04 fevereiro, 2020

Resenha :: Encarcerados (Fuga de Furnace #1)

fevereiro 04, 2020 1 Comentários

... obediência é a diferença entre a vida, a morte e outras variedades de existência ofertadas aqui em Furnace.

Não me vem à cabeça um motivo de não ter começado esse livro anteriormente, já havia o visto, gostado da sinopse e a capa, com certeza, me chamou atenção para ele algumas vezes, mas antes tarde do que nunca, pois, meus amigos fãs de literatura infantojuvenil, Encarcerados deu início a uma história que promete e, aparentemente, vale a pena acompanhar. 

A Penitenciária de Furnace. O lugar aonde enviavam você para esquecer de si mesmo, para puni-lo por seus crimes, mesmo que não os tivesse cometido. Só uma entrada e nenhuma saída. Sim, este era meu lar agora, e o seria até que eu morresse.

Para quem conhece minhas resenhas, consegue perceber que evito dar muitos detalhes dos acontecimentos dos livros e prefiro me dedicar mais à minha opinião do que na descrição, mas garanto que, mesmo se eu fosse do tipo descritiva, dificilmente conseguiria colocar em palavras o inferno que é a Penitenciária de Furnace. Uma prisão que desce as profundezas subterrâneas e quem entra está condenado a nunca mais ver a luz do dia, um verdadeiro caixa forte, a minha descrição pode ser um pouco claustrofóbica, mas te garanto que é pior, rs!

— Sob o céu fica o inferno, garotos, e, sob o inferno, Furnace.

Furnace é a prisão onde Alex foi mandado depois de o acusarem de assassinar seu melhor amigo. Ela foi criada para prender jovens assassinos e, quando digo jovens, quero dizer que tem desde crianças que aparentam ter 10 anos até 17. Elas são presas lá, sem chances de se redimirem, entregues a própria sorte e ao diabo, mesmo algumas que sejam afinal inocentes. 

Então, a menos que haja uma revolução no país ou um ato divino, vão morrer aqui. Não que Deus vá querer se meter com Furnace.

A saga nos traz um personagem principal não tão perfeito. Apesar da acusação falsa de assassinato que o levou a Furnace, Alex não é um pobre inocente, ele é um ladrão, um delinquente juvenil, mas nem seu pior dos crimes nos faria crer que ele merecia estar aquele lugar, até por ter pessoas (ou não pessoas) bem piores para odiar durante a leitura, como o Diretor e os ternos pretos.

— Não há nenhum ombro no qual possam chorar nem ninguém a quem apelar. A opinião pública já os julgou e os considerou culpados. No que diz respeito a ela, vocês já estão mortos.

Os personagens secundários também são bem “apegavéis", principalmente Doravante e Zê. O que causa aquele medo, o tempo todo, de acabar os perdendo (quem disse que gostar dos secundários é fácil?).

— Não façam amigos, não estabeleçam conexões. Eles perceberão, e isso provocará a morte de ambos. Não cometam o erro de trazer o coração aqui para baixo; não há lugar para ele em Furnace.

No geral achei um livro muito bom, com um pouco de suspense e mistério, que me deixou o tempo todo curiosa para o que vem a seguir. Até agora não se mostrou uma série que teria algum tipo de romance, eu curto contanto que não seja exagerado, mas as relações de amizade construídas são tão boas quanto (apesar de que admito que shippei dois personagens, foi mais forte do que eu, rs). 

... poderia jurar que houve algum tipo de impulso elétrico percorrendo nossos dedos unidos. Talvez fizesse muito tempo desde que havia segurado a mão de outra pessoa; muito tempo desde que tinha sentido o contato de alguém. Mas senti uma força a nos unir naquele momento, um vínculo de confiança, amizade e esperança.

Depois desse final, vou começar o segundo livro com expectativas bem altas. Espero que deem uma chance para essa leitura! E que o diabo tenha piedade da alma dos nossos personagens, pois não espero isso de Furnace. Boa Leitura 😉.

... Estamos bem. Mas Donovan apenas soltou aquele seu riso arrepiante:
— Não, Alex. Você está morto, só não sabe ainda.


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do livro

Encarcerados
Fuga de Furnace #1
Ano: 2014
Páginas: 296
Editora: Benvirá
Sinopse:
De um dia para outro, Alex Sawyer passou de valentão a delinquente juvenil. Os trocados arrancados dos garotos na escola já não eram suficientes, e, com a ajuda de seu melhor amigo, Toby, começou a cometer pequenos furtos na vizinhança. Até que uma noite, homens fortes, de terno preto, e um esquisitão usando uma máscara de gás cruzaram o caminho dos dois. Toby foi cruelmente assassinado e Alex, preso e acusado pela morte do amigo. Seu novo lar? A Penitenciária de Furnace, um buraco - literalmente - para onde todos os garotos condenados são enviados, e de onde só é possível sair morto. Com guardas sádicos e criaturas terríveis responsáveis pela segurança, Furnace é o inferno. O lugar é infestado de criminosos - como as perigosas gangues Caveiras e os Cinquenta e Nove -, mas também há muitos garotos que, como Alex, foram presos por crimes que não cometeram. Como escapar e provar sua inocência? Em quem confiar? O que na verdade era Furnace: um reformatório? Um depósito? Ou, pior, um laboratório maligno?

01 fevereiro, 2020

Resenha :: Minha Vida Mora ao Lado

fevereiro 01, 2020 2 Comentários

Tem livros que lemos por causa da capa. Tem livros que lemos por causa da sinopse. Tem livros que lemos porque alguém indicou (ou nos obrigou a ler). Tem livros que lemos por gostar do autor... Mas eu não li Minha Vida Mora ao Lado por nenhum desses motivos. Eu o li por causa de uma única citação dele que vi em algum lugar, nem lembro onde, porque faz tempo. Em 2015 eu vi uma citação que me deixou curiosa para saber o contexto do livro a que ela pertencia e, bom, depois disso eu quis porque quis ler esse livro e, obviamente, eu o li assim que pude em um único dia 🙈

Quando coisas importantes acontecem com você, elas não deveriam ficar estampadas no seu rosto?

29 janeiro, 2020

Resenha :: As Mentiras de Locke Lamora (Nobres Vigaristas #1)

janeiro 29, 2020 1 Comentários

Não preciso de ninguém para me lembrar que estamos mergulhados em água escura até o pescoço. Só peço a vocês que se lembrem de que os malditos tubarões somos nós.

No primeiro livro da série Nobres Vigaristas mergulhamos na cultura, crença e toda a superstição da cidade de Camorr e cidades vizinhas. Em um cenário que lembra um pouco uma mistura de Veneza medieval e renascentista (sério, é incrível assim), conhecemos a história de Locke Lamora, intercalada entre sua infância — de como ele chegou a gangue Nobres Vigaristas com seus golpes precoces e com consequências bem ruins para aqueles que cruzaram com ele — e a fase de Locke adulto, como o já então procurado Espinho de Camorr e um pouco mais cauteloso (o que não é muito se tratando de Locke Lamora, rs). 

— Pulga, Locke é nosso irmão e nosso amor por ele não tem limites — falou Calo. 
— Mas as três palavras mais fatais de toda a língua Terim são “Locke teria apreciado”. 
— Comparáveis apenas a: “Locke me ensinou um truque novo”  — emendou Galdo. 
— A única pessoa que se safa com os golpes de Locke Lamora... 
— ... É Locke Lamora... 
— ... Porque nós achamos que os deuses o estão poupando para uma morte realmente grandiosa. Algo com facas e ferros incandescentes... 
— ... E cinquenta mil espectadores aplaudindo.
  
O que mais me agradou neste livro é a inteligência do personagem principal. Eu, particularmente, gosto de personagens inteligentes e Locke não me decepcionou nesse quesito e nem os seus Nobres Vigaristas: Jean, os irmãos Sanzas (Galdo e Calo) e o pequeno Pulga. Me encontrei em alguns momentos caindo no golpe deles, rsrs. Na verdade, todos, em certo ponto, caem no golpe deles. Enquanto eles roubam fortunas dos nobres, eles são vistos no submundo de Camorr como uma reles gangue; a menor e uma das menos lucrativas, quando na verdade são uma verdadeira gangue de elite, unida e muito bons no que fazem. 

Tanto que, inicialmente, foram comprados pelos velhos concorrentes, com quem aprenderam até os pequenos nuances da arte do disfarce, da vigarice com a melhor instrução possível. 

Correntes costumava falar que não havia liberdade igual a de ser constantemente subestimado. — Locke 

Apesar de ser um livro de fantasia, tirando sua excepcional esperteza, o diferencial deste livro é que Locke não tem nada de mágico e nada de um grande guerreiro, muito pelo contrário. Ele pode chegar a ser um desastre em uma briga, mas nada que o impeça de fazer o que for necessário para sobreviver no submundo de Cammor, onde as gangues imperam e quem manda em todas elas é o Capa Barsavi. Temos todo um universo de detalhes “políticos” nesse submundo, ao mesmo tempo em que se tem uma relação com a nobreza de Camorr. 

Outro ponto que é bem detalhado no livro são os lugares, mas o que não achei que chega a ser cansativo. Os grandes acontecimentos do livro demoram um pouco a aparecer, mas é algo que faz sentido, não é nada jogado ao acaso. A chegada do Rei Cinza e o envolvimento involuntário dos Nobres Vigaristas com ele foi muito bem elaborado, assim como a existência dos magos-servidores e das criaturas marinhas gigantes, o que realça o ponto da fantasia, mas não chega a ser exagerado (Sim, existir criaturas marinhas gigantes parece algo exagerado, mas juro que não é, rsrs).  

Esperto, vigarista e mentiroso, este é o protagonista. É um livro daqueles que fazem você pensar que está torcendo para o cara mau da história, rsrs, mas, se comparando com os vários personagens como o próprio Capa, o odiado Rei Cinza, e uma cidade cheia de ladrões e assassinos, Locke e sua gangue são relativamente bons. O que, por incrível que pareça, é uma grande coisa, rsrs.

— Eu só roubo porque minha querida família precisa do dinheiro para viver! — Locke Lamora fez essa afirmação com o copo de vinho erguido bem alto. (...) Os outros puseram a vaiar e entoaram em coro: 
— Mentiroso! 
— Eu só roubo porque este mundo cruel não permite que eu tenha um trabalho justo! — exclamou Calo, erguendo o próprio copo. 
— MENTIROSO! 
— Eu só roubo porque tenho que sustentar meu pobre irmão preguiçoso, cuja indolência partiu o coração de nossa mãe! – Galdo deu uma cotovelada em Calo.
— MENTIROSO! 
— Eu só roubo porque estou convivendo temporariamente com maus elementos – disse Jean. 
— MENTIROSO! 
Por fim, o ritual chegou a Pulga, que ergueu o copo com um leve tremor e berrou: 
— Eu só roubo porque é muito divertido, porra! 
— VIGARISTA! 

As Mentiras de Locke Lamora é um livro muito bom, com ótima narrativa, divertido e com personagens encantadores. Onde tudo se encaixa e as pequenas coisas que não foram muito abordadas nessa história foram para aguçar a curiosidade para o segundo livro da série Nobres Vigaristas. Apesar de que a trama abordada nesse livro encerra-se nele, podemos continuar a acompanhar os personagens principais com uma nova aventura e novos golpes em Mares de Sangue (título do segundo livro).



Nota :: ⭐⭐⭐⭐⭐


Informações Técnicas do livro

As Mentiras de Locke Lamora
Nobres Vigaristas #1
Ano: 2014
Páginas: 464
Editora: Arqueiro
Sinopse:
O Espinho é uma figura lendária: um espadachim imbatível, um especialista em roubos vultosos, um fantasma que atravessa paredes. Metade da excêntrica cidade de Camorr acredita que ele seja um defensor dos pobres, enquanto o restante o considera apenas uma invencionice ridícula.
Franzino, azarado no amor e sem nenhuma habilidade com a espada, Locke Lamora é o homem por trás do fabuloso Espinho, cujas façanhas alcançaram uma fama indesejada. Ele de fato rouba dos ricos (de quem mais valeria a pena roubar?), mas os pobres não veem nem a cor do dinheiro conquistado com os golpes, que vai todo para os bolsos de Locke e de seus comparsas: os Nobres Vigaristas.
O único lar do astuto grupo é o submundo da antiquíssima Camorr, que começa a ser assolado por um misterioso assassino com poder de superar até mesmo o Espinho. Matando líderes de gangues, ele instaura uma guerra clandestina e ameaça mergulhar a cidade em um banho de sangue. Preso em uma armadilha sinistra, Locke e seus amigos terão sua lealdade e inteligência testadas ao máximo e precisarão lutar para sobreviver.

25 janeiro, 2020

Resenha :: Entre o Amor e o Silêncio

janeiro 25, 2020 0 Comentários

Olá faroleiros, hoje vou escrever a resenha do livro Entre o Amor e o Silêncio da autora nacional por quem me apaixonei, Babi A. Sette. Sua escrita eu conheci através da indicação e empréstimo deste livro por uma linda amiga que é apaixonada pela literatura nacional de romances e confesso que estou apaixonada também, tenho conhecido autores e livros maravilhosos.

Quando conheci a Babi pessoalmente gostei ainda mais dela como pessoa e autora, fiz questão de adquirir todos os seus livros publicados, este por sinal eu ganhei de presente no natal de 2017. Mas desde já aviso, seus livros são verdadeiras lições de vida, mas que deixam nosso coração querendo sair do peito, todas as suas histórias fazem nossos sentimentos transbordarem dentro de nós, nos levando as lágrimas ou ao riso, mas sempre mexendo com a gente.

O amor é muito maior do que a presença.

Temos neste livro uma história de duas pessoas completamente opostas, mas onde as decepções da infância os moldaram para ser quem são na atualidade.

Francesca Wiggs é uma jovem romântica, mas de espírito forte e decidida, que faz terapia e busca seguir em frente com a sua vida de maneira feliz e produtiva. Após sofrer mais uma grande decepção amorosa, resolve fazer algo beneficente altruísta, buscando alegria em ajudar aos outros. Ela então começa a participar de um programa de leitura para pacientes em coma no hospital que não tem visita de amigos e familiares. É então nesta situação que ele conhece o Michell.

Michell Petrucci é um homem completamente destituído de emoções felizes, que vive para o trabalho e fazer fortuna, porém inteiramente só, mesmo que rodeado por uma multidão e isso só fica ainda mais evidente quando após sofrer um gravíssimo acidente ele fica em coma no hospital.

Francesca então começa em suas visitas a ler para ele o livro que está escrevendo, e faz isso durante vários meses, até perceber que isto não está fazendo bem para ela mesma, ela está ficando emocionalmente muito envolvida com alguém que quando acordar não terá a mínima ideia de quem ela é. Ela então começa a se perguntar se está apaixonada pelo Michell; mas será um sentimento verdadeiro ou apenas uma projeção?

– Acorde, volte para mim, Michell. Fechou os olhos sentindo as lágrimas que se acumulavam no canto ganharem o rosto. (...) – Será que você é capaz de entender como transformou a minha vida? – beijou a testa e prosseguiu: - Como me sinto quando estou aqui ao seu lado?

A partir do despertar do Michell a trama se desenvolve de uma maneira fantástica, te deixando presa até a última página. Os personagens são tão bem construídos que nos fazem amá-los ou odiá-los na mesma medida, fatos bem amarrados e nossos sentimentos mexidos ao máximo.

Confesso que muitas vezes eu gostaria que a Francesca sofresse menos e várias vezes tive vontade de matar o Michell. Porém eu torci muito para o final terminar da forma que ocorre, é simplesmente lindo.

Para mim esta foi, e é, uma história 5 estrelas que merece ser lida por todos que gostam de um verdadeiro romance.

Boa leitura,

Carolina Finco


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Entre o Amor e o Silêncio
Ano: 2015
Páginas: 504
Editora: Novo Século
Sinopse:
Francesca Wiggs sofreu uma grande decepção amorosa e, desde então, está decidida a não se relacionar mais. Além de se dedicar a escrever o seu livro, ela resolve preencher os dias com um trabalho voluntário – a leitura para pacientes em coma proporcionaria a ela a distância de problemas afetivos. No entanto, um grande imprevisto ocorre quando ela passa a se sentir atraída por um dos pacientes. Mitchell, descrito como um poderoso magnata, seria a antítese de tudo o que ela busca em um homem... se não estivesse em coma. Precisar de alguém inconsciente seria um absurdo, não seria? Amar uma pessoa que nunca responde parece loucura! Francesca já havia entendido e sentia-se quase segura diante disso. Mas e se Mitchell acordasse? A aproximação desses personagens tão diferentes revela um romance encantador e divertido, repleto de reviravoltas.

22 janeiro, 2020

Resenha :: A Lista

janeiro 22, 2020 0 Comentários

Simplesmente um dos livros mais tocantes que já li, não poderia ter iniciado o ano com uma leitura melhor!  

O livro nos traz a história da jornalista Kitty Logan, que por conta de um enorme erro em uma reportagem, está sofrendo um processo e recebendo retaliação da sociedade. Foi afastada de seu emprego na TV e quase está sendo afastada também da revista Etcetera, se não fosse pelo apoio da dona da revista, Constance.


Constance é a mentora de Kitty, e ao longo dos anos construíram uma amizade linda, mas infelizmente Constance está com câncer e seu diagnóstico não é nada bom. Em uma das visitas de Kitty à amiga no hospital, a jornalista pergunta qual a matéria que Constance não escreveu, mas queria ter feito, e ela lhe fala de uma lista que está guardada em sua casa, de uma matéria que queria muito escrever.

Constance falece antes de contar a Kitty sobre o que era aquela lista, que continha 100 nomes, e agora, sem a ajuda da mentora e amiga, ela tem duas semanas para descobrir o significado dessa lista e escrever a reportagem que sua amiga idealizava, que constará na edição em memória dela. Com todos contra ela, Kitty corre contra o tempo para desvendar o segredo da lista e, ao mesmo tempo, voltar a dar um rumo a sua vida.

Kitty procurava por mentes incomuns, adorava ouvir tanto a menos interessantes quanto as mais fantásticas. Não acreditava que tudo que precisávamos enxergar fosse visível aos olhos, e sentia um desejo iminente de descobrir o que havia por detrás das camadas de cada pessoa. Era esse fascínio e, de fato, o amor pelas pessoas que ela trazia para as matérias da Etc etera, mas talvez não tivesse transferido muito bem esse amor em suas matérias para o Thirty Minutes. (p. 113)

Terminei esse livro há pouco tempo e ele mexeu com as minhas estruturas. Cecelia não nos traz apenas uma história aqui, mas várias, e isso é o que tem de mais valor.

Kitty é uma personagem incrível, apesar dos seus defeitos, e está realmente arrependida do mal que causou. Infelizmente muitos se viraram contra a ela, e aquela que mais a apoiava acabara de falecer.

Sua vida de agora em diante é viver em função da lista deixada por Constance, com 100 nomes que não fazem sentido algum e que não parecem ter nenhum significado, ao mesmo tempo em que tenta sobreviver a toda retaliação que está sofrendo.

Mas o que mais me tocou foi a personalidade da Constance e a mensagem que ela nos deixa. Mesmo a personagem tendo falecido logo no início do livro, sua presença e ensinamento está por toda a história, e quando chegamos ao final e vemos o desfecho da lista, vemos o quão brilhante essa mulher era.


O livro fala muito do valor da vida e do valor que cada um de nós tem. A nossa história é extremamente importante, mesmo que não achemos isso. A autora conseguiu captar de forma singela o valor da vida e da simplicidade, nos fazendo refletir sobre o que fazemos e o quanto isso interfere em nosso meio.

É uma leitura maravilhosa e super recomendada. Você vai adentrar na vida de cada personagem e perceber quão especial é, e isso vai mudar a sua vida, como aconteceu com a Kitty.


Espero que tenham a oportunidade de se apaixonar pela história, e que ela consiga tocar cada um de vocês.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Lista
Todo mundo tem uma história...
Ano: 2015
Páginas: 384
Editora: Novo Conceito
Sinopse:
Kitty Logan tem 32 anos e aos poucos está perdendo tudo o que conquistou: sua carreira está arruinada; seu namorado a deixou sem um motivo aparente; seu melhor amigo está decepcionado com ela; e o principal: sua confidente e mentora está gravemente doente.
Antes de morrer, Constance deixa um mistério nas mãos de Kitty que pode ser a chave para sua mudança de vida: uma relação de nomes de pessoas desconhecidas. É com base neles que Kitty deverá escrever a melhor matéria de sua carreira.
Quando começa a ouvir o que aquelas pessoas têm a dizer, Kitty aos poucos descobre as conexões entre suas histórias de vida e compreende por que foi escolhida para dar voz a elas.


O Grupo Editorial Novo Conceito oferece sempre os best-sellers mais aguardados e comentados do meio literário. Em anos de sucesso editorial, foram vários os autores e títulos reconhecidos na principais listas do PublishNews e Veja. O selo Novo Conceito foi desenvolvido para reunir essas grandes publicações, além das novidades e lançamentos internacionais que ainda virão.

18 janeiro, 2020

Resenha :: Beleza Perdida

janeiro 18, 2020 2 Comentários

Tem muita coisa que eu não entendo... mas não entender é melhor que não acreditar.

Sabe quando dizem a tão famosa frase “Não é só um livro”? Então, Beleza Perdida é muito mais que um livro, é uma lição, uma história para se levar para a vida inteira. “Às vezes são os livros que nos escolhem”, outra frase famosa que se encaixa com o que sinto por essa obra tocante 💙. Sinto que ela me escolheu e me ensinou sobre perdas, sobre amizade, sobre enxergar a beleza por trás da aparência, a ser grata por todas as coisas que muitas vezes nem percebo que deveria agradecer.

Li esse livro pela primeira vez (já li quatro vezes), no primeiro semestre de 2015, após ler uma resenha em um blog que não lembro mais o nome (mas se lembrasse, agradeceria diretamente a quem o resenhou e me convenceu a ler esse livro), e que falava dele com tanto amor que eu também queria sentir aquilo, sabe? Queria me sentir arrebatada por uma história a ponto de rever conceitos de vida.


Não se deixe levar por considerarem esse livro uma releitura de A Bela e a Fera e por puro preconceito deixar de lê-lo. Beleza Perdida é muito mais que uma simples releitura, é uma história que transborda sentimentos. Transborda tanto que quanto mais você lê mais se apaixona pelos personagens (praticamente todos), principalmente pelo Ambrose (Brosey), pela Fern e pelo Bailey.

Todo mundo é protagonista para alguém. Não existem personagens secundários.

Bailey  é o primo e melhor amigo da Fern (já falo dela), e, como tem Distrofia Muscular de Duchenne, vive com os dias contados em cima de uma cadeira de rodas. Ele nasceu com toda a força que teria para o resto da vida, então em vez de ficar mais forte, fica cada vez mais fraco e perto da morte. E mesmo vivendo em uma ladeira sem poder parar, o primo da Fern não é amargo, na verdade, é otimista; não sente pena de si mesmo e lida bem com a vida que tem. Esse serzinho lindo, não fica se lamentando ("Oh! O que eu fiz para merecer isso?", "Por que eu?"), em vez disso agradece por cada dia que Deus lhe proporcionou; é paciente, perseverante e o jeito que encara a vida é inspirador, ao ponto de que enquanto lia (e me apaixonava por ele), eu queria me dar uns tapas por reclamar tanto. Ele, junto com a Fern, dão verdadeiras lições sobre o que é ter fé e acreditar que tem alguém cuidando da gente. Eu releria esse livro só por ele (Sério!), por causa da sua coragem, do seu bom humor perante as coisas boas e ruins, pela sua celebração de cada momento e de cada dia. O Bailey é “mágico”  (Meu Herói! 💛) e se personagens literários fossem estrelas, ele seria uma das mais brilhantes.


A morte é fácil. Viver é que é a parte difícil.

Fern é uma espécie um patinho feio (daquelas nerds de filmes americanos com aparelho e óculos enormes), que é apaixonada pelo Brosey (quem não seria? 🙈) desde criança, e é considerada um “milagre” pelos pais que a tiveram quando já nem tinham muitas esperanças de ter um filho por causa da idade avançada (como os pais de João Batista, Zacarias e Isabel). Esse milagre, chamado Fern, pode não ser “uma garota bonita” por ter feições esquecíveis, mas, como quem vê cara não vê coração, ela possui uma beleza interior estonteante; seu interior é tão belo que, além de transbordar luz, ele transborda até glitter 💖. Esse serzinho brilhoso e sonhador busca conforto em Deus (como boa filha de pastor) e ama escrever e ler romances, porque eles lhe dão esperança e a deixam ser quem ela quiser (livros têm poder, viu?). O seu entusiasmo pelas coisas simples, a sua fé, a sua coragem e humor perante a vida, e o seu cuidado e carinho por aqueles que ama são tocantes. Ela é um ser tocante e impagável, é um ser iluminado inspirador.

Talvez os porquês não sejam respondidos aqui. Não por não existirem respostas, mas porque a gente não ia entender se elas fossem ditas.


Brosey é o típico garoto de ouro (que cita Shakespeare! 😍), que meio que recebeu tudo da natureza. É um cara conhecido pela sua beleza e força, e que tem uma incrível destreza atlética que o faz ser um destaque nos esportes (sem ser arrogante), principalmente em luta livre que o torna o queridinho da sua pequena cidade, pelas inúmeras vitórias, e até fica conhecido pelo apelido de Hércules (ideia do Bailey). Mas ser tão querido acaba colocando muita pressão no Ambrose, do tipo de “quanto melhor você é mais é cobrado”, entende? Ele se sente pressionado com as expectativas e as altas esperanças que colocam nas suas costas, porque se algum dia falhasse ele sentia que decepcionaria a cidade inteira 😢.

Todo mundo que é alguém se torna ninguém quando fracassa.

A pressão aumenta, em vez de ir para a faculdade para continuar lutando, ele resolve se alistar para a Guerra no Iraque. (Se lembra do famoso 11 de setembro? Então, esse é um dos motivos da decisão do Brosey). E ele não faz isso sozinho, seus quatro melhores amigos (Grant, Beans, Paul e Jesse), incentivados por ele, também se alistam e o acompanham nessa perigosa aventura. Mas nem tudo são flores de cerejeira, e uma tragédia acontece. Dos cinco garotos, apenas um volta vivo; e não volta o mesmo, volta cheio de cicatrizes no corpo e na alma. A tragédia muda o sobrevivente fisicamente, e a sensação de perda, e até mesmo de culpa, o afeta emocionalmente, tocam lá no fundo, e algo “mágico” e, principalmente, um “milagre” o ajudam na superação da tristeza e no seu reencontrar com a fé, com a esperança e com o amor 💙.

Às vezes não é possível retomar a vida. Às vezes a vida está morta e enterrada, e a única opção é fazer uma nova.


Queria poder descrever todos os personagens incríveis que Beleza Perdida tem, e tentar mostrar o quão especial ele é, mas não importa o quanto eu escreva nessa resenha, porque não há palavras suficientes para o que a Amy Harmon me fez sentir, com sua escrita tão delicada, com uma narrativa em terceira pessoa que vai e volta (com flashbacks) no tempo em momentos perfeitos; onde passado e presente se encaixam de uma maneira tão magnífica, que não me resta nada mais a dizer além de que esse é um dos livros que mais amo no mundo e que mais me sinto grata por tido a honra e o privilégio de ter lido na vida.

A verdadeira beleza, aquela que não se desvanece ou se esvai, precisa de tempo, de pressão, precisa de uma resistência incrível. É o gotejamento lento que faz a estalactite, o tremor da Terra que cria as montanhas, o constante bater das ondas que quebra as rochas e suaviza as arestas. E da violência, do furor, da ira dos ventos, do rugido das águas emerge algo melhor, algo que de outra forma nunca existiria. E assim suportamos. Temos fé na existência de um propósito. Temos esperança em coisas que não podemos ver. Acreditamos que há lições na perda e poder no amor, e que temos dentro de nós o potencial para uma beleza tão magnífica que o nosso corpo não pode contê-la.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Beleza Perdida
Ano: 2015
Páginas: 336
Editora: Verus
Sinopse:
Um livro intenso, com uma história emocionante que vai permanecer no seu coração por um longo tempo.
Ambrose Young é lindo — alto e musculoso, com cabelos que chegam aos ombros e olhos penetrantes. O tipo de beleza que poderia figurar na capa de um romance, e Fern Taylor saberia, pois devora esse tipo de livro desde os treze anos. Mas, por ele ser tão bonito, Fern nunca imaginou que poderia ter Ambrose… até tudo na vida dele mudar.
Beleza perdida é a história de uma cidadezinha onde cinco jovens vão para a guerra e apenas um retorna. É uma história sobre perdas — perda coletiva, perda individual, perda da beleza, perda de vidas, perda de identidade, mas também ganhos incalculáveis. É um conto sobre o amor inabalável de uma garota por um guerreiro ferido. Este é um livro profundo e emocionante sobre a amizade que supera a tristeza, sobre o heroísmo que desafia as definições comuns, além de uma releitura moderna de A Bela e a Fera, que nos faz descobrir que há tanto beleza quanto ferocidade em todos nós.