Clube Litérario do Farol, mais que um blog, um clube de leitores

Desde 2017, o Clube do Farol promove encontros virtuais de leitura que aproximam leitores, incentivam o debate literário e iluminam obras que marcaram diferentes épocas da história.

"A leitura é uma viagem sem mapa, mas com infinitos destinos." — Machado de Assis

Em 2025, o nosso clube embarca em uma jornada por clássicos nacionais e internacionais que exploram paixão, crítica social, dilemas morais e transformações individuais. 

Confira abaixo a seleção completa e prepare-se para um ano de grandes narrativas: 

📘 Lucíola, José de Alencar

No romance que abriu a trilogia das “Senhoras” de José de Alencar, acompanhamos Lúcia, uma jovem cortesã do Rio de Janeiro imperial, e Paulo, o homem que se apaixona por ela. A história se desenrola entre conflitos de moralidade, desejo e redenção, revelando camadas profundas da sociedade brasileira do século XIX. Lucíola é uma obra que provoca o leitor a refletir sobre julgamentos sociais e o poder transformador do amor.

Sobre o autor: José de Alencar (1829–1877) é um dos nomes fundamentais da literatura brasileira e expoente do Romantismo. Dramaturgo, jornalista e político, ele dedicou grande parte de sua produção a explorar a formação da identidade nacional. Entre suas obras mais conhecidas estão Iracema, O Guarani e Senhora, que consolidaram seu papel como renovador da ficção brasileira.

📘 Agnes Grey, Anne Brontë

Agnes Grey narra a trajetória de uma jovem governanta inglesa que, movida por circunstâncias familiares, busca independência trabalhando para famílias abastadas. A obra retrata com precisão as dificuldades emocionais, sociais e morais enfrentadas por mulheres pobres na Inglaterra vitoriana, trazendo um olhar sensível sobre dignidade, fé e perseverança.

Sobre a autora: Anne Brontë (1820–1849) é a mais nova das irmãs Brontë e uma das vozes mais autênticas e sociais de seu tempo. Embora tenha vivido pouco, suas obras destacam uma crítica contundente às injustiças que recaíam sobre as mulheres, especialmente as que precisavam trabalhar. Além de Agnes Grey, também publicou A Moradora de Wildfell Hall, considerado um dos primeiros romances verdadeiramente feministas da literatura inglesa.

📘 Os Sofrimentos do Jovem Werther, Johann Wolfgang von Goethe

Neste romance epistolar, Werther narra a um amigo seu amor impossível por Charlotte, uma jovem já comprometida. A intensidade emocional do protagonista, suas reflexões filosóficas e sua sensibilidade exacerbada transformaram o livro em um símbolo do movimento Sturm und Drang. A obra marcou gerações e inaugurou o mito romântico do “herói sensível” que não encontra lugar no mundo.

Sobre o autor: Johann Wolfgang von Goethe (1749–1832) é um dos maiores nomes da literatura alemã e uma figura central do Romantismo europeu. Poeta, romancista, dramaturgo e cientista, Goethe exerceu influência profunda na cultura ocidental. Sua produção inclui obras essenciais como Fausto e Afinidades Eletivas, além de contribuições importantes para estudos de botânica, óptica e filosofia.

📘 A Falência, Júlia Lopes de Almeida

Em A Falência, acompanhamos a trajetória de Camila, uma mulher que vê seu casamento e sua vida financeira desmoronarem diante da ruína do marido. O romance expõe a vulnerabilidade feminina dentro das estruturas patriarcais do final do século XIX e discute temas como autonomia, honra e dependência econômica. É uma obra que retrata com precisão a realidade social e as tensões morais da época.

Sobre a autora: Júlia Lopes de Almeida (1862–1934) foi uma das escritoras mais respeitadas de sua geração, embora por muito tempo tenha sido esquecida nos círculos literários. Participou da fundação da Academia Brasileira de Letras, mas foi excluída por ser mulher. Romancista, cronista e dramaturga, defendeu a educação feminina e o papel ativo da mulher na sociedade — ideias refletidas em sua vasta obra.

📘 1984, George Orwell

1984 apresenta um futuro distópico no qual o Estado controla cada aspecto da vida dos cidadãos. Winston Smith, funcionário do Ministério da Verdade, começa a questionar a opressão, a manipulação da informação e o apagamento sistemático da memória coletiva. A obra é uma reflexão poderosa sobre autoritarismo, vigilância e liberdade — mais atual do que nunca.

Sobre o autor: George Orwell (1903–1950), pseudônimo de Eric Arthur Blair, foi jornalista, ensaísta e romancista inglês. Sua escrita direta e crítica consolidou-o como um dos pensadores mais relevantes do século XX. Obras como A Revolução dos Bichos e 1984 estabeleceram Orwell como referência obrigatória para discussões sobre poder, propaganda e ética no jornalismo.

📘 O Vermelho e o Negro, Stendhal

O romance acompanha Julien Sorel, um jovem ambicioso que tenta ascender socialmente na França pós-napoleônica. Dividido entre a vida religiosa e a carreira militar, Julien enfrenta limites impostos pela origem humilde, paixões intensas e conflitos internos que moldam sua trajetória. O Vermelho e o Negro é um retrato brilhante de ambição, hipocrisia social e das contradições da época.

Sobre o autor: Stendhal, pseudônimo de Marie-Henri Beyle (1783–1842), foi um dos precursores do Realismo na Europa. Seu estilo psicológico, atento às motivações humanas, influenciou profundamente gerações posteriores. Além de O Vermelho e o Negro, escreveu A Cartuxa de Parma e deixou análises originais sobre arte, política e comportamento social.

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