Mas, e se Shakespeare, e
Hamlet, estivessem fazendo a pergunta errada? E se a verdadeira pergunta não se
referir a ser, mas a como ser? Uma história de amor que tem
Shakespeare nela ou é um completo sucesso ou retumbante fracasso. Depois
das histórias dele nada de novo se foi escrito, sem ter bebido da fonte de suas
obras. Mas o tom da história não é reescrever Shakespeare, é ter o amor
pela obra encenada e estudada dele como pano de fundo para a trama que envolve
perdas, descobertas e a certeza que o acaso pode ser um aliado do amor.
— Este sou eu, querida. Todos os meus eus. Sou cada um deles. Sei quem estou fingindo ser e quem eu sou. — O olhar que me lança é seco.
— Você sabe?
Uma viagem em comemoração ao
fim do ensino médio; uma turnê estudantil pelo velho mundo. E uma adolescente
que vive sempre pelas regras e dentro das expectativas dos pais. No início
achei a trama meio arrastada e com medo de ficar dentro de uma chatice, mas não
durou (ainda bem), foi só mesmo
aquele início, aquele primeiro capítulo, para explicar os
conflitos com que a personagem principal tem que lidar. E como aceitar aquele
convite é um passo tão grande dentro da vida dela. Eu me vi relembrando um
pouco de mim com 18 anos, as escolhas que fiz e onde elas me trouxeram e logo
me vi dentro da história junto a “Lulu/Allyson”.
— Verdes árvores contra o céu chuvoso da primavera, que deixa escuro o caminho das árvores enquanto se afasta. A brisa passa, salpicando a terra de flores vermelhas, e a terra se colore de vermelho depois do beijo.
O quanto é preciso viver para
saber quando o amor é verdadeiro? Basta o primeiro olhar, o primeiro beijo
ou é feito de horas e dias que confirmam o amor. O livro fala de que o amor é
uma questão de ser vivido, e mesmo que a certeza venha com o tempo, é o
primeiro momento que fará de todo o resto possível.
— Você esqueceu? O tempo não existe mais. Você o deu para mim.
— Eu dei o tempo a você — repito.
Vinte e quatro horas vividas de
uma maneira intensa e com decisões que são entre o que você sempre foi e todo
um novo mundo, uma nova forma de viver. Podem repercutir na vida de alguém para
sempre. Eu pensei muito sobre o efeito borboleta nesse ponto do livro, porém ao
invés de ser um reflexo no Japão ser dentro de nós mesmos. Estar com
“Lulu/Allyson” naquele passeio por uma Paris nada clichê (preciso avisar) é passar por momentos
doces daquela descoberta, tanto da Allyson enquanto ela mesma, de
pequenas e grandes coisas sobre tudo, quanto do Willem.
O Willen é um doce
mistério, que é uma daquelas pessoas que trazem luz as pessoas a sua volta. Que
além de lindo, sem ser óbvio, também é cheio de mistérios e encantador. As
promessas dele se resumem ao momento e isso pode deixar o coração de qualquer
mulher a um passo do precipício das emoções. Ele dá a Allyson o
melhor dos dias. Mas mesmo o melhor dos dias já vivido tem seu
fim. E nem sempre o dia seguinte é continuação do anterior. Lidar com
as consequências do dia seguinte dão um tom de suspense e expectativa que te
prende até o final do livro.
— Diga “um dia” e se esqueça do “para sempre”.
Eu curti demais essa história,
por todas as nuances dela. Pelos personagens secundários, que ajudam a
personagem a perceber o quanto pode ser difícil conhecer alguém e como esse
conhecer requer interesse, dedicação. Como uma amizade é fruto de um coração
generoso. Como os pais podem marcar a história dos filhos enquanto tentam viver
suas vidas através da de outras pessoas.
Que o amor pode ser fruto do
acaso, mas a duração desse amor vai depender das escolhas, das entregas e do
querer. Sim, querer lutar para as pequenas e grandes coisas que a vida coloca
em nosso caminho não façam um abismo entre o amor e a vida real. E a
história fica leve quando te faz pensar em algumas coisas bobas, mas mesmo
assim... Afinal:
Você acredita em acasos do universo? Nutella é chocolate?
Apaixonar-se é a mesma coisa que estar apaixonado?





Informações Técnicas do livro
Apenas
Um Dia
Apenas Um Dia #1
Ano: 2014
Páginas: 384
Editora: Novo Conceito
Sinopse:
A
vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada,
planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na
Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De
espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a
convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E
Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de
romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida.
Apenas
um Dia fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados
pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos
perder primeiro... Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.
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