20 abril, 2024

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Resenha :: Nós Somos Inevitáveis (We Are Inevitable)



Oi,  pessoa! Tem algum tema literário que te pega e, quando o livro trata do assunto, você simplesmente não consegue deixar de ler? Eu sim. Livros que falam sobre livros e leitores têm um espaço garantido na minha TBR, eu amo! E, claro, que sendo assim não teria como deixar de ler essa história, e agora eu compartilho o que achei da leitura.


Vinte e seis letras e alguns sinais de pontuação, e temos palavras infinitas em mundos infinitos. Como isso não é um milagre?


Eu amei o começo, porque à primeira vista parece que Aaron Stein está com uma monumental ressaca literária, porém logo essa ideia se desfaz e fica claro que a questão é muito mais delicada. Ele perdeu a fé e a esperança mesmo trabalhando no sebo da família, o único livro que Aaron suporta ler ultimamente fala da extinção dos dinossauros. E, aqui, meu coração de leitora foi muito empática com Aaron, porque, mesmo naquele momento, um livro era sua referência e refúgio, leitores nunca estão realmente sós, enquanto tiverem acesso a um livro.


Assim, Aaron vai nos contando a história, e nos explicando como sua vida chegou ao ponto em que está, o irmão e a mãe partiram e os amigos o abandonaram, deixando-o sozinho com o pai na loja de uma cidadezinha onde ninguém mais parece ler, à espera do inevitável fim. E estamos em meio a descoberta desse fato, quando vemos ele se deparar com a oportunidade de vender a livraria e, para meu total desespero, Aaron a aproveita, pensando que é a única forma de sair daquela situação. O que ele não imaginava era que Chad, um conhecido da época do colégio que agora é cadeirante, e um grupo de velhos lenhadores resolveriam tomar para si o projeto de reconstruir a loja (eu já torcia para isso, e agora quero matar o Aaron).


Porque não importa o que Hanna e eu somos agora, nunca deixarei de acreditar que somos inevitáveis. Não apenas ela e eu, mas eu e Chad. Chad e Jax. Ira e Ike. Talvez nós sejamos inevitáveis.


E, nesse momento, o livro já se mostrava cheio de diversidade e representatividade, levantando além de ótimas referências literárias, questões como luto, a importância dos sebos e das pequenas lojas na dinâmica social dos bairros e das cidades, a “ausência” de leitores e como os pequenos comerciantes lidam com os conglomerados e a falência pela ausência de clientes com a concorrência do comércio online. E isso bem apresentado em meio ao caos emocional e financeiro em que nosso personagem principal se encontra. O livro nos deixa confusos, porque como temos a visão de Aaron vamos vivendo os sentimentos dele e ele não esperava conhecer Hannah, uma linda e corajosa musicista, que talvez seja exatamente o tipo de inevitável pelo qual vinha esperando.


Mas definitivamente esse livro não é um romance, quem já conhece a escrita da Gayle sabe que ela trata de conflitos e doenças. E assim vamos conhecendo as dificuldades de Chad como alguém que perdeu os movimentos e agora é cadeirante, mas ao contrário de Aaron, sabe que ainda tem muito a aprender e lida com os problemas de uma maneira bem mais compreensível. A dor de seu pai, que insiste em viver em uma vida que não existe mais e sofre tanto física quanto emocionalmente por isso, a vida de alguém em desintoxicação pelo abuso de substâncias e as verdades que o próprio Aaron não consegue encarar. 


Em meio a esse turbilhão de coisas, vamos vendo que toda negação pode ser uma forma de não olhar de frente os problemas que realmente estão impedindo a vida de prosseguir. E sim, se você achou nesse momento que são coisas demais, realmente foram e acabaram deixando os temas sem uma profundidade melhor ou tratadas de forma tão rápida que é impossível não dizer superficiais demais.


E quando a virada na vida dele vai realmente começar, vemos o quanto ninguém é uma ilha e ao se isolar perdemos a perspectiva do quanto nossa vida afeta as pessoas a nossa volta e que, ao invés de poupá-las da dor, estamos tornando a dor ainda maior por torná-las impotentes de nos mostrar que nós precisamos fazer a mudança por nós mesmos, mas não precisamos fazê-la sozinhos. O livro então é sobre novas oportunidades, sonhos e como lidar com sentimentos que quanto mais ignorados, mais criam dores, o que sempre torna os livros da Forman maravilhosos, não são os problemas e sim a possibilidade de quando existe vida, temos sim a chance de melhorar e resolver os conflitos que nos afligem. Que a vida é dolorosa, mas ainda sim maravilhosa! Leia, reflita e divirta-se!




Informações Técnicas do livro

Nós Somos Inevitáveis

Gayle Forman

Título Original: We Are Inevitable

Tradução: Marcela Rossin

Ano: 2022

Páginas: 256

Editora: Arqueiro

Sinopse:

“Ninguém escreve sobre o amor como Gayle Forman.” – E. Lockhart, autora de Mentirosos


“Uma história brilhante sobre amizade, família e aceitação, com momentos geniais de humor. Eu poderia ter ficado com Aaron e seus amigos por outro livro inteiro.” – David Yoon, autor de Frank e o amor


Aaron Stein acreditava que livros eram milagres. Mas sua fé acabou. Mesmo trabalhando no sebo da família, o único livro que Aaron suporta ler ultimamente fala da extinção dos dinossauros.

É um tema que ele conhece muito bem, agora que o irmão e a mãe partiram e os amigos o abandonaram, deixando-o sozinho com o pai na loja de uma cidadezinha onde ninguém mais parece ler, à espera do inevitável fim.

Então, quando se depara com a oportunidade de vender a livraria, Aaron a aproveita, pensando que é a única forma de sair daquela situação. O que ele não imaginava era que Chad, um conhecido da época do colégio que agora é cadeirante, e um grupo de velhos lenhadores resolveriam tomar para si o projeto de reconstruir a loja.

E ele com certeza não esperava conhecer Hannah, uma linda e corajosa musicista, que talvez seja exatamente o tipo de inevitável pelo qual vinha esperando.

Todos eles ajudarão Aaron a compreender tudo que perdeu, tudo que ganhou, quem ele é agora e quem deseja ser. E lhe mostrarão que a destruição nem sempre leva à extinção – às vezes, leva à criação de algo completamente novo.


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