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09 maio, 2019

Resenha :: Calafrio (Os Lobos de Mercy Falls #1)

maio 09, 2019 0 Comentários

Depois que li Os Garotos Corvos (A Saga dos Corvos #1) fiquei com muita vontade de ler outros títulos da autora Maggie Stiefvater. Ouço falar muito bem de A Corrida do Escorpião, mas a oportunidade apareceu quando encontrei um box com 3 dos 4 livros da série Os Lobos de Mercy Falls por apenas R$25,00.

Calafrio é o primeiro livro da saga de Grace e Sam. Há seis anos, Grace foi levada do balanço do quintal da sua casa por um bando de lobos. Durante o ataque, um belo lobo de olhos amarelos a salva do resto da alcateia. Desde então, ela passa todos os invernos observando os lobos no bosque próximo à sua casa na esperança de rever aqueles penetrantes olhos.

Quando Jack, um dos amigos da escola de Grace, desaparece, todos acreditam que ele foi mais uma vítima dos lobos e os homens da cidade saem para caçar as feras. Ela tenta impedir, com medo de que “seu” lobo seja morto, mas não consegue. Ela volta para casa triste e se depara com um garoto nu e ensanguentado caído na varanda de sua casa. Ao fitar seus olhos, Grace sabe que está diante do lobo de olhos amarelos em forma de gente.


“Você é minha troca de pele
Meu verão-inverno-outono
Eu corro pra te seguir
Que linda é esta perda.”


Maggie Stiefvater escreveu um romance sobrenatural adolescente entre uma garota e um lobisomem. Gostei da forma como ela construiu a mitologia dos lobisomens. É diferente, mas respeita a lenda.

No início, achei que a autora não aprofundou muito seus protagonistas, e os personagens secundários não têm muita relevância narrativa. Mas, com o desenvolver da história, fui criando uma conectividade afetiva com eles. A narrativa não se compara com a poesia que é Os Garotos Corvos, mas isso não significa que o livro é ruim. É muito bom para quem curte o gênero!


Os capítulos são bem curtos e a história é narrada em primeira pessoa, alterando o ponto de vista entre os de Grace e Sam. A edição da Editora Agir Now é competente, com boa diagramação, páginas amarelas, orelhas e uma bela capa. Lembro da capa branca de quando o livro foi lançado, mas o livro que tenho é a de capa cinza-azulada com a foto de um lobo.


Apesar dos clichês, me peguei secando algumas lágrimas que escorreram durante as últimas páginas.


Com amor, André.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Calafrio
Os Lobos de Mercy Falls #1
Ano: 2015
Páginas: 344
Editora: Agir Now
Sinopse:
O frio. Grace passou anos observando os lobos no bosque próximo à sua casa. Um deles, um belo lobo de olhos amarelos, a observa também. Ele parece familiar, mas ela não sabe por quê.
O calor. Sam vive duas vidas. Como lobo, ele é um companheiro silencioso da garota que ama. E, por um curto período a cada ano, ele é humano, embora nunca tenha coragem suficiente para falar com Grace… até agora.
O calafrio. Para Grace e Sam, o amor sempre foi mantido a distância. Mas, uma vez revelado, não pode ser negado. Sam precisa lutar para continuar humano, e Grace precisa lutar para ficar ao seu lado — mesmo que isso signifique enfrentar os traumas do passado, a fragilidade do presente e as impossibilidades do futuro. 

02 maio, 2017

Resenha :: A Bibliotecária de Auschwitz (La bibliotecaria de Auschwitz)

maio 02, 2017 24 Comentários

“Abrir um livro é como abrir uma janela à liberdade.”

O livro “A Bibliotecária de Auschwitz” é um romance baseado numa história real, e escrito por Antonio G. Iturbe. Adquiri este livro após ler apenas a sinopse dele, não li nenhuma resenha antes de adquiri-lo, e foi uma grata surpresa.

Edita Adlerova, ou simplesmente Dita, era uma adolescente comum que vivia com seus pais – Hans e Liesl - em tranqüilidade na cidade de Praga, até que durante a Segunda Guerra Mundial eles são expulsos de sua casa e são levados como prisioneiros ao campo familiar de Auschwitz-Birkenau pelo simples fato de serem judeus.

“Uns dias em Auschwitz transformam um novato em veterano. Também podem transformar um jovem num velho ou uma pessoa robusta num ser decrépito.”

O campo de Auschwitz era na verdade uma propaganda nazista para mostrar para a Cruz Vermelha que a fama dos campos de extermínio não era real. Alguns internos souberam tirar proveito disso e conseguiram que um dos blocos fosse transformado em um lugar só para as crianças, persuadiram os nazistas a aceitar a ideia alegando que os pais renderiam mais no trabalho porque não precisariam se preocupar com seus filhos durante o dia. Desta forma, Dita conhece Fred Hirsch que era o responsável pelo Bloco 31, que na verdade, era uma escola clandestina, e passa a ser bibliotecária.

É no mínimo inusitado pensar na existência de uma biblioteca num campo de concentração, mas através do mercado negro, os judeus obtiveram alguns livros que eram usados nas aulas, e também existiam os chamados “livros-vivos”, professores que sabiam uma história de cor e contavam as crianças.

“Não era uma biblioteca extensa. Na verdade, eram oito livros. Naquele lugar tão escuro em que a humanidade chegou a alcançar a própria sombra, a presença dos livros era um vestígio de tempos menos lúgubres, mais benignos, quando as palavras ressoavam mais do que as metralhadoras. Uma época extinta.”

Os alemães consideravam os livros uma grande ameaça, como já vimos relatos na história eram feitas fogueiras com livros que não eram de interesse do Terceiro Reich, uma forma de silenciar e censurar os intelectuais. Portanto, a missão de Dita não era apenas conservar e organizar os livros da pequena biblioteca, mas escondê-los dos olhos dos nazistas, uma vez que se os achassem, além de acabar com as atividades da escola, sua vida estaria em risco.

Durante a narrativa, conhecemos diversos personagens, entre eles a encantadora Margit, uma adolescente de 16 anos que é uma das melhores amigas de Dita, o perverso Doutor Mengele que como sabemos foi um cientista capaz de realizar experimentos abomináveis em seres humanos, o professor Morgenstern que era considerado um louco por muitos, dentre outros tantos.

Dita é uma garota cheia de vida, esperança, disposição e uma heroína-mirim, sua dedicação aos livros e a seu trabalho como bibliotecária era notável, e ela se espelhava no líder do Bloco 31, Fred Hirsch, que tentava trazer um pouco de normalidade a vida daquelas crianças de Auschwitz.

“Ela pensa por um momento em Hirsch com aquele eterno sorriso enigmático. De repente, percebe que o sorriso de Hirsch é uma vitória. Num lugar como Auschwitz, onde tudo é projetado para fazer chorar, o riso é um ato de rebeldia.”

Um livro escrito de uma maneira simples, mas que carrega uma história tocante, com diversos aprendizados, e altamente emocionante. Um livro que fala não somente sobre os horrores do Holocausto e da Guerra, mas também mostra o amor, a fé, a esperança, a bravura, a lealdade, o companheirismo, a amizade. Não só indico a leitura, como recomendo a todos, ainda mais por nos mostrar a importância dos livros em nossas vidas e como eles podem ser transformadores!

“Voltar a ter um livro nas mãos faz com que a vida comece a se encaixar, com que as peças de um quebra-cabeças que alguém desmanchou a chutes voltem, pouco a pouco, ao seu lugar.”

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

A Bibliotecária de Auschwitz
Um romance baseado numa história real
Antonio G. Iturbe
Ano: 2014
Páginas: 366
Editora: Agir
 
Sinopse (Skoob):
Muitas histórias do horror e sofrimento testemunhados dentro dos campos de concentração nazistas são contadas e recontadas, já estão gravadas e arquivadas. É difícil, nesses relatos, encontrar atos de esperança e força diante de todo o mal registrado durante o Holocausto. 'A Bibliotecária de Auschwitz' é um livro diferente. É uma história verdadeira e cheia de detalhes a respeito de um professor judeu, Fredy Hirsh, que criou uma escola secreta dentro do bloco 31, no campo de concentração de Auschwitz, dedicando-se a lecionar para cerca de 500 crianças. Criou também uma biblioteca de poucos volumes com a ajuda de Dita Dorachova, uma menina judia de 14 anos que se arriscava para manter viva a esperança trazida pelo conhecimento e escondia os livros embaixo do vestido. É um registro de uma época sofrida da História, mas que também mostra a coragem de pessoas que não se renderam ao terror e se mantiveram firmes usando os livros como 'arma'."