Agatha
Christie ganhou o título de Rainha do Crime e não foi a toa, ela mereceu! Com
cerca de oitenta livros publicados e traduzidos para mais de cem idiomas em
todo o mundo, ela é uma das romancistas mais bem sucedidas da história da
literatura popular mundial, além disso, suas obras já foram adaptadas para
cinema e televisão.
“Morte
na Mesopotâmia” é narrado por Amy Letheran a pedido do Dr.
Reilly, embora ela mesma acredite não ter talento para escrever e declarar que
só está fazendo por ter sido um pedido do doutor, portanto apresenta
características um pouco diferentes do estilo da autora, o que foi uma sacada
sensacional!
Amy
Letheran é contratada para tomar conta da esposa do líder de um grupo de
escavação, o famoso arqueólogo Eric Leidner. Louise Leidner é uma senhora dona
de uma beleza arrebatadora e que guarda um segredo do seu passado, segredo esse
que passa a atormentá-la nos últimos tempos e começa a fazer com que ela tenha
crises de pavor. Seu comportamento paranóico começa a afetar os membros da
escavação, provocando um clima de tensão entre eles, portanto, a vinda de Amy
Letheran serviria para apaziguar as coisas.
Entretanto,
em um determinado momento da trama, o assassinato de Louise Leidner ocorre e
dá-se início a uma investigação minuciosa para desvendar o autor do crime. Por
sorte, o detetive belga Hercule Poirot estava de passagem pela região e foi
convidado a elucidar esse mistério. Bem conveniente, não?
“Ao vê-lo, dava vontade de rir! Dir-se-ia que tivesse saído de um palco ou de um filme. Para começar, não tinha mais de um metro e meio de altura na minha opinião – um homenzinho gordo, esquisito, bastante velho, com um bigode enorme e cabeça oval. O protótipo do cabeleireiro das peças cômicas!”
Como
é de se esperar em um livro de romance policial, todos os empregados e
integrantes da equipe de escavação (incluindo a enfermeira Amy Letheran)
são suspeitos de terem cometido o crime. A forma como os personagens foram
apresentados é magnífica, tem uma riqueza de detalhes impressionante, os
motivos pelos quais cada um deles poderia ter sido o autor do crime também são
mostrados, assim como a mudança de comportamento de cada um, o que nos faz
ficar pensando constantemente em quem de fato cometeu o assassinato, não irei
me alongar demais neste ponto, a intenção é que cada leitor tire suas próprias
conclusões e se divirta a cada página, não é mesmo?
“Na Inglaterra, antes das corridas, há um desfile de cavalos, não é? Eles passam em frente ao palanque oficial para que todos tenham a oportunidade de vê-los e avaliá-los. Foi esse o propósito da minha pequena assembléia. Para usar uma frase esportiva, passei os olhos pelos possíveis competidores.”
Em
suma, a obra tem um cenário interessante, personagens bem construídos e um
método de elucidação do crime para lá de engenhoso, além de tudo, uma
personagem imparcial ter sido a narradora do caso foi uma sacada genial em
minha opinião. Gostei muito da leitura deste livro e pretendo ler outros da
autora em breve.
A
edição que li é a da Nova Fronteira, publicada em 2014, possui capa dura, as
páginas são amareladas e finas (mas não são transparentes), a fonte
possuí um tamanho confortável para a leitura prolongada (o que tem grandes
chances de acontecer).
“Eu brinco, Madeimoselle, e acho graça. Certas coisas, porém, não tem nada de engraçado. Já aprendi muitas coisas em minha profissão. E uma delas, a mais terrível, é esta: o crime é um hábito...”
Nota ::
Informações Técnicas do livro
Morte
na Mesopotâmia
Um Caso de Hercule Poirot
Ano:
2014
Páginas:
240
Editora:
Nova Fronteira
Sinopse (Skoob):
A
enfermeira Amy Leatheran é contratada para se juntar a uma expedição
arqueológica no Iraque. Mas sua função ali tem bem pouco a ver com ruínas e
artefatos: ela deve vigiar de perto a bela Louise Leidner, que está cada vez
mais apavorada com a ideia de que talvez seu ex-marido não esteja tão morto
quanto acreditava.
Louise
pode estar imaginando coisas. Mas o fato é que, uma semana após a chegada da
enfermeira, a mulher é encontrada morta no próprio quarto, e agora cabe a
Hercule Poirot identificar o assassino. Quem terá sido? Tudo indica que o
culpado está entre os membros da equipe de cientistas...
Amei a resenha!estou lendo ele e tenho uma dúvida
ResponderExcluira minha versão do livro é da LePM e só tem 178 páginas e o seu tem mas, será que o meu tem menos acontecimentos?
Acredito que a diferença nas páginas seja apenas por conta da edição, as da L&PM são pocket e com letra pequena. Essa da resenha tinha uma fonte de tamanho normal e era uma edição um pouco mais trabalhada.
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