Como já diziam os irmãos Sanzas, lá no primeiro livro da série dos Nobres Vigaristas, “... a única pessoa que se safa com os golpes de Locke Lamora... É Locke Lamora”, e digamos que eles não poderiam estar mais certos, mas a cada aventura que ele e Jean sobrevivem nos livros anteriores, mais enrolados eles começam a se encontrar. Em Mares de Sangue mesmo enquanto eu lia não sabia como Locke ia sobreviver para continuar a série, mas vemos aqui que conseguiu (risos). — Leia a resenha do segundo livro, Mares de Sangue, clicando aqui.
Quer uma lição, garoto? Se você se pegar nascendo, suba de volta o mais rápido que puder, porque a vida é um festim de bosta sem fim.
Dessa vez Locke e Jean se encontram mais uma vez enrolados com os Magos-Servidores e tendo que se envolver com um mundo acostumado com Ladrões... o mundo da política! (risos). O jogo político que eles são “obrigados” a participar faz com que eles reencontrem uma Nobre Vigarista que foi comentada durante os dois livros anteriores, mas que ainda não havia aparecido, a famosa dona do coração de Locke: Sabeta.
— Você não tem tempo de ser charmoso. — Sabeta lhe deu um soco de leve no ombro. — E eu certamente não tenho tempo de cair no charme de ninguém.
Inteligente, bonita e vigarista de primeira, a ruiva aparece na história finalmente dando um novo rumo aos acontecimentos. Em República de Ladrões, a história vai se intercalando novamente entre o presente e a infância/adolescência de Locke, mas dessa vez nos mostrando o envolvimento dos dois e o treinamento deles como Nobres Vigaristas de Correntes, desenvolvendo como nos livros anteriores uma trama a parte, que aconteceu no passado de Locke.
— Concordo. Você é o brutamontes; eu, o gênio charmoso. Mas não faz sentido esticar demais as coisas antes mesmo de sabermos com quem estamos lidando. Seja um brutamontes que banca o gentil até ser provocado.
— Então não estamos representando papéis, não é?
Durante a leitura acabei tendo sentimentos conflitantes sobre Sabeta, apesar de achar ela tão genial quanto Locke. Ela é uma personagem às vezes irritante e difícil de se lidar em vários momentos, fica claro que Locke a ama incondicionalmente e ela do jeito dela também o ama, mas até para o leitor fica confuso as justificativas dela de as vezes o repelir, acredito que os dois acabam tendo química, mas vejo bem mais companheirismo, lealdade e amor na amizade de Locke com Jean do que no par romântico. A amizade deles com certeza é o que tem de melhor na série e nenhum outro relacionamento pode competir com isso.
— Nosso plano anterior era evitar Kartane... ahn... para sempre — respondeu Jean.
Outro fator importante que foi adicionado é que nos é explicado mais sobre os Magos-Servidores, seu jogo político além do jogo político de Kartane, a cidade que eles residem e que os Nobres Vigaristas são envolvidos na política. Confesso que achei um pouco confusa a história dos Magos, mas, apesar da confusão, deu um gancho muito grande para que uma história nova fosse desenvolvida no 4° e último livro da série. O final deixou um gosto de que tudo que eles passaram não vai se comparar com que vem por aí, e não consigo imaginar como eles vão sobreviver dessa vez, se é que vão (rindo de nervoso).
Apesar de ter achado esse terceiro livro muito bom, achei mais fraco comparado com os dois anteriores, eu o vi mais como uma ponte até que bem construída para a aventura final que vai acontecer no 4° livro intitulado The Thorn of Emberlain (título em inglês). Eu realmente estou muito ansiosa para saber o que vai acontecer com os Nobres Vigaristas e espero ansiosa para ler e contar pra vocês o que achei, mas por enquanto indico muito vocês conhecerem a história desse ladrão genial.
Informações Técnicas do livro
Nobres Vigaristas #3
Scott Lynch
Tradução: Alves Calado
Ano: 2015
Páginas: 544
Editora: Arqueiro
Sinopse:
“Um verdadeiro marco entre as publicações de fantasia.” – Booklist
“República de ladrões tem toda a ação vívida, diálogos mordazes e tramas tortuosas que os fãs esperam da série dos Nobres Vigaristas.” – Wired
Envenenado e à beira da morte, Locke Lamora segue para o norte com seu parceiro, Jean Tannen, em busca de refúgio e de um alquimista para curá-lo. Porém, a verdade é que ninguém pode salvá-lo. Com a sorte, o dinheiro e a esperança esgotados, os Nobres Vigaristas recebem uma oferta de seus arquirrivais, os Magos-Servidores.
As eleições do conselho dos magos se aproximam e as facções precisam de alguém para fazer o trabalho sujo, manipulando votos. Se Locke aceitar, o veneno será purgado de seu corpo com o uso de magia – mas o processo será tão excruciante que ele vai desejar morrer.
Locke acaba cedendo ao saber que o partido da oposição contará com uma mulher do seu passado: Sabeta Belacoros, a única pessoa capaz de se igualar a ele nas habilidades criminosas e mandar em seu coração. Novamente em uma disputa para ver quem é o mais inteligente, Locke precisa se decidir entre enfrentar Sabeta ou cortejá-la, e a vida dos dois pode depender dessa decisão.
República de ladrões leva o leitor ao início da vida de Locke enquanto flerta com o seu fim, revelando todos os matizes de Sabeta e de seu relacionamento com o líder dos Nobres Vigaristas. Misturando momentos tensos e cômicos do passado e do presente, esta obra é, até agora, a melhor de Scott Lynch.
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