“Oh, Tearling, oh, Tearling. Os anos que presenciaste. Tua paciência, tua tristeza. Clamando por uma rainha.”
Antes de tudo, tenho que dizer que esse livro
me perseguiu até eu o ler. Sem brincadeira, acredite em mim. Vou explicar
.

Certo dia estava eu gastando meu tempo diário
no Skoob (entro todos os dias mesmo não tendo nada para fazer lá), quando vi
a capa de A Rainha de Tearling, gostei dela, mas nem li a sinopse e saí.
Pouco tempo mais tarde estava eu no Instagram
olhando fotos alheias, quando vi novamente a capa de A Rainha de Tearling,
fiquei tentada a saber mais sobre esse livro dessa vez, mas me controlei. Nesse
mesmo dia, estava eu no Facebook
fazendo Deus sabe o que, quando vi a capa de A Rainha de Tearling DE
NOVO. Considerei isso um sinal. Voltei no Skoob,
li a sinopse, gostei, e adicionei a lista de livros a serem lidos em um futuro
remoto, por ser o primeiro livro de uma trilogia e ter sido lançado só esse ano
e os outros só existindo lá fora e, bom, tento evitar sagas incompletas (ok, quase nunca consigo, mas o que vale é a
intenção
), e eu estava bem com isso. Mas aí, lá estava eu procurando
promoções de livros em lojas online (não
que fosse comprar algum, mas gosto de me torturar), quando... Adivinhe o
que vejo? Sim, A Rainha de Tearling! E isso se repetiu em duas lojas
diferentes. Era perseguição! Então, como ser fraco que sou, resolvi lê-lo assim
que pude (faz algumas semanas). E ele
me surpreendeu. Positivamente.

“Apenas fazemos o melhor que podemos quando o fato já está consumado.”
A Rainha de Tearling é o
primeiro livro de uma trilogia distópica, mas que ainda assim tem ares de
fantasia medieval, da autora Erika
Johansen e foi publicado recentemente na nossa terrinha pela Suma de Letras (acho que essa é a primeira trilogia/saga que eu leio dessa editora,
espero que ela não me torture muito demorando para lançar os próximos livros
).

Como é uma distopia, a história se passa no
futuro, em um Novo Mundo, mas muitos conhecimentos sobre medicina,
tecnologia... se perderam. Então tudo no Reino de Tearling começou praticamente
do zero, fazendo essa distopia lembrar uma saga de fantasia medieval, com magia
e tudo. É bem legal ler sobre um mundo onde não existe tecnologia e nem nada,
mas que alguns poucos livros na nossa época, como os da J. K. Rowling, ainda
existem (mesmo sendo raros). É como
se fosse um mundo novo, mas que tem coisas que conhecemos. E como é um livro
bem introdutório para esse mundo, é um pouco maçante em algumas partes, mas ao
decorrer do livro, a história vai evoluindo e vai nos prendendo.
“Pessoas que cometem erros não costumam sobreviver a eles.”
O livro é narrado em terceira pessoa por
diversos pontos de vista, um deles, principalmente, é o da nossa (maravilhosa)
protagonista Kelsea, que é uma princesa que foi escondida de tudo e
praticamente todos após a morte da mãe, a Rainha Elyssa, para a sua proteção
até ela ter idade para governar o seu reino, o Reino de Tearling. Ela foi
criada no meio do nada, longe da civilização, perto de florestas, tendo como
companhia apenas os seus “pais adotivos” e os livros da biblioteca de sua cabana,
sendo treinada para ser uma rainha, mas não no quesito etiqueta, como usar
roupas bonitas, como ser bonita. Ela não foi criada para ser uma rainha fútil,
mas para ser uma rainha guerreira e justa.
Após fazer dezenove anos, alguns membros da
antiga Guarda da Rainha aparecem no seu esconderijo para enfim leva-la para
assumir o seu trono de direito, mas até conseguir colocar a coroa na cabeça, ela
passa por dificuldades, pessoas que não querem que ela ascenda ao trono (inclusive, o seu tio, o regente) fazem
de tudo para ela não chegue ao seu destino, a fortaleza real. Perseguições,
lutas e mortes acontecem. E enquanto ela luta para assumir seu trono e quando
finalmente chega à fortaleza real, Kelsea vai descobrindo que ser rainha vai
exigir ainda mais do que aprendeu em suas aulas, principalmente porque ninguém
conta a ela o que aconteceu no passado, não contam como sua mãe era como
rainha, como anda o reino... E a cada segredo que vai desvendando por conta
própria, ela percebe que os sonhos que tinha de herdar um reino lindo e feliz,
podem não passar de sonhos. O seu reino sofre e mesmo se sentindo insegura e
despreparada, a nossa protagonista tem que aprender como funciona a sua corte, tomar
decisões que podem levar ou não seu reino a guerra, ao mesmo tempo em que
precisa conquistar o amor e respeito de seu reino e de seus guardas, mostrando
que não é a princesinha mimada e pamonha que acham que ela é, mas uma rainha
forte que ama o seu reino e que fará de tudo para defendê-lo.
“E se a verdade não for algo que você queira ouvir?”
A Kelsea é uma das melhores protagonistas
femininas de distopias que já li. Ela é uma personagem forte, corajosa, que não
deixa as inseguranças dela a intimidarem. Ela tem garra, é madura para a pouca
idade que tem e foge dos padrões normalmente encontrados em livros de fantasia
e distopias. Ela não tem um corpo escultural, nem uma beleza que faz os caras
quebrarem o pescoço enquanto passa, não é magrela e nem nada disso. Ela pode
ser igual a resenhista aqui, na verdade
. Ela é morena, gordinha, não enxerga
muito bem, gosta de ler e de comer... Ela é comum. E mesmo sendo comum, ela é
maravilhosa, mostrando que o que importa é o interior (frase clichê, eu sei). E mesmo sendo criada longe de tudo, ela não
fica choramingando, ela vai lá e aprende. E o engraçado é que como ela não teve
muito contato com homens durante a vida, ela acha todos lindos, aí enquanto eu
lia, eu não sabia se era só impressão dela, ou os caras são todos maravilhosos
naquele reino e eu devia fazer uma mala e mudar para lá.

E fora a Kelsea, A Rainha de Tearling conta
com muitos outros personagens muito bons e marcantes, como os membros da Guarda
da Rainha e alguns outros. Mas o mais chocante em relação aos personagens é que
pela primeira vez em livros de distopia ou fantasia medieval eu não me
apaixonei perdidamente por um guri do livro. Sério, eu sempre me apaixono por
algum e nesse livro isso não aconteceu. Claro, que admiro alguns personagens e
que alguns me cativaram, mas nenhum despertou um amor grande e tal, até porque
quase não existe romance nessa obra. O amor desse livro, não é sobre uma guria
e um guri, um amor de "amantes",
na verdade é sobre o amor de uma Rainha por seu reino e do amor do reino pela
rainha. E eu amei isso
.

“O mundo é um lugar perigoso demais para dormir.”
A Erika
Johansen criou um mundo que nos surpreende e nos conquista, um mundo mágico
que promete muito para os próximos livros, com uma escrita que te prende muito depois que a leitura engata, nos presenteando com uma protagonista feminina
admirável, que nos mostra que podemos ter fraquezas e mesmo assim sermos
fortes, que podemos ser justos sem deixar de ter compaixão e amor. E sim, eu
mais que indico esse livro. E agora o que me resta, é esperar pelos próximos
livros com as expectativas lá nas alturas. 

“A marca do verdadeiro herói é que a mais heroica de suas proezas é feita em segredo. Nunca ficamos sabendo dela. Contudo, meus amigos, de algum modo sabemos.”
Nota :: 






Informações Técnicas do livro
A Rainha de Tearling
A Rainha de Tearling # 1
Ano: 2017
Páginas: 352
Editora: Suma de Letras
Sinopse (Skoob):
Quando a rainha Elyssa
morre, a princesa Kelsea é levada para um esconderijo, onde é criada em uma
cabana isolada, longe das confusões políticas e da história infeliz de
Tearling, o reino que está destinada a governar. Dezenove anos depois, os
membros remanescentes da Guarda da Rainha aparecem para levar a princesa de
volta ao trono – mas o que Kelsea descobre ao chegar é que a fortaleza real
está cercada de inimigos e nobres corruptos que adorariam vê-la morta. Mesmo
sendo a rainha de direito e estando de posse da safira Tear – uma joia de
imenso poder –, Kelsea nunca se sentiu mais insegura e despreparada para
governar. Em seu desespero para conseguir justiça para um povo oprimido há
décadas, ela desperta a fúria da Rainha Vermelha, uma poderosa feiticeira que
comanda o reino vizinho, Mortmesne. Mas Kelsea é determinada e se torna cada
dia mais experiente em navegar as políticas perigosas da corte. Sua jornada
para salvar o reino e se tornar a rainha que deseja ser está apenas começando.
Muitos mistérios, intrigas e batalhas virão antes que seu governo se torne uma
lenda... ou uma tragédia.
Oi! Nossa, que bom que te perseguiu né hahaha eu adorei a premissa e o fato da mocinha ser forte e corajosa. Vou adicionar no skoob. Bjos <3
ResponderExcluirclickliterarioblog.blogspot.com
Oi! Adicione sim :). Espero que goste.
ExcluirE que bom e que ruim ele ter me perseguido, rs. Porque eu amei o livro, mas agora vou ter que esperar pelos próximos :'(.
Bem-Vindo ao Clube!