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09 fevereiro, 2017

Resenha :: Eu Sou a Lenda (I am legend)

fevereiro 09, 2017 5 Comentários

"O mundo ficou louco, pensou. Os mortos andam por aí e eu acho isso normal."

Infelizmente, tenho o desprazer de ter tido minha primeira experiência com a obra através da adaptação em filme com o Will Smith, sem saber da existência do livro, descobrindo-o após alguns anos, e me recordo de ter realmente gostado. Porém Will Smith não merece o título de “Eu sou a lenda” por estar praticamente de férias no apocalipse. Alguns pequenos detalhes me incomodaram ao longo do filme, um deles foi a apresentação do cachorro, na qual o conceito de solidão que deveria ser construído ao decorrer do filme foi totalmente destruído. Não estou aqui para falar do filme, e sim da obra prima das histórias de terror do autor Richard Matheson. 

Este havia sido meu primeiro contato com um apocalipse vampírico, solidão, sobrevivência e desejos humanos sendo explorados de forma tão extrema. Onde posso afirmar que Robert Neville (a personagem principal) é para mim uma das personagens mais humanas da ficção, não que eu tenha me identificado com a personagem, mas sim pela frustração das situações em que Neville é exposto, e como ele reage a elas, se entregando compulsivamente aos vícios, como bebidas e cigarros, tentando se distrair de todas as formas possíveis com músicas, livros e filmes e tentando não pensar no passado, nunca.

Logo no início do livro vemos uma pequena rotina na manhã de Neville: ele passa todas as manhãs fazendo manutenção e proteção de sua casa, já que todas as noites os vampiros se reúnem ao redor da mesma e ficam jogando pedras, fazendo barulhos e até mesmo se insinuando para Neville, desafiando-o a sair de sua casa. Na parte da tarde Neville se permite gastar seu tempo com outros afazeres, como procurar suprimentos, pesquisar livros úteis e se livrar de corpos que ficam em seu quintal e afins.

Não existem personagens a serem analisados a não ser o próprio Neville, seu passado é um mistério e só o descobrimos com pequenos flashbacks, que aparecem durante o livro. Neville, precisa lutar contra suas "necessidades humanas", que por sua vez são seus maiores inimigos, como, por exemplo, a abstinência sexual, que se torna terrível quando ele olha para as vampiras de sua casa a noite, elas ficam se mostrando e tentando seduzi-lo para que ele saia da casa; sua memória, que o atormenta quando não está se distraindo com suas pesquisas e seus vícios; e, sem dúvida alguma, lutar contra sua solidão, que o atormenta mais do que qualquer outra coisa, fazendo com que aja impulsivamente em vários momentos e transformando-o em uma pessoa ranzinza, estressada e amarga.

Ele se obriga a aceitar esse mundo em que é imposto. Apesar de demorar muito tempo e duvidar dos próprios princípios, Neville se transforma ao decorrer do livro em um sobrevivente, se importando pouco com a organização ou saúde, desejando morrer em vários momentos, mas sempre seguindo em frente. 

“Eu sou a lenda” é um livro que não se pode ler rapidamente, é preciso entrar no clima e sentir as angústias de Neville. É um livro que mostra como as pessoas podem se transformar com a solidão e confinamento, sendo obrigadas a se adaptarem e melhorarem sempre. Sem dúvida está no meu top cinco de livros favoritos.

Reflita: E se você fosse o último humano do planeta?

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Eu Sou a Lenda
Ano: 2015
Páginas: 384
Editora: Aleph
 
Sinopse (Skoob):
Uma impiedosa praga assola o mundo, transformando cada homem, mulher e criança do planeta em algo digno dos pesadelos mais sombrios. Nesse cenário pós-apocalíptico, tomado por criaturas da noite sedentas de sangue, Robert Neville pode ser o último homem na Terra. Ele passa seus dias em busca de comida e suprimentos, lutando para manter-se vivo (e são). Mas os infectados espreitam pelas sombras, observando até o menor de seus movimentos, à espera de qualquer passo em falso... Eu sou a lenda, é considerado um dos maiores clássicos do horror e da ficção científica, tendo sido adaptado para o cinema três vezes.

26 janeiro, 2017

Resenha :: A Guerra do Velho (Old Man's War)

janeiro 26, 2017 8 Comentários

Uma das coisas que eu acho que um livro deve possuir é uma frase que seja capaz de prender seu leitor, e a frase de “Guerra do Velho” é:

"No meu aniversário de 75 anos fiz duas coisas: visitei o túmulo da minha esposa, depois entrei para o exército".

Essa é uma frase que me deixou extremamente curioso, eu só conseguia pensar: "Quem aceitaria um senhor de 75 anos no exército?". E não é nenhum grande mistério.

A humanidade chegou em seu momento de colonização planetária, então existem várias empresas em conjunto para que isso ocorra, uma delas é a FCD (Forças Coloniais de Defesa) e ela aceita pessoas somente acima de 75 anos.

Existem espécies infinitas de alienígenas, os mais bonitinhos podem ser os mais terríveis que acham a carne humana é algo exótico e delicioso, enquanto os mais horrorosos podem ter um acordo de paz com a humanidade, e mais uma infinidade de alienígenas que não sabemos da existência podem aparecem em um planeta pré-colonizado ou que está sendo preparado para a colonização.

A História é narrada por John Perry, um homem correto, bem humorado e muito cativante que tem alguns problemas com o filho.John faz amizades com várias pessoas durante sua viagem para treinamento, eles são: Jesse Gonzalez, Harry Wilson, Thomas Jane, Susan Reardon, Alan Rosenthal e Maggie, eles são chamados de “Os Velharias”, como se realmente fossem uma gangue.

Durante o livro John tem várias crises éticas com o que eles fazem e é exposto a muito estresse durante o campo de batalha, lembrando bem os soldados que ficam realmente traumatizados com os acontecimentos durante as guerras.

O livro possui vários momentos nos quais você se sente alegre e quer ser amigo dos personagens, eles são todos incrivelmente simpáticos. Assim como também existem vários momentos em que você se sente mal por estar lendo e pelos personagens que inclusive são uns dos melhores momentos e mais memoráveis. “Guerra do Velho” é um livro excelente e indispensável na estante de quem gosta de ficção científica e histórias de guerra.


Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Guerra do Velho
Ano: 2016
Páginas: 368
Editora: Aleph
Sinopse (Skoob):
A humanidade finalmente chegou à era das viagens interestelares. A má notícia é que há poucos planetas habitáveis disponíveis – e muitos alienígenas lutando por eles. Para proteger a Terra e também conquistar novos territórios, a raça humana conta com tecnologias inovadoras e com a habilidade e a disposição das FCD - Forças Coloniais de Defesa. Mas, para se alistar, é necessário ter mais de 75 anos.
John Perry vai aceitar esse desafio, e ele tem apenas uma vaga ideia do que pode esperar. "Guerra do Velho" é frequentemente comparado a um dos maiores clássicos da ficção científica: Tropas Estrelares, de Robert Heinlein. O próprio Scalzi já confirmou que Heinlein é uma das suas maiores influências e que a obra foi escrita seguindo os princípios que ele acredita serem próprios da escrita do autor que tanto admira.
Scalzi é um dos principais nomes da ficção científica contemporânea. Ganhador dos prêmios Hugo e Locus, o autor conquistou público, crítica e mercado. Em fevereiro de 2015, fechou um contrato com a editora Tor Books de cerca de $3,4 milhões, para publicar 13 livros nos próximos 10 anos. O canal SyFy está produzindo uma série de TV – chamada Ghost Brigades – como adaptação do livro, e a Paramount já comprou os direitos para levar a história para as telas do cinema.