Percy e Annabeth. Lógico que shipparia o Percy comigo, mas como não é possível, a Annabeth é perfeita para o Percy (depois de mim).


 3- Poseidon: Rei dos Mares – Qual livro você jogaria no mar do esquecimento?
Quando Saturno Voltar, da Laura Conrado, se eu pudesse desler, eu o deslia.


 4- Deméter: Deusa da Agricultura – Imaginando que sua bagagem literária é uma árvore, qual foi o livro semente?
A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo (sim, é um clássico).


  5- Hades: Deus dos Mortos – Um personagem que você mataria?
A Mare de A Rainha Vermelha, da Victoria Aveyard, desde o segundo livro não estou indo muito com a cara e nem com nada dela.


  6- Héstia: Deusa Virgem do Lar – Qual personagem você levaria para casa?
O Auggie do livro Extraordinário, da R. J. Palacio, porque sim.


 7- Afrodite: Deusa do Amor e da Sensualidade – Um livro que você se apaixonou?
Por Lugares Incríveis, da Jennifer Niven, não consigo não amar esse livro.


 8- Apolo: Deus do Sol e da Arte – Um personagem artista?
O Noah de Eu Te Darei o S0l, da Jandy Nelson.


 9- Ártemis: Deusa Virgem da Caça – O livro que te levou a grandes aventuras?
Six of Crows – Sangue e Mentiras, da Leigh Bardugo.


 10- Ares: Deus da Guerra – Um livro ou personagem que te deixou com ódio?
A mãe do Leonard de Perdão, Leonard Peacock, do autor Matthew Quick, e o pai da Valerie de A Lista Negra, da Jennifer Brown. Pais e mães deviam se importar com seus filhos e não serem esses seres odiáveis.


 11- Atena: Deusa Virgem da Sabedoria – Um personagem que te inspira?
Anne do livro Anne de Green Gables, da Lucy Maud Montgomery.


 12- Dionísio: Deus do Vinho e das Festas – Qual foi a sua maior ressaca literária?
Não sei se foi a maior, mas quando terminei de ler Mil Beijos de Garoto, da Tillie Cole, fiquei com uma ressaca beeem grande.


 13- Hefesto: Deus do Ferro e do Fogo (Ferreiro dos Deuses) – Um livro que tenha ferro ou fogo na capa?
Ordem de Extermínio, quarto livro de Maze Runner, do James Dashner.


 14- Hermes: Deus do Comércio (Mensageiro dos Deuses) – Um livro que você não compraria ou se arrependeu de ter comprado?
Stânix – O Poder dos Elementos, do autor Eder A. S. Traskini, que comprei só para ganhar desconto em outros livros, mas não tenho nem um pingo de vontade de ler.


Bom, é isso. Espero que tenham gostado das minhas respostas, e, se gostaram da TAG, eu amaria saber o que responderiam. Até!

28 julho, 2018

Resenha :: O Beijo do Vencedor (The Winner's Kiss)

julho 28, 2018 0 Comentários

  Pode conter spoiler dos livros anteriores.

Confira as resenhas dos primeiros livros dessa trilogia!


Olá faroleiros! Nossa como senti falta de resenhar para vocês! Estou de volta e a dica de leitura da vez é O Beijo do Vencedor, da Marie Rutkoski. O terceiro e último livro da Trilogia do Vencedor nos traz um desfecho comovente para o nosso casal Arin e Kestrel. Em realidades diferentes agora, o jovem casal contará com o amor que sentem um pelo outro para superar as adversidades, apesar de toda mágoa e insegurança que se impôs entre eles.

Era uma vez uma menina que era muito segura de si. Nem todos a considerariam bonita, mas admitiam haver certa graça que era mais intimidante do que encantadora. Não era o tipo de pessoa, segundo a alta sociedade, a quem você gostaria de se opor. Ela guarda o coração numa caixa de porcelana, as pessoas cochichavam, e tinham razão.

Lembrando que anteriormente Kestrel tomou uma decisão que a desgraçou e pôs sua vida em perigo. Tudo isso para ajudar Arin que, sem saber das verdadeiras intenções de Kestrel, voltou para Herran e conseguiu a aliança com o povo do Oriente.  E, junto com seus novos aliados do Oriente, encontra-se em guerra iminente contra o povo Valoriano em busca da liberdade.

Enquanto nossa heroína, Kestrel vive numa situação extrema: dentro de uma carruagem como prisioneira indo para as terras gélidas do Norte. Kestrel sacrificou-se para defender Arin e o povo Herrani. O pior de tudo é que o jovem nem imagina o que ela fez por ele e por acreditar que o Imperador de Valória não passava de um louco tirano.

Era uma vez um menino que sabia se esconder. Certa noite, os deuses o viram trancado sozinho em seus aposentos, tremendo, quase vomitando de medo. Ele ouvia o que estava acontecendo em outras partes da casa. Gritos. Coisas se quebrando. Ordens ríspidas, as palavras em si estavam abafadas, mas ainda assim foram entendidas pelo garoto, que segurava o vômito em seu canto.

O último livro da trilogia se inicia com muita emoção. Não pensar em Kestrel e tudo que aconteceu entre eles talvez fosse a maior batalha de Arin. A jovem o marcou de tal forma que fica difícil para ele  não questionar-se sobre as situações que os fizeram tomar rumos tão diferentes. O que ele não imagina é que Kestrel estava sofrendo o pior castigo que poderia acontecer.

Não, pensar em Kestrel não era mais doloroso. Ele tinha sido um tolo, mas precisava se perdoar por coisas piores. Irmã, pai, mãe. Quanto a Kestrel… Arin tinha certa clareza sobre quem ele era: o tipo de pessoa que confiava cegamente, que colocava o coração no lugar errado. A essa altura, ela talvez já estivesse casada com o príncipe valoriano.

Fugir era o único pensamento de Kestrel no lugar nebuloso para o qual foi mandada. O que ela não previa eram os métodos usados pelos carcereiros para mantê-la quieta e calma trabalhando ali. Todos seus limites são tentados quando a jovem transita entre momentos de sonhos e lucidez. Sua mente divaga por diversos questionamentos sobre quem ela se tornou e sobre a traição contra seu próprio pai. O único motivo que a salva de morrer no norte é sua vontade de reencontrar Arin e dizer-lhe tudo que fez e o que sente por ele.

Faria de tudo por você. Ela sabia exatamente quem as havia escrito e por quê. Sabia que estava fingindo quando pensava que essas palavras eram falsas ou que algum dos limites que havia imposto entre ela e Arin importava, porque, no fim das contas, ela estava aqui e ele estava livre. Ela tinha sim feito tudo o que podia. E ele sequer sabia.

Mesmo sendo uma figura de liderança e tendo a responsabilidade de comando do povo Herrani na batalha contra Valória, Arin tem dificuldade em se impor e agrupar suas estratégias com o general Xash, que comanda as tropas aliadas. Mesmo tendo o apoio de Roshar, ele teme que a rainha Oriental não veja com bons olhos suas táticas de guerra que vêm se mostrando eficientes até o momento. Ele sofre com terríveis notícias de Kestrel, até que uma valiosa informação literalmente bate a porta de Arin, e ele descobre o infortúnio sofrido por sua amada. Carregado de culpa e sem medir esforços, o jovem parte na sua busca temendo que o pior possa ter acontecido.

– Arin. – Roshar apertou os olhos brevemente, depois olhou para ele com a mesma expressão de repugnância e fascínio reservada a aberrações da natureza, como animais que nascem com duas cabeças. – Isso parece… 
– Estou pouco me lixando para o que parece. 
– Você já pensou esse tipo de coisa antes. 
– Eu deveria ter confiado na minha intuição. Ela mentiu. Eu acreditei nela.  Não deveria ter acreditado.
                                            
Se a Marie Rutkosky nos desespera no final do segundo livro. Iniciamos o terceiro ansiosos e instigados a devorar as páginas para descobrir o que o destino de Kestrel lhe reserva. Apesar da guerra acontecendo, não há nada que impeça Arin de resgatá-la. Então temos muito ação, suspense e drama no reencontro do nosso casal. E quando digo drama, vocês entenderam muito bem: drama. Isso porque quando ela é encontrada está num estado tão debilitado que mal consegue caminhar. Não se lembra de nada, muito menos de Arin.

Imagine a reação de Kestrel ser resgatada de um lugar sem conhecer, ao menos, seu salvador? Despois ter sido submetida a diversas atrocidades torna-se difícil entender o que está acontecendo ou quem é Arin. Tudo que é dito por ele gera nela uma desconfiança, apesar de seus instintos lhe dizerem que ele é bom.

A cabeça dela girou. Ela se permitiu repousar encostada nele. Não era certo que seu corpo conhecesse essa pessoa que sua mente não conhecia. Tinha a vaga consciência de que ele poderia lhe contar qualquer mentira que quis esse. Sua memória era um a boca com os dentes arrancados. Ela não parava de cutucar, tateando os buracos, recuando. Doía. Sim, qualquer mentira. Ele a havia salvado, mas ela não sabia o que ele queria dela… nem o que poderia dizer para conseguir isso.

Juntos eles vão passar por uma fase de descobertas e reconhecimentos. Kestrel sem memória voltará a Herran em meio à guerra contra o imperador e seu próprio pai. Suas lembranças voltarão aos poucos e ela se juntará aos herranis e orientais, tendo um papel fundamental na formação das estratégias de ataque. Isso porque ela é uma ótima estrategista, superando até o seu próprio pai, o general valoriano.

– Não consegue me dizer o que pensa?
– Não.
– Por quê?
– Estou morrendo de medo – ela sussurrou.
– Da batalha?
– Não.
– Do seu pai?
A voz dela foi categórica:
– É ele quem deve me temer.

O final dessa trilogia é acompanhado de fortes acontecimentos. A batalha final entre Herran e o Oriente contra Valória terá seu desfecho magnífico. Os reinos aliados serão capazes de liquidar, de uma vez por todas, o Imperador de Valória? E Kestrel terá coragem de lutar contra seu próprio pai, mesmo ele tendo lhe virado as costas?

A leitura deste último livro, apesar de ok, não superou minhas expectativas. Confesso que não esperava que o relacionamento entre Arin e Kestrel, a essa altura, fosse tomado por questões fora de contexto. O universo Oriental, também deixou um pouco de curiosidade, porque não foi bem explorado. Apesar de o segundo livro ter narrado a viagem de Arin até aquelas terras, não consegui visualizar características concretas daquela sociedade.

Em contrapartida as narrações das batalhas são envolventes e criativas. As sacadas humorísticas do personagem Roshar também trazem uma leveza ao enredo. Apesar de Marie Rutkoski ter trazido questões emocionais complexas a trama, o casal Arin e Kestrel acabam superando muitas mágoas e conseguem fazer as pazes com seu passado. Os caminhos que antes divergiam para lados opostos, agora convergem para uma estrada de glória, triunfos e superação.

Quando iniciei a leitura das primeiras páginas dessa trilogia fiquei maravilhada com o universo criado pela autora e isso me fez criar determinadas expectativas. Isso acontece bastante com nós leitores. Não quer dizer que o livro não seja bom, mas é que nossas expectativas são baseadas em possibilidades de desenrolar da trama que podem não se desenvolver. Por isso digo que essa frustração que aconteceu comigo pode não acontecer com vocês. 

Portanto, faroleiros, recomendo a leitura desta obra magnífica por toda proposta criada pela autora, pelos personagens fortes e marcantes desenvolvidos por ela e pelo universo singular criado na história. Um super beijo e boa leitura a todos!


Nota ::  3,5 



Informações Técnicas do livro

O Beijo do Vencedor
Trilogia do Vencedor #3
Ano: 2017
Páginas: 448
Editora: Plataforma21
Sinopse (Skoob):
A guerra começou. Arin está à frente dela com novos aliados e o império como inimigo. Embora tenha convencido a si mesmo de que não ama mais Kestrel, Arin ainda não a esqueceu. Mas também não consegue esquecer como ela se tornou o tipo de pessoa que ele despreza. A princesa se importava mais com o império do que com a vida de pessoas inocentes – e, sem dúvida, menos ainda com ele.
Pelo menos é o que Arin pensa.
Enquanto isso, no gélido norte, Kestrel é prisioneira em um campo de trabalhos forçados. Ela deseja desesperadamente escapar. Deseja que Arin saiba o que sacrificou por ele. E deseja fazer com que o império pague pelo que fizeram a ela.
Mas ninguém consegue o que quer apenas desejando.
Conforme a guerra se intensifica, Kestrel e Arin descobrem que o mundo já não é mais o mesmo.
O oriente está contra o ocidente, e os dois se encontram no meio de tudo isso. Com tanto a perder, é possível alguém realmente ser o vencedor?
Numa narrativa tão empolgante quanto sensível, a difícil paixão entre Kestrel e Arin alcança um novo patamar. O beijo do vencedor é o grande final da Trilogia do Vencedor.