Oi, pessoa. Escolhi essa leitura porque amo organizar e também fazer boas faxinas, daquelas que a gente desapega de muita coisa. Li a sinopse e achei interessante o conceito de ser minimalista, então parti para a leitura. Agora vou compartilhar o que achei do livro.
A proposta do livro é muito mais do que apresentar a filosofia ou mesmo como viver o minimalismo. Acompanhamos, em primeira pessoa, Joshua Fields Millburn contar como, após abrir caminho no mundo corporativo e alcançar o que é o sonho e ideal de vida, ele se viu questionando a própria vida em vários aspectos e não apenas no profissional. Toda a narrativa é permeada por notas de rodapé, que nesse caso ficam no fim do livro, pelo amigo Ryan Nicodemus que, além de comentar o trecho, traz adições a narrativa e também dá o tom mais descontraído a história desse livro.
Não chega a ser uma história biográfica, mas Joshua relembra brevemente sua vida, desde a infância difícil, a adolescência complicada e como teve que crescer muito rápido para cuidar da mãe de si, fazendo com que entrasse no mercado de trabalho com pouco estudo e muita determinação. A linha do tempo nos mostra que com um pouco de sorte, muito trabalho e dedicação, ele conseguiu alcançar o topo da carreira corporativa, mas que isso também o colocou em um universo onde ter é mais importante que ser. Ele não era medido pelo que era e sim pelo que tinha e acabava assim sempre precisando de mais.
A verdade, porém, é que a organização não passa de um acúmulo bem-planejado.
É certo que os contrapontos nos colocam em perspectiva e não existe um maior a vida, que a morte. Mas, após a perda da mãe, ele começou a perceber que algumas coisas não estavam tornando a vida dele melhor e o fim do casamento, no mesmo mês, acabou por potencializar o que começou com a destinação dos bens da mãe e agora fazendo sua mudança de casa os seus próprios. (Comentário pessoal, viram o que falei sobre o poder da faxina?) Então, Millburn começou a questionar todos os aspectos da vida que havia construído e acabou descobrindo um estilo de vida conhecido como minimalismo. Posso dizer que assim ele mostra sua segunda jornada na vida. Que com a mesma determinação que o tornou executivo aos 20 e poucos anos e ajudaria na busca por algo mais substancial do que o consumo compulsório, ele se desfez da maior parte de seus bens materiais, pagou dívidas e abandonou sua carreira.
O progresso exige prática, dedicação e, até certo ponto, uma obsessão saudável. Portanto, a paixão é uma mistura de amor e ideia fixa.
Não vou mentir, tanto Ryan quanto Joshua são excelentes em marketing, tanto pessoal quanto de sua ideia, e o livro vende bem o minimalismo, por apresentar como o processo diferiu para cada um deles, porque sim, ambos de formas distintas acabam por aderir ao minimalismo e talvez Ryan seja um exemplo melhor que Joshua sobre como pode ser benéfico optar por esse estilo de vida do ter menos para ser mais. Nessa busca por algo mais substancial do que o consumo compulsório, ele se desfez da maior parte de seus bens materiais, pagou dívidas e abandonou sua carreira.
Tudo o que importa não é um livro sobre como fazer o mesmo, mas sobre o porquê e aqui está a razão porque indico a leitura! Se você entende o porquê e como cada pessoa tem uma jornada distinta no minimalismo, pode implementar o minimalismo adequando a sua vida e não apenas a sua vida se adequando a esse jeito de viver. Basta ver o exemplo dos amigos que fugindo de uma vida corporativa, fizeram do minimalismo seu estilo de vida e seu meio de ganhar renda para viver fundando uma empresa.
Gostei de entender que o nome minimalismo pode levar o leigo ao engano, afinal os adeptos do minimalismo não se concentram em ter menos bens materiais. O foco, na verdade, é abrir espaço para mais: mais tempo, mais paz, mais criatividade, mais experiências, mais satisfação, mais liberdade. E limpar a desordem libera espaço, assim o fator que nos faz realmente pensar em que o minimalismo pode sim ser algo que faça sentido e sirva para mim. Então não espere que essa leitura te faça querer se desfazer de tudo, e sim que você repense novas aquisições e, se fosse só por isso, a leitura já seria muito, muito válida! Afinal, por meio do minimalismo, Joshua e Ryan nos mostram que quando damos menos importância para bens materiais, abrimos espaço para o que realmente importa na vida. E este livro não vai te dizer o que importa, vai fazer você se questionar o que importa para você.
Acho que essa é uma das coisas que o minimalismo almeja: que você recupere seu tempo. Tempo para fazer qualquer coisa.
Quanto a narrativa foi de certo modo oscilante, em algumas partes o texto flui super bem, já em outras achei mais arrastado. Mas, claro, isso para mim, pode ser que você lendo seja de outra maneira, porque percebi que as partes em Ryan estava presente achei que eram mais fluidas, até porque a jornada dele, no minimalismo, eu achei mais interessante que a de Joshua. Penso que, sem dar spoiler, posso dizer que enquanto da de um foi escolher viver o minimalismo até uma mudança de vida, a do outro foi estar vivendo o minimalismo que preparou para a mudança que veio sem ser esperada.
Claro que já deixei meu ponto de vista sobre os dois personagens principais e como cada um se apresentou durante a leitura. Eu ri, porque para um estilo que deveria ter o “menos” como mote, fazer a leitura com dois marcadores foi bem engraçado (essa para entender, vai precisar que você leia também), fiz várias marcações e reflexões excelentes durante a leitura e, claro, me animei em assistir ao documentário Minimalismo Já, e quem sabe também ao Minimalism: A Documentary About the Important Things, disponíveis na Netflix. Não cheguei a acessar o site: TheMinimalists.com ou aos outros sites que eles indicam, como o que Joshua criou sobre perda de peso, mas quem sabe no futuro?
Gostei muito da edição, o livro tem boa encadernação, o papel e a diagramação são confortáveis para leitura, gostei muito da maneira que foi traduzido, a revisão foi bem-feita e não observei erros de ortografia ou digitação.
Informações Técnicas do livro
Tudo o que importa
Uma vida transformada pelo minimalismo
Joshua Millburn Fields e Ryan Nicodemus
Tradução: Carolina Simmer e Nina Lua
Ano: 2021
Páginas: 256
Editora: BestSeller
Sinopse:
E se tudo o que você sempre quis não fosse o que você deseja de verdade?
Aos vinte e poucos anos, Joshua Fields Millburn achava que tinha tudo o que qualquer um poderia desejar. Mas após a perda da mãe e o fim do casamento no mesmo mês, Millburn começou a questionar todos os aspectos da vida que havia construído e acabou descobrindo um estilo de vida conhecido como minimalismo.
Na busca por algo mais substancial do que o consumo compulsório, ele se desfez da maior parte de seus bens materiais, pagou dívidas e abandonou sua carreira. Tudo o que importar não é um livro sobre como fazer o mesmo, mas sobre o porquê.
Os adeptos do minimalismo não se concentram em ter menos bens materiais. O foco, na verdade, é abrir espaço para mais: mais tempo, mais paz, mais criatividade, mais experiências, mais satisfação, mais liberdade. E limpar a desordem libera espaço.
Comovente e profundamente pessoal, Tudo o que importa é um livro cativante e traz as interrupções perspicazes (e muitas vezes hilariantes) de Ryan Nicodemus, o melhor amigo de Millburn e parceiro na criação do site TheMinimalists.com, que promove o estilo de vida minimalista. Os dois também são responsáveis pelos documentários Minimalismo Já e Minimalism: A Documentary About the Important Things, disponíveis na Netflix.
Por meio do minimalismo, Joshua e Ryan nos mostram que quando damos menos importância para bens materiais, abrimos espaço para o que realmente importa na vida.
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