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03 março, 2020

Resenha :: 1808

março 03, 2020 0 Comentários
*recebido em parceria com 0 Sebo Pacobello

Olá, tudo bem? Hoje quero trazer um livro que além de uma leitura quase obrigatória para todo nascido no Brasil, também trouxe surpresas e a certeza de que para se entender o presente é preciso revisitar o passado em uma versão mais próxima do que realmente aconteceu, com pouca ou nenhuma interferência das convicções do historiador e muito do desejo de contar a verdade dos fatos.


Mas isso não precisa ser de uma forma acadêmica, maçante e pouco atrativa, pelo contrário. Com o talento do autor e jornalista Laurentino Gomes, ganhou uma narrativa cativante, de fácil compreensão e muito fluida, cujos sentimentos se alternam entre os fatos e relatados em capítulos curtos, que evitam um possível tédio durante a leitura caso fossem muito extensas.

O começo é tratado da forma mais honesta possível, todo um reino e seu séquito fugiram da guerra e do poderio de Napoleão, que abandonou seu povo a própria sorte, e vieram para as terras do Brasil, sem fazer nenhuma questão pelos que aqui estavam. Já nesse início, aquela história que ouvi na escola, nos tempos de "primário", contada de forma tão bonita pelos livros de "estudos sociais", ficou caricata perto do que realmente foi, de como foi. Afinal, não apenas os motivos, mas as mazelas da viagem (não era rápido e nem bonito) são contadas de forma verdadeira e até cômica do que se passou em alto mar na vinda da corte para cá. 

Traz de maneira clara as mudanças que toda essa gente trouxe com sua mudança repentina a então colônia, desalojamentos (cuja história rendeu boas risadas) e também a estrutura de "grande cidade", que foi sendo construída para replicar, ao máximo, a vida que se tinha em Portugal, mas o Brasil sendo Brasil (desde sempre) mostrou que isso não seria bem assim.


Outro sentimento durante a leitura foi de tristeza, de ver que mazelas como corrupção, a lei do "sabe com quem você está falando?", dentre outras estão atreladas ao modo de viver do brasileiro, chegando-se ao ponto de ser vergonhoso ser honesto. Dentre tantas outras facetas do começo do que seria hoje o Estado Brasileiro.

Ao terminar a leitura desse livro, vi muito do Brasil de hoje ali. Desde o jeito de rir das tristezas, tentar encobrir a verdade com meias mentiras e a valentia do povo que construiu os primeiros anos da nossa história para serem, finalmente (para mim), retratados de uma forma digna ao meu modo de ver. Leia e redescubra você também o Brasil.


Minha edição é a da Editora Planeta, com uma capa linda em detalhes dourados em alto relevo e foto do D. João VI, páginas amarelas com linha do tempo e ilustrações em um tipo de papel diferente, mostrando ainda melhor os detalhes e preservando as gravuras de forma mais eficiente, fonte e diagramação excelentes e não encontrei erros de grafia ou digitação.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

1808
Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil
Ano: 2012
Páginas: 408
Editora: Planeta
Sinopse:
A fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro ocorreu num dos momentos mais apaixonantes e revolucionários do Brasil, de Portugal e do mundo. Guerras napoleônicas, revoluções republicanas, escravidão formaram o caldo no qual se deu a mudança da corte portuguesa e sua instalação no Brasil.
O propósito deste maravilhoso livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e contar de forma acessível a história da corte lusitana no Brasil e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás. Escrita por um dos mais influentes jornalistas da atualidade, 1808 é o relato real e definitivo sobre um dos principais momentos da história brasileira.


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12 outubro, 2019

Resenha :: A Aldeia Sagrada (Especial Dia das Crianças)

outubro 12, 2019 1 Comentários

Dia das Crianças é comemorado anualmente no dia 12 de outubro e, para celebrar esse dia, vamos postar a resenha de A Aldeia Sagrada, de Francisco Marins.

O livro faz parte da série Vaga-Lume, lançada pela Editora Ática, em 1973. A coleção é composta por livros nacionais voltados para o público infantojuvenil. Aposto que muitos leitores foram introduzidos ao universo da literatura através dessa série.

Em A Aldeia Sagrada, o autor Francisco Marins claramente homenageia Os Sertões, de Euclides da Cunha, ao mostrar a dura vida no sertão baiano através dos olhos de uma criança.


Didico mora com os padrinhos, Chico e Donana, desde a morte dos pais. Quando uma seca sem precedentes assola o sertão, o garoto precisa deixar o Corumbê – a terra dos padrinhos - para se arriscar através da Caatinga.


O garoto de doze anos se junta a um grupo de retirantes e faz amizade com um homem chamado Juviara e seus dois filhos, Mada e Zico. Durante suas andanças, eles conhecem Antônio Conselheiro, líder religioso que prega esperança a seus seguidores. Ele começa a reunir sua gente em Belo Monte, uma antiga fazenda de gado, situada às margens do rio Vaza-Barris. O nome Canudos surgira porque os moradores dali fumavam em cachimbos de barro, com canudos muito compridos.

O sacrifício a dor, conduzem a criatura à salvação. O Senhor sofreu um calvário pior. A bem-aventurança pertence aos humildes e sofredores. Tudo no mundo é pequeno e passageiro. Grande só Deus e o reino do Senhor. O deserto pertence ao povo eleito. Ao fim dele fica o paraíso.

Os governantes acham que ele está iniciando um movimento separatista e começam a atacar o local, gerando uma grande revolta entre os seguidores do "santo" Conselheiro que culminou na Insurreição de Canudos.

O livro também retrata o transporte do meteorito Bendegó do interior da Bahia até a capital de Salvador, para depois seguir para o Rio de Janeiro. O Bendegó estava exposto no Museu Nacional do Rio de Janeiro que pegou fogo no dia 02 de setembro de 2018. O meteorito de 5 toneladas é o maior já encontrado no Brasil e foi o único item que ficou intacto após o incêndio.


Só fui conhecer A Aldeia Sagrada agora, apesar da primeira publicação ser de 1953. Esse livro deveria ser obrigatório para todos os estudantes por retratar momentos importantes da nossa história sem ser enfadonho como alguns livros didáticos.

Você consegue se colocar no lugar do Didico, compreender seus sentimentos e perspectivas. A primeira parte do livro é bem impactante e você consegue entender o drama do sertanejo que muitas vezes é obrigado a migrar para as grandes cidades na expectativa de uma vida melhor.

Ilustração do livro que retrata a Guerra de Canudos


Com amor, André

Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Aldeia Sagrada
Série Vaga-Lume
Francisco Marins 
Ano: 1993
Páginas: 106
Editora: Ática 
Sinopse:
Fugindo da seca do sertão baiano, Didico descobre o arraial de Canudos, em 1897, no momento em que a guerra dos militares contra Antônio Conselheiro chega ao auge. 
Uma seca terrível assola o sertão. Didico anda à toa pela caatinga, tentando sobreviver. Mas ele terá de enfrentar o fogo de uma guerra terrível. Estamos em 1897: os homens de Antônio Conselheiro estão dispostos a tudo, defendendo-se dos ataques dos militares. Em A aldeia sagrada, Francisco Marins conta o episódio da Guerra dos Canudos pela visão de um menino de doze anos que participa dos acontecimentos.


_____Sobre o Autor_____

Francisco Marins

Francisco Marins nasceu em São Manuel, interior de São Paulo, no dia 23 de novembro de 1922 e faleceu em 10 de abril de 2016. Seus livros foram traduzidos para 15 línguas diferentes e levam as histórias típicas do Brasil para diversos países do mundo. 
Ele é o único escritor brasileiro a figurar na famosa coleção Européia Delphin, que reúne os clássicos de literatura juvenil de todo o mundo. É membro da Academia Paulista de Letras
A Aldeia SagradaO Mistério dos Morros DouradosA Montanha de Duas Cabeças e Em Busca do Diamante são títulos do autor que já foram publicados pela série Vaga-Lume.