
Eu tenho que confessar uma coisa. Eu não sou uma boa pessoa.
Segundo livro da aclamada (por mim) série Fuga de Furnace, Solitária
vem provar que Alex não estava no inferno nas celas de Furnace, lá era, no
máximo, o purgatório, o inferno ele vai viver agora, abaixo das instalações
principais do presídio.
Ah sim, sob o céu está o inferno, e sob ele, está Furnace. Mas os horrores que rastejam por baixo dela — agora sim é uma punição apropriada para alguém como eu.
Vocês têm que saber uma coisa antes de começar esse
livro: dá tudo, tudo, tudo errado a todo momento. Você respira aliviado um
segundo e se sufoca no próprio alívio depois que em um parágrafo posterior a
coisa dá errado (risos).
Havia apenas Furnace. Ela era nosso mundo, nosso túmulo, nosso inferno.
Depois da fuga das celas, Alex e seus companheiros
se veem mais encurralados do que nunca nas profundezas de Furnace, os perigos
que antes enfrentavam nada se comparam ao que eles estão vivenciando agora.
Além de novas criaturas estranhas, bizarras, difíceis de escrever, ou mesmo
imaginar o quanto quando está lendo, a luta também é com o seu psicológico, a
luta para não sucumbir à loucura desse verdadeiro inferno.
Porque sozinho, no silêncio da escuridão impenetrável, sabia que meus pensamentos me enlouqueceriam. Minha própria mente me mataria.
Lendo esse livro, as sensações que Alex sentia de
claustrofobia, pânico, depressão eram bem mais assustadoras do que os monstros
físicos que ele tinha que lidar. Uma coisa que gostei muito desse protagonista
é que apesar de ser inteligente, esperto, não é daqueles personagens “fodões”, ele sentia medo, chorava,
aparentava fragilidade e dúvidas e, às vezes, só querendo fugir daquela realidade
da pior forma possível, ou seja, achei ele bem mais realista, mais humano até.
Mas você tem que acreditar em mim quando digo que aqui embaixo aquela lâmina era a coisa mais próxima que eu tinha da liberdade e, mais cedo ou mais tarde, eu a teria usado.
Outro ponto positivo do livro são os secundários e
a relação deles com Alex, não tem como não se apegar e sofrer por eles também,
principalmente Zê e Donovan, e os novos companheiros que ele encontrou bem nas
entranhas do inferno.
Você não precisa me libertar para me salvar.
Apesar de acontecimentos pesados, a leitura é bem
fácil. O autor tem uma escrita que nos prende na história e sabe passar as
sensações, sem se tornar aquilo algo maçante. Mas nem tudo é agonia e
sofrimento, o humor colocado no livro é de uma dose certa. Alex com seu humor
sarcástico, mesmo nas piores situações, e a amizade dele com Zê, dando uma
leveza no nosso coração, meus meninos são incríveis.
... depois se inclinou para a frente e me deu um abraço. Foi inesperado, mas a sensação de contato depois de todo esse tempo foi de euforia.
Estou muito empolgada com essa série e o final
desse livro me deixou com vontade de correr para o terceiro na hora, mas vim
primeiro aqui tentar convencer vocês a ler (risos).
Tenho certeza que não vão se decepcionar! Agora vamos de Sentença de Morte.
Porque o verdadeiro horror de Furnace só estava começando.





Informações Técnicas do livro
Solitária
Fuga de Furnace #2
Ano:
2012
Páginas:
264
Editora: Benvirá
Sinopse:
Quando mandaram
a Sala Dois pelos ares, Alex, Zê, Gary e Toby acreditaram ter alcançado a tão
desejada liberdade. Porém, o que parecia um sonho acabou se transformando em um
de seus piores pesadelos. A explosão os jogou nas profundezas de Furnace. Nada
de ar puro, apenas escuridão e labirintos de pedra. Com os guardas e o diretor
da prisão em seu encalço, os garotos sabem que é uma questão de tempo até
voltarem para a cela. O verdadeiro horror de Furnace só está começando.
Recapturados, eles agora precisam encarar a solitária - nada mais que um buraco
no solo com apenas uma porta, trancada pelo lado de fora e vigiada pelos
ternos-pretos e pelos temidos Ofegantes. Seu destino? Serem devorados pelos
ratos que povoam as entranhas de Furnace, enlouquecer dentro da cela úmida
ou... tentar escapar novamente.
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