Olá, faroleiros! Suponho que todos já passaram pelo “queria ler quando tivesse saído a continuação”, mas depois de algum tempo o livro começou a chamar para ser lido e foi impossível ignorar ao chamado. Duas coisas que impeliam à vontade: continuar e o medo de levar um spoiler. E garanto que o spoiler teria tornado toda a leitura muito menos impactante do que foi. Recado dado, vamos à história.
Essa história continua do ponto onde tudo parou, porém, um pouco depois dos eventos, pois a vida continuou. Os rituais de vida e morte, que tornam nossa vida como ela é, seguiram seu ritmo e os personagens da história anterior estavam tentando se situar na realidade que se apresentava. Bryce e Hunt agora notórios e notados e, como todos, lidando com suas escolhas após suas decisões durante os eventos que seguiram o final de Cidade da Lua Crescente.
— Nosso amor é mais forte do que o tempo, maior do que qualquer distância. Nosso amor se estende pelas estrelas e por mundos.
E sinceramente eu tentei, juro que tentei entender isso de Quinlan e Athalar terem feito um pacto de que enquanto processam os eventos da última primavera, eles irão manter as coisas... platônicas... até o solstício. Ok, tudo bem, eles salvaram a Cidade da Lua Crescente, mas com tanto frenesi acontecendo ultimamente, eles desejam, mais do que qualquer coisa, uma oportunidade de relaxar e descobrir o que o futuro lhes reserva. Mas, não tem mais. Eles são duas pessoas adultas que sempre tiveram uma vida sexual ativa e agora depois de tudo querem viver um romance inocente?? Bom, imagino que não preciso nem sugerir o que acontece.
Infelizmente toda essa história só serviu mesmo para ganhar páginas para surgirem novos personagens, novas intrigas e muitas, muitas páginas que são como refrigerante. Uma delícia não saudável e pouco nutritiva. Não chega a ser a maldição do segundo livro da série, que é sim um livro de espera e preparação para o próximo, porém chegou bem perto disso. Desculpa, pessoas, mas tem cenas demais que acrescentam de menos e mesmo não sendo o bastante para uma vontade de abandonar, também fez aparecer em vários momentos o bom e velho desconforto do “isso é desnecessário”. Importante falar também que vários personagens ganham mais destaque enquanto outros são colocados em segundo plano e a questão da amizade de Bryce e Danika, várias vezes, ganhou mais uma vez o: “ela não me contou isso, ou não me contou aquilo”. Me irritou. Amigos não contam absolutamente tudo, contam aquilo que se sentem confortáveis para dizer e está tudo bem.
— Machos sempre tentarão controlar as fêmeas que os assustam. Casamento e procriação são os métodos mais comuns.
Então, a questão de evitarem ser percebidos em momento algum vai acontecer, porém, com eles somos guiados a conhecer o lado dos humanos, e desculpem, mas nesse ponto me decepcionei com Bryce. Mas para evitar spoiler não direi a causa.
Quanto mais conhecem as causas desse movimento revolucionário, mais se aproximam de uma inevitável escolha: permanecer quietos enquanto outros são oprimidos... ou lutar. E aqui o livro começa a ganhar corpo e um pouco da agilidade e da investigação que manteve o ritmo do outro livro em um grau de fluidez mais parecido com o da história anterior.
Um mundo livre seria maravilhoso, mas o que importava se não tivesse uma família com quem compartilhá-lo?
Assim como Bryce e Hunt, vamos começar a nos perguntar se a verdade está em um dos lados ou em alguma zona entre ambos, e o quanto eles não sabem pode ser parte dessa verdade que eles tanto precisam saber. As questões de política e de lugares na sociedade são bem acertadas nesse livro e a questão da intriga e da fome de poder por quem está lutando contra o poder estabelecido é colocado em foco. E toda história parece ser feita de pequenas histórias e acontecimentos sem tanta relevância até os 80 e poucos porcento de leitura. Daí então começam os acontecimentos que fazem as notas dessa história serem tão altas e de fato merecidas. Sarah começa a entregar porque nesse livro se dedicou a nos apresentar a mitologia desse lugar e a história de seus personagens, porque dá importância das linhagens e do conhecimento da fonte do seu poder herdado, porque o sangue canta mesmo através dos tempos e que nossas escolhas são quem realmente definem que nós somos e não de onde viemos.
De uma maneira espetacular, a reviravolta acontece e quando uma palavra diz tudo o que a autora escreveu e você até pode ter suspeitado, como eu (após reler minha resenha anterior) intuitivamente suspeitei, te garanto com toda minha clareza que ninguém está preparado para o que ela faz. E nesse momento você descobre que não tem mais vontade própria a não ser se perder nas estrelas que compõe o universo de Sarah J. Maas e que te fará ser grata por isso. Tudo que você leu, todas os personagens e cenários te levaram a estar nesse momento, mas não te prepararam de forma alguma para o que viria a acontecer. E a única coisa a fazer é aguardar a publicação da história que irá te tirar desse estado em que se encontra, para então definir o destino dos personagens e de quem está lendo.
Hunt beijou sua testa, fechando as asas ao seu redor. — Eu amo você. Você é desajuizada e suspeita pra cacete, mas amo você.
Aqui fica o porquê dessa história merecer as notas altíssimas que recebe, mesmo com a primeira parte não te entregando o que você espera, você não termina se sentindo enganado após ler todas as páginas. Não tem nenhum sentimento negativo, porque você simplesmente está em desespero por MAIS! Mais história, mais livros, sim, você precisa de respostas!! Então, te digo leia! Leia e sofra comigo nessa deliciosa espera pela continuação!
A edição segue os padrões da primeira, assim como a capa. A diagramação e a fonte são ótimas para leitura no papel amarelinho que amamos. Mesmo sendo um calhamaço, não fez feio durante a leitura e não quebrou lombada ou a capa. Parabéns, mais uma vez, Galera Record!
Informações Técnicas do livro
Cidade da Lua Crescente #2
Sarah J. Maas
Tradução: Mariana Kohnert
Ano: 2022
Páginas: 826
Editora: Galera Record
Sinopse:
Casa de céu e sopro é a sequência poderosa de Casa de terra e sangue, da série new adult Cidade da Lua Crescente. Uma narrativa potente de Sarah J. Maas, a autora best-seller #1 do The New York Times, repleto de fantasia, mistério, batalhas e, principalmente, romances inebriantes.
O poder mais mortal. A paixão mais feroz. O destino mais cruel.
Bryce Quinlan e Hunt Athalar fizeram um pacto. Enquanto processam os eventos da última primavera, eles irão manter as coisas… platônicas… até o solstício. Eles salvaram a Cidade da Lua Crescente, mas com tanto frenesi acontecendo ultimamente, eles desejam, mais do que qualquer coisa, uma oportunidade de relaxar. Desacelerar. E descobrir o que o futuro lhes reserva. Mas quando a tensão suspensa entre os dois alcançar um nível insustentável, prestes a incendiar a Cidade da Lua Crescente, eles serão capazes de resistir?
Enquanto isso, para os dois, a iminência do perigo não está ainda fora de questão. Arrastados para um movimento rebelde do qual não querem tomar partido, Bryce, Hunt e seus amigos veem a si mesmos contra os sinistros asteri – de quem, custe o que custar, precisam evitar ser percebidos.
No entanto, quanto mais conhecem as causas desse movimento revolucionário, mais se aproximam de uma inevitável escolha: permanecer quietos enquanto outros são oprimidos… ou lutar.
E eles nunca foram muito bons em manter silêncio.
Nessa sequência sexy e cheia de ação do best-seller Casa de terra e sangue, Sarah J. Maas constrói uma história cativante sobre um universo prestes a explodir – e sobre os que não medirão esforços para protegê-la.
“Temperado com uma trama coesa e construção atmosférica do mundo… uma delícia cada virar de página.” – The Guardian
“Sarah J. Maas não decepciona em sua primeira série para adultos… Um livro para ser saboreado.” – Daily Mail
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