Olá, pessoas! Esse foi um livro que peguei após uma leitura bem densa, então pela capa e sinopse, pensei: “Uau! Ótimo para relaxar e evitar uma ressaca literária”. Eu não poderia estar mais certa! Eu brinco que essa história seria ótima para Sessão da Tarde, todos nós precisamos de histórias assim e essa realmente cumpre muito o que promete!
Para os amigos, Liza Yang é inteligente, tem grandes sonhos e nunca foge de um desafio. Já para sua mãe, ela é tudo menos isso e não se cansa de compará-la a sua irmã mais velha – o modelo de filha obediente –, Liza é vista como teimosa, rebelde e, o pior de tudo, com uma determinação para ir contra os valores tradicionais nos quais a Sra. Yang acredita, principalmente no que diz respeito a namoros.
E agora somos nós que vamos conhecer Liza! Que vai nos contar como é lidar com sua mãe com a pretensão de fazer a Senhora Bennet ser inapta na arte de encontrar maridos para suas filhas e, claro, que no momento escolher qual profissão vai seguir é menos difícil que lidar com sua mãe casamenteira. Como não viver de amores por um livro que começa com uma referência tão perfeita a Orgulho e Preconceito. De um jeito nenhum pouco forçado e divertidíssimo!!
É uma verdade universalmente reconhecida que uma mãe que tem grande sabedoria quer... Ou melhor, precisa de uma filha que a escute.
O melhor de tudo é que a autora trouxe um elemento novo a história, o fato de a família ser de origem taiwanesa. Eu amei! Porque assim o preconceito é trabalhado não na questão de classes sociais, como no livro de Jane Austen, mas sim sobre a questão cultural e de sexualidade. O que trouxe uma profundidade muito bem-vinda a história nos dias em que vivemos. Gostei muito da forma delicada que ela trabalha que os “orientais não são todos iguais” e que dizer que a cultura do Japão e de Taiwan são iguais é como igualar um Amazonense com um Gaúcho. E mesmo tentar comparar a cultura com a chinesa já seria um grande absurdo e dos preconceitos que a bissexualidade de uma personagem gera.
Entendo que a pergunta agora pode ser: “Então preciso ter lido Orgulho e Preconceito para entender essa história?”. A resposta é um não! Não precisa, a história por si só é deliciosa de ser lida, mas claro que quem leu a história de Austen vai conseguir reconhecer nos personagens de Sem Receita para o Amor, de onde vieram suas características e, claro, se divertir com a “versão oriental” de Mr. Darcy: o presunçoso, impenetrável e irritantemente atraente James Wong.
— Você sempre sabe como causar uma boa impressão, James — ele diz. — 2 minutos, e ela já está furiosa com você.
O texto tem uma pegada leve e divertida por toda trama, traz elementos bem contemporâneos e explora lindamente a cultura de Taiwan, como na bebida favorita de Liza e sua amiga Grace, que preciso dizer que amei, porque é uma receita que o canal que amo no YouTube, o GohanGo, já ensinou a preparar e, como sempre, contou a história da bebida Bubble Tea, que é “uma bebida representativa da cultura dos asiáticos amarelos americanos”. Talvez você fique em choque de saber que as “bolinhas” são a base de tapioca, por isso também é conhecido como “Tapioca Frozen”.
A maior parte da trama vai se passar durante uma competição culinária. A Sra. Yang, mãe de Liza, comanda com o marido o Yin e Yang Restaurante e Confeitaria, muito popular em Houston, e Liza é responsável por algumas das delícias de maior sucesso. Quando a mãe não permite que Liza seja uma das participantes do concurso anual de confeitaria promovido por ela, a garota recebe como prêmio de consolação a chance de ser uma das juízas da competição. Porém, logo no primeiro dia de avaliações, Liza descobre que tudo não passa de uma armação da mãe: todos os participantes são jovens de origem asiática escolhidos a dedo para serem seus pretendentes.
Gostei demais dos personagens, mesmo sendo baseados em outra história, ganharem características próprias e atitudes mais condizentes com sua cultura e local onde vivem, deixou a história mais dinâmica. Mesmo tendo que admitir que a mãe de Liza me deixou com muito mais raiva do que a Senhora Bennet. Mas acabou sendo positivo, porque a autora mostra como os personagens foram construindo um relacionamento mãe e filha melhor, e também houve esse desenvolvimento entre outros personagens, o que é de fato muito positivo, porque foi além da questão de casamento, trouxe a questão da interferência dos pais na vida dos filhos, o medo na hora da escolha da profissão e, claro, que é sempre possível recomeçar em outra área quando um trabalho já não te faz tão feliz.
Olho nos fundos dos olhos dele e admiro a profundidade antes escondida. E pensar que um dia estive tão determinada pintá-lo como um vilão que quase não enxerguei as peças que não se encaixavam.
O ponto não tão positivo ficou por conta de algumas coisas que ficaram sem resposta ou não foram tão bem trabalhadas na trama. Algumas coisas como a cobrança sobre o peso de Liza ter caído no esquecimento ou problemáticas resolvidas de forma muito rápida e superficial. Nada que tenham estragado a história principal, mas tirou um pouco do brilho que poderia ter. Contudo, para quem ama Orgulho e Preconceito, releituras e um bom romance, esse livro sem dúvida é uma ótima pedida. Leia e divirta-se!!
A edição é uma gracinha! Mesmo não me apaixonando pela capa, tenho que confessar que as cores e a ligação com a história me fizeram, no final, simpatizar muito mais. A diagramação é perfeita! Sério, fonte, páginas amarelas, detalhes no início de cada capítulo encantadores!! Não observei erros de grafia ou ortografia.
Informações Técnicas do livro
Jennifer Yen
Tradução: Débora Isidoro
Ano: 2021
Páginas: 288
Editora: Melhoramentos
Sinopse:
Sem receita para o amor fala sobre amadurecimento, expectativas familiares e como preparar doces de dar água na boca! Perfeito para fãs de Jenny Han e Jane Austen.
Para os amigos, Liza Yang é praticamente perfeita: inteligente, amável, bonita, tem grandes sonhos e nunca foge de um desafio. Já para sua mãe, ela é tudo menos isso. Sempre comparada com a irmã mais velha – o modelo de filha obediente –, Liza é vista como teimosa, rebelde e, o pior de tudo, com uma determinação para ir contra os valores tradicionais nos quais a Sra. Yang acredita, principalmente no que diz respeito a namoros. Pelas regras, Liza só pode se relacionar com garotos asiáticos, e a Sra. Yang tenta a todo custo apresentar a filha a possíveis namorados.
A única coisa em que mãe e filha concordam é sobre as habilidades de Liza de criar pães e doces de dar água na boca. A Sra. Yang comanda, junto com o marido, o Yin e Yang Restaurante e Confeitaria, muito popular em Houston, e Liza é responsável por algumas das delícias de maior sucesso. Quando a mãe não permite que Liza seja uma das participantes do concurso anual de confeitaria promovido por ela, a garota recebe como prêmio de consolação a chance de ser uma das juízas da competição. Porém, logo no primeiro dia de avaliações, Liza descobre que tudo não passa de uma armação da mãe: todos os participantes são jovens de origem asiática escolhidos a dedo para serem seus pretendentes. A situação fica ainda pior quando Liza se sente atraída por um dos competidores – com quem ela já havia cruzado pela cidade: o presunçoso, impenetrável e irritantemente atraente James Wong. Enquanto luta contra seus sentimentos por James e pela aprovação da mãe, Liza começa a perceber que não existe uma receita comprovada e verdadeira para o amor.
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