Oi, serzinho! Com a data de lançamento de É Assim Que Começa se aproximando, finalmente resolvi ler É Assim Que Acaba, para poder ler a sequência depois. Confesso que, apesar de esse livro ter sido lançado há um bom tempo e eu ser apaixonada pela Colleen Hoover, tinha dúvidas se leria esse livro ou não, porque ouvi e li que era meio pesado e, de verdade, fiquei com medo do que podia encontrar. E posso dizer que me arrependo de não ter lido antes.
Aviso: pode conter gatilhos relacionados a violência doméstica e relacionamento abusivo.
— Não existe isso de pessoas ruins. Todos nós somos humanos e, às vezes, fazemos coisas ruins.
Nesse livro conhecemos Lily, que depois de um passado não muito feliz, se muda para Boston (onde tudo é melhor, de acordo com o seu primeiro amor, Atlas). Em um dia ruim, em um terraço de Boston, ela conhece Ryle, um neurocirurgião que não quer saber de relacionamentos, mas que se sente atraído por ela. Um tempo depois os dois se encontram apaixonados e envolvidos em um relacionamento que tinha tudo para ser maravilhoso, mas acaba não sendo o que a Lily (e nem a gente) esperava.
Quinze segundos. Só isso já basta para mudar completamente tudo sobre uma pessoa. Quinze segundos que nunca teremos de volta.
Sim, isso é tudo que consegui resumir do livro sem te encher de spoiler, serzinho. E até isso foi difícil. Mas o que, com certeza, não foi difícil foi me sentir fisgada pela história. E uma coisa que posso dizer com propriedade é que, apesar de o livro não tratar de temas leves, a escrita da CoHo sempre é uma das mais fluídas e fáceis de se ler que eu já encontrei nessa minha vida de leitora, pelo menos para mim é. Acho que por isso gosto tanto dela, porque mesmo quando o livro é pesado, a escrita dela é leve. E mesmo ela esmigalhando o meu coração, sempre termino os livros dela querendo mais.
Todo mundo erra. O que determina o caráter de uma pessoa não são os erros cometidos. É como ela usa esses erros e os transforma em aprendizados, não em desculpas.
Esse é um livro bem escrito, que nos tira da zona de conforto, com personagens bem construídos, e que nos faz questionar muita coisa, inclusive nossos julgamentos, e achei que a CoHo foi bem consciente tratando dos temas do livro, talvez nem todos concordem pelo que li em resenhas por aí.
— Sinto que todo mundo finge ser quem é, que, no fundo, somos todos igualmente ferrados. Alguns apenas escondem isso melhor que os outros.
É Assim Que Acaba é considerado o livro mais pessoal da Colleen Hoover e, se você ler a nota da autora no final do livro, você vai entender o porquê. E se você não sofrer nem um pouco lendo a história da Lily (mas aí você teria que ser bem sem coração), com certeza vai sentir algo lendo a nota da CoHo.
Sim, estou chorando. Mas vai passar. É a natureza humana: curar uma ferida antiga e preparar uma nova pele.
Eu não considero esse livro um livro romântico, então apesar de eu dizer que a escrita da Colleen é fácil, o livro não é, ela trata de assuntos sérios e pode ser usado como um alerta e um exemplo de como relacionamentos abusivos e situações de violência doméstica podem ser, mas não é igual a todos os exemplos e situações que ocorrem no mundo, cada caso é um caso, e esse livro é inspirado nas experiências da CoHo, não coloque expectativas do que você acha que deve encontrar em livros que tratam de temas assim.
Fiquei pensando em nosso país e no mundo inteiro e em como é uma loucura as pessoas não se ajudarem mais. Não sei quando foi que os humanos passaram a cuidar somente deles próprios. Talvez sempre tenha sido assim.
Ao sabermos de alguma situação de violência doméstica, é possível ouvir ou dizer: "Se meu marido me agredir, eu separo na hora", ou "Nunca que eu deixaria um homem me fazer passar por isso" (a Lily mesmo pensava assim). Mas é fácil falar sem sentir na pele e sem levar em conta as variáveis que envolvem a relação toda. O amor que a mulher sente pelo agressor, o amor que ela sente dele por ela, os bons momentos. Tudo acaba sendo posto na balança, não apenas a agressão.
Toda noite, choro até dormir e sussurro: “Continue a nadar”. Mas é muito difícil nadar quando você se sente ancorada dentro d’água.
Por isso esse livro da CoHo é tão importante, porque você vai entender a protagonista, o que ela sente, os dilemas, os porquês. Provavelmente na primeira parte do livro você pode se apaixonar pelo mocinho-não-mocinho, e ainda vai questionar o que leu sobre o livro em alguma resenha por aí, pensando: "Falaram que esse livro é sobre violência doméstica, mas fulano é bom, devem ter exagerado". Não exageraram. E é aqui que a CoHo mostra o diferencial dela, porque ela não faz do agressor um monstro desde o início, nem que o agressor sempre é alguém sem sentimentos, sem consciência, ela mostra que ele pode ser apaixonante e depois de certo tempo começar a errar, surpreendendo ele mesmo com as atitudes que toma. Porque as agressões podem começar com um empurrão em um momento de raiva, um aumento de voz, um tapa... que a mulher pode acabar perdoando porque o ama, e "foi só essa vez", até essa única vez virar mais outra e outra, e, se não cortar logo pela raiz, pode se tornar algo frequente e cada vez mais agressivo e violento, por vezes algo fatal.
Ninguém é exclusivamente ruim ou exclusivamente bom. Algumas pessoas só precisam se esforçar mais para suprimir o lado ruim.
Não vejo a hora de ler a continuação, apesar de ter um certo medo do que pode vir, afinal não dá para esperar um livro cheio de apenas coisas boas, já que estamos falando da CoHo, que sempre dá um jeito de machucar o nosso coração, pelo menos um pouquinho. Até!
— No futuro... se por algum milagre você achar que é capaz de se apaixonar de novo... se apaixone por mim.
Informações Técnicas do livro
Colleen Hoover
Tradução: Priscila Catão
Ano: 2018
Páginas: 368
Editora: Galera Record
Sinopse:
O romance mais pessoal da carreira de Colleen Hoover, É assim que acaba discute temas como violência doméstica e abuso psicológico de forma sensível e direta.
Em É assim que acaba, Colleen Hoover nos apresenta Lily, uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela.
Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja?
É assim que acaba é uma narrativa poderosa sobre a força necessária para fazer as escolhas certas nas situações mais difíceis. Considerada a obra mais pessoal de Hoover, o livro aborda sem medo alguns tabus da sociedade para explorar a complexidade das relações tóxicas, e como o amor e o abuso muitas vezes coexistem em uma confusão de sentimentos.
“Um romance corajoso, de partir o coração, que enfia as garras em você e não te solta… Ninguém escreve sobre sentimentos tão bem quanto Colleen Hoover.” -Anna Todd, autora da série After
“…Você vai sorrir em meio às lágrimas.” – Sarah Pekkanen, autora de Perfect Neighbors
“Imperdível. Com um drama fascinante e verdades dolorosas, esse livro retrata de maneira poderosa a devastação que o abuso pode causar – e a força de quem sobrevive a ele…” Kirkus Review
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