Oi, faroleiros. A Arqueiro tem nos presenteado com novas autoras nos romances e este livro foi realmente um presente. Eu amei a escrita da Beverly Jenkins. Foi uma leitura impactante e linda. Ter uma mulher negra escrevendo sobre a história de seu povo tem uma visão de propriedade e o sentimento real a ser transmitido ao leitor. Devo confessar que eu sempre fico impressionada quando leio algo sobre a história americana. Principalmente sobre as guerras internas.
Em Ventos de Mudança temos a história de uma jovem mulher negra que tem o sonho de, como professora, ajudar assim o seu povo a conseguir mudar suas vidas ao saber ler e escrever, principalmente agora nesta nova fase em que eles se tornaram livres no Sul como já eram no Norte. Mas, apesar do povo negro ser livre, ele vivia em separado do povo branco. Valinda Lacy aproveita então que seu noivo e melhor amigo está na França, em busca de financiamento para o seu negócio, e vai para o Nova Orleans trabalhar como professora, mas as dificuldades enfrentadas são bem maiores que imaginava.
Valinda sabe o que é uma mulher forte e independente devido a tudo o que sua avó passou até chegar em Nova York, porém não sabe o que é o amor, principalmente o amor entre um casal e também em família. Sendo assim ela fica totalmente desconcertada ao conhecer a família de Drake LaVeq, mas eles serão sua salvação em mais de um momento em sua jornada. Vendo a realidade dali ela sente todo o impacto que sua profissão pode proporcionar e cresce em seu coração o desejo de ali permanecer e fazer a diferença.
Se ela fosse dele, ele construiria não apenas uma sala de aula, mas uma escola inteira, e lhe daria de presente de aniversário ou Natal, demonstrando o que significa ser amada e adorada por um homem da Casa LeVeq.
De maneira simples e sem enrolação a autora criou um enredo forte, com personagens cativantes e surpreendentes e uma história de amor se desenvolvendo de maneira emocionante, que me deixou presa na história de início ao fim. Eu fiquei ansiosa para ver como a autora iria terminar o noivado da personagem, porque eu desde o início fiquei torcendo por ela junto ao Drake. O homem é tão romântico que até eu me apaixonei por ele. Sem falar da beleza negra, alta e forte, um homão daqueles.
— O que é o amor, Cole?
Ele lhe deu um pequeno sorriso.
— Sentir saudades quando se está longe. A alegria de acordar toda manhã e saber que aquela pessoa está lá e quão abençoado você é por terem mais um dia juntos. Querer o melhor para ele e ele querer o melhor para você. O amor significa muitas coisas, Val, grandes e pequenas.
Falando dos fatos históricos abordados na ficção deste romance, eu fico sempre impressionada em como o ser humano consegue ser tão desumano. É controversa esta frase, mas é a mais pura realidade. É triste ler como podemos ser tão horríveis para com nossos semelhantes, triste que os próprios negros que nasceram livres eram indiferentes ao seu povo que estava como escravo. Ler como pessoas foram vendidas e tratadas piores do que um animal me doe o coração. Mas, ao mesmo tempo, fico feliz em saber que sempre há pessoas que agem em contrapartida e salvam a humanidade da desgraça absoluta. Sempre há esperança.
Um livro pequeno, de leitura fácil e emocionante e muito lindo. Confesso que ao chegar ao final eu fiquei querendo que a autora tivesse escrito um livro contando a história da irmã da Valinda, mas o próximo é uma história independente desta. Porém eu fui totalmente arrebatada pela escrita da Beverly e vou ler os próximos lançamentos com o maior prazer. Um livro cinco estrelas.
Boa leitura e até a próxima.
Carolina Finco
Blog Pretenses
Informações Técnicas do livro
Mulheres Pioneiras #1
Beverly Jenkins
Tradução: Isadora Sinay
Ano: 2021
Páginas: 240
Editora: Arqueiro
Sinopse:
“Se você ainda não conhece Beverly Jenkins, precisa conhecer imediatamente.” – ShondaLand
O primeiro volume da série Mulheres Pioneiras acompanha a trajetória de uma professora preta vivendo no Sul dos Estados Unidos durante o período caótico que se segue à Guerra Civil.
A missão de Valinda Lacy na agitada e quente Nova Orleans é ajudar a comunidade de ex-escravizados a sobreviver e florescer através do estudo. Só que em pouco tempo ela descobre que, ali, a liberdade também pode ser sinônimo de perigo.
Quando bandidos supremacistas destroem a escola que ela montou e tentam atacá-la, Valinda corre para salvar sua vida e vai parar nos braços do heroico capitão Drake LeVeq.
Arquiteto nascido em uma família tradicional de Nova Orleans, Drake tem um profundo interesse pessoal na reconstrução da cidade. Criado por mulheres fortes, ele logo é conquistado pela determinação de Valinda. E não consegue parar de admirá-la – nem de desejá-la.
E quando o pai de Val exige que ela volte para casa, em outro estado, para se casar com um homem que ela não ama, seu espírito indomável atrairá Drake para uma disputa irresistível.
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