Ganhei este livro em um sorteio promovido
pela Livraria e Sebo Simonetti no final do ano passado e até
então não havia o lido. Um título tão curto e a capa vermelha me chamaram a
atenção, resolvi arriscar e dar uma chance, até porque nunca tinha lido nada
deste autor.
Douglas Petersen é um bioquímico de 54 anos,
é metódico, organizado, objetivo e, talvez, um pouco antiquado. Casado a 25
anos com Coonie Moore, uma artista de espírito livre, eles viviam uma vida
feliz com seu filho adolescente Albie, um jovem rebelde e também artista.
Até que uma noite, Douglas é surpreendido por
sua esposa, que diz querer se separar. E ele se vê sem chão, não entende, e
aquilo martela na sua cabeça... Mas, como? Eles não eram tão felizes, não
estavam bem?
"A conversa continuou por algum tempo, Connie, exultante com toda aquela sinceridade, eu, inseguro, incoerente, esforçando-me para assimilar o que ouvia. Há quanto tempo ela se sentia assim? Será que estava realmente tão infeliz, tão cansada? Eu entendia sua necessidade de ‘redescobrir a si mesma’, mas por que ela não poderia se redescobrir comigo por perto? Porque, como ela dissera, nosso trabalho estava concluído."
A separação não seria iminente, uma vez que
eles já haviam programado as férias familiares “O Grand Tour dos Petersen!”, uma viagem pela Europa e seus
principais pontos turísticos, seria essa a chance de Douglas reconquistar sua
esposa ou deixar tudo ir por água a baixo?
Douglas, como todo bom metódico, havia
planejado cuidadosamente e organizado o roteiro da viagem, mas Connie e Albie
queriam que ele vivesse o momento, que se deixasse levar... A viagem continua
seguindo relativamente bem, até que em um café da manhã, Albie se mete em uma
confusão e tem uma discussão com Douglas, e foi a gota d’água. O caos estava
instaurado.
Em meio a memórias do passado e o presente,
David Nicholls constrói uma história que se mostra envolvente, complexa e
sensível como todas as relações familiares são. Eu, particularmente, gostei
muito do personagem Douglas e suas manias, seu jeito “certinho”, mas não posso
dizer o mesmo de Connie e Albie. Será que vocês adivinham o motivo?
Gostei deste livro porque ele é REAL, mostra
como as relações familiares são e traz reflexões e diversos aprendizados ao
longo da narrativa. O autor soube descrever cada lugar por onde a família
Petersen passou ao longo do Grand Tour, nos transportando para dentro do livro
e fazendo com que pudéssemos nos sentir na Europa, além disso, no final do
livro há um “esquema” dos locais visitados e as obras citadas, para ajudar os
leitores.
O livro é dividido em partes, sendo cada uma
delas uma parada da família Petersen ao longo do Grand Tour e marcada por uma
frase, as páginas são amareladas e os capítulos são bem curtinhos (cerca de
três páginas cada um).
Nota ::
Informações Técnicas do livro
Nós
Ano: 2015
Páginas: 384
Editora: Intrínseca
Sinopse (Skoob):
Certa noite, Douglas Petersen, um bioquímico
de 54 anos apaixonado pela profissão, por organização e limpeza, é acordado por
Connie, sua esposa há 25 anos, e ela lhe diz que quer o divórcio.
O momento não poderia ser pior. Com o
objetivo de estimular os talentos artísticos do filho, Albie, que acabou de
entrar para a faculdade de fotografia, Connie planejou uma viagem de um mês
pela Europa, uma chance de conhecerem em família as grandes obras de arte do
continente. Ela imagina se não seria o caso de desistirem da viagem. Douglas,
porém, está secretamente convencido de que as férias vão reacender o romance no
casamento e, quem sabe, também fortalecer os laços entre ele e o filho.
Com uma narrativa que intercala a odisseia da
família pela Europa — das ruas de Amsterdã aos famosos museus de Paris, dos
cafés de Veneza às praias da Barcelona — com flashbacks que revelam como
Douglas e Connie se conheceram, se apaixonaram, superaram as dificuldades e,
enfim, iniciaram a queda rumo ao fim do casamento, Nós é, acima de tudo, uma
irresistível reflexão sobre a meia-idade, a criação dos filhos e sobre como
sanar os danos que o tempo provoca nos relacionamentos. Sensível e divertido,
com a sagacidade e a inteligência dos outros livros do autor, o romance analisa
a intrincada relação entre razão e emoção.
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