A história começa com o encontro de Rafi e Dean. Ele, depois de 13 anos no exterior construindo uma carreira de sucesso no mundo do futebol profissional, voltou para casa, para o vinhedo da família. E nesse cenário deslumbrante, antes do dia começar amanhecer, ele conhece uma linda mulher que não sabe quem ele foi nos campos de futebol.
"— Vítimas que procuram ajuda e continuam a lutar são as pessoas mais fortes de todas."
O envolvimento dos dois vai acontecendo, enquanto nós vamos começando a descobrir os segredos que cada um guarda, o de Rafi vem logo no comecinho e nos faz ter uma empatia imediata por ela, e por sua decisão de viver como nômade, pelo interior da Austrália, colhendo frutas, até decidir o que fazer com o resto da sua vida. Já não é tão simples com Dean, ele mostra que tem muitas feridas de sua vida anterior, e que a saída dos campos não foi apenas uma decisão de parar de jogar, a vida pessoal teve muito peso nessa decisão.
E de forma muito leve, além da química do casal que vai crescendo, a história segue a mesma curva, porque os personagens vão se mostrando num caminho de crescimento pessoal onde é tudo ou nada e a tão sonhada felicidade pode ser real ou uma eterna miragem. Eu amei o fato de Rafi não ter uma atitude Poliana frente a tudo que viveu, mas nem por isso deixou de olhar o copo meio cheio numa forma de viver que com certeza salvou sua sanidade. Enquanto, isso cada vez mais fica claro que os segredos de Dean ainda estão consumindo sua vida e que mesmo a distância física não foi suficiente para por fim aos danos.
"Amigos podem durar a vida inteira sem revelar que, secretamente, queriam mais."
As inversões de papel comuns a gênero deram um frescor a trama e abordaram de forma honesta e muito apropriada temas que são tabus. Eu amei a autora não ter feito um personagem masculino toxico usando tudo que ele viveu como desculpa para atitudes que não tem justificativa e que a Rafi não ser uma mulher a espera de um príncipe encantado que venha resgatá-la. Outro ponto maravilhoso, é o fato de ser uma duologia e o irmão querido de Dean já ter sua história contada, afinal são poucas páginas e o gostinho de quero mais tanto do casal principal quanto da história de Rue.
O cenário dos vinhedos australianos foi uma delícia, porque, ao mesmo tempo que é algo novo, tem uma certa zona de conforto, afinal vinho, fazenda e futebol são bem próximos da nossa realidade. E a maneira da autora explorar as dores que não são visíveis como a dos pés das bailarinas foi brilhante, porque norteiam bem o quão enganosa, a fragilidade e a leveza escondem uma jornada exaustiva de treinos, repetições e força necessárias para dança. Quanta força é necessária para dar um basta e recomeçar? E a cada capítulo nos aproximamos dessa resposta e um final capaz de agradar aos corações mais cínicos e mais românticos. Já estou ansiosa para leitura do próximo livro.
"— Alguma coisa te fez feliz hoje? E ele respondeu: — Fez"
Sobre a edição a editora Galuba tem uma proposta bem atual, ela traz livros no formato e-book para a diagramação de espaçamento, fonte, e outros detalhes serem ao gosto de quem lê, mas confesso está apaixonada pela edição física. Então, você pode começar a leitura agora mesmo pelo kindle unlimited ou garantir sua edição na loja da editora. O que não pode é ficar sem ler.
Informações Técnicas do livro
Irmãos Thorn #1
Madeline Ash
Tradução: Stéphanie Rumbelsperger
Ano: 2022
Páginas: 256
Editora: Galuba Editoral
Sinopse: EXTRA! EXTRA! O famoso jogador de futebol australiano Dean Thorn largou sua carreira no auge e voltou para casa. Ainda não sabemos o que o levou a tomar essa decisão, mas seja lá qual for o motivo, não aconteceu em campo.
Rafi Dalton é bailarina. Ou era. Considerada uma grande promessa da dança, não soube balancear a vida pessoal e profissional e acabou largando tudo para viver como nômade, pelo interior da Austrália, colhendo frutas, até decidir o que fazer com o resto da sua vida.
Dean Thorn, depois de 13 anos no exterior construindo uma carreira de sucesso no mundo do futebol profissional, voltou para casa, para o vinhedo da família. Está na época da colheita das uvas, o que significa muitas pessoas trabalhando na fazenda, entre elas uma mulher linda, independente, forte e que não o reconhece como o famoso jogador.
Duas histórias que se entrelaçam clamando por um futuro, mas será que o passado vai permitir essa união?
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