O Dia
das Crianças é comemorado anualmente no dia 12 de outubro e, para
celebrar esse dia, vamos postar a resenha de A Aldeia Sagrada, de Francisco Marins.
O livro
faz parte da série Vaga-Lume, lançada pela Editora
Ática, em 1973. A coleção é composta por livros nacionais voltados
para o público infantojuvenil. Aposto que muitos leitores foram introduzidos ao
universo da literatura através dessa série.
Em A Aldeia Sagrada, o autor Francisco
Marins claramente homenageia Os Sertões, de Euclides
da Cunha, ao mostrar a dura vida no sertão baiano através dos olhos de
uma criança.

Didico
mora com os padrinhos, Chico e Donana, desde a morte dos pais. Quando uma seca
sem precedentes assola o sertão, o garoto precisa deixar o Corumbê – a terra
dos padrinhos - para se arriscar através da Caatinga.

O
garoto de doze anos se junta a um grupo de retirantes e faz amizade com um
homem chamado Juviara e seus dois filhos, Mada e Zico. Durante suas andanças,
eles conhecem Antônio Conselheiro, líder religioso que prega
esperança a seus seguidores. Ele começa a reunir sua gente em Belo Monte, uma
antiga fazenda de gado, situada às margens do rio Vaza-Barris. O nome Canudos surgira
porque os moradores dali fumavam em cachimbos de barro, com canudos muito
compridos.
O sacrifício a dor, conduzem a criatura à salvação. O Senhor sofreu um calvário pior. A bem-aventurança pertence aos humildes e sofredores. Tudo no mundo é pequeno e passageiro. Grande só Deus e o reino do Senhor. O deserto pertence ao povo eleito. Ao fim dele fica o paraíso.
Os
governantes acham que ele está iniciando um movimento separatista e começam a
atacar o local, gerando uma grande revolta entre os seguidores do
"santo" Conselheiro que culminou na Insurreição
de Canudos.
O livro
também retrata o transporte do meteorito Bendegó do interior
da Bahia até a capital de Salvador, para depois seguir para o Rio de Janeiro.
O Bendegó estava exposto no Museu Nacional do Rio de
Janeiro que pegou fogo no dia 02 de setembro de 2018. O meteorito de 5
toneladas é o maior já encontrado no Brasil e foi o único item que ficou
intacto após o incêndio.
Só fui
conhecer A Aldeia Sagrada agora,
apesar da primeira publicação ser de 1953. Esse livro deveria ser obrigatório
para todos os estudantes por retratar momentos importantes da nossa história
sem ser enfadonho como alguns livros didáticos.
Você
consegue se colocar no lugar do Didico, compreender seus sentimentos e
perspectivas. A primeira parte do livro é bem impactante e você consegue
entender o drama do sertanejo que muitas vezes é obrigado a migrar para as
grandes cidades na expectativa de uma vida melhor.
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Ilustração do livro que retrata a Guerra de Canudos |
Com amor, André
Nota :: 










Informações Técnicas do livro
A Aldeia Sagrada
Série Vaga-Lume
Francisco Marins
Ano: 1993
Páginas: 106
Editora: Ática
Sinopse:
Fugindo
da seca do sertão baiano, Didico descobre o arraial de Canudos, em 1897, no
momento em que a guerra dos militares contra Antônio Conselheiro chega ao
auge.
Uma
seca terrível assola o sertão. Didico anda à toa pela caatinga, tentando
sobreviver. Mas ele terá de enfrentar o fogo de uma guerra terrível. Estamos em
1897: os homens de Antônio Conselheiro estão dispostos a tudo, defendendo-se
dos ataques dos militares. Em A aldeia sagrada, Francisco Marins conta o
episódio da Guerra dos Canudos pela visão de um menino de doze anos que
participa dos acontecimentos.

_____Sobre o Autor_____
Francisco
Marins nasceu em São Manuel, interior de São
Paulo, no dia 23 de novembro de 1922 e faleceu em 10 de abril de 2016. Seus
livros foram traduzidos para 15 línguas diferentes e levam as histórias típicas
do Brasil para diversos países do mundo.
Ele é o
único escritor brasileiro a figurar na famosa coleção Européia Delphin,
que reúne os clássicos de literatura juvenil de todo o mundo. É membro da Academia
Paulista de Letras.
A
Aldeia Sagrada, O Mistério dos Morros Dourados, A
Montanha de Duas Cabeças e Em Busca do Diamante são
títulos do autor que já foram publicados pela série Vaga-Lume.
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