Olá, pessoa do Clube! Recebi do Clube do Farol esse livro e, como já conhecia a escrita da autora, imaginei saber o que esperar, mas a surpresa foi tão incrível que, sinceramente, só posso agradecer por essa leitura e, claro, compartilhar um pouco dela com você, porque se tornou meu favorito de todos que li da autora.
Logo no começo vamos conhecer uma Angelina que levava uma vida feliz com o namorado, Adriano, com quem morava. Os dois se entendiam em todos os aspectos e tudo estava perfeito. Mas, com o tempo, o que nunca havia atrapalhado o casal passou a ser um problema: as constantes crises causadas pela artrite reumatoide que acompanhava Angelina desde um episódio traumático na infância.
Trabalhando em um escritório de advocacia, Adriano não tinha uma companheira que o acompanhasse nas constantes saídas com os colegas de trabalho. E a vida sexual também já não estava mais agradando. Depois de uma briga, os dois se separam e Angelina vai morar com Manu e Lina, sua amiga de infância, quase uma irmã.
Só olhei Lila caminhar para a porta, pronta para deixar entrar o futuro e a vida, com todas as suas inseguranças e probabilidades.
Os verbos no passado vão entregando que estamos lendo algo do passado e que não vai acabar “bem”. Assim vamos conhecendo a história de Angelina contada por ela, até o momento em que ela conhece Valentim, que passa a dividir a narrativa em capítulos intercalados. Então, teremos uma história narrada em primeira pessoa, com dois pontos de vista distintos.
A trama tem a pegada da autora, te pega de um jeito que é impossível ignorar. Quando não está lendo, a história fica no limiar da consciência te lembrando que precisa continuar a leitura! Com uma personagem sofrendo de uma doença autoimune, vamos acompanhando a vida com Manu e Lina. “Boates”, bares e reuniões entre amigos, comuns na vida de qualquer jovem solteira, estão longe de fazer parte da rotina de Angelina. Os dias se resumem às traduções que faz para uma editora, às séries que assiste na televisão e às sessões de fisioterapia. Isso até conhecer Valentim durante uma (rara) saída para comemorar o aniversário de Lina.
Toda a história é muito forte e mostra que a autora fez uma extensa e também cuidadosa pesquisa não apenas da doença, mas também da vida de quem tem a mesma. O cuidado desde quando a personagem está em pé para a escolha de um vestido, até o modo em que ela se porta em público é nítido, sem que isso seja algo professoral na trama. Pelo contrário, ocorre de forma sutil e que deixa a história com uma riqueza de conteúdo maravilhosa.
Mas era uma tortura viver no meu mundinho solitário, com as minhas limitações, sonhando com o impossível. Tinha que parar, mas não sabia como.
Angelina teria tudo para ser uma personagem extremamente chata, cansativa e passa longe disso de todas as formas, uma personagem secundária ilustra bem o que quero dizer com isso, apesar de ela acabar por nos arrancar deliciosas gargalhadas. Mas Valentim, sem dúvidas, vai arrancar suspiros das leitoras, desde o minuto que ele entra em cena.
Um cara que tinha tudo para ser um poço de convencimento e futilidade: personal trainer bem-sucedido, filho de pais milionários, muito bonito e sensual. Entendeu o que quis dizer né? Pois, bem! Mesmo sendo o sonho de nove entre dez garotas, só tinha olhos para Angelina. E quem vai lendo a história só consegue se encantar com ele, não por ser perfeito, mas por todas as qualidades que formam um todo.
A leitura é do tipo “não quero e não consigo parar de ler”. Eu me encantei e posso dizer que em nenhum momento deixou de ser uma leitura fluida ou se tornou cansativa, longe disso. Apesar de ser simples, a complexidade da vida deixa o texto delicioso e algumas surpresas ao longo da história deixam momentos marcantes na trama. As descrições são precisas para criar a cena na mente de quem lê. E nesse momento aviso que, como é marca registrada da autora, as cenas adultas estão lá com a pegada que a autora tem. Outro ponto que preciso marcar é que mesmo essas cenas têm peso na história, não são apenas uma pegada “hot” e sim mostram o momento de intimidade que o casal tem para os unir ainda mais e lidar com as limitações da nossa protagonista.
Foi o beijo. O maior e melhor da minha vida, pois não vinha puro ou apenas físico. Vinha cheio de saudade, espera e encontro. Tinha sabor de recompensa, de comoção interna, de tremor… até da alma.
Escrevi tanto dos personagens principais, mas preciso muito dizer que a Nana criou personagens secundários incríveis que, além de dar volume a trama, conquistam ou deixam aquele ódio literário na gente que simplesmente marcam e nos fazem querer saber mais deles. Tem um casal que eu torci demais e adoraria ao menos um conto para saber o que acontece no “depois” do livro para eles.
A linguagem segue a trama, contemporânea e coloquial, espere alguns palavrões ocasionais, gírias que não precisam de legenda ou explicação e nas cenas mais íntimas algumas palavras, que são usadas entre quatro paredes, podem incomodar leitores que não estão acostumados, mas é algo bem pessoal. Os diálogos são nessa mesma pegada atual e deixam a sensação de estar próximo aos personagens no dia a dia.
Suas íris castanhas foram invadidas por sentimentos ferozes, por dores passadas e sonhos futuros, e ali contou um pouco da sua história para mim através dos seus olhos, sem precisar de nenhuma palavra. Senti e entendi tudo.
Por fim, preciso dizer que a história é como o amor dos dois vai buscar superar todos os obstáculos e passa a ser uma força para a jovem, que se rende a novos tratamentos e redescobre a alegria de viver. Tem uma mensagem marcante à auto aceitação, não apenas do corpo, mas também da própria história e à esperança pela busca por novas possibilidades. É sobre sentir o coração aquecido a cada página, com direito a lágrimas, gargalhadas e uma torcida para que todos possam encontrar um amor assim, daqueles que são de verdade. Leia e divirta-se!! Espero que seja tão boa leitura para você como foi para mim.
Sobre a edição: encadernação e impressão maravilhosas, capa linda e muito marcante após a história, papel amarelo e diagramação confortáveis para leitura, excelente revisão e sem eu ter observado erro de digitação ou ortografia. Sério, um presente para os atuais e futuros fãs da autora.
Informações Técnicas do livro
O Dia em que Você Chegou
Era impossível. Mas... quem disse que há algo impossível para o amor?
Nana Pauvolih
Ano: 2020
Páginas: 408
Editora: Valentina
Sinopse:
Angelina levava uma vida feliz com o namorado, Adriano, com quem morava. Os dois se entendiam em todos os aspectos e tudo estava perfeito. Mas, com o tempo, o que nunca havia atrapalhado o casal passou a ser um problema: as constantes crises causadas pela artrite reumatoide que acompanhava Angelina desde um episódio traumático na infância. Trabalhando em um escritório de advocacia, Adriano não tinha uma companheira que o acompanhasse nas constantes saídas com os colegas de trabalho. E a vida sexual também já não estava mais agradando. Depois de uma briga, os dois se separam e Angelina vai morar com Manu e Lina, sua amiga de infância, quase uma irmã.
Boates, bares e reuniões entre amigos, comuns na vida de qualquer jovem solteira, estão longe de fazer parte da rotina de Angelina. Os dias se resumem às traduções que faz para uma editora, às séries que assiste na televisão e às sessões de fisioterapia. Isso até conhecer Valentim durante uma (rara) saída para comemorar o aniversário de Lina.
Personal trainer bem sucedido, filho de pais milionários, muito bonito e sensual. Valentim era o sonho de nove entre dez garotas, mas só tinha olhos para Angelina. O amor dos dois supera todos os obstáculos e passa a ser uma força para a jovem, que se rende a novos tratamentos e redescobre a alegria de viver. O dia em que você chegou é um convite à autoaceitação e à esperança pela busca por novas possiblidades. É sobre sentir o coração aquecido a cada página.
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