Olá, pessoa!! Quando eu vi a divulgação desse livro pela editora me encantei pela capa e fiquei mega curiosa com a sinopse. Por quê? Bom, seria — como foi — uma experiência nova, ler sobre motoqueiros e moto clubes. Além de, claro, aproveitar para curtir um bom romance. Sendo assim comecei a leitura me acostumando com as particularidades do MC, depois de um tempo bastou continuar na garupa, sentindo o vento e curtindo a aventura em companhia dos Bucaneiros.
A narrativa em terceira pessoa ajuda demais a fluidez da trama, porque não ficamos presos a um único ponto de vista, mesmo o título entregando quem são os personagens principais dessa história. Eu gostei muito da ideia, por mostrar diversas facetas do universo do moto clube. E como esse é o primeiro livro, somos gradualmente apresentados ao Bucaneiros MC, toda filosofia e estilo de vida que rege essas pessoas.
“Ou seja, por onde passavam eles iam acolhendo as pessoas que queriam fazer parte da pirataria ou que simplesmente precisasse de abrigo...” White complementa entendendo o porquê do nome do Clube.
Como toda primeira vez, leva algum tempo para se acostumar com o jeito de contar a história, de se ambientar nesse universo. Um ponto alto para mim é que a autora começa a história de um ponto onde tudo é energia, ação e movimento, então não temos aquelas águas tranquilas antes de entrar no turbilhão, contudo a dose é bem medida sem deixar quem lê cansado ou entrar em um fluxo de monotonia. Gostei das descrições que não apenas apresentam as cenas e os locais como também dão margem para imaginação e um pouco mais que apenas o sentido figurado, quem lê começa a acrescentar sons e cheiro a história, como buzinas, sirenes, cheiro de pneus e combustível. O que deixa a leitura mais rica e ainda mais emocionante.
White é uma personagem que aparece fragilizada no começo, cheia de preconceitos e ideias erradas a respeito dos bucaneiros. Porém, à medida que somos apresentados ao que ela passou e como chegou ao ponto de ser resgatada por Reed, vamos percebendo o quanto vem lutado para sair de uma situação desesperadora e como isso a força a ser muito mais velha que sua idade biológica e tão pouco conhecedora do que a realidade é além das fofocas. No amor as coisas são ainda mais complicadas para ela, afinal ela não teve a oportunidade de amar, à medida que tudo que buscava era sobreviver.
Exatamente, eu mesma tinha medo do Reed na Universidade, venho de uma família que me bate se não cumpro as ordens deles, mas não enxergava a pessoa que ele é além do Colete de Couro que veste.
Por ser um primeiro livro, vamos conhecendo os personagens principais e paralelos e aqui o uso da diversidade ficou marcante e bem colocado. Dando a cada personagem uma personalidade marcante, a ponto de você saber quem é mesmo antes de ler o nome no diálogo. Outra coisa que gostei muito é que aqueles que eram mais extrovertidos e traziam um certo alívio cômico eram assim por serem assim e não por terem essa ou aquela orientação sexual. O que depõem muito a favor da história. Meu porém ficou a cargo de algumas repetições de traumas por partes dos personagens e o uso de cenas com dentes quebrados e muito sangue. Não chegou a dramalhão ou ao caricato, mas pensei que não criaram o impacto que eu esperava em minha imaginação durante a leitura. Então, mesmo sendo pertinente a violência e a força na trama, gostaria que houvesse sido trabalhado de outra maneira.
Reed não é o típico mocinho, nem banca o anti-herói. Afinal ele se fez desde do momento em que entrou nos Bucaneiros MC, foi com eles que conheceu o que significa família, lealdade e acolhida. Galgou seu espaço e seu posto dentro dos MC com determinação e por mérito e nisso reside em seu orgulho e sua vida. Nunca pensou como um príncipe em um cavalo em resgate da princesa, mas quando a vida o colocou naquele ponto ele estava aposto em um tipo diferente de cavalo.
Sim, mas como eu disse o Clube é a nossa família e eu faço qualquer coisa por esses homens.
Durante o texto, fui me acostumando com a linguagem própria do universo dos moto clubes, mas também a maneira de falar dos próprios Bucaneiros, que dentro de sua sede tinham um dialeto próprio, o que manteve tudo bem adequado ao ambiente e ao tipo de história. Gerando aquela imersão gostosa em um universo totalmente diferente do meu. Os diálogos têm aquele toque de urgência ou relevância dependendo da cena, criando aquela proximidade com o dia a dia, tornando tudo mais verossímil, como se, em algum momento, pudéssemos encontrá-los na vida real. A narrativa não linear, com algumas retrospectivas, fez bem ao texto, mantendo a fluidez do texto e da história.
Quando a trama se avoluma e White precisa decidir sobre como vai proceder com seu segredo muito bem guardado e o trabalho sujo que prestava ao seu tio vem à tona com os ataques recentes que os Bucaneiros estão sofrendo. White aproveita cada minuto ao lado daqueles homens que, em pouco tempo, considerou como sua própria família. Quem está lendo e torcendo por ela e Reed, vai ver que em nenhum momento ela esperaria o resgate, mas, desde o primeiro momento, foi em busca dele, fazendo aumentar nossa torcida por um final feliz para eles.
A edição está linda!!! Sério, totalmente pensada para ser um prazer de ler no livro físico, mesmo sendo um pouco menor, 14 x 20,5, tem fonte e papel amarelo confortáveis para leitura. Destaque e imagem no início dos capítulos, dando todo um charme. E já estou ansiosa para conhecer mais sobre os outros personagens e, claro, matar as saudades de Reed e White nos próximos livros da série.
Informações Técnicas do livro
Reed e WhiteBucaneiros MC #1
Naylane Sartor
Ano: 2021
Páginas: 226
Editora: Essência Literária
Sinopse:
Ao ser resgatada por Reed, o Capitão de Estrada dos Bucaneiros MC, White descobre que os Piratas não são nada como as fofocas contam. Muito pelo contrário, são uma família divertida e nada convencional, sempre prontos para protegerem uns aos outros.
Ela sabe entretanto que seus dias no Clube estão contatos, até porque seu segredo muito bem guardado e o trabalho sujo que presta ao seu tio estão para vir a tona com os ataques recentes que os Bucaneiros estão sofrendo. Ainda assim, não consegue deixar de se envolver com os motoqueiros, principalmente com Reed que se mostra um perfeito cavalheiro quando White mais precisou.
Mesmo sabendo que haveria retaliação pelos atos de seu tio, White aproveita cada minuto ao lado daqueles homens que em pouco tempo veio a considerar como sua própria família.
Torcendo para que no final de tudo a culpa não recaía sobre si.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário!! Bem-vindo(a) ao Clube do Farol!