30 setembro, 2021

# @efinco # Editora Parceira

Resenha :: A Vida Invisível de Addie Larue



Olá, pessoa! Além de uma sinopse poderosa, um dos motivos para eu ler esse livro foi querer muito conhecer a escrita da autora, que já escreveu algumas séries muito populares e bastante recomendadas. Essa ganhou recomendação extra de Neil Gaiman e de um querido amigo, que me garantiu que eu iria amar e não podia estar mais certo. E agora vamos à história!



O livro começa com uma introdução ao porquê de a vida de Addie ser invisível. Entre o passado e o presente intercalados nos capítulos, vamos vendo o contraste entre o que é sempre esquecido e as recordações sempre lembradas. E, no embate entre esses lados opostos, somos presos aos mistérios da memória e das recordações. 

 

Histórias são um modo de se preservar. De ser lembrada. E de esquecer. As histórias vêm à tona em diversos formatos: desenhos, canções, pinturas, poemas, filmes. E livros. Ela descobriu que os livros são uma maneira de se viver milhares de vidas diferentes — ou de encontrar forças para viver uma muito longa.



Os capítulos são na medida exata para prender a leitura e não serem curtos ou longos demais. Em primeira pessoa, acompanhamos a vida de Addie desde a França, em 1714, quando ela era Adilene LaRue, e não queria pertencer a ninguém ou a lugar nenhum. Em um momento de desespero, faz um pacto: a vida eterna, sob a condição de ser esquecida por quem a conhecer. Um piscar de olhos, e, como um sopro, Adilene se vai. Uma virada de costas, e sua existência se dissipa na memória de todos e agora só existe Addie. Mesmo acompanhando a visão de Addie dos fatos, quando os acontecimentos antigos são narrados, temos um narrador oculto que, além de narrar o que já foi, faz pequenos comentários de coisas que irão acontecer, antes da narrativa voltar para o presente. 

 

Um segredo guardado. Um registro. A primeira marca que ela deixou no mundo, muito antes de saber a verdade: as ideias são muito mais indomáveis do que as lembranças, elas anseiam e estão sempre à procura de novas formas de criar raízes.



A memória não é apenas formada de lembranças, mas de sons, cheiros, enfim, dos cinco sentidos e aquele sentido a mais que vem da alma. E, após tanto tempo vivendo uma existência deslumbrante, aproveitando a vida de todas as formas, recorrendo a tantos artifícios, através dos séculos e continentes, da história e da arte, Addie entende seus limites e descobre até onde consegue ir para deixar sua marca no mundo. À medida que os primeiros questionamentos são respondidos, você pode ter a falsa impressão que não há mais nada para descobrir. Mas a vontade de continuar lendo te domina e você percebe saber, mesmo antes de se dar conta, que existem mais perguntas para as quais você espera e anseia pela resposta. 

  

Trezentos anos depois, em uma livraria, um acontecimento inesperado: Addie LaRue esbarra com um rapaz. Ele enuncia cinco palavras. Cinco palavras capazes de colocar a vida que conhecia abaixo: eu me lembro de você. E a partir daqui fica claro que a autora, além do pacto Fausto, usa de cultura elegância para deixar pequenas referências a outras obras literárias que contém o mesmo teor faustiano, além de entregar o mais sedutor dos deuses das sombras, deixando não apenas Addie, mas quem ler no limiar das sombras com Luc e um estranho sentimento ao torcer por Henry.



Acho que sim, mas não tenho certeza. A história é algo que você enxerga quando olha para trás, não que você reconhece no momento em que acontece. Na hora, você está simplesmente... vivendo a sua vida. Eu não queria viver para sempre. Só queria viver.

 

Claro, que a partir daqui, além das novas questões do presente, temos as recordações do passado que te prendem de uma maneira deliciosa a essa trama. Mas eu preciso te avisar que você vai se apegar a Addie, à sua vida e à sua vontade ilimitada de viver e vai sofrer com medo do que ela irá enfrentar, das armadilhas que ela pode cair, pois as sombras estão sempre aguardando o momento de tê-la para si. 

 

Eu não posso deixar de citar que a questão do papel da mulher na sociedade através do tempo tem sua importância destacada ao longo da narrativa, as questões de diferença entre gêneros e o quanto uma mulher sozinha por muito e muito tempo não podia simplesmente viver ou existir, precisava estar invisível.

 

A escuridão afirmava que tinha lhe concedido a liberdade, mas na verdade isso não existe para uma mulher, não em um mundo em que elas são aprisionadas em suas roupas e deixadas de lado, dentro de casa, não em um mundo que só os homens têm permissão de perambular por onde querem.



Um alerta, cuidado para não se perder nas tramas do tempo, o envolvimento com a história se dá de uma maneira em que você começa a unir passado, presente e o antes em uma única linha. E não, eu não errei, o futuro nessa história já está acontecendo e você não vai querer encontrar quem é a única constante nele. Pois está presa nessa mesma vontade de continuar com os personagens principais e secundários, acompanhando suas vidas repletas de sonhos, desejos, angústias e tudo pontuado por uma trama cheia de representatividade.  

 

E, quando o arco do tempo começa a se fechar, você percebe que, mais do que nunca, não quer que o livro termine, que a história acabe. Você teme por Addie, Henry e por si. Afinal não vai querer ficar sem um pouco dessa história para si, após viver tantas vidas com ela e com ele.

 

Mas é assim que você anda até o fim do mundo. É assim que você vive para sempre. O primeiro dia emenda no segundo, e depois vem mais outro; você pega tudo o que pode, aproveita cada segundo roubado, se agarra a cada momento até que tudo termine.

 

As surpresas são retumbantes, tanto na entrega dos capítulos, quanto na divisão do livro, e em tudo que pode não parecer, mas tem um grau de integração com a história que deixa quem terminou a leitura um pouco atordoado. Um pouco tentando entender como é possível absorver tudo que leu e que, de certa forma, continua apenas por segurar a edição do livro na mão e não sorrir. A mensagem do livro, mais forte para mim, é ainda mais alta, mais forte, mais tudo, por estar lendo em setembro, por ser setembro. A vida importa, não importa por quanto tempo ela é vivida, cada instante importa.



A edição está primorosa, cheia de detalhes que são importantes no contexto fora e dentro do livro. Os detalhes em dourado, tanto na capa quando nas orelhas, deram um charme impecável a edição. A diagramação traz uma compreensão importantíssima a história e durante a leitura não observei erros de tradução ou ortografia. As folhas amarelas, fonte e espaçamento contribuíram para uma leitura fluida e a história fez com que fosse impossível parar de ler até o remorso em ter terminado.




Informações Técnicas do livro

A Vida Invisível de Addie LaRue 

V.E. Schwab 

Tradução: Flávia de Lavor 

Ano: 2021 

Páginas: 504 

Editora: Galera Record 

Sinopse: 

Uma vida que ninguém lembra. Um livro que ninguém esquece. 

Em A vida invisível de Addie LaRue, o aguardado best-seller de V.E. Schwab, conheça Addie e se perca em sua vida invisível – porém memorável. 

 

França: 1714. Addie LaRue não queria pertercer a ninguém ou a lugar nenhum. Em um momento de desespero, a jovem faz um pacto: a vida eterna, sob a condição de ser esquecida por quem a conhecer. Um piscar de olhos, e, como um sopro, Addie se vai. Uma virada de costas, e sua existência se dissipa na memória de todos. 

Após tanto tempo vivendo uma existência deslumbrante, aproveitando a vida de todas as formas, fazendo uso de tantos artifícios quanto fosse possível e viajando pelo tempo e espaço, através dos séculos e continentes, da história e da arte, Addie entende seus limites e descobre – apesar de fadada ao esquecimento – até onde é capaz de ir para deixar sua marca no mundo. 

Trezentos anos depois, em uma livraria, um acontecimento inesperado: Addie LaRue esbarra com um rapaz. 

Ele enuncia cinco palavras. 

Cinco palavras capazes de colocar a vida que conhecia abaixo: 

Eu me lembro de você. 

Uma jornada inspirada no mito faustiano sobre busca e perda, eternidade e finitude e, acima de tudo, uma questão: até onde se vai para alcançar a liberdade? Best-seller do The New York Times e recomendado pelo Entertainment Weekly, A vida invisível de Addie LaRue é um livro inesquecível e que colocou V.E. Schwab entre as principais autoras de fantasia da atualidade. 

 

“Para alguém fadada ao esquecimento, AddieLaRue se provou uma personagem deliciosamente inesquecível, e sua história é uma celebração da imortalidade.” – Neil Gaiman 

 

“Perfeitamente equilibrada entre escuridão e luz, mito e realidade. Essa história é, ironicamente, inesquecível.” – Alix E. Harrow 

  

“A vida invisível de Addie LaRue irá enfeitiçar os leitores da mesma forma que a protagonista é enfeitiçada.” – Naomi Novak




Para comprar:

 Livro Físico

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