Nem só de livros de fantasia vive uma leitora (risos), por mais que a literatura fantástica seja meu gênero favorito, eu decidi variar e encontrei Verão Azul disponível gratuitamente no Kindle Unlimited e, sem ler nenhuma sinopse, só confiando na capa, decidi arriscar. E não é que encontrei um dos melhores livros que li no ano? É uma preciosidade da literatura nacional.
Os olhos dele me fazem querer ficar, mas também ir embora, e não sei se gosto desta sensação.
Verão Azul é um romance LGBTQ+ dos mais sublimes. De forma leve e
apaixonante, conhecemos a história narrada por Lucca, e com ele vamos nos
apaixonando por Eduardo. Eles são completamente diferentes um do outro, mas com
uma química e uma conexão incríveis.
Quando nossos olhares se encontram, ele abre um sorriso torto e desvia o olhar para o chão. É a sensação mais inquietante que já senti.
A história se passa em Porto Alegre e eles se
encontram no último ano do ensino médio dos dois. Lucca é do time de futebol e
Eduardo participa da equipe de cinema da escola. Apenas com essas referências
de vários outros livros clichês de adolescentes você imagina o que vai
acontecer. Bom, foi o que pensei durante a leitura, mas fiquei feliz em ser
enganada. Os personagens não são o que parecem e, a cada pequeno plot de suas personalidades, eu me via
mais empolgada com a leitura.
Como eu poderia gostar de guris se eu me sentia atraído por gurias também?
— Sendo bissexual?
Uma das coisas que mais curti nesse livro é que não
tem exatamente uma pessoa má e outra boa, o autor traz a complexidade do ser
humano de uma forma sutil, seu egoísmo, medo, insegurança, e alguns de seus
defeitos. Eu me vi, no começo do livro, com raiva de personagens que tomaram
meu coração no decorrer da leitura. Nenhum dos secundários parecera irrelevante
durante a leitura, não precisaram de muito destaque para eu conseguir me
apegar.
Bruna era alta, preta e estava com os cabelos compridos dispostos em tranças azuis.
O que eu adorei também é como o autor é direto na
descrição dos personagens: Preto, Marrom, Branco... Nada de pele cor de oliva, azeitonada
ou cor de caramelo. Chega de falar de tom de pele com descrições culinárias que
mal conseguimos formar na imaginação (desculpa,
precisava desabafar sobre isso — risos).
Preciso dizer que, além de uma boa representatividade
LGBTQ+, o autor traz várias outras com personagens negros (incluindo o protagonista) e indígenas. Apesar de nem todas serem trabalhadas e destacadas, a forma
sutil e delicada que são incluídas é muito boa.
Foi uma surpresa perceber que eu não me interessava de verdade por romance. E foi tão bom perceber que isso não era algo errado.
Enfim, Verão Azul é um romance gostoso de
ler, bem desenvolvido, com ótimos diálogos e foi uma leitura que me prendeu do
início ao fim. Apesar de não falar sobre muitos romances aqui com vocês, eu
indico muito esse, e espero que gostem. Leiam.
O azul pode ter milhões de significados, e é bem por isso. Triste. Nostálgico. Tranquilo. Um Verão Azul.
Nota ::
Informações Técnicas do livro
Verão Azul
Ano:
2020
Páginas:
202
Editora:
Independente
Sinopse:
Lucca está
entediado, assiste ao final do Ensino Médio do banco dos reservas. Desta vez, a
um conflito que envolve o rompimento do namoro de seu melhor amigo, que também
faz parte do time de futebol, com estrela da equipe de cinema. É o suficiente
para abalar a dinâmica social da escola, mas não para tirá-lo da inércia.
Mas é na noite
em que sua irmã o leva para uma festa com os amigos dela que Lucca começa a se
aproximar de Eduardo, diretor dos filmes produzidos. Com isso, ele se torna
titular em seus próprios conflitos pela primeira vez: todas as impressões e
sentimentos que guardou por tanto tempo começam a vir à tona mais uma vez.
Assim, Lucca precisa entender melhor a relação com sua sexualidade e o que
sente de verdade por Eduardo.
Ambientado em Porto Alegre, Verão Azul é sobre todas as sensações que costumam vir com o verão, da melancolia dos dias quentes às noites efervescentes com os amigos. A história gira entorno dos conflitos que Lucca e Eduardo precisam enfrentar para ficar juntos, o que inclui a família, os amigos da escola e o mais difícil de todos: eles mesmos.
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