04 maio, 2024

# @efinco # Cassandra Clare

Resenha :: O Portador da Espada (Sword Catcher)




Olá, pessoa! Para mim foi simplesmente impossível e irresistível ouvir sobre um lançamento da Cassandra Clare e o primeiro pensamento não ser “Preciso ler!”. E, ao mesmo tempo, ter a sensação que seria impossível não ler. Acho que o único “porém” é que, apesar de amar o gênero, eu sempre tenho um ritmo de leitura mais lento ao ler fantasia medieval, porque eu me "perco" e abuso do direito de imaginar e criar o universo em minha cabeça, o que só deixa a leitura perfeita né?! Então, vamos à história.


Sem dúvida foi uma deliciosa surpresa ver uma escrita que trouxe um universo criado com tantas nuances e referências, que deixa quase como uma lembrança de uma história que aconteceu, com os elementos combinados de uma forma deliciosa, envolvendo política, intrigas palacianas e romance. E, ao terminar a última página da história, quando li as notas da autora, tive a certeza que não era uma simples sensação, mas o eco do que é real que corre entre as linhas do livro.


— Não se pergunta se alguém gosta do Sangue Real. Eles simplesmente são — soltou ele. Como o porto ou a Passagem Estreita, como os canais escuros como jade do Distrito do Templo, como o próprio Marivent. — É como perguntar se alguém gosta dos Deuses.


Como é sabido, esse é o primeiro livro da série e a divisão de narrativa entre dois personagens, Kel e Lin, torna a história definitivamente melhor, não apenas em fluidez, como também evita que torne a história cansativa por se fixar em apenas um ponto de vista. Outro detalhe sutil é que cada narrador mostra um lado da moeda, enquanto um narra o palácio, os nobres mais ricos, a outra mostra a vida dos súditos, e com isso vemos que os nobres, com todas as suas riquezas, e os criminosos mais cínicos têm uma coisa em comum: a busca constante por riqueza, poder e a próxima emoção hedonista.


— Quando você mudar de ideia, e sei que vai mudar, vá direto para a Mansão Preta. A senha Morettus permitirá sua entrada. Lembre-se. E não conte a ninguém.


Falando em personagens, apesar de o Príncipe ser Conor Aurelian, nosso narrador é sem dúvida o personagem principal. Logo no começo, descobrimos que Kellian Saren é um órfão, arrancado da vida que conhecia para se tornar o Apanhador de Espadas — o dublê de um herdeiro real —, o que o torna mais que apenas um segurança. Ele foi criado ao lado do príncipe, treinado em todos os aspectos do combate e da política. Ele e Conor são próximos como irmãos, o que só faz o carinho por Aurelian ser maior durante a leitura. Apesar disso, Kel sabe que seu destino é morrer por Conor.


A doença igualava a todos, Lin percebera. Os malbushim eram iguaizinhos aos Ashkar quando se tratava da saúde: preocupavam-se com o próprio bem-estar, ficavam vulneráveis quando se tratava de doenças em suas famílias, agitados ou em silêncio perante a morte.


Ao seu “lado”, como personagem principal, temos Lin Caster, que é uma Ashkar, e isso quer dizer que ela é uma das poucas que ainda possuem habilidades mágicas. Por lei, eles devem viver atrás dos muros da cidade, mas Lin, uma médica, se aventura para cuidar dos doentes e moribundos de Castellane. Eu sei que pode parecer mais emocionante a vida ao lado do príncipe, mas sinceramente a maior das aventuras é acompanhar Li que, apesar de suas habilidades, não consegue curar sua melhor amiga sem acesso ao conhecimento proibido. E sua busca por curar e por conhecimento, a deixa mais próxima do que conhecemos como bruxa, do que a magia que ela tem dentro de si.


Ele anda por aí todo de preto, como o Cavalheiro Morte vindo buscar sua alma, e as rodas da carruagem dele são manchadas de sangue.


Gostei que o “rei dos ladrões” — e ao que parece a monarquia se estende até aos criminosos — não é uma espécie de Robin Hood, apesar de sua lenda ser mais favorável aos pobres e marginalizados, da forma que ele se apresenta. Porém, mesmo os criminosos são movidos por algo mais valioso que riqueza de ouro e joias: o poder. E, assim, começo a falar dos personagens secundários e como é difícil não começar a se envolver com eles durante a história, a ponto de torcer por um e outro. Afinal, Clare faz os personagens, tanto principais quanto secundários, como pessoas reais, em seu eterno equilíbrio lamentável entre certo e errado, e mesmo os que estão no papel de vilões, podem em algum momento — de fraqueza, diriam eles — demonstrar bondade.


Ainda sim eu não consegui considerar o livro impecável. A leitura dos capítulos é inconstante e alguns momentos trazem a sensação de serem longos demais ou curtos demais. E do meio para o final, ele ganha um ritmo diferenciado ficando mais lento para depois, na reta final, ganhar um ritmo corrido e acelerado - Exatamente como uma calmaria antes da tempestade - com o final deixando um gancho para o próximo livro, o que implica em dizer: final em aberto. Muito aberto, tanto na trama principal quanto nas paralelas, o que deixa um gosto estranho na leitura, porque afinal decreta que caí no esquema de pirâmide. Já preciso do próximo e sei que apenas em 2025 teremos The Ragpicker King, ainda sem título em português.


Finalizo falando que a transição de Cassandra Clare para a literatura adulta se faz de forma muito lúcida e bem-feita, mesmo com os pontos que não gostei e talvez especialmente por eles.




Informações Técnicas do livro

O Portador da Espada

Cassandra Clare

Título Original: Sword Catcher

Tradução: Karine Ribeiro

Ano: 2023

Páginas: 588

Editora: Galera Record

Sinopse:

Descubra um amor proibido, uma magia poderosa, e um segredo que pode destruir um reino... O portador da espada é o primeiro volume da nova série da autora best-seller Cassandra Clare, que dá boas-vindas ao leitor a uma fantasia épica, marcando a sua estreia na literatura adulta.


Os planos do orfão Kellian para o futuro sempre foram simples: se tornar um marinheiro, ou, quem sabe, se nada mais desse certo, ser um larápio das ruas de Castellane. A única coisa que Kel não esperava era ser levado do orfanato para o palácio, onde, aos dez anos, recebeu uma oferta de trabalho única: se tornar o Portador da Espada de Conor Aurelian, o Príncipe Herdeiro. Criado com o príncipe, Kel cresceu em meio ao luxo e à pompa, sendo treinado tanto para o combate de espadas quanto para as artimanhas políticas da corte. O preço de ser o dublê de corpo de Conor é ficar para sempre vinculado à alguém que ama como a um irmão ― mas sem nunca ter a própria individualidade.

A médica Lin Caster faz parte da comunidade Ashkar, um pequeno grupo que possui habilidades e conhecimentos mágicos mesmo depois da Ruptura, acontecimento que extirpou toda a magia do mundo. Apesar das restrições impostas ao seu povo, Lin ultrapassa as barreiras para cuidar dos doentes do reino.

Quando uma tentativa de assassinar o príncipe é frustrada pelo Portador da Espada, Kel e Lin se aproximam e se veem diante da trama ardilosa do misterioso Rei dos Ladrões, o criminoso que comanda o submundo de Castellane e oferece aos dois aquilo o que mais desejam. No entanto, nesse mundo de sombras e intrigas, eles descobrem uma conspiração que vai das sarjetas até o mais alto escalão da nobreza decadente.

Quando segredos guardados há muito tempo ameaçam vir à tona, Kel e Lin se perguntam: vale a pena pagar o preço da traição para obter conhecimento mágico? Um amor proibido pode ser a ruína de um reino? Será que as revelações podem levar guerra a Castellane ― e caos ao mundo?


“Tem tudo o que eu procuro em uma fantasia. Construção de universo excepcional, combates, personagens fascinantes e uma história que prende o leitor da primeira à última página.” ― George R. R. Martin, autor da série As Crônicas de Gelo e Fogo.


“Cassandra Clare no seu momento mais inteligente, surpreendente e emocionante ― um livro triunfal.” ― Holly Black, autora da série O Povo do Ar e de O livro da noite .


“A fantasia no seu auge.” ― Leigh Bardugo, autora da série Sombra e Ossos e de Nona Casa .


“A construção de mundo da Cassandra é imersiva. Muitos personagens são cheios de detalhes e memoráveis, então alternar pontos de vista flui de maneira fácil para o leitor. É um início de série maravilhosamente agradável.” ― Kirkus Reviews




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