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02 fevereiro, 2018

Resenha :: Mosquitolândia (Mosquitoland)

fevereiro 02, 2018 0 Comentários

Depois que seus pais se divorciaram, Mim (acrônimo de seu nome) fica morando com o pai, mas mantém uma comunicação saudável com sua mãe.

Isso muda quando ela percebe que sua madrasta para de entregar as cartas enviadas pela mãe e a aconselha a para de telefonar. Quando seu pai é convocado para ir a sua escola, Mim escuta uma conversa estranha entre seu pai e o diretor. O assunto principal? A recuperação de sua mãe. Logo ela pensa que seu pai está escondendo uma doença de sua mãe e resolve ir atrás dela.

“Meu nome é Mary Iris Malone, e eu não estou nada bem.” 

Logo após um acidente familiar, o pai de Mary resolve que ela precisa procurar um psiquiatra por achar que sua filha está depressiva. Desde então ela precisa tomar remédios diariamente, mesmo contra sua vontade e alegando que não está depressiva. A convivência com seu pai já não é a mesma. Certa manhã seu pai a chama para conversar e conta que sua madrasta está esperando um filho dele. Ela terá uma irmãzinha. Mas o que era pra ser uma ótima notícia acaba virando um dos 9 motivos que a leva a dar sequência em seu plano em ir ver a mãe.

“Saiba quem você é. Ame a si mesma. Seja uma boa amiga. Seja uma criança com esperança e substância. Seja uma criança com apetite, Isa. Você sabe o que eu quero dizer, não sabe? (Claro que sabe. Você é uma Malone.).”

Em Mosquitolândia nós percebemos como é importante a fase da adolescência. Nós somos o herói do nosso filho. Mas para deixar de ser o herói e se tornar o vilão não custa muito. E foi isso que Mary colocou em sua cabeça. Meu pai é o vilão. Minha madrasta é a vilã. Minha irmãzinha é a vilã. A falta de diálogo pela parte do pai é gritante. Mim só queria ser uma criança como todos os outros. Na verdade, quem precisava de remédio era ele...

“Todo bom personagem, Isa, seja na página ou na tela, é multidimensional. Os mocinhos não são de todo bons, os vilões não são de todo maus, e não deveria existir qualquer personagem que seja apenas uma coisa ou outra.” 

Depois que Mim pega a estrada nós começamos sentir o verdadeiro sentimento por trás da repreensão do pai dela. Como ela deixou de ser uma criança pelo seu pai, ela acha que já sabe do mundo. Ela acha que sabe tudo. Nós percebemos que ela está totalmente errada e a própria também não demora a perceber.

“Mas talvez exista um pouco de preto e branco nas nossas escolhas. Nas minhas escolhas.”

Uma história com pontos depressivos e engraçados. Momentos de pura reflexão. Metáforas maravilhosas. A personagem consegue transmitir esses sentimentos muito fáceis. Uma aventura arrebatadora. Com personagens secundários maravilhosos. Um deles é Walt. Walt tem síndrome de Down e está vivendo sozinho na rua. Uma amizade que nasce do fruto de um roubo praticado por Walt. Ele só queria a coisa brilhante. Um rapaz que sem notar, muda todo tipo de pensamento que Mim tinha sobre o mundo.

“Às vezes, uma coisa só tem validade depois que é dita em voz alta.”

Mosquitolândia é o tipo de livro que assim que você termina você quer esquecer tudo que vivenciou só para ter o gostinho de começar de novo. Super indico. Para quem gosta de referência e playlist dentro dos livros, garanto que esse aqui não vai desapontá-lo.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Mosquitolândia 
Ano: 2015 
Páginas: 352 
Editora: Intrínseca 
 
Sinopse (Skoob): 
“Meu nome é Mary Iris Malone, e eu não estou nada bem.” Após o inesperado divórcio dos pais, Mim Malone é arrastada de sua casa em Ohio para o árido Mississippi, onde passa a morar com o pai e a madrasta e a ser medicada contra a própria vontade.
Porém, antes mesmo de a poeira da mudança baixar, ela descobre que a mãe está doente. Mim foge de sua nova vida e embarca em um ônibus com destino a seu verdadeiro lugar, o lar de sua mãe, e acaba encontrando alguns companheiros de viagem muito interessantes pelo caminho.
Quando a jornada de mais de mil quilômetros toma rumos inesperados, ela precisa confrontar os próprios demônios e redefinir seus conceitos de amor, lealdade e sanidade. 
Com uma narrativa caleidoscópica e inesquecível, Mosquitolândia é uma odisseia contemporânea, uma história sobre as dificuldades do dia a dia e o que fazemos para enfrentá-las.