12 maio, 2023

Resenha :: Viralizou

 


Olá, pessoas, que tal mergulhar num apocalipse zumbi pleno Rio de Janeiro? Confesso que a sinopse chamou muito a atenção, e me vi mais que curiosa sobre 'Viralizou' e conto para vocês o que achei depois da leitura.

Como diria o José Simão, o Brasil se muda com humor e não com rancor – e assim em uma mistura de ficção cientifica, humor e terror, Viralizou faz uma sátira a pandemia. E talvez, os autores assim como eu se viram pensando, que pouco tempo antes zombavam dos filmes de zumbis que diziam que após uma pandemia, poucas pessoas continuavam vivas e menos ainda não haviam sido infectadas. Bom o momento que vivemos mostrou que a ficção mostrava muito mais da realidade que a própria realidade permitia imaginar.

E assim, vamos lendo a narrativa de um narrador onisciente, que conta como a rivalidade entre uma estrela do funk e seu ex-melhor amigo fofoqueiro profissional, chega à apside durante uma invasão alienígena que infecta os humanos os tornando zumbis. Com isso, a trama traz uma visão nova de algo já conhecido misturado a realidade vivida entre 2020-2022 de forma mais intensa.

“Era o contato físico mais longo e mais profundo de suas vidas, e os dois, naquele instante, se perguntavam se teriam sentido tanto amor um pelo outro antes. Sabiam a resposta: Não, não teriam. E, de alguma maneira, estranhavam o fato de estarem se amando mais em um mundo com mais zumbis do que humanos”

A trama começa com a crítica/análise sociais bem interessantes e nada dissociada da história. Ou seja, bem-feita e sem aquele encaixe de panfletagem vazia, porém, para mim isso se perde um pouco durante a história e acaba caricata dentro da proposta, mas ainda, sim, bem bacana. O mesmo acontece com as referências que na primeira metade do livro achei que não ficariam datadas, porém, além de datadas, acabam sobrando e excedendo tanto a função de contexto, quanto de humor – nesse contexto, menos seria mais, sabe.

Esse livro usa um assunto sério como plot, porém não é um livro para ser levado a sério em seu contexto geral, é um livro para se rir e ver de forma leve os absurdos que ocorreram e ainda ocorrem como uma onda pós-impacto relativos ao pacto social, a saúde pública como regra de vivência em sociedade e o quanto sobreviver é uma força que nos move em momentos mais adversos. Afinal, vimos que a vida continua mesmo em isolamento e isso é a essência da raça humana a resiliência nos momentos em que existe o caus.

“A Talitta que eu conheço é braba, nunca precisou da autorização de ninguém para porra nenhuma. É um dos motivos que me fazem te amar. E você sempre vai ser importante, principalmente pra quem te ama”.

Os diálogos, teriam sido ainda melhores se não tivessem a quebra do fluxo por trechos de textos que foram manchetes de jornal, tweets e memes durante o auge da quarentena, ou referências específicas, que nem todos entendem (e não me sinto obrigada a) sem que houvesse o uso - que haveria sido muito bem-vindo - de notas de rodapé. E, sem dúvida o conhecimento da geografia do Rio ajuda, mas não acredito que sua ausência, atrapalhe a leitura.

Eu teria sem dúvida curtido muito mais a experiência se o livro não parecesse ter sido apressado e os acontecimentos que culminavam para um desfecho, fossem magicamente resolvidos por coincidências que mesmo, ficcionais eram coincidências demais. Sem falar em personagens que ganharam uma curva de crescimento durante a trama e acabaram com finais vazios e em aberto. Viram que não falei nada sobre sexualidade dos personagens né, então por que a de diversidade não caiu na panfletagem ou no "cumprir cotas", era apenas uma questão de o personagem ser como era e a forma com a qual ele próprio ou a sociedade encarava o fato. Como sempre, fé é algo delicado, mas não senti que o livro tenha entrado em alguma polêmica nesse campo. 

Pelo conteúdo o livro realmente é 18+ e adorei a editora ter deixado isso claro na edição. Falando em edição, com uma capa lindíssima, trabalhada em glitter, papel amarelo e diagramação superconfortável para leitura, foi uma leitura muito tranquila de ser feita. Agora, aguardo você ler para trocamos nossas impressões sobre a obra. Boa leitura e divirta-se!

Informações Técnicas do livro

Viralizou

Juan Jullian e Igor Verde 

Ano: 2022 

Páginas: 256

Editora: Galera Record 

Sinopse: O apocalipse chegou! O bondinho caiu, o Pão de Açúcar está em chamas e o Rio de Janeiro está vindo abaixo. Cabe a uma funkeira e a um jornalista de fofocas juntarem forças para conseguir salvar a humanidade.


Viralizou é o divertidíssimo e imperdível épico de zumbis de Juan Jullian e Igor Verde.

Péu Madruga, conhecido jornalista de fofocas, acabou de conseguir o furo que pode salvar sua carreira. Só que a notícia é justamente sobre Talitta Bumbum, a funkeira do momento e ex-amiga de infância de Péu. Mas… amigos, amigos, negócios a parte, né? Revoltada com a traição, Talitta resolve confrontar Péu e tirar as muito devidas satisfações.

No meio da briga chega a notícia bombástica: aquele estouro lá fora não era bala perdida. Eram ZUMBIS. É isso mesmo! O apocalipse zumbi chegou com tudo na cidade do Rio de Janeiro – segurem os seus biscoitos Globo. Sem mais alternativas, Péu e Talitta vão precisar se unir se quiserem ter qualquer chance de se manter vivos. Em meio a uma cidade tomada (ainda mais do que o normal) pelo caos, com um presidente que jura que a situação não passa de um viruzinho, e com seus corpos a um triz de virarem fast-food de zumbi, será que os ex-amigos irão provar que o brasileiro consegue, sim, sobreviver a tudo? Viralizou, de Juan Jullian e Igor Verde, é uma genial aventura de terror cômico em que antigas amizades precisarão se provar mais fortes do que tudo para salvar o mundo. E, claro, com uma boa dose de funk.

Classificação indicativa: 18 anos.


Para comprar:

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