Eu já havia me redimido com o primeiro livro da
trilogia depois de uma releitura anos depois e de uma mente mais aberta, mas,
diferente de A Espada do Verão, eu sempre gostei da sua sequência, O
Martelo de Thor, só não imaginava gostar mais agora do que antes! Sério,
essa, com certeza, é uma das minhas séries favoritas do Tio Rick!
Não vou mentir dizendo que o livro é 100%
maravilhoso, mas ele conseguiu me conquistar de um jeito que só Rick Riordan consegue. E não só por essa
narrativa mais abrangente que dá espaço aos demais personagens, ficamos sabendo
mais sobre a vida do elfo Hearth, por exemplo, e meu coração apertou sabendo
mais da família e do mundo que ele veio. Blitz também continuou sendo um amigo
incrível. Secundários muito bem desenvolvidos.
Também gostei mais da narrativa e dos diálogos
desse livro, principalmente entre conversas de Sam com Magnus. Mas um
acréscimo ótimo, que engrandeceu todo o livro, foi a adição de Alex na
história, que é do gênero fluido ou transgênero, que quer dizer que, explicando
de forma sucinta, que se sente homem em determinados dias e mulher em
outros.
— (…) Eu não quero usar os mesmos pronomes o tempo todo, porque eu não sou assim. Eu mudo muito. Essa é a questão. Quando sou ela, eu sou ela. Quando sou ele, eu sou ele. Não sou elx. Entendeu?
— Se eu disser que não, você vai me bater?
— Não.
— Então não, não entendi muito bem.
— Você não precisa entender. Só, sabe, respeitar.
— A garota com o fio muito afiado? Tranquilo.
Ela deve ter gostado da resposta. Não havia nada de confuso no sorriso que me deu. A temperatura do escritório aumentou uns quinze graus.
A amizade de Magnus e Alex é um dos pontos altos do
livro, apesar de Alex ter um comportamento meio arredio e cauteloso no
começo por já ter passado por várias coisas e ser filha/filho de Loki, o que
não é bom para a saúde de ninguém (risos),
e mesmo Sam sendo sua irmã por parte de Loki, acabam sendo bastante diferentes.
Alex é bem mais confiante perante seus poderes metamorfos e seu parente divino
do que Sam, que, por acaso, tem um bom destaque nesse livro, acho que isso foi
algo bom, pois vejo que praticamente todos os secundários tiveram seu momento
de destaque, e de forma alguma passaram por cima do protagonismo de Magnus. (Quase todos, pois achei que os amigos dele
do corredor 19 de Valhala ficaram meio sumidos nesse livro, apareceram poucas
vezes e sem muito destaque).
Aprendi uma coisa sendo filho de Frey: nem sempre era possível lutar as batalhas dos meus amigos. O melhor que eu podia fazer era estar presente para curar as feridas deles.
A narrativa do livro dessa vez gira em torno do
desaparecimento do Martelo de Thor que, como um bom deus do universo de Rick,
repassa as responsabilidades para os não deuses resolverem e assim evitar o fim
do mundo (uma das grandes profecias é que
um dos acontecimentos que desencadearam o Ragnarök é a perda do Martelo). Então
a missão dessa vez é o recuperar antes que os gigantes fiquem sabendo que ele
não está com Thor. Acontecem muitas coisas no meio dessa confusão toda, mas
vale destacar o Magnus como um protagonista encantador, um curandeiro
excepcional e um amigo legal. Eu me apaixonei mais pelo jeito dele nessa
releitura, e a relação dele com Alex só me fez confirmar mais isso.
Rick Riordan, apesar de certos clichês e uma característica
marcante na escrita banhada com muito bom humor (o que ele faz da melhor maneira possível), inova ao dar espaço a
personagens diferentes, de narrar sem preconceito e de forma leve assuntos
polêmicos, de explicar como as coisas são, de toda a diversidade em um livro
classificado como infantojuvenil, apesar de muitos minimizarem esse tipo de
literatura como livros bestas e etc, é bom pensar que é esse tipo de leitura
que está criando leitores pensantes e com menos preconceitos, e precisamos que
personagens diferenciados estejam em livros populares, infantis, juvenis e não
apenas em livros específicos, ou mais “Cult”,
esse livro pode não ser uma bandeira e tal, mas as mudanças lentas ainda são
mudanças.
Enfim, o final desse me deixou muito ansiosa para o
próximo livro, eu surtei com o acontecimento final, e a última frase... Não sei
como assimilar, apenas leiam!
Nota ::
Informações Técnicas do livro
O Martelo de Thor
Magnus Chase e os Deuses de Asgard #2
Ano:
2016
Páginas:
400
Editora: Intrínseca
Sinopse:
Em A espada do verão, primeiro livro da
série, os leitores são apresentados a Magnus Chase, um herói boa-pinta que é a
cara do astro de rock Kurt Cobain. Morador de rua, sua vida muda completamente
quando ele é morto por um gigante do fogo. Por sorte, na mitologia nórdica os
heróis mortos vão parar em Valhala, o paraíso pós-vida dos guerreiros vikings.
Lá, Magnus descobre que é filho de Frey, o deus do verão, da fertilidade e da
medicina.
Desde então,
seis semanas se passaram, e nesse meio-tempo o garoto começou a se acostumar ao
dia a dia no Hotel Valhala. Quer dizer, pelo menos o máximo que um ex-morador de
rua e ex-mortal poderia se acostumar. Magnus não é tão popular quanto os filhos
dos deuses da guerra, como Thor e Tyr, mas fez bons amigos e está treinando
para o dia do Juízo Final com os soldados de Odin - tudo segue na mais completa
paz sanguinolenta do mundo viking.
Mas Magnus
deveria imaginar que não seria assim por muito tempo. O martelo de Thor ainda
está desaparecido. E os inimigos do deus do trovão farão de tudo para
aproveitar esse momento de fraqueza e invadir o mundo humano.
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