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09 janeiro, 2019

Resenha :: Margaret Hale │ Norte & Sul

janeiro 09, 2019 2 Comentários

Olá, Faroleiros!! 

Hoje iremos conversar sobre um grande clássico da literatura — Margaret Hale (Norte e Sul). Esse livro é a base para série Norte & Sul da BBC. Não assisti a série, mas, pelo que vi na internet, a série sofreu algumas mudanças, porém esse fato não mudou sua qualidade em relação à obra literária. 

Quando li Esposas e Filhas (resenha aqui!) pude apreciar a incrível escrita da autora e, como falei naquela resenha, a autora escrevia histórias para uma revista da época. Sendo assim,  Margaret Hale foi o título escolhido pela autora quando ela começou a escrever a história para a revista, mas o editor da revista preferiu alterar o nome para  Norte e Sul.


Narrada em terceira pessoa, a obra conta a história da personagem Margaret Hale, ela vem de uma cidade do sul da Inglaterra chamada Helstone. Margaret passou um tempo com seus tios, e após voltar para a casa de seus pais, descobre que a família resolveu mudar completamente de vida. Eles deixam a tranquila cidade ao sul e vão viver em Milton (cidade fictícia) ao norte da Inglaterra. Pegou a referência de Norte e Sul?

As despedidas tão apressadas, entre todas as outras despedidas, daqueles com quem convivera tanto tempo, agora a oprimiam com uma tristeza melancólica pelos momentos que não mais voltariam. (p. 42)

A história começa a acontecer mesmo a partir desse ponto. Nossa protagonista é cheia de personalidade, muito orgulhosa e beeeeeeem resolvida.


O problema é que Margaret é meio preconceituosa com os habitantes da nova cidade. E isto torna sua adaptação bem difícil. Entretanto, a personagem aceita a mudança. 

 Com o tempo, Margaret conhece o senhor Thornton, um comerciante dono de uma indústria tecelã. 

Quando Thornton e Margaret se conhecem meio que os dois não se dão bem. Mas é palpável a química entre os personagens.


Uma coisa bem legal sobre o romance é que não temos um enfoque no casal, o leitor pode vivenciar com a leitura momentos da Revolução Industrial e fatos mais sérios que um romance apenas. 

Por exemplo, a família de Margaret conhece o  Sr. Higgins, e isto faz com que a opinião dela sobre as pessoas de Milton vá mudando. Margaret passa a ter um grande carinho pelo Sr. Higgins e pela sua filhinha.

A partir daquele dia Milton tornou-se um lugar mais iluminado […] Era porque ali ela havia encontrado um interesse humano. (p. 139)

Margaret passará por grandes dificuldades e para completar um grande mal- entendido com o Sr. Thornton, fará com que ela mude seus pensamentos e amadureça.

Se você vive em Milton, deve aprender a ter um coração corajoso. (p. 213)


Norte e Sul é um clássico. Uma leitura atemporal! Aquela leitura que te prende do início ao fim. A autora passa ao leitor, por meio de sua escrita, o drama, medos e dificuldades que pessoas vindas campo para a cidade grande sofrem. 

Leitura mais que recomendada.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Margaret Hale Norte & Sul
Ano: 2015
Páginas: 428
Editora: Pedrazul
Sinopse:
Ainda muito pequena Margaret Hale foi enviada para viver em Londres com uma tia rica. Quando sua prima se casa, ela volta para casa dos pais, mas é forçada a deixar o campo, lugar que tanto amava, e mudar-se para a sombria e poluída cidade industrial de Milton, no Norte. Acostumada à doçura e idílio do Sul, ela testemunha o mundo duro e brutal, forjado pela revolução industrial. Chocada com tantas diferenças, aos poucos a jovem começa a descobrir Milton, seus habitantes, o funcionamento das fábricas e as relações entre patrões e operários. Solidária com os pobres, cuja coragem e tenacidade ela admira, e entre os quais faz alguns amigos, ela se depara com o belo John Thornton, um industrial do ramo de algodão, cuja rigidez e atitude insolente para com os trabalhadores ela tanto despreza. O confronto entre Margaret e Mr. Thornton é considerado uma reminiscência das desavenças entre Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, personagens de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen.
Margaret Hale e Norte e Sul são dois títulos do mesmo livro, motivo pelo qual a editora publicou essa obra com duas capas.


Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.

28 março, 2018

Resenha :: Esposas e filhas (Wives and daughters)

março 28, 2018 1 Comentários

Olá meus queridos Faroleiros! Como estão? Hoje vamos conversar sobre um clássico da literatura romântica. Vamos lá?

Uma das coisas que me chamou atenção antes mesmo de ler a sinopse do livro, foi o fato da Editora Pedrazul usar as belíssimas ilustrações feitas por George Du Marrier. Ilustrações que foram utilizadas nas publicações seriadas e na primeira edição do livro.

Ah, já estava me esquecendo, antes de entrar na história de Esposas e Filhas, precisamos esclarecer alguma coisas sobre a autora.
               
A autora faleceu em 12 de novembro de 1865, aos 55 anos, em decorrência de um ataque cardíaco. Sendo seu último livro Esposas e Filhas, a obra estava sendo publicada de forma seriada desde o mês de agosto de 1864 pela revista Revista The Cornhill, ficando o final da obra inacabado.

“A história é interrompida aqui, e nunca será terminada. O que prometia ser a obra-prima de uma vida é um memorial da morte. (…) Mas, se a obra não foi terminada, pouco resta para ser adicionado e este pouco se reflete claramente em nossa imaginação.” (p. 533)

Confesso que nunca tinha lido nada de Elizabeth Gaskell – me julguem! E foi uma grata surpresa me deparar com a obra e gostar. Chega de blá, blá, blá e vamos à história!

Em Esposas e Filhas, somos levados a um pequeno condado ou vila chamada Hollingford, situada no interior da Inglaterra. Grande parte da trama se passa na casa do jovem viúvo e médico Mr. Gibson. Sendo um homem muito respeitado por todos, porém tem uma coisa que abala seu trabalho- sua única filha Mary, a quem ele carinhosamente chama de Molly.

“Não ensine muitas coisas a Molly. Ela deve saber costurar, ler, escrever e fazer cálculos, mas quero que continue sendo uma criança, e, se eu descobrir que ela precisa aprender mais do que o desejável, eu mesmo providenciarei. Afinal, não tenho certeza se ler e escrever sejam necessários. Muitas mulheres de boas condições casam-se usando um ‘X’ ao invés do nome. Isto é mais para uma dissolução do juízo materno. Contudo, devemos nos render aos danos da sociedade, Miss Eyre, então, você pode ensinar a menina a ler.” (ps. 30 e 31)

Quando ainda era uma criança, Molly foi a uma festa oferecida pelos Lord e Lady Cumnor. Porém, Molly acaba se sentindo mal e fica aos cuidados de Clare, governanta da família. O que elas não esperavam era o no futuro elas iriam se encontrar novamente.

O tempo passa e Molly entra na adolescência. Sendo seu pai um médico respeitado, ele recebia em sua casa jovens aprendizes. Um de seus alunos percebe que está apaixonado por Molly, quando o Mr. Gibson percebe o que esta começando a acontecer, mais do que de pressa ele envia sua bela filha para passar um tempo na casa de uma querida paciente.

Com tal acontecimento, o doutor sentiu na pele que lidar com as novidades da adolescência de uma filha não seria nada fácil.

Outra decisão que o Mr. Gibson precisou tomar foi: se casar novamente. Lembra que lá no começo eu falei que o destino iria fazer Molly e Clare se encontrarem no futuro? Pois bem, a escolhida para a vaga de madrasta foi a Clare, também viúva e mãe de uma jovem da idade de Molly. Muitas coisas mudaram na vida de Molly. O casamento trouxe não só uma madrasta, mas uma rotina nova, e uma “irmã” – Cynthia.

É muito bonito de viver com elas a amizade crescendo e de fato viando uma relação de irmãs. Até mesmo quando elas compartilham de um amor, as jovens são capazes de separar as coisas e não deixar nada atrapalhar a relação que foi construída.


Esposas e Filhas é um livro com uma história sobre o dia-a-dia. A Autora vai narrando os acontecimentos de uma maneira até mesmo despretensiosa, quando o leitor se dá por si, já está absolutamente envolvido na trama.

Os personagens? Esses são um caso a parte. Muito bem construídos, mesmo que a autora não tenha ficado presa a descrições,  são muito bem construídos, mas a autora não se perde em descrições detalhadas, ela apenas mostra magnificamente bem os atributos de cada personagem dentro do enredo.

Adorei acompanhar o crescimento das meninas, o envelhecimentos de outros personagens, os casamentos e até as mortes. Em todo o momento, tive a sensação de morar e viver tudo isso em Hollingford.

A Editora Pedrazul está de parabéns com a edição do livro. As ilustrações são lindas, pessoalmente, elas ajudaram muito a minha imaginação. A linguagem, mesmo que de séculos atrás, não é complicada de ser compreendida, de maneira que até podemos conhecer melhor fatos e costumes da sociedade da época.

Como falei no começo da resenha,  no início da resenha, Elizabeth Gaskell faleceu antes de concluir o livro. Porém, ela havia falado para o editor da revista das suas intenções para cada personagem, tal maneira que, com o falecimento da autora o editor escreveu uma coluna na revista informando aos leitores os desfechos escolhidos pela autora para seus personagens.


Tais considerações estão presentes no final do livro, sendo assim, Esposas e Filhas não fica sem um “final”. Confesso a vocês que depois de mais de 500 páginas não pude deixar de ficar triste. Pois queria muito saber pela escrita da autora o que iria acontecer com esses personagens que aprendi a gostar. 


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Esposas e Filhas
Uma História Cotidiana
Ano: 2016
Páginas: 540
Editora: Pedrazul
Sinopse (Skoob):
É o último romance escrito por Elizabeth Gaskell, em 1865, considerado sua obra-prima, narra o destino de duas famílias do século XIX na Inglaterra rural. Trata das relações familiares de pai, filha, madrasta, filhos, enteada e de seus envolvimentos românticos. A história gira em torno de Molly Gibson, filha única de um médico viúvo vivendo em uma cidade provincial inglesa em 1830. Tem início com Molly ainda criança em visita à casa do pai e a negligência da ex-governanta, Miss Clare, em relação a ela.
Sete anos depois, Molly é uma atraente jovem bastante irreal que desperta o interesse de um dos aprendizes de seu pai, o Sr. Coxe. O afeto é descoberto pelo senhor Gibson que envia a jovemMolly para ficar com as Hamleys, de Hamley Hall, uma família da pequena nobreza. Lá, ela encontra uma substituta da mãe na senhora Hamley, que a trata como filha. Molly também se torna amiga do seu filho mais novo, Roger. O filho mais velho da família Hamleys, Osborne Hamley, um jovem bonito, inteligente e mais elegante do que seu irmão, é esperado para fazer um casamento brilhante após uma excelente carreira na Universidade de Cambridge. Porém, um grande segredo envolve Osborne. Intrigas, fofocas, preconceito, traições, tragédias e amor marcam este formidável romance.
Personagens como Molly, Roger e Osborne; a empregada doméstica Aimeé; o senhor Gibson; a madrasta de Molly: a senhora Jacinto Kirkpatrick (ex-Miss Clare, a antiga governanta), uma ambiciosa e egoísta mulher; a meia-irmã mais nova de Molly, a egoísta, rebelde, Cynthia, educada na França um contraste com a ingênua Molly. Segredos do passado envolvendo mãe e filha e um empregado nas terras do senhor Gibson, o senhor Preston, fazem desse livro uma obra-prima. Foi publicado na revista Cornhill como uma série de agosto de 1864 a janeiro de 1866. Quando Gaskellmorreu subitamente, em 1865, a última parte foi escrita por Frederick Greenwood.


A Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.