Olá meus queridos Faroleiros! Como estão? Hoje
vamos conversar sobre um clássico da literatura romântica. Vamos lá?
Uma das coisas que me chamou atenção antes mesmo
de ler a sinopse do livro, foi o fato da Editora
Pedrazul usar as belíssimas ilustrações feitas por George Du Marrier.
Ilustrações que foram utilizadas nas publicações seriadas e na primeira edição
do livro.
Ah, já estava me esquecendo, antes de entrar na
história de Esposas e Filhas, precisamos esclarecer alguma coisas sobre a
autora.
A autora faleceu em 12 de novembro de 1865, aos
55 anos, em decorrência de um ataque cardíaco. Sendo seu último livro Esposas
e Filhas, a obra estava sendo publicada de forma seriada desde o mês de
agosto de 1864 pela revista Revista The Cornhill, ficando o final da obra
inacabado.
“A história é interrompida aqui, e nunca será terminada. O que prometia ser a obra-prima de uma vida é um memorial da morte. (…) Mas, se a obra não foi terminada, pouco resta para ser adicionado e este pouco se reflete claramente em nossa imaginação.” (p. 533)
Confesso que nunca tinha lido nada de Elizabeth Gaskell – me julguem! E foi
uma grata surpresa me deparar com a obra e gostar. Chega de blá, blá, blá e vamos à história!
Em Esposas e Filhas, somos levados a um
pequeno condado ou vila chamada Hollingford, situada no interior da Inglaterra.
Grande parte da trama se passa na casa do jovem viúvo e médico Mr. Gibson. Sendo
um homem muito respeitado por todos, porém tem uma coisa que abala seu
trabalho- sua única filha Mary, a quem ele carinhosamente chama de Molly.
“Não ensine muitas coisas a Molly. Ela deve saber costurar, ler, escrever e fazer cálculos, mas quero que continue sendo uma criança, e, se eu descobrir que ela precisa aprender mais do que o desejável, eu mesmo providenciarei. Afinal, não tenho certeza se ler e escrever sejam necessários. Muitas mulheres de boas condições casam-se usando um ‘X’ ao invés do nome. Isto é mais para uma dissolução do juízo materno. Contudo, devemos nos render aos danos da sociedade, Miss Eyre, então, você pode ensinar a menina a ler.” (ps. 30 e 31)
Quando ainda era uma criança, Molly foi a uma
festa oferecida pelos Lord e Lady Cumnor. Porém, Molly acaba se sentindo mal e
fica aos cuidados de Clare, governanta da família. O que elas não esperavam era
o no futuro elas iriam se encontrar novamente.
O tempo passa e Molly entra na adolescência.
Sendo seu pai um médico respeitado, ele recebia em sua casa jovens aprendizes.
Um de seus alunos percebe que está apaixonado por Molly, quando o Mr. Gibson
percebe o que esta começando a acontecer, mais do que de pressa ele envia sua
bela filha para passar um tempo na casa de uma querida paciente.
Com tal acontecimento, o doutor sentiu na pele
que lidar com as novidades da adolescência de uma filha não seria nada fácil.
Outra decisão que o Mr. Gibson precisou tomar
foi: se casar novamente. Lembra que lá no começo eu falei que o destino iria
fazer Molly e Clare se encontrarem no futuro? Pois bem, a escolhida para a vaga
de madrasta foi a Clare, também viúva e mãe de uma jovem da idade de Molly.
Muitas coisas mudaram na vida de Molly. O casamento trouxe não só uma madrasta,
mas uma rotina nova, e uma “irmã” – Cynthia.
É muito bonito de viver com elas a amizade
crescendo e de fato viando uma relação de irmãs. Até mesmo quando elas
compartilham de um amor, as jovens são capazes de separar as coisas e não
deixar nada atrapalhar a relação que foi construída.
Esposas e Filhas é um
livro com uma história sobre o dia-a-dia.
A Autora vai narrando os acontecimentos de uma maneira até mesmo
despretensiosa, quando o leitor se dá por si, já está absolutamente envolvido
na trama.
Os personagens? Esses são um caso a parte. Muito
bem construídos, mesmo que a autora não tenha ficado presa a descrições,
são muito bem construídos, mas a autora não se perde em descrições detalhadas,
ela apenas mostra magnificamente bem os atributos de cada personagem dentro do
enredo.
Adorei acompanhar o crescimento das meninas, o
envelhecimentos de outros personagens, os casamentos e até as mortes. Em todo o
momento, tive a sensação de morar e viver tudo isso em Hollingford.
A Editora
Pedrazul está de parabéns com a edição do livro. As ilustrações são lindas,
pessoalmente, elas ajudaram muito a minha imaginação. A linguagem, mesmo que de
séculos atrás, não é complicada de ser compreendida, de maneira que até podemos
conhecer melhor fatos e costumes da sociedade da época.
Como falei no começo da resenha, no início
da resenha, Elizabeth Gaskell faleceu
antes de concluir o livro. Porém, ela havia falado para o editor da revista das
suas intenções para cada personagem, tal maneira que, com o falecimento da
autora o editor escreveu uma coluna na revista informando aos leitores os
desfechos escolhidos pela autora para seus personagens.
Tais considerações estão presentes no final do
livro, sendo assim, Esposas e Filhas não fica sem um “final”. Confesso a vocês que
depois de mais de 500 páginas não pude deixar de ficar triste. Pois queria
muito saber pela escrita da autora o que iria acontecer com esses personagens
que aprendi a gostar.
Nota :: 










Informações Técnicas do livro
Esposas e Filhas
Uma
História Cotidiana
Ano:
2016
Páginas:
540
Editora:
Pedrazul
Sinopse (Skoob):
É o
último romance escrito por Elizabeth Gaskell, em 1865, considerado sua
obra-prima, narra o destino de duas famílias do século XIX na Inglaterra rural.
Trata das relações familiares de pai, filha, madrasta, filhos, enteada e de
seus envolvimentos românticos. A história gira em torno de Molly Gibson, filha
única de um médico viúvo vivendo em uma cidade provincial inglesa em 1830. Tem
início com Molly ainda criança em visita à casa do pai e a negligência da
ex-governanta, Miss Clare, em relação a ela.
Sete
anos depois, Molly é uma atraente jovem bastante irreal que desperta o
interesse de um dos aprendizes de seu pai, o Sr. Coxe. O afeto é descoberto
pelo senhor Gibson que envia a jovemMolly para ficar com as Hamleys, de Hamley
Hall, uma família da pequena nobreza. Lá, ela encontra uma substituta da mãe na
senhora Hamley, que a trata como filha. Molly também se torna amiga do seu
filho mais novo, Roger. O filho mais velho da família Hamleys, Osborne Hamley,
um jovem bonito, inteligente e mais elegante do que seu irmão, é esperado para
fazer um casamento brilhante após uma excelente carreira na Universidade de
Cambridge. Porém, um grande segredo envolve Osborne. Intrigas, fofocas,
preconceito, traições, tragédias e amor marcam este formidável romance.
Personagens
como Molly, Roger e Osborne; a empregada doméstica Aimeé; o senhor Gibson; a
madrasta de Molly: a senhora Jacinto Kirkpatrick (ex-Miss Clare, a antiga
governanta), uma ambiciosa e egoísta mulher; a meia-irmã mais nova de Molly, a
egoísta, rebelde, Cynthia, educada na França um contraste com a ingênua Molly.
Segredos do passado envolvendo mãe e filha e um empregado nas terras do senhor
Gibson, o senhor Preston, fazem desse livro uma obra-prima. Foi publicado na
revista Cornhill como uma série de agosto de 1864 a janeiro de 1866. Quando
Gaskellmorreu subitamente, em 1865, a última parte foi escrita por Frederick
Greenwood.
A Editora Pedrazul
atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras
mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial
brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora
inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico
e de época escritos por autores contemporâneos.
Olá!!
ResponderExcluirNão costumo ler muitos clássicos, mas pretendo mudar isso! E Elizabeth Gaskell é uma das autoras que quero muito ler ♥
Conhecia apenas a capa do livro publicado pela Pedrazul, e agora com a sua resenha fiquei sabendo um pouco mais da história, pena que a autora não conseguiu terminá-la.
Mas pela sua opinião, acho que vale a pena ler mesmo assim ♥ Ainda bem que o editor pelo menos contou os finais...
Abraço!
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