02 junho, 2022

# @Danii # Editora Parceira

Resenha :: O Bosque das Coisas Perdidas



Oi, serzinho. Como vai? Algumas pessoas podem dizer que eu quis ler O Bosque das Coisas Perdidas pela capa maravilhosa que ele tem, e essas pessoas estariam parcialmente certas, porque eu realmente fui atraída pela capa de milhões, mas, além disso, a sinopse me deixou super curiosa, então eu tive que matar a curiosidade antes que ela me matasse. E tive uma experiência bem positiva.

 

Uma árvore solitária pode cultivar o ódio em sua casca e suas folhas carcomidas por traças (...). Mas uma floresta inteira consegue tecer uma maldade tão profunda e enraizada que pode não haver nenhuma passagem segura por tal lugar (...). Não se pode confiar numa floresta. As árvores conspiram. Observam. Estão despertas.



Uma terrível noite de tempestade deixou todos que moram perto do lago Jackjaw — inclusive os estavam alojados no Acampamento Jackjaw para Rapazes Rebeldes — sem energia elétrica, telefone e com a única estrada, que poderiam usar para pedir ajuda ou saírem de lá, intransponível. E não apenas isso. Durante a tempestade, um garoto desapareceu. 

 

O Bosque de Vime é onde espreitam coisas antigas e vingativas, muito mais antigas do que o próprio tempo. Coisas que você não quer encontrar na escuridão. Entre. Saia correndo.

 

Nora Walker é uma descendente de uma longa linhagem de bruxas e, tal como a maioria das outras Walker anteriores a ela, é uma descobridora de coisas perdidas. Duas semanas depois da tempestade, durante uma noite de lua cheia, ela entra no Bosque de Vime — um lugar onde ninguém ousa entrar, se não for uma Walker —, procurando coisas perdidas, mas dessa vez, ao invés de simples objetos, ela encontra um garoto, o garoto que desapareceu na tempestade, Oliver Huntsman. Após duas semanas no bosque, em pleno inverno, ele deveria estar morto.

 

Dentro do bosque sagrado, encontro coisas perdidas, mas apenas sob a lua cheia — quando a floresta adormece, quando o brilho pálido do luar faz com que ela caia no sono — posso entrar sem ser notada. Ilesa. Quando dorme, a floresta lhe permitirá uma passagem segura. Mas, se despertada, esteja preparada para correr.

 

Nora o ajuda a sair do bosque, mas o mistério do que aconteceu na noite da tempestade — e de como o Oliver foi parar no Bosque de Vime, como ele não morreu lá e qual a ligação dele com a floresta — continua, afinal o garoto encontrado não se lembra do que aconteceu. E o mistério só aumenta, quando descobrem que o Oliver não foi o único garoto que desapareceu durante a tempestade.

 

Que monstros se escondem onde ninguém consegue enxergar?



O Bosque das Coisas Perdidas é um livro único de uma fantasia juvenil mais sombria, o que não o fez ser um livro pesado nem nada, na verdade foi um livro bem fácil de se ler, e a pitadinha de romance que ele tem, me prendeu ainda mais na história (ai, ai, essas pessoas que amam romance, procuram migalhas em tudo).

 

O tempo não é uma medida de segundos, mas de respirações nos pulmões.

 

Achei a escrita da Shea Ernshaw muito envolvente, não é com uma narrativa acelerada, cheia de coisas acontecendo a cada piscar de olhos, é mais delicada, lenta, intimista, que vai te cercando aos poucos e, quando você percebe, está presa sem querer parar de ler. A ambientação é maravilhosa, a descrição do bosque, do inverno, do lago e de tudo é tão fascinante, que você fica com receio do bosque, sente o frio do inverno nos seus ossos. 

 

Talvez ficar sozinha seja mais fácil. Construir muralhas, uma vida solitária sem ninguém para perder. Ninguém para partir seu coração.

 

Amei os personagens também, a Nora e o Oliver cativaram meu coração sem eu notar quando foi. Como o livro é narrado em primeira pessoa pela Nora e pelo Oliver, foi fácil me apegar a eles. 

 

 A Nora eu tinha vontade de abraçar toda vez que alguém a tratava de forma ruim por causa da descendência dela, toda vez que ela se sentia menos Walker por ainda não ter encontrado a sua dádiva noturna, toda vez que ela começava a se cobrar por querer orgulhar o nome da família, toda vez que ela me fazia lembrar a Dani insegura que se cobra por inúmeros motivos. Mas nada disso a deixou menos corajosa, forte, determinada ou querendo renegar a sua origem, longe disso. 

 

Ela não é frágil ou medrosa. Ela é a tempestade que arranca telhados e derruba árvores.

 

O Oliver me despertou uma vontade de o guardar em um potinho e encher de amor. Inicialmente ele se sentia perdido, não sabia o que estava sentindo, o que aconteceu e tudo mais, e se sente culpado, e quando se lembra sente culpa e angústia por outros motivos. Eu só queria dizer: “Você é bom, Oliver. Entre no potinho que eu cuido de você”. 

 

Minha coisa perdida encontrada no bosque. Que agora é mais floresta do que garoto.

 

Confesso que consegui prever algumas coisas no livro, não eram exatamente imprevisíveis. O mais surpreendente foi a Nora não perceber o que estava bem na frente dela. O que não tornou o livro ruim, ainda ficava uma expectativa de “Será que estou certa?” com “Como será que a autora vai resolver isso?”, que me manteve grudada no livro até o final. 

 

Há mais a temer no coração dos homens do que nessa floresta. 

 

Uma coisa que gostei muito foram dos trechos do “Livro de Feitiços do Luar & Remédios da Floresta”, que conta histórias das bruxas Walker e algumas receitas de feitiços. Foi muito bom poder saber um pouco mais sobre as Walker e sobre as dádivas noturnas delas. Enriqueceram ainda mais o livro. 

 

Somos Walker (...). Viemos desta floresta. Das raízes, salmouras e pedras desgastadas pelos elementos. Somos as filhas da floresta. Uma não pode viver sem a outra.

 

O Bosque das Coisas Perdidas é uma fantasia apaixonante com um toque de mistério que eu amei ler e indico para quem quer ler livros do gênero, mas não quer ler nada pesado e nem livros com continuações sem fim. Apenas tome cuidado ao entrar no bosque, as árvores podem não te deixar sair. 

 

E nos livros, aqueles que não têm nada a perder normalmente se tornam os vilões. É assim que suas histórias começam, com uma perda e tristeza que rapidamente se transformam em raiva e rancor e um caminho sem volta.

 

Se não se importa, agora que descobri que as árvores são vingativas, preciso tentar conversar com as daqui, para descobrir o que fiz para elas quererem se vingar de mim, me furando com galhos e colocando as raízes na minha frente para me fazer tropeçar com uma frequência assustadora. Até! 

 

Aos leitores desta história, se um dia se encontrarem em um bosque sombrio, sem um fósforo para iluminar o caminho, sejam sua própria luz.



Informações Técnicas do livro

O Bosque das Coisas Perdidas 

Shea Ernshaw 

Tradução: Guilherme Miranda 

Ano: 2022 

Páginas: 368 

Editora: Galera Record 

Sinopse: 

Quando dorme, a floresta lhe permitirá uma passagem segura. Mas, se despertada, esteja preparado para correr! Envolvente e sorrateiro, O bosque das coisas perdidas vai te seduzir com magia e mistérios até que você esteja embrenhado demais em suas páginas para conseguir largar. 

 

Desde os primórdios dos contos de fadas somos ensinados a temer o que se esconde nas florestas escuras, e as florestas que cercam a cidadezinha de Fir Haven são ainda mais sinistras. Alguns dizem que aquelas árvores são mágicas. Outros, que são assombradas. Quando dorme, a floresta lhe permitirá uma passagem segura. Mas, se despertada, esteja preparado para correr. 

Nora Walker vem de uma longa linhagem de bruxas naturais que compartilham uma conexão especial com o Bosque de Vime e é essa conexão que a leva até Oliver Huntsman, o garoto que desapareceu durante a pior nevasca dos últimos anos. Ele deveria estar morto, mas foi encontrado vivo na floresta, sem qualquer lembrança do que aconteceu enquanto esteve desaparecido. 

Mas Nora pode sentir a presença de Oliver despertando a floresta, e não demora até perceber que, para manter as árvores adormecidas, ela precisará descobrir como o garoto a quem se apegou tão profundamente sobreviveu na floresta, e o que o levou até lá em primeiro lugar. O que Nora não sabe, porém, é que Oliver tem os próprios segredos, segredos que fará de tudo para manter ocultos, porque parece que ele não foi o único a desaparecer naquela fatídica noite, duas semanas atrás. 

A autora de A maldição do mar está de volta com um romance assombrado em que contos de fadas sombrios e bosques encantados se misturam depois que um garoto dado como desaparecido é encontrado na floresta mágica e se apaixona pela bruxa determinada a desvendar seus segredos.



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