O que aconteceu, minha gente? E assim eu encerro minha resenha de Os Cem Mil Reinos, indico.
Ok, piadas sem graça à parte, preciso esmiuçar o motivo que indico essa leitura, o porquê de minha mente ter ficado o próprio meme da Nazaré confusa.
— Nem todos os deuses — disse. E, afinal, como ainda era eu mesma, me inclinei para sorrir cara a cara. — Somente eu.
O primeiro livro da Trilogia Legado traz a história de Yene, e nos apresenta esse universo criado pela autora, em uma narrativa por vezes em forma de conversa com o leitor, a própria protagonista vai desenrolando sua história, algumas vezes até voltando a acontecimentos anteriores, explicando assim parece que é uma leitura confusa, mas eu garanto que não! É uma das escritas mais fluidas que eu já li faz algum tempo, por isso precisava iniciar falando por ela, eu achei incrivelmente interessante o formato.
Quer você morra, quer você viva, é irrelevante. Você é Arameri, e, como todos nós, irá servir.
Na história Yene é convocada para o chamado “Céu”, que é um palácio da família Arameni, que são os mais poderosos do mundo, seu avô sendo o homem mais poderoso de todos. Ela é chamada para disputar ser herdeira do mundo, competindo com dois primos. A mãe, que seria a única herdeira legítima, foi deserdada por fugir para se casar com o pai de Yene, que era do povo Darr. A garota é considerada uma selvagem por sua herança e criação com esse povo, o que se torna surpreendente que, depois da morte da mãe, ela seja convocada para o “Céu”, como possível herdeira de tudo.
A história tem muito mais caminhos surpreendentes que nos pegam durante a leitura, o mais incrível é a questão dos deuses que, diferente do que se espera, são parte física do mundo, não só uns seres intangíveis, e alguns deles vivem no “Céu” como escravos, obrigados a servir a família Arameri, depois que perderam a Grande Guerra dos Deuses para Itempas, o único deus que pode ser adorado atualmente.
Aquele tanto de sangue deveria ser o suficiente pra mim... mas eu não estaria viva para ver. Nós somos egoístas assim, nós, os mortais.
Gostei muito da dinâmica de Yene com os outros Deuses, do universo construído, eu vejo uma certa originalidade mesmo em alguns plots mais clichês. Foi uma leitura surpreendente boa em uma fase de preguiça literária (risos). O que tiro de negativo, pensando bem, são algumas coisas que não foram desenvolvidas e não explicadas, eu preferia que não tivessem sido iniciadas, já que não foram importantes para contar a história desse primeiro livro, mas não comprometeu a leitura, apenas deixou aquela expectativa de que algumas ligações eram importantes e no final não foram.
— Uma prisioneira a quem devo obediência total. Desculpe-me se não tenho muito empatia com você.
Em relação aos personagens, a protagonista Yene é um destaque, gosto da personalidade dela, e Scimina é ótima para odiar (risos), os deuses mais desenvolvidos foram Sieh e Nahadoth, gostei deles também. Sieh tem uma personalidade mais cativante de criança, e obviamente Naha mais sombrio sendo o Senhor da Noite e tal (risos), não tem como não se revoltar com a condição deles de escravizados. Não me apeguei ao “romance” do livro, e alguns personagens também não conseguiram meu apego, talvez faltasse um desenvolvimento melhor de personalidade para isso.
Sobre a minha confusão, que contei no início da resenha, ela se deu no fim do livro, como eu estava consciente que essa seria uma trilogia, eu me surpreendi com um final fechado, esse livro facilmente pode ser lido como único. Pelo que deu a entender é que o próximo se passará no mesmo universo, mas não mais essa história, apesar de haver ligação e tenho até teorias sobre quem será (guardarei pra mim, mas se você ler posso compartilhar, hahaha).
Bom, eu estou realmente curiosa com esse mundo, e possivelmente lerei outros livros da autora enquanto o próximo não sai. Como dito, eu indico!
Informações Técnicas do livro
Os Cem Mil Reinos
Trilogia da Herança #1
N. K. Jemisin
Tradução: Ana Cristina Rodrigues
Ano: 2021
Páginas: 378
Editora: Galera Record
Sinopse:
Tudo o que Yeine sabia sobre Céu eram as histórias aterrorizantes, mas logo ela percebe que a realidade é ainda pior.
Os cem mil reinos, primeiro volume da trilogia Legado, é o livro de estreia da aclamada N. K. Jemisin, best-seller do The New York Times.
A jovem Yeine é convocada para a majestosa cidade Céu, onde, para sua surpresa, é nomeada herdeira do rei Dekarta Arameri, o avô que jamais conheceu. Antes de seu nascimento, sua mãe abandonou a realeza para viver um grande amor. Deixando para trás também a família, o sobrenome, o legado e, principalmente, as intrigas envolvendo a família Arameri. Deserdada e distante, ela não preparou Yeine para a vida no palácio, que além de abrigar a família mais poderosa dos cem mil reinos, serve de prisão para deuses de verdade.
Yeine não esperava cruzar com os deuses nos corredores do palácio e muito menos que eles tivessem que satisfazer a vontades e caprichos de seus parentes (e rivais) mais poderosos. O trono dos cem mil reinos não é fácil de ser conquistado e Yeine precisa sobreviver em meio a segredos, traições, magia e o interesse dos deuses por ela. Em especial, o mais perigoso de todos, Nahadoth, também conhecido como Senhor da Noite, o primeiro ser vivente do universo.
“A escritora de ficção científica e fantasia mais celebrada de sua geração.” – The New York Times
“No primeiro livro da ricamente detalhada trilogia Legado, uma heroína rejeitada deve encontrar uma maneira de sobreviver em meio à traição na corte de seu avô. Tenho um lugar especial em meu coração para intrigas políticas, então este livro foi um deleite completo!” – Cassandra Clare
“Jemisin… cria uma variedade fabulosamente diversa de povos e terras, repleta de magia, perda, sexo e corações partidos.” – NPR Books
“O livro, que mistura fantasia, romance e crítica social, ganhou o Prêmio Locus, estabeleceu Jemisin como uma escritora em ascensão e destacou seu talento para construir mundos complexos cheios de pessoas perigosamente imperfeitas.” – Time Magazine
“Jemisin demonstra um imenso cuidado com seu universo fictício, mas também cria Yeine, uma personagem sutil e emocionalmente complexa. Os leitores ficarão ansiosos pelos próximos volumes da trilogia.” – Kirkus Reviews
Quais são os gatilhos ? Me interessei
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