19 outubro, 2021

# @André Gama # Abdi Nazemian

Resenha:: Tipo uma História de Amor



Vários booktubers leram Like a Love Story e os elogios me deixaram com muita vontade de ler este romance LGBTQIA+. A Harper Collins Brasil logo anunciou que iria lançar Tipo uma História de Amor e esperei pela edição nacional. Quando o livro foi lançado, li algumas resenhas divergentes e fiquei um pouco receoso. Finalmente li e quero dividir minhas opiniões aqui com vocês.

  

Tipo uma História de Amor conta a história de 3 jovens que vivem em plenos anos 80. O jovem iraniano Reza se muda com a mãe para morar com o padrasto em Nova York. Na nova escola, ele conhece Judy, uma aspirante a estilista, e Art, garoto assumidamente gay. Reza se sente atraído por Art, mas tem medo de sair do armário por causa da AIDS — afinal ser gay significava morrer de AIDS. Reza reprime seus sentimentos e acaba se envolvendo com Judy.



Stephen, tio de Judy, é soropositivo e participa ativamente dos protestos da ACT UP contra o preconceito e o preço exorbitante dos poucos remédios existentes. É impressionante ver a diferença entre como a pandemia da Covid-19 foi tratada em comparação com a pandemia de AIDS. Muitos viram a AIDS como uma doença que estavam limpando o mundo dos pervertidos. Como uma benção enviada por Deus. Sem comentários!! 

  

Algumas pessoas levantaram a questão de Reza ter se relacionado com Judy apenas por ela ser uma garota gordinha e fácil de ser enganada, mas ele nunca pensou nela dessa forma. Pelo contrário, ele se encantou pela força e alegria dela. Por isso, não concordo com essa visão dos acontecimentos. 

  

Me emocionei muito ao ler o livro, porque vivi o período em que a pandemia da AIDS estava no auge e me identifiquei muito com o Reza. Sei como é difícil alguém aceitar sua própria sexualidade quando isso pode significar ainda mais dor e sofrimento. 

  

Apesar da época sombria, principalmente para a comunidade LGBTQIA+, o autor Abdi Nazemian narra uma emocionante jornada de autodescobrimento, amor, amizade e vida. 



A edição está linda! A capa é bem colorida e a diagramação tem bom respiro e espaço entre as linhas. A ilustração da capa foi feita por Dave Homer e a tradução é do autor, tradutor e ilustrador Vitor Martins. 

  

Há várias referências à cultura pop da época, mas Madonna tem um papel importante para os personagens, assim como teve na vida do autor e de todos os que viveram na época. Uma das melhores leituras do ano!! 

 

Viva e ame livremente! 

  

Com amor, André 




Informações Técnicas do livro

Tipo uma História de Amor 

Abdi Nazemian 

Tradução: Vitor Martins 

Ano: 2020 

Páginas: 352 

Editora: Harper Collins Brasil 

Sinopse: 

Em 1989, o jovem iraniano Reza se muda para Nova York com a mãe para morar com seu padrasto e o filho dele. Apesar de nunca ter contado para ninguém, Reza sabe há muito tempo que é gay. Porém, tudo que ele vê na televisão sobre a pandemia da aids e a comunidade LGBT reforça seu medo de que sua sexualidade está ligada a algo terrível. Então, o rapaz decide esconder sua verdade para se proteger das possíveis críticas da sua cultura e da sua mãe. 

Na escola nova, Reza conhece Judy, uma aspirante a estilista que adora criar e usar roupas coloridas. O maior ídolo dela é seu tio Stephen, um homem gay e soropositivo, que perdeu o parceiro para a aids e que usa seu ativismo para trazer atenção à doença. Ela tem certeza de que nunca vai se apaixonar — até conhecer Reza. Os dois iniciam um relacionamento, mas ele não consegue evitar os sentimentos que começa a ter por Art, melhor amigo de Judy. 

Art é o único garoto assumidamente gay da escola. Ele adora a Madonna, fotografa os protestos da comunidade e participa com orgulho do movimento gay — apesar da desaprovação de seus pais conservadores. 

À medida que os sentimentos de Reza por Art tomam forma, Reza luta para entender os desafios de assumir quem é sem machucar aqueles à sua volta. Numa jornada emocionante de autodescobrimento e amizade, Tipo uma história de amor é também um fantástico relato sobre a luta da comunidade LGBT e sobre o ato revolucionário de existir em meio ao medo e ao preconceito sem perder a alegria. 

 

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