Nós, que estamos mortas, te saudamos!
Hoje eu vim falar de um livro que realmente me surpreendeu positivamente, em uma fase que meu tempo de leitura deu uma aumentada é tão bom pegar um livro tão dinâmico e que te pega já no início.
Sangue Dourado é o primeiro livro da série Imortais. Nele é contada a história de Deka, uma menina que está se preparando para a cerimônia do sangue, que todas as mulheres desse universo passam para que possam ser consideradas puras e membros de sua aldeia, para isto acontecer seu sangue deve sair vermelho. Como já devem imaginar, tudo dá bastante errado e Deka sangra dourado, como consequência passa pela pior experiência de sua vida.
Os métodos rodam pela minha cabeça. Decapitação, fogo, afogamento, enforcamento, envenenamento, apedrejamento, estripação, sangria, desmembramento...
Devo avisar que desde o início o índice de violência é bem alto, principalmente citando tipos de torturas, mas achei bem ameno em questão de descrição, ou talvez seja meu costume com livros mais pesados que achou tranquilo (risos). Sem outra escolha, Deka aceita a oferta de uma mulher misteriosa para lutar pelo imperador, ao lado de um exército de garotas com vários dons, que, assim como ela, foram consideradas impuras e demonizadas.
— Quem melhor para lutar contra um monstro do que outro monstro?
Boa parte do enredo se passa dentro do campo de treinamento, que em muitos momentos me fez pensar mais em campo de concentração, principalmente no jeito que elas são desumanizadas. Deka é uma protagonista que eu gostei bastante, no decorrer do livro acompanhar a mudança dela de uma pessoa crente com aquilo que lhe foi imposto, se diminuindo e depois se transformar em algo mais forte que se aceita por si é muito interessante.
Na minha opinião, temos uma escolha agora. Somos garotas ou somos demônios? Vamos morrer ou vamos sobreviver?
O enredo rápido ajuda e atrapalha esse caminho, pelos motivos bons que você não sente nenhum momento a história parada, sempre um acontecimento e um mistério desvendado e logo em seguida outro para te segurar, é ótimo para pensar em teorias enquanto lê. O lado não tão bom é que esperei mais do tempo de Deka com seu treinamento, como o tempo passava rápido, em muitos casos não tinha como acompanhar algo que ela ia começar a aprender, o tempo passava e ela já havia aprendido, o que em alguns casos dificultou em criar ligações com os personagens secundários, principalmente pensando na relação de Deka com Keita que, para mim, faltou um pouco de sal ali.
O sangue que tanto ouvimos dizer ser amaldiçoado. O sangue que nos une. Não demora muito para que todas as garotas estejam juntas.
Sangrando.
E desta vez, quando voltarmos a correr, não vamos nos segurar.
A história ao todo eu achei muito interessante, principalmente no tocante religioso, em como crenças podem aprisionar e ferir alguns grupos, neste caso aqui as mulheres que são inferiorizadas por seguirem regras que foram postas em um livro por mãos humanas e ditas que foi por "deus". Com certeza, apesar de ser um livro de fantasia, tem muitas pequenas coisas identificáveis e eu amei muito ler e refletir sobre.
Enfim, apesar de ser uma série, o livro termina bem fechadinho, de forma que não consigo imaginar o que vem por aí em sua continuação. Eu realmente espero mais das ligações da protagonista com os secundários, os diálogos do livro são ótimos, mas mais profundidade em alguns casos só ajudaria, dito isso eu realmente indico muito a leitura, vale a pena.
Informações Técnicas do livro
Imortais #1
Namina Forna
Tradução: Karine Ribeiro
Ano: 2021
Páginas: 378
Editora: Galera Record
Sinopse:
E se as Dora Milaje, de Pantera Negra, vivessem no universo de The Handmaid’s Tale? Em Sangue dourado conheça as alaki, guerreiras quase imortais que lutam para sobreviver em um império que só pensa em destruí-las.
Deka convive com o medo e a expectativa todos os dias. Finalmente chegou seu momento de passar pela cerimônia do sangue, a qual todas as meninas de Otera são submetidas. Se o seu sangue for vermelho, igual ao de qualquer humano, Deka enfim fará parte da aldeia que a ignora e a despreza desde seu nascimento, enfim será aceita, enfim viverá uma vida normal… Se o seu sangue for vermelho.
Mas não é.
O sangue que escorre de suas veias é dourado, a cor da impureza. E, por isso, seu destino será enfrentar consequências piores do que a morte. Até que uma mulher misteriosa aparece trazendo uma alternativa: lutar pelo imperador em um exército de garotas como ela, as alaki, seres quase imortais e, mais importante, dotadas de dons raros.
Juntas, as alaki podem conter a maior ameaça do império, os uivantes mortais, bestas selvagens que atacam de vilarejo em vilarejo, deixando dezenas de corpos em seu rastro. Em busca de sentir que pertence a algum lugar, Deka parte para a capital, onde logo descobre que nada é exatamente o que parece – nem mesmo ela.
Sangue dourado, primeiro volume da trilogia Imortais, é uma fantasia feminista poderosa e envolvente inspirada na África Ocidental. Eleito pela Amazon como o melhor livro Young Adult de 2021, o livro de estreia de Namina Forna se tornou um best-seller instantâneo do The New York Times.
“Heroínas formidáveis e uma mitologia feminista cuidadosa são o diferencial da estreia desta trilogia de fantasia inspirada na África Ocidental.” – Publishers Weekly
“Os fãs de Filhos de sangue e osso, Mulan e das Dora Milaje de Pantera Negra vão adorar este aqui.” – BuzzFeed
“Namina Forna talvez seja a Toni Morrison da fantasia YA.” – Refinery29
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