Olá, pessoa! Tudo bem? Esse não é meu primeiro contato com a escrita da autora, então logo que ela lançou esse livro eu já estava ansiosa para ler, assim que a The Books anunciou que iria publicar. Agora que já matei à vontade, vou contar como foi a leitura.
A história acontece em primeira pessoa, sendo contada por eles em capítulos alternados. Algumas vezes temos a visão de cada um de um mesmo acontecimento. Assim, vamos conhecer um pouco das idas e vindas desse relacionamento ao longo dos anos de separação e, claro, muitos retornos. Afinal, além de uma história romântica, a vida deles tem vários outros fios entrelaçados. Vamos assim vendo a vida do casal com recordações de fatos marcantes de cada ano entre essas idas e vindas.
Todas as Nossas Canções é uma carta de amor ao movimento grunge, aos anos 90 e ao rock n´roll. Então temos os capítulos começados com trechos de músicas de bandas que até hoje são referências no cenário musical e, claro, muitas referências durante a trama. Claro que se você reconhece as músicas ou é fã das bandas vai amar ainda mais a trilha sonora que embala esse casal.
Porém, nem tudo são flores, e todo romance que foca, quase de forma exclusiva, no relacionamento de um casal e suas idas e vindas, tende a ficar cansativo e foi o que aconteceu. Mesmo conhecendo a história deles desde o começo, eu não consegui torcer por eles, para ficarem juntos, e depois de um erro da Audrey, eu simplesmente não queria mais que eles fossem um casal. A história mostra o arrependimento dela, mas diferente do Ethan, para mim não rolou. O relacionamento se tornou tóxico, e tirou todo o meu encanto.
Ela era todo o meu universo. Essa era a única coisa da qual eu tinha certeza naquele momento.
Eles são o tipo de casal que não fazem bem um ao outro, mas não conseguem ficar separados, tudo os leva de encontro a uma rota de colisão que com o impacto deixa marcas, abre feridas e cicatrizes que vão ao longo do tempo deixando alguns pontos mais resistentes e outros que não irão mais se fechar. Audrey é o tipo de mulher que não consegue pesar as consequências ou entender o mundo de outras pessoas sem usar sua própria régua, para ela é tudo ou nada e sempre sem respeitar a linha que para o outro pode ser interessante o meio-termo.
— A gente nunca vai dar certo. Não entendo por que a gente se ama.
— Porque não escolhemos. A gente ama e pronto.
Ethan tenta seguir sua vida entre os hiatos em sua história com Audrey, porém ele não tem realmente aquele fechamento que se permita ser inteiro em outros relacionamentos e encontra em sua carreia o ponto de equilíbrio de sua vida. E, nessa altura, cada interferência dela me deixa ainda mais com ranço. Se você não consegue apoiar a decisão de quem você ama, porque não é o certo para você, desculpe, mas para mim não é amor. É só ela mais uma vez tentando viver o que havia sonhado, e durante a trama vai ficando muito claro que ela não sabe lidar com o fato de a vida não proporcionar sonhos e sim realidade. Não existe perfeição e levou muito tempo e causou muita dor esperar que a ficha caísse para Audrey e enquanto isso ela magoava e feria Ethan.
A autora trabalhou super bem o fato de um casal, que vive um relacionamento, não ser uma ilha. Em especial, ao ter uma banda. Então os fios que vão conectando ambos se entrelaçam. Que não é possível ter uma história como a deles sem envolver família, círculo de amizades e isso tornou a trama muito mais verdadeira, aliada aos “passeios” por locais que marcaram a história da música e, de certo modo, a vida de milhares de pessoas.
Por que parecíamos ser destinados um ao outro quando estávamos juntos e, ainda assim, tudo parecia dar errado?
Ninguém é apenas bom, assim como ninguém amadurece os sentimentos e melhora as atitudes no mesmo tempo de outra pessoa, leva tempo para os dois estarem no mesmo ritmo, na mesma batida e essa história é sobre isso. Tentar encontrar a sintonia que só o sentimento não consegue entregar. Às vezes, amar não é o bastante e para o casal ficar junto é preciso muito mais. Tem que haver concessão, entrega e uma vontade de caminhar junto, como tão bem o casal Adam e Helena demonstram. Sem dúvida essa é uma história de amor, muitas vezes conturbada, mas muito real e humana. Por isso, cada um de nós poderia dizer que se estivesse no lugar de um dos personagens faria igual ou totalmente diferente. Leia e descubra como foi para eles.
Sobre a edição, gente, a The Books entregou um livro lindo! Cheio de destalhes, ilustração no começo dos capítulos, detalhes nas bordas das páginas, uma diagramação que acompanha a escrita. Não encontrei erros de digitação ou ortografia, fonte e papel confortável para leitura.
Boa leitura, divirta-se.
Informações Técnicas do livro
Vivian Lemos
Ano: 2021
Páginas: 272
Editora: The Books
Sinopse:
27 anos, muitas canções e uma incerteza: será que eles são destinados um ao outro?
Quantas memórias uma pessoa é capaz de acumular em 30 anos? Audrey e Ethan conheceram o primeiro amor nos braços um do outro, ainda nos anos 90. E, embalados pelo movimento grunge, o rock popularizado pelas bandas de Seattle, criaram sua própria trilha sonora.
A vida se encarregou de separá-los geograficamente, mas a ligação entre ambos ainda é muito forte. Mesmo com todos os desencontros, eles não conseguem seguir em frente longe um do outro.
Será que o nosso primeiro amor é mesmo o mais forte? Será que almas gêmeas existem? Em meio aos próprios sonhos e projetos profissionais existe espaço para um amor verdadeiro e arrebatador? São muitas as perguntas que Ethan e Audrey carregam ao longo de 27 anos.
Todas as nossas canções é uma carta de amor ao movimento grunge, aos anos 90 e ao rock n´roll. É uma história de amor, de uma conexão entre duas pessoas, muitas vezes conturbada, mas que sempre é muito verdadeira e, sobretudo, humana, assim como nós.
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