Pode conter spoiler dos livros anteriores.
Confira as resenhas dos primeiros livros
dessa trilogia!
Olá faroleiros! Nossa como
senti falta de resenhar para vocês! Estou de volta e a dica de leitura da vez é
O
Beijo do Vencedor, da Marie
Rutkoski. O terceiro e último livro da Trilogia do Vencedor nos traz um
desfecho comovente para o nosso casal Arin e Kestrel. Em realidades diferentes
agora, o jovem casal contará com o amor que sentem um pelo outro para superar
as adversidades, apesar de toda mágoa e insegurança que se impôs entre eles.
Era uma vez uma menina que era muito segura de si. Nem todos a considerariam bonita, mas admitiam haver certa graça que era mais intimidante do que encantadora. Não era o tipo de pessoa, segundo a alta sociedade, a quem você gostaria de se opor. Ela guarda o coração numa caixa de porcelana, as pessoas cochichavam, e tinham razão.
Lembrando que anteriormente
Kestrel tomou uma decisão que a desgraçou e pôs sua vida em perigo. Tudo isso
para ajudar Arin que, sem saber das verdadeiras intenções de Kestrel, voltou
para Herran e conseguiu a aliança com o povo do Oriente. E, junto
com seus novos aliados do Oriente, encontra-se em guerra iminente contra o povo
Valoriano em busca da liberdade.
Enquanto nossa heroína, Kestrel
vive numa situação extrema: dentro de uma carruagem como prisioneira indo para
as terras gélidas do Norte. Kestrel sacrificou-se para defender Arin e o povo
Herrani. O pior de tudo é que o jovem nem imagina o que ela fez por ele e por
acreditar que o Imperador de Valória não passava de um louco tirano.
Era uma vez um menino que sabia se esconder. Certa noite, os deuses o viram trancado sozinho em seus aposentos, tremendo, quase vomitando de medo. Ele ouvia o que estava acontecendo em outras partes da casa. Gritos. Coisas se quebrando. Ordens ríspidas, as palavras em si estavam abafadas, mas ainda assim foram entendidas pelo garoto, que segurava o vômito em seu canto.
O último livro da trilogia se
inicia com muita emoção. Não pensar em Kestrel e tudo que aconteceu entre eles
talvez fosse a maior batalha de Arin. A jovem o marcou de tal forma que fica
difícil para ele não questionar-se sobre as situações que os fizeram
tomar rumos tão diferentes. O que ele não imagina é que Kestrel estava sofrendo
o pior castigo que poderia acontecer.
Não, pensar em Kestrel não era mais doloroso. Ele tinha sido um tolo, mas precisava se perdoar por coisas piores. Irmã, pai, mãe. Quanto a Kestrel… Arin tinha certa clareza sobre quem ele era: o tipo de pessoa que confiava cegamente, que colocava o coração no lugar errado. A essa altura, ela talvez já estivesse casada com o príncipe valoriano.
Fugir era o único pensamento de
Kestrel no lugar nebuloso para o qual foi mandada. O que ela não previa eram os
métodos usados pelos carcereiros para mantê-la quieta e calma trabalhando ali.
Todos seus limites são tentados quando a jovem transita entre momentos de
sonhos e lucidez. Sua mente divaga por diversos questionamentos sobre quem ela
se tornou e sobre a traição contra seu próprio pai. O único motivo que a salva de
morrer no norte é sua vontade de reencontrar Arin e dizer-lhe tudo que fez e o
que sente por ele.
Faria de tudo por você. Ela sabia exatamente quem as havia escrito e por quê. Sabia que estava fingindo quando pensava que essas palavras eram falsas ou que algum dos limites que havia imposto entre ela e Arin importava, porque, no fim das contas, ela estava aqui e ele estava livre. Ela tinha sim feito tudo o que podia. E ele sequer sabia.
Mesmo sendo uma figura de
liderança e tendo a responsabilidade de comando do povo Herrani na batalha
contra Valória, Arin tem dificuldade em se impor e agrupar suas estratégias com
o general Xash, que comanda as tropas aliadas. Mesmo tendo o apoio de Roshar,
ele teme que a rainha Oriental não veja com bons olhos suas táticas de guerra
que vêm se mostrando eficientes até o momento. Ele sofre com terríveis notícias
de Kestrel, até que uma valiosa informação literalmente bate a porta de Arin, e
ele descobre o infortúnio sofrido por sua amada. Carregado de culpa e sem medir
esforços, o jovem parte na sua busca temendo que o pior possa ter acontecido.
– Arin. – Roshar apertou os olhos brevemente, depois olhou para ele com a mesma expressão de repugnância e fascínio reservada a aberrações da natureza, como animais que nascem com duas cabeças. – Isso parece…
– Estou pouco me lixando para o que parece.
– Você já pensou esse tipo de coisa antes.
– Eu deveria ter confiado na minha intuição. Ela mentiu. Eu acreditei nela. Não deveria ter acreditado.
Se a Marie Rutkosky nos desespera no final do segundo livro. Iniciamos o
terceiro ansiosos e instigados a devorar as páginas para descobrir o que o
destino de Kestrel lhe reserva. Apesar da guerra acontecendo, não há nada que
impeça Arin de resgatá-la. Então temos muito ação, suspense e drama no
reencontro do nosso casal. E quando digo drama, vocês entenderam muito bem:
drama. Isso porque quando ela é encontrada está num estado tão debilitado que
mal consegue caminhar. Não se lembra de nada, muito menos de Arin.
Imagine a reação de Kestrel ser
resgatada de um lugar sem conhecer, ao menos, seu salvador? Despois ter sido
submetida a diversas atrocidades torna-se difícil entender o que está
acontecendo ou quem é Arin. Tudo que é dito por ele gera nela uma desconfiança,
apesar de seus instintos lhe dizerem que ele é bom.
A cabeça dela girou. Ela se permitiu repousar encostada nele. Não era certo que seu corpo conhecesse essa pessoa que sua mente não conhecia. Tinha a vaga consciência de que ele poderia lhe contar qualquer mentira que quis esse. Sua memória era um a boca com os dentes arrancados. Ela não parava de cutucar, tateando os buracos, recuando. Doía. Sim, qualquer mentira. Ele a havia salvado, mas ela não sabia o que ele queria dela… nem o que poderia dizer para conseguir isso.
Juntos eles vão passar por uma
fase de descobertas e reconhecimentos. Kestrel sem memória voltará a Herran em
meio à guerra contra o imperador e seu próprio pai. Suas lembranças voltarão aos
poucos e ela se juntará aos herranis e orientais, tendo um papel fundamental na
formação das estratégias de ataque. Isso porque ela é uma ótima estrategista,
superando até o seu próprio pai, o general valoriano.
– Não consegue me dizer o que pensa?
– Não.
– Por quê?
– Estou morrendo de medo – ela sussurrou.
– Da batalha?
– Não.
– Do seu pai?
A voz dela foi categórica:
– É ele quem deve me temer.
O final dessa trilogia é
acompanhado de fortes acontecimentos. A batalha final entre Herran e o Oriente
contra Valória terá seu desfecho magnífico. Os reinos aliados serão capazes de
liquidar, de uma vez por todas, o Imperador de Valória? E Kestrel terá coragem
de lutar contra seu próprio pai, mesmo ele tendo lhe virado as costas?
A leitura deste último livro,
apesar de ok, não superou minhas expectativas. Confesso que não esperava que o
relacionamento entre Arin e Kestrel, a essa altura, fosse tomado por questões
fora de contexto. O universo Oriental, também deixou um pouco de curiosidade,
porque não foi bem explorado. Apesar de o segundo livro ter narrado a viagem de
Arin até aquelas terras, não consegui visualizar características concretas
daquela sociedade.
Em contrapartida as narrações
das batalhas são envolventes e criativas. As sacadas humorísticas do personagem
Roshar também trazem uma leveza ao enredo. Apesar de Marie Rutkoski ter trazido questões emocionais complexas a trama, o
casal Arin e Kestrel acabam superando muitas mágoas e conseguem fazer as pazes
com seu passado. Os caminhos que antes divergiam para lados opostos, agora
convergem para uma estrada de glória, triunfos e superação.
Quando iniciei a leitura das
primeiras páginas dessa trilogia fiquei maravilhada com o universo criado pela
autora e isso me fez criar determinadas expectativas. Isso acontece bastante
com nós leitores. Não quer dizer que o livro não seja bom, mas é que nossas
expectativas são baseadas em possibilidades de desenrolar da trama que podem
não se desenvolver. Por isso digo que essa frustração que aconteceu comigo pode
não acontecer com vocês.
Portanto, faroleiros, recomendo
a leitura desta obra magnífica por toda proposta criada pela autora, pelos
personagens fortes e marcantes desenvolvidos por ela e pelo universo singular
criado na história. Um super beijo e boa leitura a todos!
Nota :: 3,5
Informações Técnicas do livro
O Beijo do Vencedor
Trilogia
do Vencedor #3
Ano: 2017
Páginas: 448
Editora: Plataforma21
Sinopse
(Skoob):
A
guerra começou. Arin está à frente dela com novos aliados e o império como
inimigo. Embora tenha convencido a si mesmo de que não ama mais Kestrel, Arin
ainda não a esqueceu. Mas também não consegue esquecer como ela se tornou o
tipo de pessoa que ele despreza. A princesa se importava mais com o império do
que com a vida de pessoas inocentes – e, sem dúvida, menos ainda com ele.
Pelo
menos é o que Arin pensa.
Enquanto
isso, no gélido norte, Kestrel é prisioneira em um campo de trabalhos forçados.
Ela deseja desesperadamente escapar. Deseja que Arin saiba o que sacrificou por
ele. E deseja fazer com que o império pague pelo que fizeram a ela.
Mas
ninguém consegue o que quer apenas desejando.
Conforme a guerra se intensifica, Kestrel e Arin descobrem que o mundo já não é mais o mesmo.
Conforme a guerra se intensifica, Kestrel e Arin descobrem que o mundo já não é mais o mesmo.
O
oriente está contra o ocidente, e os dois se encontram no meio de tudo isso.
Com tanto a perder, é possível alguém realmente ser o vencedor?
Numa narrativa tão empolgante quanto sensível, a difícil paixão entre Kestrel e
Arin alcança um novo patamar. O beijo do vencedor é o grande final da Trilogia
do Vencedor.
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