Família nem sempre significa vínculo sanguíneo, você pode perceber que aqueles que possuem esses vínculos com você talvez nunca tenham sido o que uma família deve ser, ou deveria ser. Às vezes encontramos quem chamar de família no decorrer da vida.
Meu pai mal olhou na minha cara. Só disse que de jeito nenhum ia ter um filho boiola, então acho que deixei de ser filho dele naquele dia. Boiola eu continuo sendo.
Diego pouco tem contato com sua família de sangue desde que saiu de casa, sua maior interação é com seu irmão Diogo, que só liga no Natal ou quando quer pedir algum favor, a família do Diego são seus amigos, com qual ele está prestes a sair de viagem, que é frustrada por um novo favor para seu irmão: cuidar dos seus 3 sobrinhos por um final de semana. E talvez Diego acabe descobrindo que pode manter um pouco desses dois lados de sua vida, afinal ele é um gay de família.
Desligo sentindo que fiz um pacto com o diabo para me proteger de satanás.
Sabe a sensação de está entretida com um filme muito bom na Sessão da tarde? Foi o que eu senti durante a leitura, digo isso da forma mais elogiosa possível, uma leitura fácil, fluida, divertida, ao mesmo tempo que tem seus pequenos dramas e reflexões. Diego é um personagem interessante, ele é engraçado e expansivo, ao mesmo tempo que é bastante fechado, principalmente em relação aos seus sentimentos, é uma pessoa machucada, que faz de tudo para que vejam como ele está bem.
Não existe uma gota de ódio no meu corpo cujo alvo seja Gabriel, Miguel ou Ester.
As crianças são bastante cativantes, cada qual com suas diferenças e peculiaridades, em tão pouco tempo reviram a vida e a casa de Diego de cabeça para baixo. Muito bom ler ele se transformando em tio, e a onda de proteção que cresce quando ele aceita esse “cargo”. Outro ponto que chama atenção no livro é a discussão da homofobia e racismo dentro da própria família, os pequenos comentários que machucam e como Diego lida com as consequências de crescer com isso e querer proteger os sobrinhos de passar pelo mesmo, ele querendo ser um lugar seguro para as crianças, de estar presente quando elas precisarem.
Toda pessoa com filhos é uma golpista em potencial.
No geral foi uma ótima leitura, não amei o Diego a todo momento, mas dá para o compreender, mesmo nas péssimas decisões. Enfim, indico bastante a leitura, apenas se divirtam lendo, sem grandes pretensões, e poderão acompanhar uma história bem legal, que entrega mais do que você imagina.
Informações Técnicas do livro
Gay de família
Felipe Fagundes
Ano: 2022
Páginas: 272
Editora: Paralela
Sinopse:
Um romance divertido, ousado e emocionante, que prende o leitor até o final e continua com ele bem depois de a última página ser virada.
"De zero a dez na Escala Gay, esse livro é um mil. Absolutamente hilário" -- Pedro Rhuas, autor de Enquanto eu não te encontro
Diego espera tudo de ruim dos próprios parentes, mas tudo mesmo. Que o pai tenha uma segunda família. Que a mãe comande um esquema de tráfico humano. Que o irmão lave dinheiro. Por serem versados em todos os crimes do manual da família tóxica, Diego decidiu ser gay bem longe deles. E tudo vai muitíssimo bem, obrigado.
Porém, às vésperas de uma viagem aguardadíssima com amigos, seu irmão aparece implorando por um favor: que Diego seja babá dos três sobrinhos por um final de semana, crianças com as quais ele nunca conviveu. De olho na grana que o irmão promete pagar e acreditando piamente no seu potencial como tio, ele aceita a proposta sem imaginar que os pequenos são, no mínimo, peculiares.
O que a princípio parece moleza, mesmo envolvendo uma gata demoníaca, um amigo imaginário e um porteiro potencialmente sádico, acaba se revelando um desafio quando Diego percebe que terá que revirar seus sentimentos e provar que pode dar conta do recado, sem perder o rebolado que apenas um tio gay é capaz de manter.
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