Darla começa nos contando sua história em um momento de uma profunda incerteza e medo do futuro, do que a aguarda. Afinal a pouca segurança que ela tem está na porta que separa o internato do mundo exterior. Porém a grama mais verde sempre é a do vizinho e, no caso de Darla, um certo rapaz lindo como o pecado e que mora em um casarão ao lado.
Ele, sem saber, desperta os sonhos e paixões de uma menina-mulher, que sua moto e o ato de mexer nos cabelos, enquanto está na varanda, a fazem ter os sonhos mais incríveis com uma vida onde ela estivesse ali. Mas, à medida que ela também nos conta o seu passado, é difícil não perceber que ela tenta criar uma realidade mais bonita que seu passado, mesmo que em sonhos. Deixada em um internato ainda criança e desde então sem qualquer contato com seu pai, sabe que ao completar 18 anos precisará seguir a vida de forma independente.
Era como se tudo que passei fosse para me fazer crescer e amadurecer, para quando você aparecesse eu saber valorizar o que a vida tão gentilmente estava me dando.
Assim, somos levados a pensar nas crianças que vivem em orfanatos e não são adotadas, porque têm que viver a mesma dura decisão de Darla. Para onde ir? O que fazer? Como viver sozinha em um mundo tão grande? Vemos também alguém que tem paixão por aprender e que todo aprendizado deu a ela uma chance de se colocar bem no mercado de trabalho e, assim, construir o caminho de sua vida.
O que ela nunca poderia sonhar é que o fruto de seus devaneios seria James Duran, estudante de medicina, rapaz de família tradicional, avesso ao amor, cujos sentimentos já foram machucados no passado. Que decidiu deixar de sentir para apenas focar em seus estudos e sucesso profissional. E que tudo pode ser bem mais que apenas um coração partido.
E o que poderia ser apenas o clichê entre a órfã e o rapaz de família abastada, se mostra muito mais. Um mistério com várias reviravoltas e uma história ainda mais forte e profunda a serem desvendadas. E que a vida real pode ser ainda mais forte, dramática e maravilhosa do que qualquer um possa imaginar. Afinal não somos fruto das escolhas que fazemos com as opções que nos são dadas?
Temos em Darla uma personagem inocente, que tem uma vontade de aço de se construir, de crescer como pessoa e ser capaz de caminhar com as próprias pernas, mas também é capaz de dar e receber amor e perdão; que tem um coração tão bondoso quanto justo e nos leva a torcer para que ela encontre mais que um final feliz. Vamos sofrendo junto com ela à medida que as reviravoltas sobre seu passado e presente vão se revelando.
— Tudo o que você é me faz ser grato a vida. Eu era incompleto e você me completou, estava perdido e me resgatou, não acreditava no amor e você veio e mudou isso, amando-me por não sei qual motivo.
Preciso dizer que com a narrativa em primeira pessoa, por mais de um personagem, somos apresentados a fatos que elucidam várias situações, o que não nos deixa com aquela sensação de que falta algo. E o final não fica cheio de tramas soltas, que precisam de uma "correria" para serem terminadas, pelo contrário, chegamos ao final com o coração cheio de carinho e emoções despertadas ao longo da leitura.
Informações Técnicas do livro
O Vizinho
Ano: 2017
Páginas: 400
Editora: Independente
Sinopse:
A vida sempre nos reserva grandes surpresas...
Darla é uma menina aflorando seu lado mulher que tem um passado misterioso.
Deixada em um internato ainda criança e desde então, sem qualquer contato com seu pai, sabe que ao completar 18 anos precisará seguir a vida de forma independente.
Em meio à incerteza sobre o futuro, seu olhar a leva de encontro ao vizinho do casarão em frente, um rapaz lindo, com o poder de tirá-la da realidade.
Logo ele, James Duran, estudante de medicina, rapaz de família tradicional, avesso ao amor, cujos sentimentos já foram machucados no passado.
Com uma história de vida a ser desvendada e um amor que julga impossível a ser concretizado, como será a vida de Darla além das grades do internato, seu único lar até hoje?
Venha descobrir que as vezes a vida nos reserva muito mais do que esperamos.
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