10 maio, 2024

# @efinco # Aventura

Resenha :: Sete Bruxas e um Gato Temporário



Sei que toda regra tem exceção, e muitas vezes é ela quem confirma a regra. Se gatos ou cães, não posso afirmar, mas quem eu conheço que é leitor por certo, além de livros, tem um ser peludo por perto para chamar de seu, na maioria das vezes mais de um. Agora um livro com um gato preto, não tinha como não querer fazer essa leitura.


Achei a ideia original e divertida, afinal não estamos falando dos gatos que dividem o lar com bruxas, e sim de uma agência de gatos temporários, para auxiliarem as bruxas em atividades em que elas não querem envolver seus amados felinos. Suspeito, sim! Mas trabalho é trabalho e vamos acompanhar o querido Bijoux em sua jornada.


Eu sinceramente acredito que teremos mais histórias desse universo, mas fique na tranquilidade que é nesse livro que tudo começa, afinal quem se envolve com uma bruxa deve saber que ela não está sozinha, e todo seu clã faz parte de quem ela é, mesmo que seja uma senhorinha quiropraxista intocada em sua casa, onde faz atendimentos que curam a dor e com um toque ou dois de magia, fazem mais que isso pelos pacientes.


Caliandra contrata o serviço do Disk Kats, de uma forma bem específica, afinal ela pede um GT (Gato Temporário) para um feitiço, preto, mínimo de 4,6 estrelas de avaliação. E se tem alguém que caiba nessa descrição na Kats é Bijoux. Infelizmente para ele nem mesmo “Cali” sabia exatamente onde estava se metendo e, a partir desse encontro, tudo é história. Todo mundo sabe — ou, como eu, você vai descobrir lendo essa história — que de vez em quando, uma bruxa precisa fazer experimentos não muito ortodoxos, para garantir a eficácia de seus feitiços. E imagina se elas vão querer colocar em risco o “Gato Oficial” delas? Lógico que não! É justamente aí que Bijoux entra em cena.


Bom, como já adiantei as coisas dão certo, porém não muito, e assim além de Caliandra vamos conhecer as outras 5 bruxas que compõe o Clã que ela faz parte, sei que você deve ter estranhado o número de 6, mas não posso comentar. Leia, leia e vai entender isso também.


Na tentativa de resolver o que deu errado no feitiço em que Cali envolveu Bijoux, vamos, com ele, conhecendo não apenas a casa, como também mais sobre os poderes, personalidade e modo de usar a magia de cada uma. Vemos que apesar da unidade do clã, cada uma tem seu modo muito pessoal e individual de lidar com seu dom e fazer com que ele seja trabalhado em sua vida e ao seu redor.


Os sentimentos de Bijoux fazem todo sentido, dentro do que ele tem passado e do que já havia experimentado antes como um ser sempre temporário, que começa a ansiar desesperadamente por segurança e estabilidade. E, de uma maneira surpreendente, ele acaba mudando as vidas não apenas das bruxas, mas também dos animais em suas vidas, sejam o felino oficial ou guardião. Gostei da maneira pouco romantizada das personalidades e atitudes, assim como também a ausência da superficialidade em tentar transformar as bruxas em fadas com glitters. Infelizmente em alguns momentos eu senti que a linguagem não se adapta ao público do livro, como “pachorra”, qual adolescente sabe o que significa essa palavra? Então perceba, é algo bem pessoal esse incômodo, mas fez parte da minha experiência de leitura.


Outro detalhe que não gostei foi que demora para você entender e algumas vezes não dá bem para entender — talvez numa continuação, quem sabe — algumas informações e detalhamentos que a autora faz das cenas em relação às bruxas, que começam a serem personagens mais presentes na história que o próprio Bijoux, parte desse estranhamento eu entendi no final, com a revelação de quem está narrando a história. Porém, ainda sim, foi algo que acabou atrapalhando a fluidez da história. 


Assim como nosso GT, as bruxas do clã passam por um processo de aprendizado e crescimento durante a história, mesmo que em paralelo cada um, se me permitem o trocadilho, saem do casco e descobrem que, muitas vezes, a segurança não está em fingir ser uma pedra, mas sim levar consigo a própria casa. Não tem como não se encantar com Fortuna e simpatizar com Magda. Das amizades que Bijoux faz, Batata-Frita com certeza rouba a cena e nos deixa com aquela sensação de que nossos queridos animais são mais parecidos com a gente do que nos damos conta.


Não vou mentir e dizer que gostei do final, sinceramente eu fiquei tão perdida que mesmo relendo não entendi bem o que aconteceu. Sério, foi muito estamos indo pra direita e do nada estamos caindo e retrocedendo, e nem foi por ter ficado em aberto indicando uma continuação, apenas a forma como foi feita achei abrupta e que poderia ter sido de outra forma. Ainda assim, a curiosidade de saber e agora é enorme, afinal nosso querido Bijoux está exatamente onde merecia estar.




Informações Técnicas do livro

Sete Bruxas e um Gato Temporário

Índigo Ayer

Ano: 2024

Páginas: 304

Editora: Galera Junior

Sinopse:

Sete bruxas e um Gato Temporário é a divertidíssima história de um gato e o clã de bruxas que ele encontra pelo caminho. Escrito por Índigo Ayer, é a leitura perfeita para quem nunca deixou de acreditar que a magia existe, e está sempre à espreita, onde menos se espera encontrá-la.


“Alô, alô, é do Disk Katz? Sim, gostaria de pedir um Gato Temporário para um feitiço. Preto. Mínimo de 4,6 estrelas de avaliação, por favor. O último brigou com a minha Gata Oficial, e tive que dar um caminhão de petiscos para voltar às boas com ela. Ok, ficarei no aguardo da chegada do Gato. Claro, claro, sem feitiços perigosos, pode deixar. Obrigada.”


Bijoux gosta muito do próprio trabalho, de verdade! Como funcionário do Disk Katz (e um trabalhador muito bem avaliado, miauto obrigado), ele está sempre pronto para ser convocado por uma bruxa precisando de um Gato Temporário (popularmente conhecido como GT) para algum feitiço. Mas a mais recente tarefa de Bijoux pode ser coisa demais para as suas patas aguentarem.

Todo mundo sabe que, de vez em quando, uma bruxa precisa fazer experimentos não muito ortodoxos para garantir a eficácia de seus feitiços. E imagina se elas vão querer colocar em risco o Gato Oficial dela? Lógico que não! É justamente aí que Bijoux entra em cena.

Mas a vida como Gato Temporário também não é exatamente fácil. Após tantas bruxas, tantos feitiços, e muitos apertos, Bijoux percebe que, na verdade, o que mais gostaria é simplesmente uma bruxa para chamar de sua. Uma poltrona confortável para dormir, aquele afaguinho gostoso nas orelhas e ser visto não como temporário, mas um gato amado por uma bruxa.

Entre feitiços elaborados, clãs de bruxas e vizinhos intrometidos, será que Bijoux conseguirá dar entrada na sua aposentadoria como GT e se tornar um Gato Oficial?




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