Você
Tem a Vida Inteira foi muito bem recebido pelos booktubers,
principalmente por Vitor Martins, autor dos excelentes Quinze Dias e Um Milhão de Finais Felizes.
O livro segue a vida de Ian,
Victor e Henrique. Ian Gonçalves faz um teste rápido de HIV e descobre que está
infectado. Ele não sabe quem pode tê-lo infectado. Está em dúvida entre dois
rapazes com quem não tem mais contato. Apesar de saber que o tratamento de HIV
evoluiu muito ao longo dos anos, não é fácil receber a notícia.
A gente nunca acha que vai dar tudo errado até que tudo dá errado, não é?
Victor Mendonça também está no
centro de testagem esperando o resultado. Ele está preocupado porque somente
ficou sabendo que Henrique é portador do vírus depois deles terem feito amor.
Apesar de terem usado camisinha, Victor está com medo de ter sido infectado. A
resposta foi negativa, mas Victor está muito decepcionado com seu companheiro.
Acredita que Henrique tinha que ter contado sobre ser soro positivo antes.
Os dois se conhecem no ponto de
ônibus e Victor percebe o quanto Ian precisa conversar com alguém. Ele passa o
contato de Henrique, achando que seu parceiro pode ajudar Ian a sobreviver ao
tratamento.
Você sabe que não é uma sentença de morte, não? Pesquisei um pouco antes de ir fazer o teste, e vi relatos de um monte de gente que vive com o HIV e tem uma vida normal. Vai ficar tudo bem.
Os jovens gays do final dos
anos 80 cresceram com medo de uma nova doença que afetava a imunidade dos
homossexuais, por isso ficou conhecida como “câncer
gay” durante um tempo. Nos anos seguintes, a doença também atingiu homens
heterossexuais e mulheres que haviam passado por cirurgias e por transfusões de
sangue. Foi quando a doença ganhou o nome de AIDS (sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
A falta de informação fez com
que o preconceito contra os homossexuais aumentasse ainda mais. Eles eram
vistos como sujos, promíscuos e pecadores. Se já era difícil sair do armário
antes, a AIDS foi como um cadeado na porta desse armário.
O tratamento contra o vírus HIV
evoluiu muito durante esses anos, mas o medo e o preconceito contra essas três
letras continuam existindo. Por isso um livro como este é tão importante.
O autor Lucas Rocha retrata
de forma delicada o abalo de descobrir ser portador do vírus HIV e de como é
viver com ele. Viver com HIV é viver com medo. Medo do que os amigos e
familiares vão pensar. Medo do preconceito. Medo da política mudar e os
remédios pararem de ser distribuídos. Medo de como será o resto de sua vida.
Será que o vírus é um impedimento para o amor?
A edição da Galera
Record tem páginas amarelas, orelhas, uma ótima diagramação e
uma capa bem colorida que achei linda. O livro é menor do que o padrão. Tem
20,8 x 13,4 cm de tamanho, mas não atrapalha em nada a leitura.
Acompanhar a jornada de Ian,
Victor e Henrique foi muito instrutivo e emocionante. Me apaixonei pelos
personagens, principalmente pelo Eric, amigo de Henrique que divide o
apartamento com ele. Ninguém é mocinho ou bandido, eles apenas querem viver
como se tivessem a vida inteira pela frente.
Com amor, André
Informações Técnicas do livro
Ano: 2018
Páginas: 288
Editora: Galera Record
Sinopse:
Um
livro sensível sobre o amor após um diagnostico de HIV. O livro de estreia de
Lucas Rocha é sensível e honesto sobre um assunto que ainda é um grande
tabu
As
vidas de Ian, Victor e Henrique são entrecortadas pelo diagnóstico do HIV.
Victor fica inseguro ao descobrir que Henrique, com quem está começando uma
relação, é soropositivo e resolve fazer um teste, mesmo que os dois só tenham
transado com camisinha. Logo depois de um resultado negativo, ele conhece Ian,
um universitário como ele que acabou de receber uma notícia que pode mudar sua
vida. No impulso de ajudar o garoto, Henrique entrelaça os destinos dos três.
Lucas
Rocha narra, a partir das três perspectivas, os medos, as esperanças e o preconceito
sofrido por quem vive com HIV, mas, principalmente, conta uma história que não
é sobre culpa ou sobre estar doente, e sim sobre como podemos formar nossas
próprias famílias e sobre nunca esquecer que ainda temos a vida inteira.
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