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07 agosto, 2019

Resenha :: A Minha Chance

agosto 07, 2019 2 Comentários

Olá, vim falar sobre a minha leitura da história de Viviane. Preciso começar avisando que essa personagem aparece na história de Jogada do Amor, que você já conferiu aqui no Clube (resenha aqui). Porém, você pode ler essa história mesmo sem ter lido a anterior sem problemas. Claro que quem acompanhou a "Vivi" em Jogada do Amor vai ter uma experiência de leitura diferente.

Aqui não temos uma história de alguém buscando uma segunda chance ou redenção, temos a história de alguém procurando se encontrar, se redescobrir e tentar fazer as escolhas certas, aquelas que dão orgulho de ter feito e, acima de tudo, que não trazem vergonha e dor. Para quem leu ou não o livro anterior, precisa saber ou lembrar que Viviane é uma mulher inteligente e dona de uma personalidade forte, fez algumas escolhas erradas no passado que lhe trouxeram consequências que ela deseja esquecer. Apesar de que duvido que quem tenha lido Jogada tenha esquecido dela ou do que ela foi capaz de fazer.

Eu só consigo sentir um vazio em meu peito, eu não mereço nada, mas ao mesmo tempo eu quero tudo.

Agora, temos uma Vivi decidindo voltar ao lugar que cresceu, na tentativa de ter uma vida tranquila e provar a si mesma que pode ser uma pessoa melhor. O que já dá aquela animada, por aguardar algum tipo de redenção ou crescimento da parte dela enquanto pessoa, mas claro que a vida não é tão simples como imaginamos ou queremos e ela não contava com Theodoro Garcia, o veterinário bonitão, que apareceu em seu caminho fazendo surgir novos e surpreendentes sentimentos que jurava não ser capaz de sentir.

Theodoro é um profissional dedicado, pai amoroso e carismático, que ao pôr os olhos em Viviane teve a certeza de que não poderia deixa-la escapar de sua vida. Mas dizem que a pior sentença é aquela que damos a nós mesmos, e a culpa que Viviane sente por tudo que fez em seu passado e o dano que isso trouxe a vida de tantas pessoas não permite que ela se sinta livre para viver essa nova história. E assim vamos descobrindo porque ela era "aquela Vivi", e porque hoje ela tenta tão desesperadamente viver uma nova vida, ser outra pessoa. Mas o primeiro passo será se perdoar. O que, com a amizade de Elis e os sentimentos por Theo e sua filha, será um caminho mais bonito, apesar de não menos difícil, a se trilhar.

Sou uma jornalista, está no meu sangue descobrir matérias, eu não vou deixar que ele me tire isso, mesmo merecendo que o faça, mas não posso deixar de ser quem sou, e vou lutar por isso, é minha vida.

Outra coisa que amei foi o fato de que Viviane vê na causa que Theo defende, a chance de se reencontrar com seu próprio passado e levar adiante algo que a tragédia em sua vida deixou em espera por tanto tempo. Claro que enfrentar algo que só visa o lucro e não possui uma gota de empatia por outros seres vivos é perigoso, mas nisso temos a nova visão de vida da Vivi, dando um show de como ser ativa de forma a fazer a diferença de forma positiva.

— O passado precisa ficar pra trás, e estou orgulhoso da mulher que encontrei aqui, decidida a salvar o mundo, a fazer diferença, e tenho certeza que ele vê isso em você, não deixe o passado decidir seu futuro, Vivi.

Agora, como alguém que leu o primeiro livro... Foi difícil engolir que ela realmente tinha mudado e iria tentar acertar seus erros, e como foi delicioso ir descobrindo o que houve antes das atitudes dela em Jogada, porque o Tio Osmar agia daquela maneira, e também como foi todo o processo que a levou àquele momento do começo dessa história. De como ela realmente cresceu e continuou sendo ela mesma em uma versão melhorada. Como o passado pode ser tanto uma forma de melhoramos, e como podemos deixar que se torne uma âncora que nos impende de crescer enquanto pessoas e de viver. Só posso dizer que foi uma experiência linda ler esse livro, super recomendo!!

Só que deixo aqui uma dica: leia por ordem de história e não publicação. Acho que vou fazer uma releitura assim: Jogada do Amor, A Minha Chance, Regras do Desejo (Spin-off de Jogada do Amor) e, claro, esperar pela chance de ler a história da Elisabete, em breve!

Eu li em formato digital, na edição disponibilizada pela autora na Amazon, para compra, e no Kindle Unlimited. A diagramação do e-book está ótima, e a capa ficou lindíssima, em especial por ser tão parecida com a personagem da história.


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do livro

A Minha Chance
Ali Graciotte
Ano: 2019
Páginas: 201
Editora: Independente
Sinopse:
Uma chance era tudo o que ela queria. 
Viviane, é uma mulher inteligente e dona de uma personalidade forte, fez algumas escolhas erradas no passado que lhe trouxeram consequências que ela deseja esquecer. 
Disposta a recomeçar, decide voltar ao lugar que cresceu, na tentativa de ter uma vida tranquila e provar a si mesma, que pode ser uma pessoa melhor. O que ela não contava era que Theodoro Garcia, o veterinário bonitão, apareceria em seu caminho fazendo surgir novos e surpreendentes sentimentos que jurava não ser capaz de sentir. Theodoro é um profissional dedicado, pai amoroso e carismático, que ao pôr os olhos em Viviane teve a certeza que não poderia deixa-la escapar de sua vida. E em meio a tantas incertezas e desafios,
Viviane e Theodoro descobrirão um no outro, uma chance para ser feliz...


_____Sobre a Autora_____

Ali Graciotte



Uma mulher em muitas, essa é a melhor definição para Ali Graciotte. Capixaba, mãe, filha, esposa e leitora voraz – isso que ela se lembra –, desde criança ela aprendeu com os livros que não há limites e nem fronteiras para sonhar. Descobriu-se autora em 2015 e desde então não parou mais, os dedos sempre inquietos em busca de novas histórias. É autora de Jogada do Amor, livro best-seller na plataforma digital Amazon, além dos livros Em Guerra com o Amor e o Amor veio para Ficar, em parceria com a escritora Alc Alves. Atualmente vive na cidade de Serra – ES, onde deixa sempre a cabeça ocupada, criando novos romances. Afinal no mundo literário não existem limites e tudo é possível diante de uma folha em branco de papel.

26 julho, 2019

Resenha :: Paixão em um Verão

julho 26, 2019 0 Comentários

Olá, Faroleiros!

Este mês participei de uma leitura coletiva e quero compartilhar com vocês a resenha desta obra deliciosa.

A vida é feita de coincidências. Às vezes elas podem ser tão maravilhosas a ponto de mudar as nossas vidas para sempre. Paixão em um Verão, da Tatiana Mareto, nos traz uma história envolvente de quatro amigas e como a vida delas muda completamente depois das férias de verão.


Não dava para adivinhar o que aconteceria naquele verão. Eu não fazia a menor ideia do que encontraria quando chegasse ao México, nem do que se seguiria durante minha estada do outro lado do planeta. 

Elis, Ana, Thais e Paula se hospedam no JW Marriott em Cancun, México, a fim de passar as férias e recarregar as baterias. Elas estão super empolgadas com as infinitas possibilidades de passeios, festas e azaração que podem ocorrer por lá. Afinal, onde há a mistura de músicas dançantes, bebidas exóticas e homens bonitos, muita coisa pode acontecer.

Assim, sem qualquer tipo de aviso prévio, como se eu não pudesse ter uma convulsão com a sua simples presença, Samuel Whitlock, em carne e osso, materializa-se em nossa frente. Não consigo ver se Paula ainda está viva, espero que sim. Meu coração dispara e posso apostar que minha pressão subiu. Ele não está vestindo quase nada, apenas uma sunga listrada de azul e branco. Peito nu, pés descalços, cabelos molhados - essa é uma visão do que o Paraíso seria se ele existisse.

Só que as quatro amigas não estavam preparadas para encontrar hospedados no mesmo hotel que elas os integrantes da sua banda preferida no mundo todo: O Blue Age. Fãs de carteirinha, que inclusive participavam de um Fórum Internacional da banda na internet, as garotas quase tiveram um ataque de euforia ao vê-los ali, ao vivo. Quase, porque as meninas conheciam mais do que ninguém aqueles caras ali. Sabiam que tudo que eles não curtiam nos momentos fora do palco eram as fãs em seu estado histérico. Por isso elas tinham um plano: iriam se aproximar, se enturmar e aproveitar a companhia dos homens dos seus sonhos.

Paula dá uma risada, mas percebo que Ana está preocupada. Ela ainda não tomou coragem de procurar Samuel e revelar a ele a verdade, ou seja, confessar que é fã e que não contou aquilo no primeiro encontro porque não achou que o rótulo fosse mais importante do que a percepção a seu respeito. Ela tem razão, o problema é adiar demais aquela conversa.

Charlie, Sam, Paul e Daniel só queriam descansar naquele verão. A banda vinha tentando reconectar-se com a inspiração, por isso escolheram um lugar paradisíaco para tal. Eles tentavam a todo custo fugir de fãs perseguidoras. Então, quando conheceram as quatro garotas hospedadas no mesmo hotel que eles e que não os reconheceram, decidiram curtir o lugar junto com elas.

Índice de chances de umas férias de verão totalmente inesquecíveis? Altamente prováveis!

Nossa interação já ultrapassou a maioria das barreiras que as fãs têm com os ídolos.
Quis que meus olhos tivessem visto todos os rapazes. Quis, sinceramente, poder apreciar suas figuras distintas, enquanto tinha a oportunidade de conhecê-los além da música, além da fandom. Mas falho miseravelmente porque, enquanto eles caminham em nossa direção, tudo que preenche minha visão é Paul Allen sorrindo, com uma expressão tímida que não combina com ele, vestindo regata amarela e bermuda florida. Tudo está florido demais em Cancún, já estou ficando farta de flores. Mas não dá para ficar farta de Paul.


Uma das coisas que eu mais gosto nessa história é a forma despretensiosa e divertida como a Tatiana Mareto a inicia. Quem nunca na vida não teve um ídolo famoso e sonhou em conhecê-los pessoalmente? Se nunca teve, provavelmente conhece alguém que já fez ou pensou em fazer uma loucura pelo ser venerado.

Paul sorri mais uma vez e eu me derreto com esses lábios perfeitos. Nosso combinado, no entanto, não me permite agir como aquela que usualmente ouve todas as músicas do Blue Age duas vezes por dia, pelo menos. Eu tenho que ser eu mesma e mostrar para ele que sou capaz de vê-lo além do ídolo, além da pessoa que idealizo na minha cabeça — porque eu duvido que ele seja parecido com meus delírios. Não. Ele é muito melhor.

Começamos Paixão em um Verão conhecendo o lado tiete das garotas, principalmente da Elisângela, que é quem narra a maior parte da história. Uma mulher como qualquer uma de nós, com anseios, desejos e defeitos que conseguem conquistar o coração de Paul. Porque a vida é isso, ela não é só beleza e encanto. Há também poesia na imperfeição, e o guitarrista do Blue Age consegue vislumbrá-la, por isso se apaixona pelo conjunto a obra que é a Elis.

É mais um desses beijos perfeitos que só ele sabe dar, quentes e molhados, carregados de sentimento e paixão. Parece até que estou no cenário de uma música qualquer do Blue Age e que Paul é capaz de transferir a emoção de suas canções para os lábios. Talvez ele seja. Os dedos, acostumados à guitarra, amoldam-se com perfeição às minhas formas.

Ela, por sua vez, reluta em acreditar nos sentimentos de Paul que, por ser famoso, pode ter quem quiser. Isso demonstra, claramente, o quanto a Elis é insegura consigo mesma. Mesmo ele dando todas as indicações da sua intenção, demora até ela perceber e se permitir uma chance. Também não é para menos. Estamos falando de Paul Allen, o integrante da banda que ela é apaixonada desde que os conheceu. Lá no fundo do coração a garota já nutria sentimentos intensos por ele. Quando Elis se permite viver dias e noites intensas com Paul, Cancun se transforma no lugar dos sonhos e a paixão entre eles só aumenta.

— Preciso fazer uma pergunta. Você sabe que eu compus várias músicas durante as férias… eu queria saber se você permite que eu as use no programa.
— Ahm? Eu permitir? Por que eu deveria permitir ou não permitir alguma coisa?
— Porque eu compus as músicas para você. Sobre você. Sobre nós.

Ao mesmo tempo, as amigas interagem com os outros ídolos e aproveitam juntos o que a viagem tem a oferecer. É uma delícia tentar adivinhar quais casais darão certo ou não naquele grupo inusitado.

“Elis, tá viva?” 
“Não sei, provavelmente não estou. O que foi isso?”
“Paul Allen sendo Paul Allen. Ele está apaixonadinho, hem? Você o fisgou de jeito, me conta o que fez.”
“Ah, fala a mulher que seduziu Samuel Whitlock.”

Difícil foi imaginar as férias de verão acabando, cada um voltando para sua vida. Aqueles momentos deixariam marcas intensas em todos. Principalmente no nosso casal protagonista. Por isso, o que acontece depois é uma sucessão de mergulhos à desconhecida profundeza do amor de Paul e Elis. Ninguém seria capaz de prever a sequência de fatos que culminariam em um final realmente emocionante.

Afinal, desde a primeira página da obra tudo se resume a sentimentos, a chave que gira as engrenagens do nosso corpo e nos permite viver. Não seria diferente no livro, senão não teria tanto verossimilhança e a leitura não nos prenderia de tal maneira.

— Quer me convencer que ela te drogou, Paul?
— Eu não sei.
Ele baixa a cabeça. Alguém traz café, não sei quem. Estou com dor de cabeça e morrendo de fome, mas não peço nada porque posso segurar nenhum objeto pontiagudo.
— Você fez sexo com ela. Lembra disso?
— Não.
— Não fez sexo ou não lembra?
— Não lembro.

Mergulhei de cabeça na obra e me permiti viajar pela intensidade dos acontecimentos. Ri, chorei, esbravejei, torci e comemorei cada virada na história dos personagens. Paixão em um Verão é daqueles livros que podemos esperar de tudo. A Tatiana, como uma excelente escritora que é, não nos poupa de nenhum fato. Ela, literalmente, escancara a situação de forma que só nos resta, como leitores, aceitar e rezar para que tudo se resolva nas próximas páginas. E é assim, de forma intensa e vibrante, que devoramos os capítulos.

A pergunta me atingiu no meio da face, porque ela é óbvia e, ao mesmo tempo, eu não imaginei perguntá-la. O que estou fazendo em Los Angeles? Por que saí correndo da cama de Mark para pegar um voo às pressas? A resposta é ainda mais óbvia, porque eu amo Paul Allen. E porque a dor dele é minha dor, porque não suporto a agonia dele. Porque ele me ligou e disse que precisa de mim, mesmo que ele não tenha dito isso hoje.

Não preciso dizer o quanto amei a Paixão em um Verão, amei o Paul e a Elis e o Blue Age. Mas eu realmente fiquei curiosa para conhecer mais dos outros personagens. Sabemos que rola sentimentos entre alguns deles, mas suas histórias pessoais são contadas de forma superficial e ficamos curiosas por mais. Fica o apelo à escritora que sacie nossos anseios.

Paul me abraça e afundo o nariz em seu peito nu. Esse talvez seja o meu lugar favorito no mundo — em seus braços, respirando o seu cheiro, em contato com sua pele.

Fica também a dica de leitura para quem quer suspirar e relembrar da  sua época de tiete. Paixão em  Verão é a oportunidade de resgatar o sonho da possibilidade de um romance com seu ídolo querido. Ele é real, é muito real. Pelo menos foi para a nossa querida Elis.

We’ll be walking through leaves
When summer’s gone
We’ll carry on


Nota :: 



Informações Técnicas do livro

Paixão em um Verão
Tatiana Mareto
Ano: 2018
Páginas: 405
Editora: Independente
Sinopse:
Paixão em um Verão narra a aventura de Elisângela, uma jovem mulher descontente com sua vida que deposita a esperança em mudanças internas quando vai passar as férias em um paraíso tropical com as melhores amigas. 
Tudo muda de perspectiva quando ela descobre que estão hospedadas no mesmo hotel do Blue Age, sua banda favorita, de quem é fã incondicional. Com a oportunidade de conhecer os ídolos e interagir com ele, o tédio desaparece e suas aspirações ficam em segundo plano. 
Contudo, o que Elisângela acredita ser apenas um momento de interação entre fã e ídolo começa de forma inusitada e a coloca frente a frente com Paul Allen, o guitarrista, objeto de seus devaneios menos secretos. 
Paul é o homem de sua vida, ela sabe disso, e está com a chance de fazer parte dela, definitivamente. Porém existem muitos desafios e percalços para que uma mulher comum e desinteressante como ela possa conquistar definitivamente o amor.


 _____Sobre a Autora_____

Tatiana Mareto


Tatiana Mareto é sagitariana, gosta de se comunicar, adora transformar sentimentos em palavras. Mora em Cachoeiro de Itapemirim, é professora e advogada e começou a escrever aos doze anos, sendo autora de diversos textos não acabados, muitas poesias não publicadas e alguns originais empoeirados. Inspira-se com música e tem uma trilha sonora para todos os capítulos - das suas histórias e da sua vida. Se apaixona com facilidade pelos próprios personagens e coleciona crushes literários. 

22 julho, 2019

Resenha :: A Jornada das Bruxas

julho 22, 2019 0 Comentários

Olá, venho comentar sobre A Jornada das Bruxas. Para entender o livro como um todo, recomendo que antes leia minhas primeiras impressões, clicando aqui.

A vida de Nina ia relativamente bem, encontrando normalidade dentro de suas particularidades, afinal ela foi criada entendendo ser uma bruxa e descendendo delas, porém tudo começa a mudar quando uma carta perdida há trinta anos chega à casa da floresta, e Nina entende que está encrencada. E assim, Nina nos narra a sua história de uma maneira muito verdadeira e, algumas vezes, irreverente.


Minha vó sempre dizia que quem andava sozinha, andava cansada. Que sem confidentes, amigas, mães ou irmãs não chegaríamos onde podíamos chegar. Eu acreditei nela.

Como aceitar que está sendo convocada para reviver a tradição há muito esquecida de peregrinar pelo mundo? Afinal de contas se a tradição foi esquecida, deve ter sido por um bom motivo, e agora ela tem motivos para não querer partir, afinal agora que conheceu Alex, o misterioso vizinho que demonstra por ela um interesse ostensivo e inexplicável, e que faz ela sentir e viver aquelas deliciosas emoções do primeiro amor.

— Quem ama o mundo precisa aceitar também o que não é bom. Todo corpo sob a luz produz sombra, e a sombra faz parte de nós. É justamente na aceitação do imperfeito que vem a nossa força.

Mas nem tudo em seu caminho são flores, porque nesse exato momento o governo está convencido de que por trás da fachada de normalidade de sua família se esconde um rentável milagre, e que sua família tem obrigação moral de revelar as chaves para controlar e usar esse “milagre”.


Porém, a força da carta ainda está sobre ela, que decide obedecer ao invés de sacrificar, e embarca para a Romênia, onde uma bruxa com o carisma de uma unha encravada a espera. E assim que somos recebidos por essa bruxa (Nina e eu, claro), somos brindados pela autora, com tudo que se espera de uma bruxa. O que arranca risos e também começa a mostrar que muitas vezes, a maioria delas, nossos olhos veem aquilo que queremos que eles vejam, e que o medo do desconhecido é capaz de criar monstros em sombras, em locais que não existem e que nunca existiram.

— Dentes-de-Leão! — A velha exclama mais à frente com o traseiro para o alto. Suas mãos acariciam a flor amarela no meio da horta. —Eles são indestrutíveis. Quinze mil sementes em um único pé, já pensou? O mundo é dos persistentes, se alguém ainda não notou.

A mensagem do livro, para mim, foi mais do que um aprendizado e crescimento de uma adolescente para adulta, alguém consciente de seus deveres e responsabilidades para consigo, com os outros e para com a vida em torno de si, seja animal, vegetal ou mesmo do espaço que parece sem vida, mas não é da terra que nascem os vegetais? Não é dela que tiramos o sustento dos corpos e da alma? Mas que todos, desde que nascemos, estamos em nossa própria jornada de aprendizado e que, em algum momento, atribuíram nomes para cada etapa dessa jornada, criança, adolescente, jovem, adultos e idosos, e ainda hoje acho que o que conhecemos como morte é um bilhete de uma jornada que ninguém volta para contar, é preciso estar nela para saber como é.


Que todo ciclo envolve outro e que nada se perde, mas tudo volta e recomeça a ser, como a água que evapora para voltar como chuva e voltar a evaporar. E que muitos de nós se perdem, não por lutar contra o que queremos, mas pelo que desejamos. Afinal o que é desejo, senão um capricho que pode nos enganar e se mostra melhor e mais bonito do que é?!

E que o maior aprendizado é sermos quem somos, com nossas imperfeições e perfeições, porque à medida que aprendemos nos tornamos melhores sem deixar de ser o que somos. Afinal, lutar contra o que se é, é ser como Dom Quixote, muitas vezes ignorando a companhia de Sancho Pança. E por fim, quando somos nossa própria causa, qualquer luta não será apenas guerra e sim justiça. 


Assim um livro de fantasia me tocou, me fez pensar, refletir, sorrir e também torcer muito pelo jornada de Nina e a minha própria, tudo de uma maneira apaixonante e divertida. Obrigada, Karina Heid, por mais uma história incrível!!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Jornada das Bruxas
Ano: 2016
Páginas: 302
Editora: Independente
Sinopse:
Quando uma carta perdida há trinta anos chega à casa da floresta, Nina entende que está encrencada.
Como aceitar que está sendo convocada para reviver a tradição há muito esquecida de peregrinar pelo mundo? Como partir justamente agora que conheceu Alex, o misterioso vizinho que demonstra por ela um interesse ostensivo e inexplicável? 
Justamente agora que o governo está convencido de que por trás da fachada de normalidade de sua família se esconde um rentável milagre?
Forçada a embarcar para a Romênia onde uma bruxa com o carisma de uma unha encravada a espera, Nina aprenderá entre erros e acertos que o mundo é perfeito em sua destruição e sua beleza, que círculos guardam os maiores tesouros e que fazer as pazes com sua essência é fazer as pazes com o mundo.
A Jornada das Bruxas é um livro sobre três jornadas: a jornada individual pela aceitação, a caminhada apaixonante pelo mundo e a incrível marcha através do tempo. É sobre a excursão pelo doloroso caminho do crescimento e sobre fazer as pazes com quem nascemos para a ser.
Trata, acima de tudo, sobre nossa odisséia por um planeta dramático e generoso que espera ser trilhado por todos, e que tenta a todo tempo nos dizer, em uma miríade de vozes, que o tesouro que procuramos está enterrado em algum lugar da estrada...


 _____Sobre a Autora_____

Karina Heid



Karina Heid é escritora e psicóloga. Já trabalhou com marketing, foi professora de alemão e instrutora de lego. Em 2005 casou-se com um aventureiro de pés no chão e juntos decidiram expatriar. Enquanto moravam na Romênia escreveu A Jornada das Bruxas, seu primeiro romance, e em 2016 ganhou o prêmio literário Flic-ES pela obra A Última Peça. Para ela, escrever é fazer magia, é transformar palavras em universos. É em um desses universos que ela e sua família andam vivendo ultimamente.