Se você não consegue pensar em nada gentil para dizer a alguém, não diga nada.
Hoje eu
poderia desenvolver minha fala nessa resenha sobre os vários clichês desse
livro, não vou mentir e dizer que achei uma grande escrita literária, uma
revolução do romance, porque se você começar a ler Corações de Alcachofra
esperando isto, provavelmente você vai se decepcionar.
Ela me deu esse pingente de aniversário. Tem o formato de uma alcachofra. A maioria de vocês já deve ter visto ela usando isso. Quando me entregou o pingente, ela me contou sobre ele. Eu não entendi na hora, mas agora acho que entendo. Ela me contou que, quando somos crianças, nossos corações são macios, como o coração de uma alcachofra, e essa é a parte preciosa. Mas ai coisas acontecem conosco, coisa difíceis, e elas no fazem criar camadas cada vez mais duras para nos proteger da dor. Mas essa camadas também nos impedem de sentir muito.
Indico
para aqueles que estão querendo uma leitura simples, que pode tocar ou não seu
coração dependendo do momento da sua vida, ele não chega nem perto do que
considero um livro perfeito, escolhi ler ele pela capa que gostei, mas não o
favoritei, não dei nota máxima, mas ele merece muito que eu fale dele, pois
valeu a pena a leitura.
Quando leio alguma coisa no presente, desapareço na leitura, como quando estou pintando. É como se eu não existisse mais, simplesmente me perco lá no meio dos personagens.
A
narrativa que é através do diário de Mira de 12 anos, que vai escrever nele
sobre sua primeira menstruação, sua melhor amiga, sua professora, seu primeiro
amor, vários outros momentos de descoberta, mas ela também vai escrever algo
mais, vai escrever sobre sua avó, uma senhora que ama pintar, que é alegre,
forte, tem uma personalidade única e um estilo mágico. Uma senhora que faz
parte da vida dela de forma difícil de descrever, uma avó que ela ama, que tem
câncer e está morrendo.
Quando alguém está morrendo, tudo o que você diz ou faz significa mais do que normalmente. Quando alguém está morrendo, você percebe coisas… na verdade, tudo. A vida toda fica em câmera lenta.
Sita Brahmachari
escreveu sobre os sentimentos de uma menina que vai passar pela sua primeira
perda, escreveu sobre uma avó excêntrica que quer preparar tudo para seu
próprio funeral, que pinta o seu próprio caixão com a neta com as imagens mais
lindas que as duas possam pensar, então não espere um grande momento no livro,
ele tem apenas pequenos momentos, pequenos momentos da vida que parecem grandes
demais depois que lembrados.
Vovó pinta o passado com tanta clareza que quase parece que é parte da minha própria memória… ela tem uma maneira de levar você para dentro das cenas… fazendo com que você sinta que é a única pessoa que importa no mundo.
Talvez
como uma leitora crítica eu possa encontrar vários defeitos nesse livro, como
uma pessoa que já passou por esse momento de perda, a única coisa que posso
falar de ruim é que gostaria que esse livro tivesse sido escrito há alguns anos
atrás e que eu tivesse tido a oportunidade de ter lido ele, não que as coisas
pudessem ser mais fáceis, mas coisas pequenas talvez parecessem grandes o
bastante.
— O coração pode partir de verdade, vó?
— Nós falamos assim, Mira, mas ele não se "parte" de verdade. É mais complicado do que isso...é mais como um machucado do que algo partido. Quando a ferida está nova, parece que nunca vai se fechar. Acho que é por isso que dizemos que ele se parte.
— Já aconteceu isso com a senhora? - pergunto para vovó.
— Com certeza.
— Então dá para consertar um coração partido?
— Não, foi isso que quis dizer. Não é simples assim. Ele meio que se cura com o tempo, mas sempre deixa uma cicatriz. Cada vez que você se machuca, coloca uma camada protetora em volta dele, como um curativo, para que na próxima vez e ele não se machuque com tanta facilidade. Lembra das folhas de alcachofra?
Nota ::
Informações Técnicas do livro
Corações
de Alcachofra
Sita
Brahmachari
Ano: 2015
Páginas: 320
Editora: Galera Record
Sinopse:
Uma história emocionante sobre a vida e a
forma como protegemos nossos sentimentos
Mira Levenson tem 12 anos e raros momentos
de tédio. Com um irmão mais novo e uma irmãzinha bebê, além de todas as novas
experiências do início da adolescência, ela está sempre com a cabeça a mil. Mas
não imaginava que seria obrigada a lidar com um sentimento totalmente novo e,
possivelmente, o mais difícil de sua vida em meio a todo esse turbilhão.
Josie, sua vó, é artista plástica, um tanto
excêntrica, e uma de suas melhores amigas. Ela entende Mira como ninguém e
sempre tem os melhores conselhos na ponta da língua. Porém, depois de muitas
lições de vida, ela está pronta para ensinar a mais difícil: a aceitação do
fim. Vovó Josie está com câncer, e pretende encarar a última fase da vida de
cabeça erguida e com bom humor.
Enquanto tenta lidar com tudo isso, com a
ajuda de um diário, Mira vai descobrindo que não é a única a guardar segredos.
A personalidade de cada um é composta por muitas histórias e sentimentos
acumulados durante a existência, e depende muito de quanto de si cada um deixa
transparecer. Ela aos poucos compreende que, assim como um coração de
alcachofra, nosso próprio coração sempre tenta proteger a parte mais preciosa.
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